Iniciativa de Paz Árabe

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A Iniciativa de Paz Árabe (em árabe: مبادرة السلام العربية; em hebraico: יוזמת השלום הערבית), também conhecida como Iniciativa Saudita (em árabe: مبادرة السعودية; em hebraico: היוזמה הסעודית), é uma proposta de 10 frases para encerrar o conflito árabe-israelense que foi endossada pela Liga Árabe em 2002 na Cúpula de Beirute e re-endossada nas conferências dessa organização multilateral de 2007 e 2017.[1]

A iniciativa oferece a normalização das relações entre o mundo árabe e Israel, em troca da retirada completa de Israel dos territórios ocupados após a Guerra dos Seis Dias, uma "solução justa" para o problema dos refugiados palestinos com base na Resolução 194 da ONU e o estabelecimento de um Estado palestino com Jerusalém Oriental como sua capital.[2] A iniciativa inicialmente foi ofuscada pelo massacre de Netaya, um ataque terrorista palestino que ocorreu em 27 de março de 2002, no dia anterior à publicação da Iniciativa.[3]

Recepção[editar | editar código-fonte]

A Autoridade Palestina liderada por Yasser Arafat imediatamente abraçou a iniciativa.[4] Seu sucessor, Mahmoud Abbas, também apoiou o plano e pediu oficialmente ao presidente dos Estados Unidos Barack Obama que o adotasse como parte de sua política no Oriente Médio.[5][6] O partido político islâmico Hamas, o governo eleito da Faixa de Gaza, estava profundamente dividido em 2007,[7] com a maioria das facções rejeitando o plano.

O governo israelense sob Ariel Sharon rejeitou a iniciativa como "iniciativa inviável"[8] porque exigia que Israel se retirasse para as fronteiras pré-junho de 1967.[9] Em 2015, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu declarou que existiam "aspectos positivos e aspectos negativos para isso [a iniciativa]",[10] mas ele se opôs aos apelos da Iniciativa para que Israel se retirasse das Colinas de Golã e repatriasse os refugiados palestinos. Em 2018, ele a rejeitou completamente como base para futuras negociações com os palestinos.[11]

Referências

  1. Time to Test the Arab Peace Offer. By Scott MacLeod. Time. January 8, 2009.
  2. Terje Rød-Larsen; Nur Laiq; Fabrice Aidan (2014). The Search for Peace in the Arab-Israeli Conflict: A Compendium of Documents and Analysis. [S.l.]: Oxford University Press. pp. 484–. ISBN 978-0-19-921610-9 
  3. "'Passover massacre' at Israeli hotel kills 19" Arquivado em 2008-04-04 no Wayback Machine. CNN. 27 de março de 2002.
  4. «Support for the Saudi Initiative». The New York Times. 28 de fevereiro de 2002. Consultado em 24 de junho de 2016. Cópia arquivada em 11 de novembro de 2016 
  5. Stern, Yoav (November 22, 2008). "Abbas calls on Obama to enact Arab peace plan as soon as he takes office" Arquivado em 2008-12-25 no Wayback Machine. Haaretz. Associated Press.
  6. Avi Issacharoff (29 de março de 2007). «Arab states unanimously approve Saudi peace initiative». Haaretz. Cópia arquivada em 21 de dezembro de 2007 
  7. "Hamas' al-Zahar: Arab peace initiative impractical" Arquivado em 2008-07-20 no Wayback Machine. Ynet News. Associated Press. June 1, 2006.
  8. «Arabs offer Israel peace plan». BBC News. 28 de março de 2002. Consultado em 17 de abril de 2013. Cópia arquivada em 14 de dezembro de 2006 
  9. Hoffman, Gil (4 de março de 2002). «Sharon warns Saudi plan may be Arab plot». The Jerusalem Post. Consultado em 1 de outubro de 2011. Cópia arquivada em 3 de fevereiro de 2004 
  10. «Netanyahu backs 'general idea' behind Arab Peace Initiative». Times of Israel. 28 de maio de 2015. Consultado em 30 de maio de 2015. Cópia arquivada em 30 de maio de 2015 
  11. «Netanyahu: Israel Will Never Accept Arab Peace Initiative as Basis for Talks With Palestinians». Haaretz. Consultado em 8 de maio de 2023. Cópia arquivada em 1 de fevereiro de 2023