Tampão de poço de visita
Um tampão de poço de visita é uma tampa removível localizada sobre o topo de poço de visita, de modo a evitar quedas acidentais de pessoas ou objetos e para proteger o acesso à rede coberta pelo sistema. Tampões de poços de visita remontam pelo menos desde o tempo da Roma antiga, com redes de esgotos com acessos feitos através de grades feitas de pedra.
Descrição
[editar | editar código-fonte]Coberturas de poços de visita frequentemente são feitas de ferro fundido, concreto pré-fabricado ou de uma combinação de ambos. Isto as faz baratas, resistentes e pesadas, normalmente com mais de 50 quilogramas. O peso ajuda a mantê-las no lugar enquanto o tráfego passa sobre elas, e dificulta o acesso de pessoas não autorizadas que não disponham das ferramentas adequadas para removê-las.
Esses tampões assentam-se em uma base de metal no seu formato. Muitos tampões possuem orifícios para retirada, nos quais alguma ferramenta com gancho é inserida para a retirada do tampão. Alguns modelos de tampões possuem dobradiças, enquanto outros podem ser removidos com ferramentas eletromagnéticas.
Embora esses tampões sejam grandes e pesados demais para serem colecionáveis, sua ubiquidade e os muitos desenhos, padrões, ilustrações e informações levam algumas pessoas a colecionarem fotos de tampões em todo o mundo.[1][2]
Apesar de seu peso e dificuldade, eventualmente tampões são furtados, especialmente para revenda em ferros-velhos, particularmente quando os preços do ferro sobem.[3][4][5][6]

Formato
[editar | editar código-fonte]Circularidade
[editar | editar código-fonte]A questão sobre o porquê de o formato dos tampões de poços de visita ser normalmente circular foi tornado famoso pela Microsoft, que normalmente fazia essa indagação em entrevistas de emprego.[7][8] Originalmente concebidos como meio psicológico de avaliação da forma pela qual uma pessoa aborda uma questão com várias respostas possíveis e corretas, o problema produziu várias explicações alternativas, desde as tautológicas ("Os tampões são circulares por que os poços de visita são cilíndricos.")[7] às filosóficas.
- As razões para o formato incluem
- Um tampão redondo não pode cair dentro de sua abertura circular, enquanto um tampão quadrado ou retangular pode cair se inserido diagonalmente na abertura. A existência de um anel em volta garante que o acesso ao poço de visita tenha diâmetro menor que o do tampão. (Um triângulo de Reuleaux ou outra curva de largura constante também serviriam ao propósito, mas tampões redondos são mais fáceis de fabricar.)
- Tubos cilíndricos são os mais resistentes e eficientes contra a compressão do solo à sua volta; logo, é natural que o tampão de um cilindro tenha formato circular.
- Um tampão redondo tem menos superfície que um quadrado ou retangular; assim, menos material é usado para fabricar esse tampão, significando redução de custos.
- Tampões circulares não precisam ser rotacionados para alinhamento com o poço de visita;
- O tampão circular pode ser movido facilmente através de rolamento;
- Um tampão redondo pode ser facilmente travado com ferramentas especiais e, se podem ser travados, não precisam ser tão pesados, porque o tráfego não poderá levantá-los por sucção.
Outros
[editar | editar código-fonte]Outros formatos para tampões podem ser encontrados, especialmente quadrados e retângulos. Os tampões de Nashua, no estado americano de New Hampshire, são únicos nos Estados Unidos por serem triangulares e apontados na direção do fluxo a jusante. A cidade, no entanto, está substituindo os modelos, feitos por uma fundição local, por eles não serem grandes o suficiente para atenderem às normas de segurança e por não se ter encontrado uma fundição que fizesse triângulos maiores.[9] Existem também alguns tampões triangulares em Hamilton, nas Bermudas.
Uso para navegação
[editar | editar código-fonte]Um estudo de robótica em 2011 sugeriu que robôs possam examinar os formatos de determinados tampões e usá-los para calcular sua posição geográfica como reverificação nos dados do sistema de posicionamento global (GPS).[10]
Galeria
[editar | editar código-fonte]Tampões circulares
[editar | editar código-fonte]-
Galeria de águas pluviais em Belo Horizonte, em Minas Gerais, no Brasil.
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Tampão de poço de visita da Telefónica, em Campinas.
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Telefonia da Embratel (logo pré-privatização), em Campinas.
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Rede de gás natural (Comgás), em Campinas.
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Companhia Telefônica Brasileira (CTB), em Campinas.
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Rede de esgotos da SAEC (Superintendência de Águas e Esgotos da Capital), substituída pela Sabesp na década de 1970. Bairro do Butantã, em São Paulo
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Praga, na República Tcheca.
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Tampão da rede de esgoto da cidade de Nova York, nos Estados Unidos.
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Condado de Pima, no Arizona, nos Estados Unidos.
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Katzrin, em Israel
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Tampão em Tóquio, no Japão.
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Tampão em Bratislava, na Eslováquia.
Outros formatos
[editar | editar código-fonte]-
Poço de visita para rede telefônica subterrânea.
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Rede de telefonia da Intelig, Campinas.
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Rede elétrica da CEMIG, Belo Horizonte.
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Tampão em Singapura.
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Tampão em Taiwan.
Referências
- ↑ «Drainspotting.com». Drainspotting.com. Consultado em 5 de dezembro de 2013
- ↑ Remo Camerota. «Drainspotting book site». Drainspottingbook.blogspot.com. Consultado em 5 de dezembro de 2013
- ↑ Liu Shinan. "Severely punish theft of manhole covers". China Daily, December 21, 2005. Accessed December 19, 2008.
- ↑ Mickle, Bryn. "Hundreds of manhole covers stolen around Genesee County". Flint Journal, July 14, 2008. Accessed December 19, 2008.
- ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 5 de agosto de 2014. Arquivado do original em 13 de abril de 2014
- ↑ http://washington.cbslocal.com/2014/03/10/15000-in-manhole-covers-stolen-in-va/
- ↑ a b Poundstone, William (2003). How Would You Move Mount Fuji? Microsoft's Cult of the Puzzle – How the World's Smartest Company Selects the Most Creative Thinkers. [S.l.]: Little, Brown. ISBN 0-316-91916-0
- ↑ Davis, Jim (10 de fevereiro de 2009). «Why Are Manhole Covers Round?». Joblossguide.com. Consultado em 8 de abril de 2011
- ↑ Brooks,David. "Nashua’s triangular covers historic and unique". Nashua Telegraph, Aug. 21, 2011. Accessed Aug. 21, 2011.
- ↑ Marks, Paul (8 de fevereiro de 2011). «I, for one, welcome our manhole-seeking overlords». New Scientist. Consultado em 8 de abril de 2011
Outras leituras
[editar | editar código-fonte]- Camerota, Remo (2010). Drainspotting: Japanese Manhole Covers. New York: Mark Batty Publisher. ISBN 9780982075470. OCLC 317463479
- Gordenker, Alice (16 de dezembro de 2008). «Manhole covers». The Japan Times. So, What the Heck Is That? (column). Consultado em 15 de janeiro de 2013
- Melnick, Mimi (1999). Manhole Covers. Cambridge, Mass.: MIT Press. ISBN 0-262-13302-4.
- Raymond, Douglas (2007). Transylvanian Street Metal. San Francisco: Blurb Books. (sem ISBN.)
- Stuart, Diana (2003). Designs Underfoot: The Art of Manhole Covers in New York City. Sharon, Conn.: Design Books. ISBN 1-58574-639-8.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- O teste nuclear Pascal-B
- Relatório da Siemens para o estado de Massachusetts acerca das explosões de tampões
- World Sewer Cover Web site
- manholecovers united (Tampões de poços de visita em todo o mundo)
- The ultimate manhole covers web site