José Belard da Fonseca

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José Belard da Fonseca
José Belard da Fonseca
Nome completo José Mascarenhas Pedroso Belard da Fonseca
Nascimento 2 de agosto de 1889
Chamusca, Portugal
Morte 4 de julho de 1969 (79 anos)
Lisboa, Portugal
Nacionalidade brasileiro
Alma mater Universidade Técnica de Lisboa
Ocupação professor universitário
Empregador(a) Universidade Técnica de Lisboa

José Mascarenhas Pedroso Belard da Fonseca ComCGOBGOIP (Chamusca, Chamusca, 2 de agosto de 1889Lisboa, 4 de julho de 1969) foi um professor catedrático e engenheiro civil português, tendo exercido os cargos de presidente da Ordem dos Engenheiros e de director do Instituto Superior Técnico.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Belard da Fonseca nasceu na Chamusca, Chamusca, a 2 de agosto de 1899, sendo filho do Coronel António Belard da Fonseca, 2.º Visconde de Santa Margarida, Comendador da Ordem de Benemerência a 2 de agosto de 1930, Grande-Oficial da Ordem Militar de São Bento de Avis a 5 de outubro de 1930 e Comendador da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo a 17 de novembro de 1938,[1] de ascendência Espanhola, e de sua mulher Emília de Saldanha de Vasconcelos Mascarenhas Palyart Pedroso, de ascendência Francesa. Casou em 1931 com Rosa Cancela Ferreira Tavares, nascida em 4 de fevereiro de 1909 em Mogofores. Tinha direito, por herança de seu pai, ao título de Visconde de Santa Margarida, do qual todavia nunca fez uso.

Licenciou-se em engenharia civil no Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa em 1921, tornando-se assistente no ano lectivo de 1920-1921, ainda aluno. Prosseguindo uma carreira académica brilhante, veio a ser professor catedrático e director do mesmo instituto, entre 1942 e 1958, tendo neste último ano ascendido a vice-reitor da Universidade Técnica de Lisboa, cargo que exerceu até 1963. Foi ainda assistente do Instituto Industrial de Lisboa, actual Instituto Superior de Economia e Gestão, entre 1923 e 1924.

Estudioso e especialista na técnica de construção de obras em betão armado, sobre a qual publicou alguns estudos, projectou as estruturas dos edifícios do Instituto Nacional de Estatística, do Palácio Ford e da nova Igreja de São Julião em Lisboa, a actual Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Fátima. Foi um colaborador assíduo de Luís Cristino da Silva, realizando os cálculos de várias obras significativas da fase modernista deste arquitecto, nomeadamente o Teatro Capitólio (1925-1931) e o Casino de Monte Gordo (1931).

Cargos desempenhados[editar | editar código-fonte]

Para além de ter sido director do Instituto Superior Técnico (1942-1958) e vice-reitor da Universidade Técnica de Lisboa (1958-1963), foi ainda vogal e vice-presidente da direcção do Engenheiros Civis Portugueses (em 1926-1929 e 1929-1932) e 5.º Presidente do Conselho Directivo, cargo actualmente equivalente ao de Bastonário, da Ordem dos Engenheiros de 20/25 de março de 1947 a 28 de fevereiro de 1950.[2] Foi também vice-presidente da Associação Internacional de Pontes e Estruturas em 1954, sendo simultaneamente presidente da comissão portuguesa.

Desempenhou ainda cargos de:

  • Vogal da Comissão Organizadora do I Congresso Nacional de Engenharia Civil (1931);
  • Presidente da Comissão Organizadora do II Congresso Nacional de Engenharia Civil (1948);
  • Presidente da Comissão Organizadora do V Congresso da Associação Internacional de Pontes e Estruturas (1956);
  • Integrou as comissões encarregadas de regulamentar as construções de betão armado (1933-1935);
  • Representou o Instituto Superior Técnico no XIV e XVI Congressos de Navegação (Cairo, 1926 e Bruxelas, 1935);
  • Representou a Associação dos Engenheiros Civis no Congresso para o Avanço das Ciências (Argel, 1930);
  • Presidente da Assembleia da Fabrica de Tintas de Sacavém;
  • Presidente do Conselho de Administração da SECIL;
  • Director da Sociedade de Empreitadas e Trabalhos Hidráulicos.

Condecorações[3][4][editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "António Belard da Fonseca". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 10 de setembro de 2015 
  2. «Galeria de Bastonários». Ordem dos Engenheiros. Consultado em 10 de Setembro de 2015 
  3. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "José de Mascarenhas Pedroso Belard da Fonseca". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 10 de agosto de 2018 
  4. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Estrangeiras». Resultado da busca de "José de Mascarenhas Pedroso Belard da Fonseca". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 10 de agosto de 2018 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol 4, p. 459; vol. 27 pp. 195–196; vol. 38 p. 911; e vol. 2 da actualização p. 177. Afonso Zúquete (dir.);
  • Nobreza de Portugal, Lisboa, Editorial Enciclopédia, 1960 - 1961, vol III, pp. 296–297;
  • O Século, Lisboa 6 de Julho de 1969, p. 10 Manuel Carvão Guimarães, Abreus da Chamusca;
  • Alta Burguesia Rural, Braga, 1974, sobretudo pp. 37–38 (separata da revista Armas e Troféus);
  • Luís Cristino da Silva, Arquitecto (catálogo da exposição), Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian - Centro de Arte Moderna, 1998, pp. 64,72 e 109 (artigos de José Manuel Fernandes e de João Vieira Caldas).