Silepse: diferenças entre revisões
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A palavra silepse vem do grego e significa ''ato de compreender'', “compreensão”. É uma figura de construção. Trata-se da concordância que acontece, não com o que está explícito na frase, mas com o que está mentalmente subentendido, com o que está oculto. É, portanto, uma concordância ideológica, que ocorre com a ideia que o falante quer transmitir. É também chamada de concordância irregular. |
A palavra silepse vem do grego e significa ''ato de compreender'', “compreensão”. É uma figura de construção. Trata-se da concordância que acontece, não com o que está explícito na frase, mas com o que está mentalmente subentendido, com o que está oculto. É, portanto, uma concordância ideológica, que ocorre com a ideia que o falante quer transmitir. É também chamada de concordância irregular. aaa macao pulaou a cerca que era alta para ele |
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Há três tipos de silepse: |
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Revisão das 19h10min de 21 de setembro de 2011
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Silepse é uma figura de construção que trata da concordância que acontece não com o que está explícito na frase, mas com o que está mentalmente subentendido, com o que está oculto. É, portanto, uma concordância ideológica, que ocorre com a ideia que o falante quer transmitir. É também chamada de concordância irregular. O termo silepse vem do grego e significa “ato de compreender”, “compreensão”.
Na linguagem
A palavra silepse vem do grego e significa ato de compreender, “compreensão”. É uma figura de construção. Trata-se da concordância que acontece, não com o que está explícito na frase, mas com o que está mentalmente subentendido, com o que está oculto. É, portanto, uma concordância ideológica, que ocorre com a ideia que o falante quer transmitir. É também chamada de concordância irregular. aaa macao pulaou a cerca que era alta para ele
Há três tipos de silepse:
Silepse de pessoa
Todos nesta sala somos gaúchos. Nesta frase, o verbo somos não concorda com o sujeito claro Todos, que é da 3ª pessoa, portanto, a concordância "normal" seria Todos nesta sala são gaúchos. O verbo concorda com a ideia nele implícita. O falante se inclui entre os gaúchos.
Para entender melhor este tipo de concordância, é preciso recordar uma regra que diz: Quando o sujeito for composto de pessoas diferentes (eu, tu, ele), do qual faça parte o EU, o verbo vai para a 1ª pessoa do plural. Exemplo: Tu, ele e eu fomos ao cinema ontem.
Logo, no exemplo acima, a ideia subentendida é o EU, que representa a pessoa que fala.
Silepse de número
O gaúcho é bravo e forte. Não fogem da luta.
O verbo fugir – fogem – não concorda com o sujeito o gaúcho, e sim com o que ele representa: os gaúchos.
Observação: Estamos ciente. Nesta frase, o sujeito é da primeira pessoa do plural (nós) e o predicativo é usado no singular, porque se trata de uma pessoa. É o que se chama de “plural de modéstia”. Em vez de o verbo ser empregado na 1ª pessoa do singular, é usado na 1ª pessoa do plural. Muito empregado por escritores e oradores, principalmente políticos, para evitar o tom individualista no discurso, expressando uma fala coletiva.
Silepse de gênero
Porto Alegre é linda. Vista daqui parece um jardim.
Nesse caso, os adjetivos linda e vista não concordam com o substantivo Porto Alegre, mas com a palavra cidade. Este tipo de silepse ocorre principalmente com:
- Pronomes de tratamento: Vossa Senhoria foi taxativo em seu discurso.
Subentende-se neste exemplo que a pessoa representada pelo pronome Vossa Senhoria é do sexo masculino.
- Com nomes de cidades: São Paulo está muito poluída.
O adjetivo poluída concorda com cidade, que está subentendida.
- Com a expressão “a gente”: A gente é novo ainda.
O adjetivo novo não concorda com a gente, levando a entender que o falante é do sexo masculino.
A silepse é muito empregada na linguagem coloquial, mas grandes escritores também a utilizaram em suas obras. Eis alguns exemplos:
“Sobre a tristeOuro Preto o ouro dos astros chove.” – Olavo Bilac “Nuvens baixas e grossas ocultavam Ilhéus, vista dali em mar grande e livre.” – Adonias Filho. “A certa altura, a gente tem que estar cansado.” – Fernando Pessoa “Corria gente de todos os lados, e gritavam.” – Mário Barreto “O casal de patos nada disse, pois a voz das ipecas é só um sopro. Mas espadanaram, ruflaram e voaram embora.” – Guimarães Rosa. “Aliás todos os sertanejossomos assim.” – Raquel de Queirós “Ficamos por aqui, insatisfeitos, os seus amigos.” – Carlos Drummond de Andrade “Dizem que os cariocassomos pouco dados aos jardins públicos” – Machado de Assis “Esta gente já terá vindo? Parece que não. Saíram há um bom pedaço” - Machado de Assis “E os dois, ali no quarto, picamos em mil pedaços as trezentas páginas do livro.” - Paulo Setubal
Obs: desgastada pelo uso, a silepse não representa recurso expressivo da língua portuguesa, pelo menos no Brasil.
Em botânica
Em botânica crescimento siléptico diz respeito ao tipo de crescimento onde os meristemas se ativam tão pronto se formam, sem entrar em período de dormência.[1]
Referências
- ↑ Granda, Juan Manuel Cardona. Glosario Multilingüe de Terminología Forestal. Ed. do autor, 2008. p. 132
Bibliografia
- BECHARA, Evanildo. Moderna gramática Portuguesa. 37.ed. (rev. e amp.). Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.
- Brazilian Portuguese. Disponível em: http://www.brazilianportugues.com/index.php?idcanal=268 Acesso em: 21 out. 2007.
- CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. 46.ed. São Paulo Nacional, 2005.
- HERNANDES, Paulo. Plural de modéstia. Disponível em: < http://www.paulohernandes.pro.br/dicas/001/dica058.html> Acesso em: 21 out. 2007.
- NICOLA, José de; INFANTE, Ulisses. Gramática Contemporânea da Língua Portuguesa. São Paulo: Scipione, 1989.
- Silepse ou Concordância Irregular. Disponível em: <http://usuarios.cultura.com.br/jmrezende/silepse.htm> Acesso em: 21 out.2007.
- Silepse ou Concordância Ideológica. Disponível em: <http://www.ficharionline.com/ExibeConteudo.php5?idconteudo=5627> Acesso em: 21 out. 2007.