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Marxismo cultural é uma teoria da conspiração^[1]^[2]^[3] difundida nos círculos conservadores e da extrema-direita estadunidense desde a década de 1990, que se refere a uma suposta forma de marxismo, alegadamente adaptada de termos econômicos a termos culturais pela Escola de Frankfurt, que teria infiltrado nas sociedades ocidentais com o objetivo final de destruir suas instituições e valores tradicionais através do estabelecimento de uma sociedade global, igualitária e multicultural.^[4]

Assim, a Escola de Frankfurt seria a origem de um movimento contemporâneo da esquerda mundial para destruir a cultura ocidental.^[5]^[6] Essa teoria é divulgada por pensadores conservadores como William Lind, Pat Buchanan, William S. Lind ^[7] e Olavo de Carvalho ^[8] e tem recebido o apoio institucional do Free Congress Foundation.^[9]^[10] Estes, defendem que o multiculturalismo, e o politicamente correto, são produtos da teoria crítica dos frankfurtianos.

Histórico

Apesar de ter se tornado mais popular no início dos anos 2000, a teoria foi criada por Michael Minnicino no artigo "New Dark Age: Frankfurt School and 'Political Correctness'", publicado em 1992 na revista Fidelio do Schiller Institute.^[11]^[12] O Schiller Institute, partidário do movimento LaRouche, promoveu a ideia ainda mais em 1994,^[13] num artigo onde Michael Minnicino defende que a Escola de Frankfurt promoveu o modernismo nas artes e definiu a contracultura dos anos 1960 tendo como base o movimento utópico Wandervogel, que emergiu no final da década de 1890 no Monte Verità na comuna de Ascona.^[11]

Em 1998, num discurso para a Conferência de Lideranças Conservadoras do think tank liberal Civitas Institute, Paul Weyrich explicou sua definição do termo, mais tarde utilizando-o em suas infames "Cartas da guerra cultural", onde invoca os conservadores a formarem um governo paralelo nos Estados Unidos.^[7]^[14]^[15] A pedido de Weyrich, William S. Lind escreveu um breve resumo de seu conceito de "marxismo cultural"; nele, Lind identifica a presença de homossexuais na televisão como prova do controle da mídia pelos marxistas e afirma que Herbert Marcuse considerava uma coalizão de "negros, estudantes, mulheres feministas e homossexuais" como a vanguarda de uma revolução cultural.^[5]^[16]^[17] Desde então, Lind publicou sua versão de um fictício apocalipse marxista.^[18]^[19] Os escritos de Lind e Weyrich defendem que o "marxismo cultural" deve ser combatido através de um "conservadorismo cultural vibrante", composto por "retrocultura", retorno ao uso de trens como meios de transporte público e agricultura de subsistência como a dos Amish.^[5]^[19]^[20]^[21]^[22]^[23]^[24] Mais tarde, em 2001, Weyrich e seu protegido Eric Heubeck defenderam abertamente uma "tomada das estruturas políticas" pelo "Novo Movimento Tradicionalista" num documento escrito para o Free Congress Foundation.^[25]^[26]^[27]

Em 1999, Lind produziu o documentário de uma hora Political Correctness: The Frankfurt School.^[12] Alguns trechos do material de Lind foram reutilizados por James Jaeger em seu vídeo do YouTube "Original Intent", que atribui citações de Death of the West de Pat Buchanan aos teóricos da Escola de Frankfurt.^[28] Segundo o historiador Martin Jay, o documentário de Lind:

“

Gerou uma série de versões textuais condensadas, que foram reproduzidas numa série de sites da extrema-direita radical. Estes, por sua vez, levaram a uma série de novos vídeos disponíveis no YouTube, que trazem um elenco esquisito de pseudo-especialistas que regurgitam exatamente as mesmas frases. A mensagem é entorpecentemente simplista: todos os males da cultura americana moderna, de feminismo, ação afirmativa, libertação sexual e direitos gays até a decadência do sistema educacional e até mesmo o ambientalismo são atribuídos à influência insidiosa dos membros do Instituto para Pesquisa Social que vieram para a América nos anos 1930. As origens do "marxismo cultural" seriam Lukács e Gramsci, mas como eles não vieram para os EUA, seus papéis na narrativa não é tão proeminente.^[12]

”

Antonio Gramsci apropriou-se do conceito de revolução passiva, originalmente concebido por Vincenzo Cuoco.^[29] Gramsci acreditava que uma "guerra de posições" era adequada para o Ocidente e, que a "guerra de movimentos", aplicar-se-ia no menos avançado Oriente.^[30] Na concepção gramsciana, uma revolução passiva ("revolução sem revolução") ^[29] usaria táticas sutis para induzir mudanças culturais de longo prazo na civilização ocidental.^[31]

Para a Dra. Heidi Beirich, o conceito de "marxismo cultural" é utilizado para demonizar "feministas, homossexuais, humanistas seculares, multiculturalistas, educadores sexuais, ambientalistas, imigrantes e nacionalistas negros".^[32] Dependendo da narrativa, os judeus também podem fazer parte dessa conspiração que pretende subverter a cultura ocidental. Apesar do cuidado em não se associar com o negacionismo do Holocausto, Lind teria dado uma palestra para um grupo de antissemitas em 2002 segundo o Southern Poverty Law Center.^[33]^[34]

Segundo Chip Berlet, especialista que estuda os movimentos da extrema-direita americana, a teoria da conspiração do marxismo cultural encontrou campo fértil após a criação do Movimento Tea Party em 2009.^[35] Mais recentemente, o terrorista norueguês Anders Behring Breivik incluiu o termo "marxismo cultural" em seu manifesto 2083: A European Declaration of Independence que, juntamente com o "Political Correctness: A Short History of an Ideologya" da Free Congress Foundation, foi enviado por e-mail para 1.003 endereços cerca de 90 minutos antes do atentado a bomba de 2011 em Oslo de sua autoria.^[36]^[37]^[38] Segmentos dos escritos de Lind sobre o "marxismo cultural" estavam presentes no manifesto de Breivik.^[39]

O filósofo e professor de ciência política Jérôme Jamin afirmou que "Perto da dimensão global da teoria da conspiração do marxismo cultural, reside sua dimensão inovadora e original, o que permite a seus autores evitar discursos racistas e fingir serem defensores da democracia".^[40] O professor da Universidade de Oxford, Matthew Feldman traçou a origem da terminologia até um conceito alemão anterior à Segunda Guerra Mundial conhecido na época como "Bolchevismo Cultural". De acordo com o cientista político, este conceito do "bolchevismo cultural" fez parte do discurso degenerativo que auxiliou na ascensão de Adolf Hitler ao poder.^[41] Contrariando Minnicino, Lind reconheceu que o "marxismo cultural" é "um esforço que data não dos anos 1960 e dos hippies e do movimento pela paz, mas sim da Primeira Guerra Mundial".^[34]

Recentemente, um grupo de fãs da série Star Wars trouxe o termo à tona ao criticar a presença de um negro e de uma mulher como protagonistas do filme O Despertar da Força, lançado mundialmente em dezembro de 2015. Segundo as críticas deste grupo, a presença desses atores em papéis-chave na produção cinematográfica revelaria um ativismo panfletário contra brancos e uma tentativa de propagar o "marxismo cultural".^[42] O movimento teve grande repercussão no Twitter, entretanto os autores da hashtag eventualmente confessaram que tratava-se de uma brincadeira, porém não antes do caso tomar tais proporções que até mesmo o diretor do filme, J. J. Abrams, tivesse publicado uma mensagem de repúdio ao argumento apresentado pela campanha.^[43]

Ver também

Referências

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Bibliografia

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-'''Marxismo cultural''{{Sfnm|Jamin|2016|1p=98|Richardson|2015|2p=221}}<ref>{{Citar web|url=https://www.theguardian.com/commentisfree/2015/jan/19/cultural-marxism-a-uniting-theory-for-rightwingers-who-love-to-play-the-victim|publicado=[[The Guardian]]|título='Cultural Marxism': a uniting theory for rightwingers who love to play the victim|primeiro=Jason|ultimo=Wilson|data=19 de janeiro de 2015}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.vice.com/en_us/article/unwrapping-the-conspiracy-theory-that-drives-the-alt-right|publicado=[[Vice (revista)|Vice]]|título=Unwrapping the 'Cultural Marxism' Nonsense the Alt-Right Loves|primeiro=Scott|ultimo=Oliver|data=23 de fevereiro de 2017}}</ref> difundida nos círculos conservadores e de direita]] estadunidense desde a década de 1990, que se refere a uma forma de [[marxismo]], adaptada de termos econômicos a termos culturais pela [[Escola de Frankfurt]], que teria infiltrado nas [[Mundo ocidental|sociedades ocidentais]] com o objetivo final de destruir suas instituições e valores tradicionais através do estabelecimento de uma [[Globalismo|sociedade global]], [[Igualitarismo|igualitária]] e [[Multiculturalismo|multicultural]].{{Sfn|Jamin|2016|p=86}}
+'''Marxismo cultural'''  é uma [[teoria da conspiração]]{{Sfnm|Jamin|2016|1p=98|Richardson|2015|2p=221}}<ref>{{Citar web|url=https://www.theguardian.com/commentisfree/2015/jan/19/cultural-marxism-a-uniting-theory-for-rightwingers-who-love-to-play-the-victim|publicado=[[The Guardian]]|título='Cultural Marxism': a uniting theory for rightwingers who love to play the victim|primeiro=Jason|ultimo=Wilson|data=19 de janeiro de 2015}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://www.vice.com/en_us/article/unwrapping-the-conspiracy-theory-that-drives-the-alt-right|publicado=[[Vice (revista)|Vice]]|título=Unwrapping the 'Cultural Marxism' Nonsense the Alt-Right Loves|primeiro=Scott|ultimo=Oliver|data=23 de fevereiro de 2017}}</ref> difundida nos círculos [[conservador]]es e da [[extrema-direita]] estadunidense desde a década de 1990, que se refere a uma suposta forma de [[marxismo]], alegadamente adaptada de termos econômicos a termos culturais pela [[Escola de Frankfurt]], que teria infiltrado nas [[Mundo ocidental|sociedades ocidentais]] com o objetivo final de destruir suas instituições e valores tradicionais através do estabelecimento de uma [[Globalismo|sociedade global]], [[Igualitarismo|igualitária]] e [[Multiculturalismo|multicultural]].{{Sfn|Jamin|2016|p=86}}
-Assim, a Escola de Frankfurt seria a origem de um movimento contemporâneo da [[esquerda (política)|esquerda]] mundial para destruir a [[cultura ocidental]].<ref name=Berkowitz>Berkowitz, Bill (2003), "Reframing the Enemy: 'Cultural Marxism', a Conspiracy Theory with an Anti-Semitic Twist, Is Being Pushed by Much of the American Right." Intelligence Report. Southern Poverty Law Center, Summer. [http://web.archive.org/web/20040207095318/http://www.splcenter.org/intel/intelreport/article.jsp?aid=53&printable=1]</ref><ref>Lind, William S. [http://www.marylandthursdaymeeting.com/Archives/SpecialWebDocuments/Cultural.Marxism.htm "What is Cultural Marxism?"]. ''Maryland Thursday Meeting''.</ref>defendem que o [[multiculturalismo]] e o [[politicamente correto]] são produtos da teoria crítica dos frankfurtianos. Essa teoria é divulgada por pensadores conservadores como William Lind, Pat Buchanan, Paul Weyrich<ref name=Weyrich>{{citar web|last1=Weyrich|first1=Paul|title=Letter to Conservatives by Paul M. Weyrich|url=https://www.nationalcenter.org/Weyrich299.html|website=Conservative Think Tank: "The National Center for Public Policy Research"|accessdate=30 de novembro de 2015}}</ref> e [[Olavo de Carvalho]]<ref>Lima, José Antonio. [http://www.cartacapital.com.br/politica/corram-os-comunistas-estao-chegando-8968.html "Corram, os comunistas estão chegando"]. ''[[CartaCapital]]''. 6 de fevereiro de 2014.</ref> e tem recebido o apoio institucional do Free Congress Foundation.<ref>Jamin, Jérôme (2014). [https://books.google.com.br/books?id=VbLSBAAAQBAJ&lpg=PP1&pg=PA84&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false "Cultural Marxism and the Radical Right"]. In Shekhovtsov, A.; Jackson, P. The Post-War Anglo-American Far Right: A Special Relationship of Hate. ''The Post-War Anglo-American Far Right: A Special Relationship of Hate'' (Basingstoke: Palgrave Macmillan). pp. 84–103. doi:10.1057/9781137396211.0009. ISBN 978-1-137-39619-8.</ref><ref>Richardson, John E. "‘Cultural-Marxism’ and the British National Party: a transnational discourse". In Copsey, Nigel; Richardson, John E. ''[https://books.google.com.br/books?id=HIwGCAAAQBAJ&redir_esc=y Cultures of Post-War British Fascism]''.</ref>
+Assim, a Escola de Frankfurt seria a origem de um movimento contemporâneo da [[esquerda (política)|esquerda]] mundial para destruir a [[cultura ocidental]].<ref name=Berkowitz>Berkowitz, Bill (2003), "Reframing the Enemy: 'Cultural Marxism', a Conspiracy Theory with an Anti-Semitic Twist, Is Being Pushed by Much of the American Right." Intelligence Report. Southern Poverty Law Center, Summer. [http://web.archive.org/web/20040207095318/http://www.splcenter.org/intel/intelreport/article.jsp?aid=53&printable=1]</ref><ref>Lind, William S. [http://www.marylandthursdaymeeting.com/Archives/SpecialWebDocuments/Cultural.Marxism.htm "What is Cultural Marxism?"]. ''Maryland Thursday Meeting''.</ref> Essa teoria é divulgada por pensadores conservadores como William Lind, [[Pat Buchanan]], [[William S. Lind]] <ref name=Weyrich>{{citar web|last1=Weyrich|first1=Paul|title=Letter to Conservatives by Paul M. Weyrich|url=https://www.nationalcenter.org/Weyrich299.html|website=Conservative Think Tank: "The National Center for Public Policy Research"|accessdate=30 de novembro de 2015}}</ref> e [[Olavo de Carvalho]] <ref>Lima, José Antonio. [http://www.cartacapital.com.br/politica/corram-os-comunistas-estao-chegando-8968.html "Corram, os comunistas estão chegando"]. ''[[CartaCapital]]''. 6 de fevereiro de 2014.</ref> e tem recebido o apoio institucional do [[Free Congress Foundation]].<ref>Jamin, Jérôme (2014). [https://books.google.com.br/books?id=VbLSBAAAQBAJ&lpg=PP1&pg=PA84&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false "Cultural Marxism and the Radical Right"]. In Shekhovtsov, A.; Jackson, P. The Post-War Anglo-American Far Right: A Special Relationship of Hate. ''The Post-War Anglo-American Far Right: A Special Relationship of Hate'' (Basingstoke: Palgrave Macmillan). pp. 84–103. doi:10.1057/9781137396211.0009. ISBN 978-1-137-39619-8.</ref><ref>Richardson, John E. "‘Cultural-Marxism’ and the British National Party: a transnational discourse". In Copsey, Nigel; Richardson, John E. ''[https://books.google.com.br/books?id=HIwGCAAAQBAJ&redir_esc=y Cultures of Post-War British Fascism]''.</ref> Estes, defendem que o [[multiculturalismo]], e o [[politicamente correto]], são produtos da [[teoria crítica]] dos frankfurtianos.
 == Histórico ==
-Apesar de ter se tornado mais popular no início dos anos 2000, a teoria foi criada por Michael Minnicino no artigo "New Dark Age: Frankfurt School and 'Political Correctness'", publicado em 1992 na revista ''Fidelio'' do Schiller Institute.<ref name="ndag">[http://www.schillerinstitute.org/fid_91-96/921_frankfurt.html "New Dark Age: Frankfurt School and 'Political Correctness'"], Schiller Institute</ref><ref name="jay">Jay, Martin (2010), [https://web.archive.org/web/20111124045123/http://cms.skidmore.edu/salmagundi/backissues/168-169/martin-jay-frankfurt-school-as-scapegoat.cfm "Dialectic of Counter-Enlightenment: The Frankfurt School as Scapegoat of the Lunatic Fringe"]. ''Salmagundi'' (2010-2011, 168–169): 30–40.</ref> O Schiller Institute, partidário do [[LaRouche movement|movimento LaRouche]], promoveu a ideia ainda mais em 1994,<ref>Michael Minnicino (1994), "[http://www.schillerinstitute.org/conf-iclc/1990s/conf_feb_1994_minnicino.html Freud and the Frankfurt School]" (Schiller Institute, Fevereiro de 1994).</ref> num artigo onde Michael Minnicino defende que a Escola de Frankfurt promoveu o [[modernismo]] nas artes e definiu a [[Contracultura da década de 1960|contracultura dos anos 1960]] tendo como base o movimento [[utopia|utópico]] Wandervogel, que emergiu no final da década de 1890 no Monte Verità na comuna de [[Ascona]].<ref name="ndag" />
+Apesar de ter se tornado mais popular no início dos anos 2000, a teoria foi criada por Michael Minnicino no artigo "New Dark Age: Frankfurt School and 'Political Correctness'", publicado em 1992 na revista ''Fidelio'' do Schiller Institute.<ref name="ndag">[http://www.schillerinstitute.org/fid_91-96/921_frankfurt.html "New Dark Age: Frankfurt School and 'Political Correctness'"], Schiller Institute</ref><ref name="jay">Jay, Martin (2010), [https://web.archive.org/web/20111124045123/http://cms.skidmore.edu/salmagundi/backissues/168-169/martin-jay-frankfurt-school-as-scapegoat.cfm "Dialectic of Counter-Enlightenment: The Frankfurt School as Scapegoat of the Lunatic Fringe"]. ''Salmagundi'' (2010-2011, 168–169): 30–40.</ref> O [[Schiller Institute]], partidário do [[LaRouche movement|movimento LaRouche]], promoveu a ideia ainda mais em 1994,<ref>Michael Minnicino (1994), "[http://www.schillerinstitute.org/conf-iclc/1990s/conf_feb_1994_minnicino.html Freud and the Frankfurt School]" (Schiller Institute, Fevereiro de 1994).</ref> num artigo onde Michael Minnicino defende que a Escola de Frankfurt promoveu o [[modernismo]] nas artes e definiu a [[Contracultura da década de 1960|contracultura dos anos 1960]] tendo como base o movimento [[utopia|utópico]] ''[[Wandervogel]]'', que emergiu no final da década de 1890 no [[Monte Verità]] na comuna de [[Ascona]].<ref name="ndag" />
-Em 1998, num discurso para a Conferência de Lideranças Conservadoras do [[think tank]] liberal Civitas Institute, Paul Weyrich explicou sua definição do termo, mais tarde utilizando-o em suas infames "Cartas da guerra cultural", onde invoca os conservadores a formarem um governo paralelo nos Estados Unidos.<ref name=Weyrich /><ref name="CBS">{{citar web|last1=Moonves|first1=Leslie|title=Death Of The Moral Majority?|url=http://www.cbsnews.com/news/death-of-the-moral-majority/|obra=CBS news|publisher=The Associated Press|accessdate=19 de abril de 2016}}</ref><ref name="KOYZIS">{{citar livro|last1=Koyzis|first1=David T.|title=Political visions and illusions : a survey and Christian critique of contemporary ideologies|date=2003|publisher=InterVarsity Press|location=Downers Grove, Ill.|isbn=978-0830827268|page=82|url=https://books.google.com.au/books?id=4elGv0rz-u4C&pg=PA82&lpg=PA82&dq=A+moral+minority?+An+open+letter+to+conservatives&source=bl&ots=50m6RBqNe_&sig=Ou4_j531xCy-zehxHaunbjw-114&hl=en&sa=X&ved=0ahUKEwj3jLeWz6jLAhXlLKYKHRrtAiIQ6AEIITAB#v=onepage&q=A%20moral%20minority%3F%20An%20open%20letter%20to%20conservatives&f=false|accessdate=5 de março de 2016}}</ref> A pedido de Weyrich, William S. Lind escreveu um breve resumo de seu conceito de "marxismo cultural"; nele, Lind identifica a presença de [[homossexuais]] na televisão como prova do controle da mídia pelos marxistas e afirma que Herbert Marcuse considerava uma coalizão de "negros, estudantes, mulheres feministas e homossexuais" como a [[vanguarda]] de uma revolução cultural.<ref name=Berkowitz /><ref name=Lind>{{citar web|last1=Lind|first1=William S.|title=What is Cultural Marxism?|url=http://www.marylandthursdaymeeting.com/Archives/SpecialWebDocuments/Cultural.Marxism.htm|obra=Maryland Thursday Meeting|accessdate=9 de abril de 2015}}</ref><ref name="HOROWITZ">{{citar web|last1=Lind|first1=William S.|title=Political Correctness: A Short History of an Ideology|url=http://www.discoverthenetworks.org/viewSubCategory.asp?id=1332|obra=Discover The Networks|publisher=David Horowitz|accessdate=5 de março de 2016}}</ref> Desde então, Lind publicou sua versão de um fictício [[apocalipse]] marxista.<ref name=TAC>{{citar web|last1=Lind|first1=William S.|title=Washington's Legitimacy Crisis|url=http://www.theamericanconservative.com/washingtons-legitimacy-crisis/|website=The American Conservative|accessdate= 4 de maio de 2015}}</ref><ref name=VICTORIA>{{citar livro|last1=Lind|first1=William S.|title=Victoria: A Novel of 4th Generation Warefare|publisher=Castalia House|isbn=978-9527065457|url=https://www.traditionalright.com/victoria/|accessdate=30 de novembro de 2015}}</ref> Os escritos de Lind e Weyrich defendem que o "marxismo cultural" deve ser combatido através de um "conservadorismo cultural vibrante", composto por "retrocultura", retorno ao uso de trens como meios de transporte público e agricultura de subsistência como a dos [[Amish]].<ref name=Berkowitz /><ref name="VICTORIA" /><ref name="AmericanIdeas">{{citar web|last1=Lind|first1=William S.|last2=Weyrich|first2=Paul M.|title=The Next Conservatism|url=http://www.theamericanconservative.com/articles/the-next-conservativism/|obra=The American Conservative|publisher=American Ideas Institute|date=12 February 2007|accessdate=5 de março de 2016}}</ref><ref name="TNC">{{citar livro|last1=Lind|first1=William S.|last2=Weyrich|first2=Paul M.|title=The Next Conservatism|date=2009|publisher=St. Augustine's Press|location=South Bend, Ind.|isbn=978-1587315619|edition=1|url=https://books.google.com.au/books?redir_esc=y&id=peobAQAAMAAJ&focus=searchwithinvolume&q=amish|accessdate=5 de março de 2016}}</ref><ref name="CCP">{{citar web|last1=O'Meara|first1=Michael|title=The Next Conservatism? a review|url=http://www.counter-currents.com/2010/12/the-next-conservatism/|obra=Counter Currents Publishing|publisher=Counter-Currents Publishing, Ltd|accessdate=5 de março de 2016}}</ref><ref name="TOMMYTERRY">{{citar livro|last1=Terry|first1=Tommy|title=The Quelled Conscience of Conservative Evangelicals in the Age of Inverted Totalitarianism|isbn=978-1105675348|page=9|url=https://books.google.com.au/books?id=-dyuAwAAQBAJ&pg=PA9&lpg=PA9&dq=Paul+Weyrich+1999+%22Letter+to+Conservatives%22&source=bl&ots=qCCG3jWgic&sig=DwpLWm5gRXNVH5RnIx8HrKT9BZU&hl=en&sa=X&ved=0ahUKEwjQobWKyKjLAhXFg6YKHUDVAd0Q6AEIQzAJ#v=onepage&q=Paul%20Weyrich%201999%20%22Letter%20to%20Conservatives%22&f=false|accessdate=5 de março de 2016}}</ref><ref name="DISCARD">{{citar web|last1=Lind|first1=William S.|title=The Discarded Image|url=http://www.military.com/NewContent/0,13190,Lind_012704,00.html|website=Various|accessdate=5 de março de 2016}}</ref> Mais tarde, em 2001, Weyrich e seu protegido Eric Heubeck defenderam abertamente uma "tomada das estruturas políticas" pelo "Novo Movimento Tradicionalista" num documento escrito para o Free Congress Foundation.<ref name="web.archive.org">[http://web.archive.org/web/20010713152425/www.freecongress.org/centers/conservatism/traditionalist.htm The Integration of Theory and Practice: A Program for the New Traditionalist Movement] Eric Heubeck. Originally published on the [[Free Congress Foundation]] website in 2001, available through the [[Internet Archive]].</ref><ref name="yurica">[http://www.yuricareport.com/Dominionism/TheSwiftAdvanceOfaPlannedCoup.htm Conquering by Stealth and Deception, How the Dominionists Are Succeeding in Their Quest for National Control and World Power] Katherine Yurica. The Yurica Report. September 14, 2004.</ref><ref name=TheocracyWatch>[http://www.theocracywatch.org/#Dominionism "The Rise of the Religious Right in the Republican Party"], ''[[TheocracyWatch]]''. December 2005.</ref>
+Em 1998, num discurso para a Conferência de Lideranças Conservadoras do [[think tank]] liberal [[Civitas Institute]], Paul Weyrich explicou sua definição do termo, mais tarde utilizando-o em suas infames "Cartas da guerra cultural", onde invoca os conservadores a formarem um governo paralelo nos Estados Unidos.<ref name=Weyrich /><ref name="CBS">{{citar web|last1=Moonves|first1=Leslie|title=Death Of The Moral Majority?|url=http://www.cbsnews.com/news/death-of-the-moral-majority/|obra=CBS news|publisher=The Associated Press|accessdate=19 de abril de 2016}}</ref><ref name="KOYZIS">{{citar livro|last1=Koyzis|first1=David T.|title=Political visions and illusions : a survey and Christian critique of contemporary ideologies|date=2003|publisher=InterVarsity Press|location=Downers Grove, Ill.|isbn=978-0830827268|page=82|url=https://books.google.com.au/books?id=4elGv0rz-u4C&pg=PA82&lpg=PA82&dq=A+moral+minority?+An+open+letter+to+conservatives&source=bl&ots=50m6RBqNe_&sig=Ou4_j531xCy-zehxHaunbjw-114&hl=en&sa=X&ved=0ahUKEwj3jLeWz6jLAhXlLKYKHRrtAiIQ6AEIITAB#v=onepage&q=A%20moral%20minority%3F%20An%20open%20letter%20to%20conservatives&f=false|accessdate=5 de março de 2016}}</ref> A pedido de Weyrich, William S. Lind escreveu um breve resumo de seu conceito de "marxismo cultural"; nele, Lind identifica a presença de [[homossexuais]] na televisão como prova do controle da mídia pelos marxistas e afirma que [[Herbert Marcuse]] considerava uma coalizão de "negros, estudantes, mulheres feministas e homossexuais" como a [[vanguarda]] de uma revolução cultural.<ref name=Berkowitz /><ref name=Lind>{{citar web|last1=Lind|first1=William S.|title=What is Cultural Marxism?|url=http://www.marylandthursdaymeeting.com/Archives/SpecialWebDocuments/Cultural.Marxism.htm|obra=Maryland Thursday Meeting|accessdate=9 de abril de 2015}}</ref><ref name="HOROWITZ">{{citar web|last1=Lind|first1=William S.|title=Political Correctness: A Short History of an Ideology|url=http://www.discoverthenetworks.org/viewSubCategory.asp?id=1332|obra=Discover The Networks|publisher=David Horowitz|accessdate=5 de março de 2016}}</ref> Desde então, Lind publicou sua versão de um fictício [[apocalipse]] marxista.<ref name=TAC>{{citar web|last1=Lind|first1=William S.|title=Washington's Legitimacy Crisis|url=http://www.theamericanconservative.com/washingtons-legitimacy-crisis/|website=The American Conservative|accessdate= 4 de maio de 2015}}</ref><ref name=VICTORIA>{{citar livro|last1=Lind|first1=William S.|title=Victoria: A Novel of 4th Generation Warefare|publisher=Castalia House|isbn=978-9527065457|url=https://www.traditionalright.com/victoria/|accessdate=30 de novembro de 2015}}</ref> Os escritos de Lind e Weyrich defendem que o "marxismo cultural" deve ser combatido através de um "conservadorismo cultural vibrante", composto por "retrocultura", retorno ao uso de trens como meios de transporte público e agricultura de subsistência como a dos [[Amish]].<ref name=Berkowitz /><ref name="VICTORIA" /><ref name="AmericanIdeas">{{citar web|last1=Lind|first1=William S.|last2=Weyrich|first2=Paul M.|title=The Next Conservatism|url=http://www.theamericanconservative.com/articles/the-next-conservativism/|obra=The American Conservative|publisher=American Ideas Institute|date=12 February 2007|accessdate=5 de março de 2016}}</ref><ref name="TNC">{{citar livro|last1=Lind|first1=William S.|last2=Weyrich|first2=Paul M.|title=The Next Conservatism|date=2009|publisher=St. Augustine's Press|location=South Bend, Ind.|isbn=978-1587315619|edition=1|url=https://books.google.com.au/books?redir_esc=y&id=peobAQAAMAAJ&focus=searchwithinvolume&q=amish|accessdate=5 de março de 2016}}</ref><ref name="CCP">{{citar web|last1=O'Meara|first1=Michael|title=The Next Conservatism? a review|url=http://www.counter-currents.com/2010/12/the-next-conservatism/|obra=Counter Currents Publishing|publisher=Counter-Currents Publishing, Ltd|accessdate=5 de março de 2016}}</ref><ref name="TOMMYTERRY">{{citar livro|last1=Terry|first1=Tommy|title=The Quelled Conscience of Conservative Evangelicals in the Age of Inverted Totalitarianism|isbn=978-1105675348|page=9|url=https://books.google.com.au/books?id=-dyuAwAAQBAJ&pg=PA9&lpg=PA9&dq=Paul+Weyrich+1999+%22Letter+to+Conservatives%22&source=bl&ots=qCCG3jWgic&sig=DwpLWm5gRXNVH5RnIx8HrKT9BZU&hl=en&sa=X&ved=0ahUKEwjQobWKyKjLAhXFg6YKHUDVAd0Q6AEIQzAJ#v=onepage&q=Paul%20Weyrich%201999%20%22Letter%20to%20Conservatives%22&f=false|accessdate=5 de março de 2016}}</ref><ref name="DISCARD">{{citar web|last1=Lind|first1=William S.|title=The Discarded Image|url=http://www.military.com/NewContent/0,13190,Lind_012704,00.html|website=Various|accessdate=5 de março de 2016}}</ref> Mais tarde, em 2001, Weyrich e seu protegido Eric Heubeck defenderam abertamente uma "tomada das estruturas políticas" pelo "Novo Movimento Tradicionalista" num documento escrito para o Free Congress Foundation.<ref name="web.archive.org">[http://web.archive.org/web/20010713152425/www.freecongress.org/centers/conservatism/traditionalist.htm The Integration of Theory and Practice: A Program for the New Traditionalist Movement] Eric Heubeck. Originally published on the [[Free Congress Foundation]] website in 2001, available through the [[Internet Archive]].</ref><ref name="yurica">[http://www.yuricareport.com/Dominionism/TheSwiftAdvanceOfaPlannedCoup.htm Conquering by Stealth and Deception, How the Dominionists Are Succeeding in Their Quest for National Control and World Power] Katherine Yurica. The Yurica Report. September 14, 2004.</ref><ref name=TheocracyWatch>[http://www.theocracywatch.org/#Dominionism "The Rise of the Religious Right in the Republican Party"], ''[[TheocracyWatch]]''. December 2005.</ref>
-Em 1999, Lind produziu o documentário de uma hora ''Political Correctness: The Frankfurt School''.<ref name="jay" /> Alguns trechos do material de Lind foram reutilizados por James Jaeger em seu vídeo do [[YouTube]] "Original Intent", que atribui citações de ''Death of the West'' de Pat Buchanan aos teóricos da Escola de Frankfurt.<ref name="DOTW">{{citar livro|last1=Buchanan|first1=Patrick J.|title=The Death of the West.|date=2001|publisher=St. Martin's Griffin|location=New York|isbn=978-0312302597|page=80|edition=1st ed.|url=https://www.docdroid.net/4zLfAw3/buchanan-pat-the-death-of-the-west.pdf.html|accessdate=3 de abril de 2016}}</ref> Segundo o historiador Martin Jay, o documentário de Lind:
+Em 1999, Lind produziu o documentário de uma hora ''Political Correctness: The Frankfurt School''.<ref name="jay" /> Alguns trechos do material de Lind foram reutilizados por James Jaeger em seu vídeo do [[YouTube]] "Original Intent", que atribui citações de ''Death of the West'' de Pat Buchanan aos teóricos da Escola de Frankfurt.<ref name="DOTW">{{citar livro|last1=Buchanan|first1=Patrick J.|title=The Death of the West.|date=2001|publisher=St. Martin's Griffin|location=New York|isbn=978-0312302597|page=80|edition=1st ed.|url=https://www.docdroid.net/4zLfAw3/buchanan-pat-the-death-of-the-west.pdf.html|accessdate=3 de abril de 2016}}</ref> Segundo o historiador [[Martin Jay]], o documentário de Lind:
-{{Cquote|''gerou uma série de versões textuais condensadas, que foram reproduzidas numa série de sites da [[extrema-direita]] radical. Estes, por sua vez, levaram a uma série de novos vídeos disponíveis no [[YouTube]], que trazem um elenco esquisito de pseudo-especialistas que regurgitam exatamente as mesmas frases. A mensagem é entorpecentemente simplista: todos os males da cultura americana moderna, de [[feminismo]], [[ação afirmativa]], [[revolução sexual|libertação sexual]] e [[direitos LGBT|direitos gays]] até a decadência do sistema educacional e até mesmo o [[ambientalismo]] são atribuídos à influência insidiosa dos membros do Instituto para Pesquisa Social que vieram para a América nos anos 1930. As origens do "marxismo cultural" seriam [[György Lukács|Lukács]] e [[Antonio Gramsci|Gramsci]], mas como eles não vieram para os EUA, seus papéis na narrativa não é tão proeminente.<ref name="jay" />|}}
+{{Cquote|''Gerou uma série de versões textuais condensadas, que foram reproduzidas numa série de sites da [[extrema-direita]] radical. Estes, por sua vez, levaram a uma série de novos vídeos disponíveis no [[YouTube]], que trazem um elenco esquisito de pseudo-especialistas que regurgitam exatamente as mesmas frases. A mensagem é entorpecentemente simplista: todos os males da cultura americana moderna, de [[feminismo]], [[ação afirmativa]], [[revolução sexual|libertação sexual]] e [[direitos LGBT|direitos gays]] até a decadência do sistema educacional e até mesmo o [[ambientalismo]] são atribuídos à influência insidiosa dos membros do Instituto para Pesquisa Social que vieram para a América nos anos 1930. As origens do "marxismo cultural" seriam [[György Lukács|Lukács]] e Gramsci, mas como eles não vieram para os EUA, seus papéis na narrativa não é tão proeminente.''<ref name="jay" />|}}
-Para a Dra. Heidi Beirich, o conceito de "marxismo cultural" é utilizado para demonizar "feministas, homossexuais, humanistas seculares, multiculturalistas, educadores sexuais, ambientalistas, imigrantes e nacionalistas negros".<ref name=PERRY>{{citar livro|last1=Perry|first1=Barbara (ed.)|last2=Beirich|first2=Heidi|title=Hate crimes [vol.5]|date=2009|publisher=Praeger Publishers|location=Westport, Conn.|isbn=0275995690|pages=119|url=https://books.google.com.au/books?id=M7p6TDR1zwcC&pg=PA109&dq=Heidi+Beirich+Cultural+Marxism&hl=en&sa=X&redir_esc=y#v=onepage&q=noires&f=false|accessdate=30 de novembro de 2015}}</ref> Dependendo da narrativa, os [[judeus]] também podem fazer parte dessa conspiração que pretende subverter a cultura ocidental. Apesar do cuidado em não se associar com o [[negacionismo do Holocausto]], Lind teria dado uma palestra para um grupo de [[antissemitismo|antissemitas]] em 2002 segundo o [[Southern Poverty Law Center]].<ref name="BERK">{{citar web|last1=Berkowitz|first1=Bill|title=Ally of Christian Right Heavyweight Paul Weyrich Addresses Holocaust Denial Conference|url=https://www.splcenter.org/fighting-hate/intelligence-report/2002/ally-christian-right-heavyweight-paul-weyrich-addresses-holocaust-denial-conference|obra=Southern Poverty Law Center|publisher=SPLC 2003|accessdate=19 de abril de 2016}}</ref><ref name=BILL />
+[[Antonio Gramsci]] apropriou-se do conceito de ''[[revolução passiva]]'', originalmente concebido por [[Vincenzo Cuoco]].<ref name="Cataclysm 1914: The First World War and the Making of Modern World Politics">''Cataclysm 1914: The First World War and the Making of Modern World Politics.'' [[Editora Brill]], 2015, pág. 292, {{en}} ISBN 9789004262683 Adicionado em 17/04/2018.</ref> Gramsci acreditava que uma "guerra de posições" era adequada para o [[Ocidente]] e, que a "guerra de movimentos", aplicar-se-ia no menos avançado [[Oriente]].<ref>''Hegemony and Revolution: A Study of Antonio Gramsci's Political and Cultural Theory.'' Autor: Walter L. Adamson.[[University of California Press]], 1983, pág. 10, {{en}} ISBN 9780520050570 Adicionado em 17/04/2018.</ref> Na concepção gramsciana, uma ''revolução passiva'' ("revolução sem revolução") <ref name="Cataclysm 1914: The First World War and the Making of Modern World Politics"/> usaria táticas sutis para induzir mudanças culturais de longo prazo na [[civilização ocidental]].<ref>''The Gramsci Reader: Selected Writings, 1916-1935.'' Autor: Antonio Gramsci. Editor: David Forgacs. NYU Press, 2000, {{en}} ISBN 9780814727102 Adicionado em 17/04/2018.</ref>
+Para a Dra. Heidi Beirich, o conceito de "marxismo cultural" é utilizado para demonizar "feministas, homossexuais, humanistas seculares, multiculturalistas, educadores sexuais, ambientalistas, imigrantes e nacionalistas negros".<ref name=PERRY>{{citar livro|last1=Perry|first1=Barbara (ed.)|last2=Beirich|first2=Heidi|title=Hate crimes [vol.5]|date=2009|publisher=Praeger Publishers|location=Westport, Conn.|isbn=0275995690|pages=119|url=https://books.google.com.au/books?id=M7p6TDR1zwcC&pg=PA109&dq=Heidi+Beirich+Cultural+Marxism&hl=en&sa=X&redir_esc=y#v=onepage&q=noires&f=false|accessdate=30 de novembro de 2015}}</ref> Dependendo da narrativa, os [[judeus]] também podem fazer parte dessa conspiração que pretende [[Subversão|subverter]] a [[cultura ocidental]]. Apesar do cuidado em não se associar com o [[negacionismo do Holocausto]], Lind teria dado uma palestra para um grupo de [[antissemitismo|antissemitas]] em 2002 segundo o [[Southern Poverty Law Center]].<ref name="BERK">{{citar web|last1=Berkowitz|first1=Bill|title=Ally of Christian Right Heavyweight Paul Weyrich Addresses Holocaust Denial Conference|url=https://www.splcenter.org/fighting-hate/intelligence-report/2002/ally-christian-right-heavyweight-paul-weyrich-addresses-holocaust-denial-conference|obra=Southern Poverty Law Center|publisher=SPLC 2003|accessdate=19 de abril de 2016}}</ref><ref name=BILL />
 Segundo Chip Berlet, especialista que estuda os movimentos da extrema-direita americana, a teoria da conspiração do marxismo cultural encontrou campo fértil após a criação do [[Movimento Tea Party]] em 2009.<ref>Berlet, Chip (Julho 2012). [http://crs.sagepub.com/content/38/4/565.abstract "Collectivists, Communists, Labor Bosses, and Treason: The Tea Parties as Right-Wing Populist Counter-Subversion Panic"]. Critical Sociology 38 (4): 565–587. doi:10.1177/0896920511434750.</ref> Mais recentemente, o terrorista norueguês [[Anders Behring Breivik]] incluiu o termo "marxismo cultural" em seu [[manifesto]] ''2083: A European Declaration of Independence'' que, juntamente com o "''Political Correctness: A Short History of an Ideologya''" da ''Free Congress Foundation'', foi enviado por e-mail para 1.003 endereços cerca de 90 minutos antes do [[Atentados de 22 de julho de 2011 na Noruega|atentado a bomba de 2011]] em [[Oslo]] de sua autoria.<ref>[[BBC News]] - [http://www.bbc.com/news/world-europe-14267007 'Breivik manifesto' details chilling attack preparation]. 24 de Julho de 2011, {{en}}. Acessado em 06/10/2015.</ref><ref>[[New Statesman]] - [http://www.newstatesman.com/politics/uk-politics/2012/04/who-are-breivik%E2%80%99s-fellow-travellers Who are Breivik’s fellow travellers?] Daniel Trilling, 18 de Abril de 2011, {{en}}. Acessado em 06/10/2015.</ref><ref>[http://en.qantara.de/content/islamophobia-in-europe-breiviks-call-to-arms Qantara] - Breivik's Call to Arms. Ian Buruma, {{en}}. Acessado em 06/10/2015.</ref> Segmentos dos escritos de Lind sobre o "marxismo cultural" estavam presentes no manifesto de Breivik.<ref name="PINO">{{citar livro|last1=Shanafelt|first1=Robert|last2=Pino|first2=Nathan W.|title=Rethinking Serial Murder, Spree Killing, and Atrocities: Beyond the Usual Distinctions|publisher=Routledge|isbn=9781317564676|url=https://books.google.com.au/books?id=XDmLBQAAQBAJ&pg=PT10&lpg=PT10&dq=Rethinking+Serial+Murder,+Spree+Killing,+and+Atrocities:+Beyond+the+Usual+author&source=bl&ots=Oexd4yu0U7&sig=fGLopgpa7MsljFjUrNLy7uAyhdk&hl=en&sa=X&ved=0ahUKEwjD3oXnk5rMAhUW5GMKHVIqBcEQ6AEIIjAB#v=snippet&q=Lind&f=false|language=en}}</ref>
-O filósofo e professor de [[ciência política]] Jérôme Jamin afirmou que "Perto da dimensão global da [[teoria da conspiração]] do marxismo cultural, reside sua dimensão inovadora e original, o que permite a seus autores evitar discursos [[racista]]s e fingir serem defensores da [[democracia]]".<ref>''The Post-War Anglo-American Far Right: A Special Relationship of Hate.'' Paul Jackson & Anton Shekhovtsov, Palgrave Macmillan, 2014,págs. 84–103, {{en}}. ISBN 9781137396198 Adicionado em 06/10/2015.</ref> O professor da [[Universidade de Oxford]], Matthew Feldman traçou a origem da terminologia até um conceito alemão anterior à [[Segunda Guerra Mundial]] conhecido na época como "''Bolchevismo Cultural''". De acordo com o cientista político, este conceito do "Bolchevismo Cultural" fez parte do [[Degeneração|discurso degenerativo]] que auxiliou na ascensão de [[Adolf Hitler]] ao poder.<ref name=MATT>{{citar livro|last1=Matthew|first1=Feldman|last2=Griffin|first2=Roger (editor)|title=Fascism: Fascism and culture|date=2003|publisher=Routledge|location=New York|isbn=978-0415290180|page=343|edition=1. publ.|url=https://books.google.com.au/books?id=MOH4yTFvBokC&pg=PA343&lpg=PA343&dq=Cultural+Marxism|accessdate=28 de outubro de 2015}}</ref> Contrariando Minnicino, Lind reconheceu que o "marxismo cultural" é "um esforço que data não dos anos 1960 e dos hippies e do movimento pela paz, mas sim da [[Primeira Guerra Mundial]]".<ref name=BILL>{{citar web|last1=Lind|first1=William S.|title=The Origins of Political Correctness|url=http://www.academia.org/the-origins-of-political-correctness/|obra=Accuracy in Academia|publisher=Accuracy in Academia/Daniel J. Flynn|accessdate=8 de novembro de 2015}}</ref>
+O filósofo e professor de [[ciência política]] Jérôme Jamin afirmou que "Perto da dimensão global da [[teoria da conspiração]] do marxismo cultural, reside sua dimensão inovadora e original, o que permite a seus autores evitar discursos [[racista]]s e fingir serem defensores da [[democracia]]".<ref>''The Post-War Anglo-American Far Right: A Special Relationship of Hate.'' Paul Jackson & Anton Shekhovtsov, Palgrave Macmillan, 2014,págs. 84–103, {{en}}. ISBN 9781137396198 Adicionado em 06/10/2015.</ref> O professor da [[Universidade de Oxford]], Matthew Feldman traçou a origem da terminologia até um conceito alemão anterior à [[Segunda Guerra Mundial]] conhecido na época como "''Bolchevismo Cultural''". De acordo com o cientista político, este conceito do "[[bolchevismo cultural]]" fez parte do [[Degeneração|discurso degenerativo]] que auxiliou na [[ascensão de Adolf Hitler ao poder]].<ref name=MATT>{{citar livro|last1=Matthew|first1=Feldman|last2=Griffin|first2=Roger (editor)|title=Fascism: Fascism and culture|date=2003|publisher=Routledge|location=New York|isbn=978-0415290180|page=343|edition=1. publ.|url=https://books.google.com.au/books?id=MOH4yTFvBokC&pg=PA343&lpg=PA343&dq=Cultural+Marxism|accessdate=28 de outubro de 2015}}</ref> Contrariando Minnicino, Lind reconheceu que o "marxismo cultural" é "um esforço que data não dos anos 1960 e dos [[hippie]]s e do movimento pela paz, mas sim da [[Primeira Guerra Mundial]]".<ref name=BILL>{{citar web|last1=Lind|first1=William S.|title=The Origins of Political Correctness|url=http://www.academia.org/the-origins-of-political-correctness/|obra=Accuracy in Academia|publisher=Accuracy in Academia/Daniel J. Flynn|accessdate=8 de novembro de 2015}}</ref>
 Recentemente, um grupo de fãs da série ''[[Star Wars]]'' trouxe o termo à tona ao criticar a presença de um negro e de uma mulher como protagonistas do filme ''[[O Despertar da Força]]'', lançado mundialmente em dezembro de 2015. Segundo as críticas deste grupo, a presença desses atores em papéis-chave na produção cinematográfica revelaria um ativismo panfletário contra brancos e uma tentativa de propagar o "marxismo cultural".<ref>{{Citar web|título = Fãs racistas tentam boicotar novo Star Wars por causa de protagonista negro|url = http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/10/fas-racistas-tentam-boicotar-novo-star-wars-por-causa-de-protagonista-negro.html|obra = Pragmatismo Político|acessadoem = 2015-10-22}}</ref> O movimento teve grande repercussão no [[Twitter]], entretanto os autores da [[hashtag]] eventualmente confessaram que tratava-se de uma brincadeira, porém não antes do caso tomar tais proporções que até mesmo o diretor do filme, [[J. J. Abrams]], tivesse publicado uma mensagem de repúdio ao argumento apresentado pela campanha.<ref>{{Citar web|título = Fãs racistas tentam boicotar novo Star Wars por causa de protagonista negro|url = http://mashable.com/2015/10/20/boycott-star-wars-hashtag-trolling/#KtbckV9eEPqF}}</ref>
 == Ver também ==
-* [[Nova Ordem Mundial (teoria conspiratória)]]
 * [[Conspiração judaico-maçônico-comunista internacional]]
+* [[Lista de teorias de conspiração]]
+* [[Nova Ordem Mundial (teoria conspiratória)]]
-{{referências|col=2}}
+{{referências|col=3}}
 == Bibliografia ==
 * {{Citar periódico|ano=2016|título=Cultural Marxism and the Radical Right|primeiro=Jérôme|ultimo=Jamin|periódico=The Post-War Anglo-American Far Right: A Special Relationship of Hate|outros=En: Paul Jackson y Anton Shekhovtsov (Eds.)|doi=10.1057/9781137396211.0009|páginas=84-103|isbn=978-1-349-48453-9|editora=Palgrave Macmillan|localização=Basingstoke}}
 * {{Citar periódico|ano=2015|ultimo=Richardson|primeiro=J.E.|título=‘Cultural-Marxism’ and the British National Party: a transnational discourse|outros=En: Copsey, N. and Richardson, J.E. (Eds.)|periódico=Cultures of Post War British Fascism|páginas=202-226|localização=Abingdon |editora=[[Routledge]]|isbn=978-1-13-884684-5}}
 [[Categoria:Terminologia política]]