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Paulicianismo

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O paulicianismo (em armênio: Պավլիկյաններ, também lembrado como Pavlikians ou Paulikianoi [1]) foi uma seita adocionista, também entendida por fontes medievais como gnóstica e quase maniqueísta. Os paulicianos floresceram entre 650 e 872 na Armênia e partes orientais do Império Bizantino, como Anatólia e os Balcãs. De acordo com fontes medievais bizantinas, o nome do grupo foi obtido a partir do terceiro século do bispo de Antioquia, Paulo de Samósata, na época do cristianismo primitivo.[2][3]

O massacre dos paulicianos em 843/844, de Escilitzes de Madrid

Os paulicianos eram um grupo de cristãos considerados hereges pelo catolicismo que predominavam na Armênia, antiga Babilônia, Síria, Palestina, monte Ararate, cordilheira do Touro e Antioquia no século VI, no Império Bizantino.

Os paulicianos diziam serem provindos dos apóstolos e terem seu início a partir das pregações dos mesmos no primeiro século depois de Cristo. Porém faltam registros comprobatórios para tal afirmação.

Durante os séculos V e VI, os Hunos formaram parte de uma confederação que avançava para o território armênio, muitos dos militares que protegiam as fronteiras armênias eram paulicianos.

Em 668, iniciou-se uma grande perseguição aos paulicianos que provocou, em 690, a morte de um de seus grandes líderes chamado Constantino, que foi morto apedrejado e seu sucessor queimado vivo. Durante o reinado do imperador Leão III, o Isauro (r. 717–741) foram favorecidos nos Balcãs ocidentais pelo édito do imperador contra as imagens, tendo proteções do próprio filho de Leão III.

A imperatriz Teodósia (842–867) iniciou uma perseguição que matou 100 000 deles, pois eram acusados de gnósticos e maniqueístas, dualistas.

Após hostilidades contrárias a sua presença, os paulicianos expandiram-se para os Balcãs ocidentais, dando a possível origem aos bogomilos. Segundo creem alguns historiadores [quem?], originaram posteriormente os albigenses nos Alpes do sul da França, ao se unirem com grupos hereges que lá residiam.

Os paulicianos sobrevivem hoje na Bulgária, retendo seu dialeto peculiar e desde o século XIX se uniram ao catolicismo romano sob a influência de missionários franciscanos.

  1. "Paulicians" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.
  2. (em armênio) Melik-Bakhshyan, Stepan. «Պավլիկյան շարժում» (The Paulician movement). Armenian Soviet Encyclopedia. vol. ix. Yerevan, Armenian SSR: Armenian Academy of Sciences, 1983, pp. 140-141.
  3. Nersessian, Vrej (1998). The Tondrakian Movement: Religious Movements in the Armenian Church from the 4th to the 10th Centuries. London: RoutledgeCurzon. pp. 14–15. ISBN 0-9007-0792-5 
  • DAWSON, Christopher.Los origenes de Europa,1991.
  • VASCONNE, J. O homem vítima da cultura;conhecimento da cultura exnatural, 1977.
  • ORLANDIS, José. História breve do Cristianismo. Tradução de Osvaldo Aguiar - Lisboa: Rei dos Livros, 1993. ISBN 972-51-0046-8
  • PIERRARD, Pierre. História da Igreja. (Tradução de Álvaro Cunha; revisão de Luiz João Gaio). São Paulo: Paulus, 1982. (Título original da edição francesa: Histoire de l'Eglise Catholique. Desclée & Cie. Paris, 1978)
  • QUEIROZ, T.A.P. de. As heresias medievais. São Paulo, Atual, 1988.
  • RODRIGUES, Abner. Discipulado Batista Doutrinário de Estudo.