Aláqueme II
Aláqueme II | |
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2º Califa de Córdova | |
Monumento a Aláqueme II em Córdova | |
Reinado | 961–976 |
Antecessor(a) | Abderramão III |
Sucessor(a) | Hixame II |
Nascimento | 13 de janeiro de 915, em Córdova |
Morte | 16 de outubro de 976 (61 anos) |
Dinastia | Omíadas |
Pai | Abderramão III |
Filho(s) | Hixame II |
Aláqueme II,[1] Haquino II ou Haquim II[2] (em árabe: الحكم الثاني ابن عبد الرحمن; romaniz.: al-Ḥakam II ibn ʿAbd al-Raḥmān III) foi o segundo califa de Córdova, parte da Espanha islâmica, e filho de Abderramão III (Nácer). Ele reinou entre 961 e 976
Início do reinado
[editar | editar código-fonte]Aláqueme II ascendeu ao califado após a morte de seu pai em 961. Assegurou a paz com os reinos cristãos do norte da Ibéria e aproveitou-se deste período de estabilidade para desenvolver a agricultura através de construção de extensas obras de irrigação. O desenvolvimento econômico também foi encorajado pelo alargamento das ruas e a construção de mercados.
Patrocínio ao conhecimento
[editar | editar código-fonte]O próprio Aláqueme era versado em diversas ciências diferentes. Ele mandava comprar livros em Damasco, Bagdá, Constantinopla, Cairo, Meca, Medina, Cufa e Baçorá. Seu estatuto como patrono do conhecimento trouxe-lhe fama por todo o mundo islâmico, a ponto de haver livros publicados na região do Iraque, sob controle dos inimigos abássidas, dedicados a ele. Durante o seu reinado, um esforço massivo de tradução foi realizado e muitas obras foram traduzidas do latim e do grego para o árabe. Formou também comitês gerais entre muçulmanos árabes e cristãos moçárabes para realizar essa enorme tarefa.[3]
Sua biblioteca pessoal era gigantesca. Alguns relatos falam em 600 000 livros. O catálogo da biblioteca por si só tinha 44 volumes. De especial importância para Aláqueme era o tema da História e ele mesmo escreveu uma obra sobre a história de Alandalus.[3] Após a sua morte, Almançor mandou queimar todos os livros sobre "ciência antiga".[4]
Na corte de Aláqueme, estava, ativo, o famoso médico, cientista e cirurgião Abulcasis.
Obras
[editar | editar código-fonte]Entre as construções realizadas no seu reinado, estão a expansão da Mesquita de Córdova, e a conclusão da residência real de Medina Azahara (976), iniciada por Abderramão III em 936.
Conflitos no Norte da África
[editar | editar código-fonte]Enquanto a administração interna era deixada cada vez mais nas mãos do vizir berbere Almoxafi, o general Galibe ibne Abderramão gradualmente ganhava influência na corte como líder do exército. Ele estava preocupado primordialmente em repelir os últimos ataques dos normandos (966 e 971) e com a luta contra os zíridas e os fatímidas no norte de Marrocos. Estes últimos foram derrotados em Marrocos em 974 enquanto Aláqueme II conseguia manter a supremacia do califado sobre os reinos cristãos de Navarra, Castela e o Reino de Leão.
Vida pessoal
[editar | editar código-fonte]Em sua juventude, suas paixões parecem ter sido inteiramente homossexuais.[5] Ele ficou conhecido por manter um harém inteiramente composto por rapazes.[6] Esta exclusividade era um problema, pois o impedia de produzir um herdeiro. Uma solução finalmente foi encontrada quando ele tomou para si uma concubina, Subh (Sobeya), que se vestia com roupas masculinas e recebeu o nome de Jafar.[7]
Morte e sucessão
[editar | editar código-fonte]Foi sucedido por seu filho, Hixame II Almoaide, que tinha onze anos na época, e que ficou sob a regência do hájibe (grão-vizir) Almançor.
Ver também
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Aláqueme II
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Precedido por Abderramão III |
Omíadas Califado de Córdova 961-976 |
Sucedido por Hixame II |
Referências
- ↑ Coelho 1989, p. 137-138; 175.
- ↑ Franca 1994, p. 103.
- ↑ a b Najeebabadi, Akbar (2001). The History of Islam V.3. Riyadh: Darussalam. 145 páginas. ISBN 996089293 Verifique
|isbn=
(ajuda) - ↑ Ann Christy, Christians in Al-Andalus:711-1000, (Curzon Press, 2002), 142.
- ↑ Louis Crompton, Homosexuality and Civilisation, Harvard, 1990
- ↑ Encyclopedia of Medieval Iberia, ed. Michael Gerli (New York:Routledge, 2003), 398–399
- ↑ Évariste Lévi-Provençal, Histoire de l'Espagne musulmane, Paris, 1950
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Coelho, António Borges (1989). Portugal na Espanha Arabe: História. Lisboa: Editorial Caminho. ISBN 9722104209
- Franca, Rubem (1994). Arabismos: uma mini-enciclopédia do mundo árabe. Recife: Fundação de Cultura Cidade do Recife