Diabetes mellitus tipo 1: diferenças entre revisões

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| Nome = Diabetes do tipo 1
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<!-- Definição e sintomas -->
O '''diabetes mellitus tipo 1''' é uma disfunção metabólica e uma das formas de diabetes mellitus. É uma doença [[autoimune]] que resulta em destruição das [[células beta]] do [[pâncreas]], as quais produzem [[insulina]].
'''Diabetes mellitus tipo 1''' é uma forma de [[diabetes mellitus]] em que a [[insulina]] não é produzida em quantidade suficiente,<ref name=WHO2016/> o que leva ao [[Hiperglicemia|excesso de glicose no sangue]].<ref name=NIH2014Cau/> Os sintomas clássicos são [[Poliúria|micção frequente]], [[Polidipsia|sede excessiva]], [[Polifagia|fome excessiva]] e perda de peso.<ref name=WHO2016/> Entre outros possíveis sintomas estão visão enevoada, [[fadiga]] e feridas que não cicatrizam corretamente.<ref name=NIH2014Type/> Os sintomas geralmente manifestam-se após um curto período de tempo.<ref name=NIH2014Cau/>


<!-- Causa e diagnóstico -->
O diabetes mellitus tipo 1 acomete aproximadamente de 5-10% da população de diabéticos. Sua incidência varia de acordo com a geografia, sendo mais prevalente em alguns países europeus. No Brasil, a incidência é de sete pacientes a cada 100 mil habitantes. <ref>[http://www.criasaude.com.br/N9887/doencas/estatisticas-diabetes-1.html - Estatísticas Diabetes tipo 1]</ref> Os sintomas do Diabetes mellitus tipo 1 surgem geralmente na infância e adolescência, o que torna os pacientes dependentes de insulinoterapia por toda a vida.
Desconhece-se a causa da diabetes de tipo 1.<ref name=WHO2016>{{cite web |title=Diabetes Fact sheet N°312 |url=http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs312/en/ |work=WHO |accessdate=29 May 2017 |date=November 2016 |df=dmy |deadurl=no |archiveurl=https://web.archive.org/web/20130826174444/http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs312/en/ |archivedate=26 August 2013 }}</ref> No entanto, acredita-se que envolva uma combinação de fatores [[Genética|genéticos]] e ambientais.<ref name=NIH2014Cau/> Entre os [[Fator de risco|fatores de risco]] estão [[antecedentes familiares]] da doença.<ref name=Change2014/> O mecanismo subjacente envolve uma destruição [[Doença autoimune|autoimune]] das [[Célula beta|células beta]] que produzem [[insulina]] no [[pâncreas]].<ref name=NIH2014Type/> O diagnóstico de diabetes é feito com a avaliação da quantidade de glicose ou [[hemoglobina glicosilada]] no sangue.<ref name=Change2014/><ref name=NIH2015Diag>{{cite web|title=Diagnosis of Diabetes and Prediabetes|url=https://www.niddk.nih.gov/health-information/diabetes/diagnosis-diabetes-prediabetes|website=NIDDK|accessdate=31 July 2016|date=May 2015|deadurl=no|archiveurl=https://web.archive.org/web/20160816185123/https://www.niddk.nih.gov/health-information/diabetes/diagnosis-diabetes-prediabetes|archivedate=16 August 2016|df=dmy-all}}</ref> A diabetes do tipo 1 distingue-se da [[Diabetes mellitus tipo 2|do tipo 2]] pela presença de [[autoanticorpo]]s.<ref name=Change2014/>


<!-- Tratamento e prognóstico-->
Antigamente conhecido como diabetes juvenil, o diabetes tipo 1 é geralmente diagnosticado em crianças e jovens. Diferentemente do que ocorre nos casos de diabetes tipo 2, nos quais existe produção reduzida de insulina, no diabetes tipo 1 o corpo não produz insulina alguma.<ref>http://www.diabeticool.com/perguntas-respostas/o-que-causa-diabetes/</ref> Um subtipo de tipo 1, chamado de [[LADA]] (ou diabetes autoimune latente), é identificado pela presença de anticorpos contra células beta e tipicamente se desenvolve lentamente, aparecendo quando o indivíduo já é adulto, o que o leva a ser confundido com o tipo 2. Além disso, uma pequena proporção de casos de diabetes tipo 2 manifestam uma forma genética do doença conhecida como [[diabetes juvenil de início tardio]].
Não existe forma de prevenir a diabetes do tipo 1.<ref name=WHO2016/> Para sobreviver, é necessário tratamento com [[insulina]].<ref name=NIH2014Cau>{{cite web|title=Causes of Diabetes|url=https://www.niddk.nih.gov/health-information/diabetes/causes|website=NIDDK|accessdate=31 July 2016|date=August 2014|deadurl=no|archiveurl=https://web.archive.org/web/20160810063435/https://www.niddk.nih.gov/health-information/diabetes/causes|archivedate=10 August 2016|df=dmy-all}}</ref> A [[insulinoterapia]] é geralmente realizada com uma injeção imediatamente por baixo da pele, embora possa também ser realizada com uma [[bomba de insulina]].<ref>{{cite web|title=Alternative Devices for Taking Insulin|url=https://www.niddk.nih.gov/health-information/diabetes/manage-monitoring-diabetes/alternative-devices-taking-insulin|website=NIDDK|accessdate=31 July 2016|date=July 2016|deadurl=no|archiveurl=https://web.archive.org/web/20160816170132/https://www.niddk.nih.gov/health-information/diabetes/manage-monitoring-diabetes/alternative-devices-taking-insulin|archivedate=16 August 2016|df=dmy-all}}</ref> Seguir uma [[dieta diabética]] e preticar exercício físico com regularidade são uma parte essencial do tratamento.<ref name=NIH2014Type/> Caso não seja tratada, a diabetes pode resultar em várias complicações.<ref name=WHO2016/> Entre as complicações a relativamente curto prazo estão a [[cetoacidose diabética]] e o [[coma hiperosmolar hiperglicémico]].<ref name=Change2014/> Entre as complicações a longo prazo estão [[doenças cardiovasculares]], [[Acidente vascular cerebral|acidentes vasculares cerebrais]], [[doença renal crónica]], [[pé diabético]] e [[retinopatia diabética]].<ref name=WHO2016/> Podem ainda ocorrer complicações derivadas da [[Hipoglicemia|pouca quantidade de glicose no sangue]] devido uma dose excessiva de insulina.<ref name=Change2014/>


<!-- Epidemiologia -->
A insulina é um [[hormônio]] necessário para promover a captação da [[glicose]] (presente no açúcar, amidos e outros tipos de alimentos) pelas células, de modo a fornecê-las a energia necessária para a vida diária. Sem [[insulina]] o bastante, muita glicose permanece na corrente sanguínea. A alta quantidade de glicose no sangue, chamada [[hiperglicemia]], pode ser causada, por exemplo, ao se comer uma refeição maior do que a usual, perder uma dose de medicação ou insulina, estar doente, inativo ou até mesmo estressado. A baixa quantidade de glicose no sangue, chamada [[hipoglicemia]], pode ocorrer caso haja muita insulina em seu organismo, se você não houver se alimentado corretamente ou pulado uma refeição ou caso você esteja muito ativo sem comer a quantidade necessária de carboidratos.
Estima-se que a diabetes do tipo 1 seja responsável por 5 a 10% de todos os casos de diabetes.<ref name=Lancet06>{{cite journal |author=Daneman D |title=Type 1 diabetes |journal=The Lancet |volume=367 |issue=9513 |pages=847–58 |date=11 March 2006 |pmid=16530579 |doi=10.1016/S0140-6736(06)68341-4}}</ref> Desconhece-se o número de pessoas afetadas em todo o mundo, embora se estime que em cada ano cerca de {{formatnum:80000}} crianças desenvolvam a doença.<ref name=Change2014>{{cite journal|last1=Chiang|first1=J. L.|last2=Kirkman|first2=M. S.|last3=Laffel|first3=L. M. B.|last4=Peters|first4=A. L.|title=Type 1 Diabetes Through the Life Span: A Position Statement of the American Diabetes Association|journal=Diabetes Care|date=16 June 2014|volume=37|issue=7|pages=2034–2054|doi=10.2337/dc14-1140|pmid=24935775}}</ref><ref name=Change2014/><ref>{{cite web|title=FAST FACTS Data and Statistics about Diabetes|url=http://professional.diabetes.org/ResourcesForProfessionals.aspx?cid=91777|website=|publisher=American Diabetes Association|accessdate=25 July 2014|deadurl=no|archiveurl=https://web.archive.org/web/20151216001425/http://professional.diabetes.org/ResourcesForProfessionals.aspx?cid=91777|archivedate=16 December 2015|df=dmy-all}}</ref> A prevalência da doença varia significativamente, desde aproximadamente 1 novo caso por {{formatnum:100000}} pessoas por ano na [[Ásia Oriental]] e na [[América Latina]], até cerca de 30 novos casos por {{formatnum:100000}} pessoas por ano na [[Escandinávia]] e no [[Kuwait]].<ref>{{cite book |title=Global report on diabetes |date=2016 |publisher=World Health Organization |isbn=978-92-4-156525-7 |pages=26–27 |url=http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/204871/1/9789241565257_eng.pdf?ua=1 |accessdate=31 July 2016 |deadurl=no |archiveurl=https://web.archive.org/web/20161007002653/http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/204871/1/9789241565257_eng.pdf?ua=1 |archivedate=7 October 2016 |df=dmy-all }}</ref><ref>{{cite book |last1=Skyler |first1=Jay |title=Atlas of diabetes |date=2012 |publisher=Springer |location=New York |isbn=978-1-4614-1028-7 |pages=67–68 |edition=4th |url=https://books.google.com/books?id=5n-RhyGrrpcC&pg=PA68 |deadurl=no |archiveurl=https://web.archive.org/web/20170908155611/https://books.google.com/books?id=5n-RhyGrrpcC&pg=PA68 |archivedate=8 September 2017 |df=dmy-all }}</ref> Geralmente a doença manifesta-se durante a infância ou no início da idade adulta.<ref name=NIH2014Cau/>

Outra condição que pode ser causada pelo diabetes tipo 1 é a cetoacidose, associada à hiperglicemia. Ela ocorre quando há pouca insulina na corrente sanguínea para ajudar a glicose a penetrar nas células e o corpo busca outros tipos de combustível para queimar.

Monitorar a glicemia (nível de glicose no sangue) e tomar uma ação para trazê-la de volta a uma variação saudável pode ajudar os pacientes a levar uma vida plena e com saúde.


==Causas==
==Causas==
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O diabetes tipo 1 é induzido por um ou mais dos seguintes fatores: susceptibilidade genética, um ativador diabetogênico e/ou exposição a um [[antígeno]] diabetogênico.<ref>Knip, M.; Veijola, R.; Virtanen, S. M.; Hyoty, H.; Vaarala, O.; Akerblom, H. K. (2005). "Environmental Triggers and Determinants of Type 1 Diabetes". Diabetes 54: S125–S136. doi:10.2337/diabetes.54.suppl_2.S125</ref>
O diabetes tipo 1 é induzido por um ou mais dos seguintes fatores: susceptibilidade genética, um ativador diabetogênico e/ou exposição a um [[antígeno]] diabetogênico.<ref>Knip, M.; Veijola, R.; Virtanen, S. M.; Hyoty, H.; Vaarala, O.; Akerblom, H. K. (2005). "Environmental Triggers and Determinants of Type 1 Diabetes". Diabetes 54: S125–S136. doi:10.2337/diabetes.54.suppl_2.S125</ref>

Revisão das 16h45min de 3 de janeiro de 2018

Diabetes do tipo 1
Diabetes mellitus tipo 1
Círculo azul, símbolo universal da diebetes.[1]
Sinónimos Diabetes insulino-dependente,[2] diabetes juvenil[3]
Especialidade Endocrinologia
Sintomas Micção frequente, sede excessiva, fome excessiva, perda de peso[4]
Complicações Cetoacidose diabética, coma hiperosmolar hiperglicémico, feridas que não cicatrizam, doenças cardiovasculares, retinopatia diabética[4][5][3]
Início habitual Relativamente rápido[2]
Causas Falta de insulina[4]
Fatores de risco Antecedentes familiares, doença celíaca[5][6]
Método de diagnóstico Níveis de glicose no sangue, hemoglobina glicosilada[5][7]
Prevenção Desconhece-se[4]
Tratamento Insulina, dieta diabética, exercício físico[3][2]
Frequência ~7.5% dos casos de diabetes[8]
Classificação e recursos externos
CID-10 E10
CID-9 250.x1, 250.x3
CID-11 1651053999
OMIM 222100
DiseasesDB 3649
MedlinePlus 000305
eMedicine med/546
MeSH D003922
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Diabetes mellitus tipo 1 é uma forma de diabetes mellitus em que a insulina não é produzida em quantidade suficiente,[4] o que leva ao excesso de glicose no sangue.[2] Os sintomas clássicos são micção frequente, sede excessiva, fome excessiva e perda de peso.[4] Entre outros possíveis sintomas estão visão enevoada, fadiga e feridas que não cicatrizam corretamente.[3] Os sintomas geralmente manifestam-se após um curto período de tempo.[2]

Desconhece-se a causa da diabetes de tipo 1.[4] No entanto, acredita-se que envolva uma combinação de fatores genéticos e ambientais.[2] Entre os fatores de risco estão antecedentes familiares da doença.[5] O mecanismo subjacente envolve uma destruição autoimune das células beta que produzem insulina no pâncreas.[3] O diagnóstico de diabetes é feito com a avaliação da quantidade de glicose ou hemoglobina glicosilada no sangue.[5][7] A diabetes do tipo 1 distingue-se da do tipo 2 pela presença de autoanticorpos.[5]

Não existe forma de prevenir a diabetes do tipo 1.[4] Para sobreviver, é necessário tratamento com insulina.[2] A insulinoterapia é geralmente realizada com uma injeção imediatamente por baixo da pele, embora possa também ser realizada com uma bomba de insulina.[9] Seguir uma dieta diabética e preticar exercício físico com regularidade são uma parte essencial do tratamento.[3] Caso não seja tratada, a diabetes pode resultar em várias complicações.[4] Entre as complicações a relativamente curto prazo estão a cetoacidose diabética e o coma hiperosmolar hiperglicémico.[5] Entre as complicações a longo prazo estão doenças cardiovasculares, acidentes vasculares cerebrais, doença renal crónica, pé diabético e retinopatia diabética.[4] Podem ainda ocorrer complicações derivadas da pouca quantidade de glicose no sangue devido uma dose excessiva de insulina.[5]

Estima-se que a diabetes do tipo 1 seja responsável por 5 a 10% de todos os casos de diabetes.[8] Desconhece-se o número de pessoas afetadas em todo o mundo, embora se estime que em cada ano cerca de 80 000 crianças desenvolvam a doença.[5][5][10] A prevalência da doença varia significativamente, desde aproximadamente 1 novo caso por 100 000 pessoas por ano na Ásia Oriental e na América Latina, até cerca de 30 novos casos por 100 000 pessoas por ano na Escandinávia e no Kuwait.[11][12] Geralmente a doença manifesta-se durante a infância ou no início da idade adulta.[2]

Causas

O diabetes tipo 1 é induzido por um ou mais dos seguintes fatores: susceptibilidade genética, um ativador diabetogênico e/ou exposição a um antígeno diabetogênico.[13]

Genéticas

O Diabetes tipo 1 é uma doença poligênica, isto é, muitos genes diferentes contribuem para o seu aparecimento. O gene que mais influi para o desenvolvimento do diabetes tipo 1, IDDM1, está localizado na região do MHC Classe II do cromossomo 6, na região de marcação 6p21. Certas variantes deste gene aumentam os riscos para diminuição de histocompatibilidade em pacientes tipo 1, dentre elas DRB1 0401, DRB1 0402, DRB1 0405, DQA 0301, DQB1 0302 e DQB1 0201, as quais são comuns em norte-americanos de descendência europeia e em europeus. Algumas variantes também parecem ser protetoras.[14]

Os riscos de uma criança desenvolver o diabetes tipo 1 são de 8% se o pai possui a doença, 10% se um irmão a tiver, aproximadamente 4% se a mãe for diabética tipo 1 e tinha 25 anos de idade ou menos quando deu à luz, e de cerca de 1% se a mãe tinha mais de 25 anos. Caso ambos os pais tenham diabetes tipo 1, as chances da criança compartilhar a doença chega a 30%.[15]

Ambientais

Gêmeos idênticos, e que portanto possuem exatamente os mesmos genomas, apresentam diferenças na expressão do diabetes tipo 1. Pesquisas indicam que, se um dos irmãos possuir diabetes tipo 1, o outro terá de 30% a 50% de chances de compartilhar a condição. Isto sugere que fatores ambientais também atuam de maneira determinante no aparecimento da doença.[16]

Outras indicações de que existem fatores ambientais em jogo são encontradas nas estatísticas de prevalência da doença na Europa (entre caucasianos, há diferenças de mais de 10 vezes dependendo do país) e a tendência de imigrantes adquirirem a incidência da doença no país para o qual se mudaram.

Vírus

De acordo com uma teoria, o diabetes tipo 1 é uma resposta autoimune desencadeada por uma invasão viral[17], na qual o sistema imune ataca as células infectadas pelos vírus juntamente com as células beta, produtoras de insulina, do pâncreas. Implicadas nesta hipótese estão as famílias de vírus Coxsackie ou rubéola. As evidências quanto a sua validade ainda são inconclusivas.

Nem todas as pessoas infectadas com vírus das famílias acima necessariamente desenvolvem o diabetes tipo 1. Isto sugere que há uma vulnerabilidade genética presente[18], suportada pelos registros de hereditariedade na tendência de se desenvolver a condição. Esta vulnerabilidade foi associada a determinados genótipos HLA. Ainda assim, a conexão entre estes genótipos e o desencadeamento da reação autoimune ainda é pouco compreendida.

Dieta

Alguns pesquisadores acreditam, apesar de nenhuma ligação conclusiva ter sido até agora encontrada, que a resposta autoimune é influenciada por anticorpos contra proteínas do leite de vaca == Pesquisa realizada na Finlândia - país no qual a incidência de raios solares é baixa e onde, portanto, costumeiramente ingere-se vitamina D suplementar – observou que doses de 2000 IU por dia dadas durante o primeiro ano de vida de uma criança diminuíam em 80% as chances de ela desenvolver diabetes tipo 1 no futuro. A relação causal entre estes fatos continua obscura.

Substância químicas e drogas

Algumas substâncias químicas e drogas destroem preferencialmente células pancreáticas. O Pyrinuron (Vacor, N-3-piridimetil-N'-p-nitrofenil uréia), um veneno para roedores introduzido nos Estados Unidos em 1976, destrói seletivamente células beta do pâncreas, resultando em diabetes tipo 1 caso ingerido acidental ou intencionalmente. A droga foi retirada de circulação nos EUA em 1979, mas continua sendo empregada em outros países.

Zanosar é a marca registrada para a streptozotocina, um antibiótico e agente antineoplástico usado em quimioterapias contra câncer pancreático. Ele destrói também células beta, o que resulta em diminuição na produção de insulina.

Demais problemas pancreáticos, como trauma, pancreatite e tumores (tanto benignos quanto malignos) podem também levar à diminuição na produção insulínica.

Referências

  1. «Diabetes Blue Circle Symbol». International Diabetes Federation. 17 March 2006. Arquivado do original em 5 August 2007  Verifique data em: |arquivodata=, |data= (ajuda)
  2. a b c d e f g h «Causes of Diabetes». NIDDK. August 2014. Consultado em 31 July 2016. Cópia arquivada em 10 August 2016  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata=, |data= (ajuda)
  3. a b c d e f «Types of Diabetes». NIDDK. February 2014. Consultado em 31 July 2016. Cópia arquivada em 16 August 2016  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata=, |data= (ajuda)
  4. a b c d e f g h i j «Diabetes Fact sheet N°312». WHO. November 2016. Consultado em 29 May 2017. Cópia arquivada em 26 August 2013  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata=, |data= (ajuda)
  5. a b c d e f g h i j Chiang, J. L.; Kirkman, M. S.; Laffel, L. M. B.; Peters, A. L. (16 June 2014). «Type 1 Diabetes Through the Life Span: A Position Statement of the American Diabetes Association». Diabetes Care. 37 (7): 2034–2054. PMID 24935775. doi:10.2337/dc14-1140  Verifique data em: |data= (ajuda)
  6. Elfström P, Sundström J, Ludvigsson JF (2014). «Systematic review with meta-analysis: associations between coeliac disease and type 1 diabetes.». Alimentary Pharmacology & Therapeutics. 40 (10): 1123–32. PMID 25270960. doi:10.1111/apt.12973. Cópia arquivada em 22 August 2016  Verifique data em: |arquivodata= (ajuda)
  7. a b «Diagnosis of Diabetes and Prediabetes». NIDDK. May 2015. Consultado em 31 July 2016. Cópia arquivada em 16 August 2016  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata=, |data= (ajuda)
  8. a b Daneman D (11 March 2006). «Type 1 diabetes». The Lancet. 367 (9513): 847–58. PMID 16530579. doi:10.1016/S0140-6736(06)68341-4  Verifique data em: |data= (ajuda)
  9. «Alternative Devices for Taking Insulin». NIDDK. July 2016. Consultado em 31 July 2016. Cópia arquivada em 16 August 2016  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata=, |data= (ajuda)
  10. «FAST FACTS Data and Statistics about Diabetes». American Diabetes Association. Consultado em 25 July 2014. Cópia arquivada em 16 December 2015  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata= (ajuda)
  11. Global report on diabetes (PDF). [S.l.]: World Health Organization. 2016. pp. 26–27. ISBN 978-92-4-156525-7. Consultado em 31 July 2016. Cópia arquivada (PDF) em 7 October 2016  Verifique data em: |acessodata=, |arquivodata= (ajuda)
  12. Skyler, Jay (2012). Atlas of diabetes 4th ed. New York: Springer. pp. 67–68. ISBN 978-1-4614-1028-7. Cópia arquivada em 8 September 2017  Verifique data em: |arquivodata= (ajuda)
  13. Knip, M.; Veijola, R.; Virtanen, S. M.; Hyoty, H.; Vaarala, O.; Akerblom, H. K. (2005). "Environmental Triggers and Determinants of Type 1 Diabetes". Diabetes 54: S125–S136. doi:10.2337/diabetes.54.suppl_2.S125
  14. Bluestone, J. A.; Herold, K.; Eisenbarth, G. (2010). "Genetics, pathogenesis and clinical interventions in type 1 diabetes". Nature 464 (7293): 1293. Bibcode 2010Natur.464.1293B
  15. http://www.diabeticool.com/o-que-e/diabetes-tipo-1/
  16. Ncbi.nlm.nih.gov. Retrieved 29 November 2011
  17. Nature Immunology 3, 338 – 340 (2002)
  18. "Donner", "Horst"; "Harald Rau, Paul G. Walfish, Jens Braun, Thorsten Siegmund, Reinhard Finke, Jürgen Herwig, Klaus H. Usadel and Klaus Badenhoop" ("2007"). "CTLA4 Alanine-17 Confers Genetic Susceptibility to Graves’ Disease and to type 1 Diabetes Mellitus"


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