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Una
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Una
Bandeira
Brasão de armas de Una
Brasão de armas
Hino
Gentílico unense
Localização
Localização de Una na Bahia
Localização de Una na Bahia
Localização de Una na Bahia
Una está localizado em: Brasil
Una
Localização de Una no Brasil
Mapa
Mapa de Una
Coordenadas 15° 17' 34" S 39° 04' 30" O
País Brasil
Unidade federativa Bahia
Municípios limítrofes Ilhéus, Buerarema, Santa Luzia, Arataca, Canavieiras
Distância até a capital 503 km
História
Fundação 2 de agosto de 1890 (133 anos)
Emancipação 1 de janeiro de 1939 (85 anos)
Administração
Distritos
Prefeito(a) Tiago Birschner (PP, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [1] 1 159,525 km²
População total (IBGE/2010[2]) 24 106 hab.
Densidade 20,8 hab./km²
Clima Tropical
Altitude 40 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010[3]) 0,560 baixo
PIB (IBGE/2008[4]) R$ 97 021,725 mil
PIB per capita (IBGE/2008[4]) R$ 3 836,82
Sítio www.una.ba.gov.br (Prefeitura)

Una é um município do estado da Bahia, no Brasil. Seu nome significa, em língua tupi, "preto",[5] numa alusão à coloração do rio que banha a cidade. O município foi criado em 2 de agosto de 1890.

História [6][7][8][editar | editar código-fonte]

Os primeiros desbravadores do território que atualmente integra o município de Una foram D. Maria Clementina Henriqueta e seus familiares que ocuparam as terras no ano de 1770, requerendo a sesmaria a Rodrigo José de Meneses e Castro, então capitão da Capitania da Bahia. Em 26 de julho de 1787, a sesmaria foi-lhes concedida pela rainha de Portugal, Maria I, com três léguas de frente e uma de fundo, situada na confluência dos rios Una e Cachoeira (atual Sapucaeira). A fazenda recebeu o nome de São José.

Em 18 de setembro de 1809, a Fazenda São José foi arrematada por Manuel de Sousa. Logo depois, foram chegando colonos alemães, austríacos, poloneses, russos e baianos, que formaram nova povoação na embocadura do Rio Maruim, afluente do Rio Una pela margem esquerda e próximo à foz. Em virtude das águas escuras do rio, o povoado recebeu a denominação de Una, nome de origem tupi-guarani que significa "preto".

Anos depois, devido às mudanças climáticas, a povoação foi tragada pelo mar. Seus habitantes construíram uma nova povoação, distante quatro milhas do lugar original, onde hoje é o atual distrito de Pedras. A povoação manteve o nome Una.

No governo provisório do Marechal Hermes Ernesto da Fonseca, no dia 2 de agosto de 1890, foi criado o município de Una, que até então pertencia ao município de Canavieiras. Em 15 de agosto desse mesmo ano, foram instaladas a vila e a Câmara Municipal. A sede era a antiga Vila de Una, hoje o povoado de Pedras.

Por ter o desmembramento ocorrido sem a devida delimitação de terras do novo município, houve uma reanexação. Foi chamado o topógrafo Dr. Manoel Almeida, em 1904, para a demarcação de terras da localidade. Durante um período, ele fica intercalando sua moradia entre o Amazonas e o município de Una, então, depois de um tempo, Dr Almeida decide ficar definitivamente em Una e começa a cultivar na região, melhorando a economia, com a cultura de cacau, piaçava e seringa. Dessa forma, tornou-se um influente político e, mais tarde, o prefeito de Una.[9]

A lei estadual número 1.326, de 23 de agosto de 1923, proclamou a supressão e a transferência da sede do distrito para o povoado de Cachoeirinha (atual sede de Una). Em 2 de agosto de 1924, foi criada a Vila de Cachoeirinha, com território desmembrado do município de Canavieiras, com sede na povoação de Cachoeirinha. O convênio de limites foi assinado pelos intendentes Francisco Muniz Barreto e Antonio de Melo, em 9 de novembro de 1926 e publicado no Diário Oficial de Canavieiras de 11 de dezembro do mesmo ano.

Em 1 de janeiro de 1939, a Vila de Cachoeirinha foi elevada à categoria de cidade, com a denominação de Una, cuja composição administrativa é constituída de três distritos: o da sede (cidade de Una), o de Arataca e o de Itatingui (ex-Pratas).[10]

Influência cultural[editar | editar código-fonte]

O núcleo populacional do município se formou a partir das diversas culturas de diferentes povos, que imigraram para o município em diferentes períodos , como alemã, belga, japonesa, polonesa, que se acomodaram perto dos rios Una e Maroim.[11]

No século XIX, principalmente no final, o município recebeu uma grande quantidade de imigrantes vindos da Europa, cerca de 1.825 pessoas. A família alemã, Fuchs, foi uma delas. Eles chegaram ao Brasil logo no início do século, foi a primeira família a se destacar na região e construíram uma grande fazenda chamada Cachoeirinha na vila.[9]

Durante a década de 1950, o governo brasileiro decidiu povoar a Bahia, atraindo imigrantes japoneses para o estado.  Para isso criou colônias  japonesas; com o intuito de desenvolver áreas do estado, até então, improdutivas. A que mais se destacou foi a de Una que que possuía parceria com o órgão responsável por divisão de terra e empréstimos, o INIC (Instituto Nacional de Imigração e Colonização). Além disso, Una foi a primeira cidade do nordeste a receber os japoneses na segunda chamada dos imigrantes. Esse triunfo deu-se por conta da boa qualidade da terra para plantar e uma localização perto do mar, que era o maior interesse desses imigrantes.[9][12]

O interesse  interesse dos  belgas pelo município começou quando representantes do Instituto de Cacau foram visitar a Bélgica, antes mesmo de virem para o Brasil. Em 1963, um grupo de imigrantes belgas se transferiu para o nordeste brasileiro, mais especificamente para Una.[9]

Política[editar | editar código-fonte]

Intendentes[editar | editar código-fonte]

  • 1890/1899 – Manoel Vieira (Intendente do Conselho Municipal da Vila de Una)
  • 1890 - Antonio Diogo Neto, Presidente; Alexandre José Queiroz Guimarães, 1º Secretario e Pedro José Damásio, 2º Secretario (Mesa Diretora do Conselho)
  • 1900/1909 - Major João David Fuchs
  • 1910/1912 - João Clímaco Vieira[7]

Prefeitos[editar | editar código-fonte]

  • 1912/1916 - João Ranulfo Gusmão
  • 1917/1918 - Anferes João Baptista de Rego
  • 1919/1930 - Manoel Pereira de Almeida
  • 1931 - Antonio de Melo
  • 1932/1938 - Manoel Pereira de Almeida
  • 1939/1944 - Edgar Mata Pires
  • 1945/1948 - A.B.C de Freitas
  • 1949/1951 - Armil Fuchs de Almeida
  • 1952/1955 - A.B.C de Freitas
  • 1956/1959 - Armil Fuchs de Almeida
  • 1960/1963 - Carlos Antonio Cincurá de Almeida
  • 1964/1967 - Liberalino Barbosa Souto
  • 1968/1971 - João Gonçalves de Queiroz
  • 1972/1973 - Joaquim da Silva Rocha
  • 1974/1977 - José Olavo do Nascimento Filho
  • 1978/1983 - Luiz Elias de Souza
  • 1983/1988 - Antonio da Silva Andrade
  • 1989/1992 – Manoel Bispo Santos (Mané Dentista)
  • 1993/1996 - Luiz Elias de Souza
  • 1997/2000 - Dejair Birschner
  • 2001/2004 - Dejair Birschner
  • 2004 a 27/02/2008 – José Bispo Santos (Zé Pretinho) afastado por ordem judicial, assumindo o seu lugar o vice-prefeito Davi Cerqueira dos Santos até o dia 31/12/2008.
  • 2009/2012 - Dejair Birschner
  • 2013/2016 - Diane Brito Rusciolelli
  • 2017/2020 - Tiago Birschner

Geografia[editar | editar código-fonte]

Sua população estimada em 2008 era de 25 287 habitantes. Está situada a cerca de sessenta quilômetros de Ilhéus. Localiza-se, em Una, a ilha de Comandatuba, com hotéis de luxo e um aeroporto.

Principais Distritos: Una (sede) - Colônia de Una - Comandatuba - Outeiro - Pedras - Vila Brasil

Bairros do distrito sede: Centro - Bairro Novo - Sucupira - Urbis - Marcel Ganem - Santa Rita - Casas Populares do Estádio

Meio ambiente[editar | editar código-fonte]

A diversidade ambiental de Una permite a coexistência de várias espécies de animais, contendo, inclusive, espécies ameaçadas de extinção. Dentre esses ambientes, estão a Reserva Biológica de Una (Ecoparque de Una), constituída de mata atlântica e a Reserva Particular do Patrimônio Natural Araraúna (Lençóis Belgas).

Os mamíferos característicos do município são: o tatu (Dasypus sp.), o jupati (Philander opossum), o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), na ilha de Comandatuba. Na mata Atlântica estão presentes o mico-leão-de-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas) e a preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus), estes dois últimos ameaçados de extinção, e no mangue o guaxinim (Procyon cancrivorus) e o sagui (Callithrix kuhli).

Existem cerca de noventa espécies de aves, dentre elas o maçarico (Tringa sp.) e o gavião-carcará (Polyborus plancus). Na praia, o sabiá-da-praia (Mimus gilvus), única espécie endêmica da restinga, o pica-pau-de-cabeça-vermelha (Dryocopus lineatus), o pica-pau-branco (Melanerpes albicans), o periquito-testa (Aratinga aurea), o suiriri-do-gado (Machethornis rixoxus), o sanhaço-do-coqueiro (Thraupis palmarum), na parte central da Ilha de Comandatuba e a garça-azul (Florida caerulea) e o gavião-pinhé (Milvago chimachima) no mangue.

Répteis com destaque são o calango-verde (Ameiva ameiva), o calango catenda (Tropidurus torquatus), a jibóia (Boa constrictor) e quatro espécies de tartaruga-marinha ameaçadas de extinção: tartaruga de pente (Eretmochelys imbricata), verde (Chelonia mydas), cabeçuda (Caretta caretta) e olivácea (Lepidochelys olivacea).

A fauna marinha é rica em peixes, entre os quais o robalo (Centropomus ssp.), a tainha (Mugil ssp.) e a pescada (Cynoscion sp.) - no canal e próximo da praia; o cação-martelo (Sphyrna sp.), o dourado (Coryphaena hippurus), o marlin-azul (Makaira nigricans), o sailfish (Istiophorus platypterus) e o atum (Thunus sp.) - na região oceânica.

Os invertebrados mais importantes são caranguejos como o guaiamum (Cardissoma guanhumi), encontrado em terreno seco, o uçá (Ucides cordatus), o aratu (Goniopsis cruentata), o siri-do-mangue (Callinectes sp.) e os chama-maré (Uca ssp.), no mangue; o grauçá (Ocypode quadrata) e o siri-da-areia (Arenaeus cribarius), na praia.[13]

Apesar dessa enorme biodiversidade listada, sabe-se que ainda tem muita espécie a se descobrir, porque, apesar do grande desmatamento que ocorreu na década de 70 por conta da criação da BR-101, Una ainda possuí uma área de mata atlântica bem ampla e preservada.

Ecoparque[editar | editar código-fonte]

A Reserva Biológica de Una , também conhecida como Ecoparque de Una, foi criada por institutos não governamentais com o objetivo de preservar o bioma da região, que é considerado um dos mais ricos do mundo, um dos 25 “hotspot” existentes no planeta, além de contribuir para o desenvolvimento da economia local  através do turismo sustentável. Essa forma de desenvolvimento foi dita pelo IESB (Instituto de Estudos Sócio-ambientais do Sul da Bahia) e pelo CI Brasil (Conservation Internacional do Brasil), como a melhor para fomentar a economia da cidade em harmonia com a natureza.

Praias[editar | editar código-fonte]

Economia[14][editar | editar código-fonte]

A economia do município de Una na Bahia é baseada na agricultura e no extrativismo, principalmente na produção de coco, açaí, cupuaçu, piaçava, dendê e palmito, e no turismo.

Turismo[editar | editar código-fonte]

Una está a 65 km de Ilhéus, neste município está a sofisticada Ilha de Comandatuba, com hotéis de luxo e aeroporto. A Mata Atlântica e as corredeiras do rio Una, banhos de lama negra e as praias lindíssimas estão entre os principais atrativos do município. As praias são margeadas por amplos coqueirais, destacam-se as de Comandatuba, Itapororora, Independência, Lençóis e Ilha do Desejo.

A Mata Atlântica é referência mundial, pois Una possui a maior biodiversidade vegetal do planeta. A Reserva Biológica de Una, área de conservação e proteção integral administrada pelo Governo federal, onde se pode avistar uma das mais belas florestas do mundo por uma passarela de mais de 20 metros de altura, construída na copa das árvores.

A Ilha de Comandatuba, uma estreita faixa de terra separada do continente, com fauna e flora intocada em meio a um vasto coqueiral, é um verdadeiro deleite para os fãs de esportes náuticos. Na ilha está instalado um dos maiores resorts do Brasil, o Transamerica Comandatuba, que possui até um aeroporto particular.

Nos povoados de Comandatuba e Pedras de Una, artesãos e pescadores preservam o modo de vida tradicional, que pode ser mais bem evidenciado durante a popular puxada de mastro. A igreja do padroeiro local, São Sebastião, construída pelos jesuítas, conserva as características arquitetônicas de séculos antigos. A estrutura turística é de causar inveja. Ela conta com muitas pousadas e restaurantes, além de lojas de artesanato e uma escola de tapetes e cangas artesanais.[15]

Referências

  1. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  2. «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 24 de agosto de 2013 
  4. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  5. [1]
  6. «Tudo sobre Una - Estado da Bahia». Cidades do meu Brasil. Consultado em 10 de setembro de 2019 
  7. a b «História de Una». Prefeitura Municipal de Una 
  8. «Una – 241 anos de história - 87 anos de emancipação política». Portinari Para Todos. 25 de agosto de 2011. Consultado em 10 de setembro de 2019 
  9. a b c d «2». Potencial ecoturístico no município de Una-Ba: realidades e perspectiva (Monografia). Ilhéus-Ba: Universidade Estadual de Santa Cruz. 2001 
  10. Silva, Rosilane Maciel da. (2020). O Coronel Manoel de Pereira de Almeida e a formação do município de Una. [S.l.]: CRV. p. p.23. ISBN 978-65-5868-794-8 
  11. Avaliação do nível de dificuldade da trilha interpretativa do Ecoparque de Una (Tese). Curitiba. 2007. p. 193; 194 
  12. «Na Bahia, filhos de japoneses investem no cacau | Agência de Notícias». Agência de Notícias - IBGE. 27 de dezembro de 2019. Consultado em 5 de dezembro de 2022 
  13. [2]
  14. «As praias de Una na Bahia são quase inexploradas». Guia de turismo e viagem de Salvador, Bahia e Nordeste. 29 de novembro de 2012. Consultado em 10 de setembro de 2019 
  15. «Una - BA». Guia do Turismo Brasil. Consultado em 10 de setembro de 2019