Aeroclube Plaza Show

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Aeroclube Plaza Show
Aeroclube Plaza Show
Fachada em 2005.
Localização Avenida Octávio Mangabeira, Boca do Rio

Salvador, Bahia

País  Brasil
Inauguração 21 de outubro de 1999 (24 anos)
Fechamento 1 de maio de 2014 (10 anos)
Slogan A alegria pousou aqui!
Proprietário Consórcio Parques Urbanos
Administração Consórcio Parques Urbanos
Números
Área 250.000
Estacionamento 2.676
Salas de
cinema
7 salas
Interior do shopping, em 2005.
Área interna no ano de 2005.
Praça de alimentação em 2005.

O Aeroclube Plaza Show foi um centro comercial de Salvador, no estado brasileiro da Bahia, localizado na Avenida Otávio Mangabeira, entre bairros da Boca do Rio e Jardim Armação.[1] Inaugurado em 21 de outubro de 1999 em área concedida pela prefeitura de Salvador, foi o primeiro shopping soteropolitano ao ar livre, todavia, entrou em decadência comercial e processos judiciais.[1][2][3][4]

Em janeiro de 2016, a Prefeitura confirmou negociações para que uma empresa assuma a concessão para a construção de um parque aquático no lugar do centro comercial. O projeto do Shopping Bosque levado pelo Grupo Jereissati está paralisado e pouco andou a construção do Parque dos Ventos, que permanece assegurado mesmo com a possibilidade de mudança no outro lado do terreno. O parque poderia ser uma filial do Beach Park, do litoral cearense, que está estudando expandir-se pelo Nordeste do Brasil. Se concretizado, Salvador voltaria a ter um parque aquático desde o fechamento do Wet'n Wild.[5][6][7][8]

História[editar | editar código-fonte]

A partir de um investimento da ordem de 50 milhões de reais, em 1999, foi construído o maior festival center da América Latina em uma área de 28 mil metros quadrados à beira-mar..[1] Houve a geração de 10 mil empregos diretos e indiretos[1], através de cerca de 140 operações[9] dentre restaurantes, cafés, lojas, serviços, farmácias, agência de turismo, bancos, ópticas e joalheria. Além do complexo cinematográfico da UCI[10] (que desativou suas atividades em 2014), havia a casa noturna de shows Rock in Rio Café[11], o restaurante temático Café Cancun[12], a academia Hangar 45[10], as diversões e os jogos eletrônicos do Magic Games[10], o Boliche Aeroclube[10], as lojas de vendas de abadás para os blocos do Carnaval de Salvador Central do Carnaval[10] e Axé Mix[10], além de um mini kart e minigolfe[10]

Em 2006, motivada pelo declínio do público frequentador e com várias lojas fechadas, a administração do Aeroclube iniciou uma campanha de revitalização, em consenso com os empreendedores e lojistas do Shopping. A proposta foi aprovada na Câmara dos Vereadores de Salvador, através de uma lei que permitia a revitalização do empreendimento.[carece de fontes?]

Então em 2007, sobreveio o conceito "Aeroclube Shopping & Office", que utilizava parte da estrutura para escritórios. Os empreendedores acenaram agora com as lojas âncoras, tradicional estratégia para atrair consumidores – o que ainda teve que ser submetido aos órgãos competentes na época num investimento de R$ 50 milhões.[3][4]

Em janeiro de 2008, a Justiça embargou as obras, em razão de uma ação pública movida pelo advogado Celson Ricardo. Este mesmo advogado dizia, também, estar representando os interesses da comunidade da Boca do Rio. A ação questionava principalmente a necessidade de autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) para a obras de reforma, em face do tombamento da paisagem à frente do Aeroclube (Praia do Chega Nego a Piatã).[2] Sem questionar o tombamento (discutível em face da mudança de interpretação do IPHAN, que resultou no extremo aumento da paisagem tombada – de Praia do Chega Nego e Piatã, para Praia do Chega Nego a Piatã), o Aeroclube solicitou autorização ao IPHAN. Após atender todas as exigências e condicionantes deste órgão, o Aeroclube obteve a autorização necessária para a reforma e revitalização do empreendimento.[3]

Em 2010, a Justiça Federal da Bahia, em primeiro grau, proferiu sentença totalmente favorável ao Aeroclube. Nesta sentença, a Justiça Federal rejeitou todas as alegações do Autor Popular, o advogado Celso Ricardo, evidenciando que o empreendimento atendia as condições necessárias para retomar as obras de reforma e revitalização. Os membros da comunidade da Boca do Rio que apoiavam o Celso Ricardo (e o constituíram como advogado para propor ação contra o Aeroclube) voltaram atrás na ação e revogaram, em novembro de 2010, o mandato de procuração concedida ao advogado. Os moradores da região afirmaram ser os maiores prejudicados com o embargo do shopping, uma vez que se beneficiavam com os empregos gerados pelo empreendimento e sua área de lazer.[carece de fontes?] A questão do desembargo da obra dependia, ainda, da posição do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que autorizou em agosto de 2011 a retomada das obras de revitalização do empreendimento. O projeto seguinte de revitalização do shopping previa operações de lojas pioneiras na Bahia, exclusivas do Aeroclube, e uma área de compras e escritórios empresariais. Além disso, também estava prevista a construção do Parque Atlântico (ou Parque dos Ventos), um parque metropolitano na orla da Boca do Rio com previsão de se tornar um novo cartão-postal de Salvador.[2]

Em 2012, em regime de comodato, a 39ª Companhia Independente da Polícia Militar foi transferida do Costa Azul para o empreendimento, servindo os bairros da Boca do Rio, Stiep, Costa Azul, Imbuí, Pituaçu, Patamares e Jardim Armação, o que significa 20 km² de área habitada por 130 mil pessoas.[13][14]

Apesar da disputa judicial, em 2012, o Consórcio Parques Urbanos teve a concessão municipal prorrogada até 2056.[15], como compensação aos prejuízos do embargo, porém sem a construção do Parque Atlântico.[9] Ademais, foi ainda perdoada os 15 milhões de reais de dívida pelo IPTU.[16] O empreendimento encontra-se nos projetos da Prefeitura de revitalização da orla soteropolitana, prevendo demolição[15] Entretanto, novas denúncias foram feitas sobre seis crimes ambientais cometidos durante a reforma[17].

Fechamento e novo projeto[editar | editar código-fonte]

Em 2014, a prefeitura assinou o contrato com o Consórcio Parques Urbanos para a construção do Parque Atlântico e renovação do Aeroclube Plaza Show, ficando o terreno sob controle do grupo privado até 2052. O parque será integrado ao Aeroclube, construído como contrapartida à cidade. O Consórcio irá investir R$ 10 milhões na construção do parque e R$ 1,8 milhão anuais na manutenção do espaço público. Ao todo serão R$ 40 milhões em contrapartida à cidade, incluindo a viabilização para duas passarelas na região, uma via alternativa entre o shopping e a orla, pontos de ônibus e outras intervenções no trânsito. Todas essas modificações estão previstas na Lei Municipal 7.014/2006. O Parque Atlântico tem projeto arquitetônico assinado pela paisagista Rosa Kliass. No total, incluindo o shopping, a área será de 250 mil m².[18][19][20][21]

O Grupo Jereissati juntamente com outros sócios serão os investidores do novo projeto e quando estivesse pronto se chamaria "Bosque da Orla" ou informalmente "Novo Aeroclube".[18][19]

O shopping seria fechado e climatizado aproveitando a luz natural da região e funcionará de maneira integrada ao parque distribuído em dois pavimentos.[18][19]

O shopping terá restaurantes (haverá uma área de restaurantes no segundo andar com vista para o mar), cinemas, academias e lojas âncoras. No total, serão 270 lojas satélites, 2 lojas âncoras, 5 lojas megas, 8 restaurantes, 1 cinema com 7 salas e 2.676 vagas de estacionamento (uma parte coberta). O investimento total será de R$ 225 milhões (incluindo o parque), com previsão de conclusão em 2 anos, embora o parque possa ser concluído antes. Toda a estrutura antiga do Aeroclube será demolida para a construção da nova obra. O empreendimento vai gerar 5.000 empregos, sendo 3.000 diretos e 2.000 indiretos. Durante as obras, serão 2 mil empregos.[19][20][21]

A demolição da antiga estrutura se iniciou em 5 de maio e entre o processo de demolição e retirada do entulho estimou o prazo em 60 dias para o processo. A última estrutura que funcionava, no antigo Aeroclube, foi o cinema, que encerrou as atividades na semana anterior à demolição.[21]

O projeto do novo shopping que seria construido na área não saiu do papel, e em 26 de janeiro de 2020, foi inaugurado pela Prefeitura de Salvador, no local, o novo Centro de Convenções de Salvador[22], 4 anos depois do desabamento do antigo Centro de Convenções (este, pertencente ao estado)[23].

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d Tribuna da Bahia (7 de janeiro de 2010). «Aeroclube, Orla e o Bahia. Qual deles desencanta este ano?». Consultado em 30 de março de 2013 
  2. a b c Procuradoria da República na Bahia (23 de fevereiro de 2012). «MPF denuncia seis por crimes ambientais durante reforma do Aeroclube Plaza Show, em Salvador(BA)». Consultado em 6 de maio de 2014 
  3. a b c Revista B+ (5 de junho de 2012). «Aeroclube quer ser shopping de varejo». Consultado em 18 de julho de 2014 [ligação inativa]
  4. a b http://www.guiadasemana.com.br/salvador/compras/shoppings/aeroclube-plaza-show
  5. Redação Acorda Cidade (2 de fevereiro de 2016). «Área do antigo aeroclube pode se tornar filial do Beach Park em Salvador». Consultado em 2 de Fevereiro de 2016 [ligação inativa]
  6. Metro1 (1 de Fev de 2016). «Ao invés de shopping, antigo Aeroclube pode dar lugar a outro empreendimento». Consultado em 2 de Fevereiro de 2016 
  7. Metro1 (1 de Fev de 2016). «Prefeitura negocia para transformar antigo Aeroclube em parque aquático». Consultado em 2 de Fevereiro de 2016 
  8. Metro1 (2 de Fev de 2016). «Neto sobre Parque Aquático no Aeroclube: "Não posso negar nem confirmar"». Consultado em 2 de Fevereiro de 2016 
  9. a b Bahia Toda Hora (18 de dezembro de 2012). «Conflito à beira mar». Consultado em 30 de março de 2013 
  10. a b c d e f g «Cópia arquivada». Consultado em 30 de março de 2013. Arquivado do original em 13 de maio de 2014 
  11. http://atarde.uol.com.br/noticias/780318[ligação inativa]
  12. «Cópia arquivada». Consultado em 30 de março de 2013. Arquivado do original em 10 de julho de 2013 
  13. www.aegplus.com.br. «PM instala Companhia Independente no Aeroclube». Consultado em 30 de março de 2013 
  14. Redação Bocão News (26 de janeiro de 2012). «PM instala base no Aeroclube». Consultado em 30 de março de 2013 
  15. a b Evilásio Júnior / Bárbara Souza (27 de março de 2013). «Prefeito anuncia implosão do Aeroclube: 'Vamos demolir e começar do zero'». Consultado em 30 de março de 2013 
  16. Bahia já (25 de março de 2013). «LÍDER DO PTN na CMS cobra benefícios do Aeroclube para Salvador». Consultado em 30 de março de 2013 
  17. Bahia Notícias (28 de março de 2013). «MPF denuncia seis por crimes ambientais durante reforma do Aeroclube Plaza Show». Consultado em 30 de março de 2013 
  18. a b c CORREIO24horas. Novo Aeroclube terá R$ 10 milhões para construção e R$ 40 milhões para obras na região. Acesso em 28 de janeiro de 2014.
  19. a b c d A TARDE Online. Construção do novo Aeroclube vai levar 24 meses. Acesso em 28 de janeiro de 2014.
  20. a b http://www.correio24horas.com.br/detalhe/noticia/novo-aeroclube-sera-fechado-e-tera-parque-com-areas-de-lazer/?cHash=460e354eb7495b252dc48f51c82f2cd2, acessado em 11 de maio de 2014
  21. a b c http://atarde.uol.com.br/bahia/salvador/noticias/demolicao-do-aeroclube-deve-durar-60-dias-1589143, acessado em 11 de maio de 2014
  22. «Novo Centro de Convenções de Salvador será inaugurado no dia 26 de janeiro». Jornal CORREIO | Notícias e opiniões que a Bahia quer saber. 7 de janeiro de 2020. Consultado em 4 de outubro de 2020 
  23. Line, A. TARDE On. «Técnicos avaliam estragos no Centro de Convenções». Portal A TARDE. Consultado em 4 de outubro de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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