Usuário:Contoaberto/Democracia virtual

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Democracia[editar | editar código-fonte]

O dicionário Houaiss da Língua Portuguesa dá oito definições para a palavra “democracia” e uma delas versa que este é o “governo do povo; governo em que o povo exerce a soberania”. Outra definição informa que democracia é um “governo no qual o povo toma as decisões importantes a respeito das políticas públicas (...)”. Em vários países tem-se uma concepção errada de que o exercício da democracia se dá somente através do voto para eleger representantes do Legislativo e do Executivo a cada dois anos. Porém, se analisarmos os dois parágrafos anteriores, podemos concluir que democracia consiste sim em eleições periódicas, porém, mais do que isso, ela exige que haja a participação popular nas decisões tomadas pelos governantes. Democracia exige que os governantes “mandem obedecendo”, como bradam os membros do Movimento Zapatista do sudeste mexicano. [1]

Internet: um novo marco[editar | editar código-fonte]

O surgimento e a popularização da internet criaram um novo marco na democracia com a chamada “democracia virtual”. A grande rede se torna, cada vez mais, uma ferramenta de incentivo e fomento da democracia, facilitando -até certo ponto- a participação popular na vida política de cidades, estados e do país como um todo. A internet é uma ferramenta com capacidade de promover a participação da sociedade civil em assuntos de interesse público, participação esta que configura de maneira efetiva a luta por uma sociedade cada vez mais justa e democrática. Deste modo, podemos afirmar que a democracia digital deve assegurar a participação civil nas decisões políticas de uma nação. Esta “democracia virtual” permite tanto o acesso a ações governamentais quanto a cobrança sobre aqueles que exercem a política em nosso país. Além disso, a internet pode servir também como ferramenta de articulação e de expressão de atores sociais diversos, uma espécie de fuga ao “sufocamento” imposto pela mídia monopolizada existente em alguns países.[2]

A democracia virtual[editar | editar código-fonte]

A democracia virtual ou e-democracia é uma forma de discussão de debates entre o governo e a população através da internet. Na Europa e nos Estados Unidos, o uso da Internet e outras redes de computador no sector público acenderam um debate sobre formas novas da democracia. Análises deste estudo, como o uso de tecnologias da Internet por governos, com o fornecimento de serviços e interação com os cidadãos - também chamado e-governo - contribui para o realce da democracia.

Democracia virtual (ou e-democracia, que advém das palavras eletronic e democracy) é um recurso usado na internet a partir do século XXI para promover uma maior interação de debates entre o governo e a população. Este modelo de democracia abrange as áreas sociais, econômicas e culturais e permite que os cidadãos tenham exercício livre sobre os mesmos, podendo participar igualmente das propostas.

Entretanto, em nenhum outro ponto na história uma tecnologia de comunicações teve um impacto tão rápido e largo na sociedade como a internet. Ao contrário dos meios precedentes, a Internet representa uma ferramenta democrática inovadora, porque permite que os povos interajam diretamente com a informação que lhes é apresentada, não obstante os limites geográficos.

Os cidadãos, pela primeira vez na história, podem comunicar-se com as autoridades do governo mais livremente, associando-se com grupos de interesse mais facilmente, votam online, e (logo) podem participar ativamente em todos os estágios do processo de decisão: avaliação das necessidades, recolha da informação, fazer exame de decisão, avaliação e correção das ações.

Assim, a rede tem um número de potenciais democráticos, incluindo:

  • Interatividade
  • Exatidão ao ponto e às modalidades não-hierárquicas de uma comunicação
  • Custos baixos para os utilizadores
  • Rapidez como um meio de comunicação
  • Não limitação geográfica
  • Capacidade (parcial) de manter o anonimato.

A informação é "o material cru" de uma sociedade democrática e a Internet pode promover a disseminação da informação, ao mesmo tempo que aumenta a participação do cidadão.

Entretanto, a Internet não pode ser considerada como uma solução para o deficit democrático de hoje, mas apenas como uma ferramenta que possa de forma inteligente, ser usada para realçar a democracia e a participação do cidadão.

Na democracia-virtual o poder representativo é abolido; assim sendo, todas as leis são aprovadas diretamente pelos cidadãos (utilizando os meios tecnológicos ao dispor: internet, caixas de banca automática e outros); deixando o parlamento de existir como órgão legislativo.

Este método realça através das novas tecnologias a velha democracia, sem restrições de local, de condições sociais, e resistindo de um modo muito eficaz a tentativas oligárquicas.

Conceito[editar | editar código-fonte]

A expressão “democracia digital” - e outras equivalentes como “democracia eletrônica”, “ciberdemocracia”, “democracia virtual”, “teledemocracia” e suas versões – é cada vez mais extensivamente empregada, por pesquisadores, políticos e militantes sociais e, enfim, pelo discurso público. O conceito que lhe corresponde, a idéia de democracia digital, serve como um campo magnético capaz de atrair para o seu centro temas relacionados à política ou à democracia em sua ligação com um considerável número de verbetes da cibercultura, tais como “internet”, “novas tecnologias”, “mundo digital”, “recursos web”. Correspondentemente, o conjunto de fenômenos da ordem da realidade queconstituem a referência de “democracia digital” é um universo de fronteiras não muito precisas, situado no cruzamento entre duas dimensões que, por si só, são já tão imprecisos, a saber, a democracia e as tecnologias digitais. Dado este quadro, o emprego da expressão se faz mais claro: com “democracia digital” usualmente é feita referência a um montante muito amplo de experiências, iniciativas e práticas políticas relacionadas à idéia ou às instituições da democracia, na medida em que tais experiências, iniciativas e práticas se apoiam em dispositivos, ferramentas e recursos das tecnologias digitais de comunicação e informação. [3]

Aplicação[editar | editar código-fonte]

Democracia virtual pode ser aplicada dentro dos processos políticos das comunidades locais, estados, regiões, nações e no cenário global.[4] Atores e setores democráticos neste contexto incluem, em ordem de importância, os cidadãos (eleitores), organizações políticas, os meios de comunicação, funcionários eleitos e governos.[5] Democracia virtual como a democracia em sua forma ideal, é uma democracia direta. Na forma prática tem sido uma instanciação de formas mais limitadas da democracia.

Neste sentido mais limitado, democracia virtual, muitas vezes refere-se a adjuntos tecnológicos para uma república, ou seja , o uso de tecnologias de informação e tecnologias de comunicação e estratégias nos processos políticos e de governança. Em alguns casos flagrantes, o termo é usado para se referir a qualquer coisa política que envolve a Internet. Ann Macintosh, em 2004, usou o termo para significar um complemento tecnológico para uma república, afirmando: "Democracia virtual está preocupado com o uso de tecnologias de informação e comunicação para envolver os cidadãos, apoiar os processos de tomada de decisões democráticas e fortalecer a democracia representativa.  Atores e setores democráticos neste contexto incluem governos, funcionários eleitos, os meios de comunicação, organizações políticas e cidadãos. Para aqueles que vêem "Democracia virtual " como um complemento para uma república , é dito para apontar para a participação cidadã mais ampla e ativa habilitado pela Internet, comunicações móveis e outras tecnologias em democracia representativa de hoje, bem como através de mais participativa ou formas diretas de participação dos cidadãos na resolução dos desafios públicos.[6]

As primeiras experiências de Democracia Virtual[editar | editar código-fonte]

A primeira experiência prática mostra que o democracia virtual pode ser usado para melhorar a burocracia relacionada com as operações de votação (voto eletrônico ) e relacionados à deliberação popular, de tomada de decisão .

Estados Unidos[editar | editar código-fonte]

A ferramenta da vez, em se tratando de democracia virtual no país, é o We the People. O site é mantido pela Casa Branca para estreitar os laços com o eleitorado e permitir que qualquer cidadão americano maior de 13 anos possa apresentar petições online para determinado fim. Em 14 de novembro de 2012, uma proposta inusitada ganhou o apoio de nada menos do que 34 mil pessoas: a construção de uma Estrela da Morte, uma estação espacial de combate que aparece nos filmes da saga Star Wars, com a justificativa de assegurar a defesa do país. Por regra do We the People, a Casa Branca analisa todas as petições que tenham mais de 25 mil assinaturas para que possam receber devida atenção dependendo da petição. [7]

Alemanha[editar | editar código-fonte]

A Alemanha é um dos países líderes em democracia virtual, em parte porque o mundo político local foi visto nisso uma oportunidade de interagir e manter o eleitorado, em parte por causa de uma tendência cultural Democrática não é típica de países com uma forte cultura calvinista.

A mais conhecida é a experiência do Partido Pirata alemão. Nascido em 2006, tem vindo a desenvolver, sempre promovendo os temas da cidadania digital e democracia direta. Querendo adotar uma ferramenta para a gestão de propostas dentro do partido, desenvolve e adota uma plataforma SW para deliberação (votação): software LiquidFeedback , que implementa os princípios da democracia líquida. A plataforma é feita de um conjunto permanente e virtual, em que todas as iniciativas são desenvolvidas e submetido a votação entre todos os membros do partido. As iniciativas que passam pelo crivo da assembléia, são realizadas por seus representantes eleitos na forma tradicional do sistema institucional alemão.

Para mencionar outros esforços na implementação do democracia virtual, a adoção pela plataforma Adhocracy deliberativo Partido Social-Democrata alemão .

Itália[editar | editar código-fonte]

Mesmo com pouco apoio institucional, em 2004, o Ministério de Inovação e Tecnologias projetos co-financiados limitados para o desenvolvimento da cidadania digital e participação dos cidadãos no governo do território. A maioria dessas experiências foram resolvidas na difusão de sites institucionais, com (no máximo) fóruns de discussão pública. Enquanto isso, juntamente com as iniciativas "institucionais", começaram a surgir projetos  privados  (muitas vezes amador), a fim de alcançar plataformas de software para o desenvolvimento da democracia direta e participativa.

Em junho de 2013 alguns deputados do Partido Democrático do Civil e Escolha de Ecologia Esquerda e Liberdade juntaram uma plataforma de democracia virtual baseada na liquidfeedback, patrocinado pelo senador Laura Puppato. [8]

Estónia[editar | editar código-fonte]

Estónia detém um recorde neste campo, na verdade ele foi o primeiro país no mundo a experimentar com o voto eletrônico, tudo isso a partir de 2005.[9] Os cidadãos estónios podem votar através da Internet, tanto para as eleições para o referendo em julho de 2013, o governo começou a distribuir o código fonte do seu sistema de voto eletrônico, tornando-o open-source.[10]

Islândia[editar | editar código-fonte]

Um projeto ambicioso é o que está ocorrendo na Islândia, onde, através de uma plataforma, estão tentando reescrever a Constituição nacional graças à contribuição de todos os cidadãos. O processo de revisão constitucional, no entanto, por conta do procedimento de aprovação do projecto da nova Constituição e os resultados da última eleição, parece ter falhado.[11]

No Brasil[editar | editar código-fonte]

As iniciativas do poder público na construção de espaços virtuais ainda são reduzidas no Brasil e deixam o país na 55ª. posição no ranking mundial dos governo eletrônicos, junto com Índia e China, atrás de Argentina (44), México (39), Chile (18), Colômbia (9).

Os países no topo do ranking são: Coréia do Sul, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Países Baixos.

A Macroplan, empresa de consultoria em análises prospectivas, fez um levantamento em parceria com pesquisadores do Instituto Universitário Europeu (Florença, Itália), sobre democracia eletrônica, publicado por um Instituto das Nações Unidas. O estudo avaliou 92 sites de casas legislativas em países de sistema político federativo (Brasil, Espanha e Estados Unidos), assim como 30 espaços virtuais de informação e deliberação que potencializam a capacidade de tornar o processo político mais participativo, transparente e legítimo. A pesquisa revelou que quando bem utilizadas as tecnologias da informação e comunicação estão contribuindo, e muito, para aumentar a transparência do processo político, abrindo espaços novos de informação e deliberação e, principalmente, dando mais força a democracia.

No Brasil, demonstra o estudo, as iniciativas no âmbito do Executivo ainda se restringem à publicação de dados para fins de controle e acompanhamento dos gastos públicos. Segundo o estudo da Macroplan, o principal problema no Brasil é mais acentuado nas casas legislativas, justamente onde deveria haver mais transparência e interação no meio virtual. Os níveis de confiança do cidadão e sua disposição em participar de iniciativas levadas a cabo pelo Legislativo ainda são bastante baixos. Além de expor o reduzido número de iniciativas no poder Legislativo que servem como exemplo de participação e transparência, o estudo mostra um fato que se pode observar na maioria dos parlamentos estaduais e municipais brasileiros: o fornecimento de informações de utilidade questionável em seus sites. Há casos extremos de total ausência de informações sobre a atividade legislativa. Outro problema recorrente é a falta de reatividade dos políticos. [12]

As melhores práticas na categoria transparência da ação parlamentar foram desenvolvidas nos Estados Unidos - Open Congress, Capitol Words for you e Open legislation e, no Reino Unido, They work for us e BBC Democracy Live.

Câmara dos Deputados[editar | editar código-fonte]

e-Democracia[editar | editar código-fonte]

O Projeto e-Democracia tem como proposta incentivar a participação da população nos debates políticos do país. Deste modo eles acreditam que as políticas públicas serão mais realistas e implantados de uma melhor maneira. Além disso, não é obrigatório se prender a temas específicos, existe a possibilidade de propor novos temas de discussões e torna-lo uma comunidade legislativa. [13]

Wikilegis[editar | editar código-fonte]

Com base na filosofia wiki da Wikipédia, a Câmara dos Deputados do Brasil desenvolveu o conceito de Wikilégis dentro doportal e-Democracia, uma ferramenta digital que permite a realização de trabalho colaborativo na construção da lei. Assim, o cidadão poderá apresentar sugestões diretamente no texto de forma colaborativa com outros usuários.

Obviamente que tal mecanismo tem o escopo de facilitar a participação objetiva e responsável, ou seja, o cidadão dá sua opinião, já evidenciando a forma de concretizar sua idéia em algo legalmente viável. Assim, o cidadão pode apresentar sugestões de emendas ao texto, ou mesmo elaborar o seu próprio projeto com a ajuda de outras pessoas.

O objetivo do Wikilégis é estimular a busca pelo consenso na construção da lei. A participação popular não precisa (e talvez não deva) gerar a formulação da lei propriamente dita e sim promover elementos para sua construção.

Um dos exemplos de aplicação do Wikilégis é a experiência de comunidades virtuais legislativas geradas pelo Projeto e-Democracia da Câmara dos Deputados brasileira.

Senado Federal[editar | editar código-fonte]

O Senado Federal também criou a sua ferramenta, o e-Cidadania, assim como outros projetos criados pelo governo, essa iniciativa tem por pretensão estimular maior participação política dos cidadãos nas atividades legislativas, orçamentárias, de fiscalização e de representação da Casa. Além disso, o projeto tem também como objetivo propagar maior conhecimento acerca dos debates em curso no Senado e dos processos legislativos; Permitir aos senadores um acesso mais rápido sobre as manifestações da população, e ainda, proporcionar maior transparência (tanto administrativa como orçamentaria) à sociedade sobre assuntos que antes não eram de acesso rápido e fácil.[14]

A internet no cenário político brasileiro[editar | editar código-fonte]

A internet também vigora como ferramenta de propaganda política. Seja ela disseminada em grandes portais ou redes sociais, ou até mesmo na esfera dos blogs que tratam de assuntos mais específicos a campanha de determinados candidatos, prestando informações muitas vezes sonegadas nos meios de comunicação convencionais como televisão e rádio, como o histórico político e as ideias dos candidatos. Sendo assim, a internet vai crescendo como ferramenta tanto para o eleitor quanto para o candidato. A chamada Web 2.0 (conceito que abrange serviços onde o usuário cria conteúdos e que pode ser perfeitamente aplicado às centenas de redes sociais existentes no mundo) pode ser apontada como ponto inicial da participação política de cidadãos pela internet. Uma pesquisa do DataSenado aponta que a grande rede é a segunda mídia mais utilizada para busca de informação sobre política no Brasil, perdendo somente para a televisão.

A pesquisa, realizada entre os dias 8 e 21 de setembro de 2009, contou com a opinião de 1088 brasileiros de todas as capitais e apontou que a maioria dos entrevistados (59%), acredita que a internet terá “importância elevada” nos próximos processos eleitorais dos próximos anos.

Outros números também chamam a atenção: 58% acessam a internet mais de uma vez por mês; 78% afirmam ler blogs e portais de notícia para se informarem sobre política; 83% têm entre 20 e 39 anos de idade; a internet é a ferramenta preferida para informações sobre política para 19% dos entrevistados; 67% preferem a TV, 11% preferem jornais e revistas e 4% optam pelo rádio.[15]

Mídia democrática[editar | editar código-fonte]

Na era da globalização, a mídia foi drasticamente transformada pelo uso da tecnologia digital. [16] A ideia de mídia democrática se refere a ideia de que todos deveriam ter acesso a comunicação eletrônica dentre outros meios, fundos públicos deveriam ser utilizados para o uso público dos centros de mídia e dar às pessoas acesso a todas as formas de mídia eletrônica e digital. [17]

Democracia digital e o impacto da tecnologia sobre o governo e a política[editar | editar código-fonte]

Esta é uma nova prática de globalização. O pluralismo político e o diálogo, são novos significados da democracia que foram forjados pelo surgimento de novas políticas de tomada de decisões públicas na internet. A evolução da tecnologia moderna mudou entendimentos clássicos, como o diálogo político ea responsabilidade política. Os americanos estão focando em seus dispositivos móveis para atualizações de notícias. Uma pesquisa que foi lançada com o relatório deste ano mostra que quase metade dos americanos (47%) obtém, atualmente, algum tipo de notícia local em um dispositivo móvel ou no celular. [18] Os americanos, agora, estão se voltando para dispositivos móveis, principalmente para acessar notícias que servem às necessidades imediatas, tais como: clima, horários de filmes, informações sobre empresas locais e tráfego na sua área; a web notícia está começando a aumentar. Plataformas de notícias estão começando a diminuir e diminuir, pois cresce o número de pessoas que obtém notícias mais pela web que pelos jornais.[19] A internet, agora, perde apenas para a televisão como suporte para notícias entre os adultos americanos. A receita de publicidade móvel local está crescendo rapidamente, as emissoras, em 2009, fizeram 29 milhões de meios móveis. "Eu espero que o número dispare em bilhões, dentro de dois anos", disse Gordon Borrell. [20]

Projeto de lei da mídia democrática no Brasil[editar | editar código-fonte]

O projeto de lei de iniciativa popular, a “lei da mídia democrática”, propõe uma nova regulamentação nos setores de rádio e televisão brasileiros. O mesmo foi lançado no dia 27 de agosto de 2012, dia em que o código brasileiro de telecomunicações completara 50 anos.

O projeto busca garantir o direito à pluralidade dos indivíduos da sociedade, o direito a comunicação e a liberdade de expressão “de forma que as diferentes ideias, opiniões e pontos de vista, e os diferentes grupos sociais, culturais, étnico-raciais e políticos possam se manifestar em igualdade de condições no espaço público midiático.” De acordo com o projeto, a lei que se encontra em vigor está defasada, e não distribui o espaço midiático de maneira igualitária, favorecendo um grupo que representa a elite dominante do país.

Em novembro de 2013, o projeto foi debatido na Câmara dos deputados e foi apontado como uma ótima ferramenta para a conscientização da população sobre o monopólio dos meios de comunicação do país.[21]

Avanço das ferramentas virtuais[editar | editar código-fonte]

Imagine poder escolher o prefeito de sua cidade pela internet ou participar de um plebiscito sem sair de casa, direto do celular, tablet ou do computador pessoal... Na Suíça, há uma década, a cena faz parte do cotidiano, mas ainda é uma exceção. No Brasil, a chamada democracia digital dá os primeiros passos - com alguns tropeços - rumo a essa nova forma de participação política. Apesar das dificuldades, pesquisadores são unânimes ao afirmar que o caminho é longo. A web e suas ferramentas tem potencial para assumir o papel outrora desempenhado pela praça pública de Atenas - berço da democracia, onde as decisões eram tomadas sem intermediários - e dar uma nova cara ao sistema. Estamos em uma posição única para iniciar essa transformação. Pela primeira vez, em quase todo o continente latino-americano, a democracia não é apenas um intervalo entre ditaduras, e já temos a primeira geração formada nesse novo contexto - avalia Pedro Abramovay, mestre em Direito e diretor da Open Society Foundations para a America Latina. Contudo, o avanço das ferramentas virtuais exige cuidado, pois ela não é um processo simples, e por isso, pode trazer inúmeras dúvidas; a começar pelo risco de elitização, já que o acesso à internet ainda é pode se dizer que seja restrito. Isso sem falar nas incertezas quanto ao uso dela. Os abaixo-assinados virtuais, por exemplo, sequer têm validade jurídica, porque as assinaturas das petições carecem de certificação. Não há dúvidas de que a evolução é positiva, mas é preciso que seja cautelosa. Do contrário, grupos de interesses podem acabar falando em nome da sociedade, o que pode trazer malefícios. Além disso, sem um controle sobre o local e o momento do voto, há o perigo de uma volta do coronelismo em versão online - pondera o professor de Direito da Informática da UFRGS, Cesar Santolim. [22]

O Cidadão e a Democracia Virtual[editar | editar código-fonte]

A Internet oferece uma estrutura de oportunidades que tem o potencial de renovar o interesse do cidadão no engajamento cívico e participativo. Engajamento cívico pode ser entendido em três dimensões distintas: o conhecimento político (o que as pessoas aprendem sobre assuntos públicos), a confiança política (orientação do público de apoio ao sistema político), e participação política (atividades convencionais concebidas para influenciar o governo e o processo de tomada de decisões).[23]

A quantidade disponível de informações na Internet permite que os cidadãos se tornem mais bem informados sobre o governo e sobre as questões políticas, e a interatividade do meio permite que novas formas de comunicação com o governo se estabeleçam, ou seja, uma comunicação entre os cidadãos e os representantes eleitos e/ou servidores públicos. A publicação de informações de contato, legislação, agendas e políticas faz o governo mais transparente, potencialmente permitindo uma participação mais informada, tanto on-line como off-line.[24]

Um dos principais objetivos da Democracia Virtual é envolver ativamente os cidadãos, através da utilização de meios e tecnologias de comunicação. Dada a definição, a Democracia Virtual é vista como algo que encoraja os cidadãos a formar as suas próprias opiniões e, eventualmente, ajudar a escrever uma nova legislação.

A participação cívica[editar | editar código-fonte]

Em geral, o engajamento cívico pode ser pensado como o consumo de serviços prestados por instituições governamentais. A Internet oferece uma conexão com essas instituições, que pode ser usada como uma ferramenta para o processo de interação com essas referidas instituições. [25] De acordo com Roas Tsagarousianou , a democracia virtual se divide em três sub-áreas: "a prestação de informações, a deliberação e participação na tomada de decisões".[26] Em termos de democracia virtual, a participação cívica toma forma em redes sociais, organizações e fóruns online.

De acordo com Matt Leighninger, a internet impacta o governo de duas maneiras principais. [27] A primeira forma é o empoderamento dos indivíduos, as pessoas que têm um interesse em questões políticas atuais e a capacidade de aprender sobre eles, agora têm acesso às informações de que precisam para causar um impacto sobre as políticas públicas. Usando ferramentas online para se organizar, as pessoas podem ser envolvidas mais facilmente no processo de decisão política do governo. O primeiro impacto também tem levado a uma maior quantidade de esforços de engajamento público. Os representantes do governo são pressionados pelos cidadãos, (agora) mais informados e opinativos, e são potencialmente mais eficazes para responder e corresponder às preocupações e desejos do público.

A segunda forma em que a internet impacta o governo, é que à medida em que ela capacita grupos de pessoas. Sites de mídia social apoiam redes de pessoas e, atualmente, redes online estão afetando significativamente o processo político. Pressões feitas por estas redes, e desdobramentos externos causados por elas, estão resultando em um aumento nos esforços dos políticos para agradar ao público. A combinação de relações face-a-face e redes sociais é uma força potencialmente poderosa para o futuro da política e da democracia virtual.

A participação cidadã online nas democracias locais depende das oportunidades oferecidas pelo governo. Para democracia virtual ser eficaz, a democracia deve primeiro fornecer ou facilitar o fórum para discussão pública. Um processo de governo aberto à democracia virtual melhora a cooperação entre a população local e ajuda o governo a concentrar-se sobre as questões-chave que a comunidade quer abordar. A teoria é que cada cidadão tem a oportunidade de ter uma voz em seu governo local. A democracia virtual funciona em conjunto com as comunidades locais e dá a cada cidadão a chance de contribuir. O que torna uma democracia virtual efetiva, é que os cidadãos não contribuem somente para o governo, mas eles se comunicam e trabalham juntos para melhorar as suas próprias comunidades locais [28] .

Redes Cívicas e Esfera Pública[editar | editar código-fonte]

Redes Cívicas[editar | editar código-fonte]

As redes cívicas criam a possibilidade de captar a experiência dos indivíduos que são excluídos do debate que acontece na esfera pública virtual.Tomar conhecimento de formas comunicativas existentes em locais periféricos da sociedade e dessa forma trabalhar com interlocutores,visando encontrar problemas na esfera pública e buscar soluções para tais problemas. São exemplos de redes cívicas: movimentos feministas, movimentos de grupos étnicos e de minorias, de portadores de deficiência física e mental, de catadores de papel, organizações em defesa da criança e do adolescente, associações de bairro, grupos de auto ajuda, movimentos ecológicos, pela paz, contra violência. As redes cívicas são agentes, cujo intuito é a promoção da "politização de novas questões", apresentando-as de formas comunicativas diversificadas.

Esfera Pública Virtual[editar | editar código-fonte]

A esfera pública pode ser descrita como uma rede adequada para a comunicação de conteúdos, tomadas de posição e opiniões; nela os fluxos comunicacionais são filtrados e sintetizados, a ponto de se condensarem em opiniões públicas enfeixadas em temas.[29] As novas tecnologias de informação criaram um ambiente propício para a existência de uma esfera pública virtual, um local no qual pessoas apresentam, analisam e discutem questões de interesse comum. A internet proporciona um ambiente rico em informação e diferentes opiniões sobre um determinado assunto, permite ainda que ocorra a interação entre pessoas em diferentes locais, sem que seja necessário o encontro face a face. As redes de comunicação dão base para que ocorra uma enorme troca e compartilhamento de informações em diversos fóruns virtuais.[30]

Referências[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. http://www.tecmundo.com.br/rede-social/2885-democracia-digital.htm#ixzz2pv8Fqu00
  2. http://www.tecmundo.com.br/rede-social/2885-democracia-digital.htm#ixzz2pvAGi0aA
  3. http://www.compolitica.org/home/wp-content/uploads/2011/01/gt_ip-wilson.pdf
  4. http://www.publicus.net/articles/edempublicnetwork.html
  5. http://www.publicus.net/articles/edemresources.html
  6. http://unibhri.files.wordpress.com/2010/12/maria-do-rosc3a1rio-silva-ciberespac3a7o_-um-espac3a7o-pc3bablico-virtual-para-a-democracia-contemporc3a2nea.pdf
  7. http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/politica/pagina/democracia-digital.html
  8. http://espresso.repubblica.it/attualita/cronaca/2013/06/24/news/e-democracy-laura-batte-beppe-1.55829
  9. http://www.rivieraoggi.it/2011/02/23/114620/elezioni-politiche-in-estonia-si-vota-via-internet/
  10. http://hi-tech.leonardo.it/e-voting-open-source-estonia/
  11. http://agenziaradicale.com/index.php/esteri/1930-islanda-che-fine-ha-fatto-la-costituzione-2-0
  12. http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/11/13/democracia-virtual-340502.asp
  13. http://edemocracia.camara.gov.br/o-que-e#.UsynyfteOMQ
  14. http://www12.senado.gov.br/ecidadania/sobre
  15. http://www.tecmundo.com.br/rede-social/2885-democracia-digital.htm
  16. Ch. M. Akrivopoulou (2011)
  17. Earth Island Journal. Resources for Media Democracy.(Brief Article). GREENR. Retrieved 6 February 2012.
  18. Pew Internet and American Life Project in association with the Knight Foundation
  19. Deborah Potter (2010) with Katerina-eva Matsa. The State of the news media. An annual report on American Journalism
  20. TVB press release. News Report Finds Broadcast TV Stations Outpace Newspapers in Interactive Sales in 2009. April 20, 2010
  21. http://www.paraexpressaraliberdade.org.br/index.php/2013-04-30-15-58-11
  22. http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/politica/pagina/democracia-digital.html
  23. Norris, P. (2001). ''Digital divide: Civic engagement, information poverty, and the Internet worldwide. Cambridge: University Press''
  24. Center for Digital Government "ENGAGE: Creating e-Government that Supports Commerce, Collaboration, Community and Common Wealth" 2008 Nicusa.com
  25. {{cite journal|last=Bakardjieva|first=M.|title=Subactivism: Lifeworld and Politics in the Age of the Internet|journal=Information Society|year=2009|volume=25|issue=2|doi=10.1080/01972240802701627}}
  26. {{cite journal|last=Pautz|first=H.|title=The Internet, Political Participation and Election Turnout|journal=German Politics & Society|year=2010|volume=28|issue=3|doi=10.3167/gps.2010.280309}}
  27. {{cite journal|last=Leighninger|first=Matt|title=Citizenship and Governance in a Wild, Wired World|journal=National Civic Review|year=2011|volume=100|issue=2|doi=10.1002/ncr.20056}}
  28. {{cite journal|title=Size and e-Democracy: Online Participation in Norwegian Local Politics|doi=10.1111/j.1467-9477.2009.00235.x|journal=Scandinavian Political Studies|authors=Saglie, Jo; Vabo, Signey Irene|pages=382–401 [397]}}
  29. HABERMAS, 2003b, p.92
  30. MAIA, Rousiley. Redes cívicas na internet,p.51

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]