Odds Against Tomorrow

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Odds Against Tomorrow
Homens no Escuro (PRT)
Homens em Fúria (BRA)
 Estados Unidos
1959 •  p&b •  95 min 
Gênero drama
noir
Direção Robert Wise
Roteiro Abraham Polonsky
Nelson Gidding
William P. McGivern (livro)
Elenco Harry Belafonte
Robert Ryan
Ed Begley
Gloria Grahame
Idioma inglês

Odds Against Tomorrow (Brasil: Homens em Fúria / Portugal: Homens no Escuro) é um filme de drama noir estadunidense de 1959, produzido e dirigido por Robert Wise para a distribuição da United Artists.[1] A produtora, HarBel Productions, foi uma companhia fundada pelo protagonista do filme Harry Belafonte. Ele selecionou o roteirista Abraham Polonsky para adaptar o romance de William P. McGivern. Como estava na Lista negra de Hollywood, Polonsky usou o nome de John Oliver Killens, um romancista negro amigo de Belafonte. Em 1996, o Guia dos Escritores da América restaurou o crédito a Polonsky.[2]

Odds Against Tomorrow é o primeiro filme noir com um personagem negro como protagonista.[3] Foi o último filme do diretor Wise realizado em preto-e-branco em tamanho proporcional padrão de tela, que dava a seus trabalhos "um realismo que lhe tornou conhecido".[4]

Elenco[editar | editar código-fonte]

Sinopse[editar | editar código-fonte]

David Burke é um ex-policial que caiu em desgraça ao se recusar a cooperar com a polícia estadual na investigação de um crime. Ele tem um plano meticuloso de roubar um banco no interior e propõe ao ex-presidiário racista e violento Earl Slater uma sociedade para executar o crime. Eles precisam de um homem negro para se passar pelo mensageiro que todas as noites às vésperas do dia do pagamento leva lanches aos funcionários do banco que preparam os envelopes com o dinheiro. Burke recruta Johnny Ingram, um cantor de boate que está desesperado por dever dinheiro de jogatina ao gângster Bacco. Tanto Burke como Ingram se detestam mas aceitam participar do roubo pelo dinheiro. A falta de confiança e o ódio entre eles, contudo, ameaça o sucesso do plano.

Produção[editar | editar código-fonte]

As filmagens principais aconteceram em março de 1959.[5] Todas as locações foram na cidade de Nova Iorque e em Hudson.[1] De acordo com o diretor Robert Wise:[6]

"Eu dei um toque especial em Odds Against Tomorrow. Eu queria fazer em alguns filmes antes mas não tivera chance. Eu pretendia conseguir um tipo diferente de sensação como na cena de abertura com Robert Ryan que caminhava na West Side Street...Eu usei filme infravermelho. Tínhamos que ter muito cuidado porque os tons de verde ficam brancos, e você não podia aproximar muito dos rostos das pessoas. Isto os distorceria mas causavam um efeito maravilhoso—via-se céu negro com nuvens brancas—e isto mudava a percepção ao se assistir as cenas".

Canções e trilha sonora[editar | editar código-fonte]

Odds Against Tomorrow
Trilha sonora de John Lewis
Lançamento 1959
Gravação 16,17 e 20 de junho de 1959 em Nova Iorque
Gênero(s) Música de cinema
Duração 43:11
Gravadora(s) United Artists
UAL 4061
Cronologia de John Lewis
Improvised Meditations and Excursions
(1959)
The Golden Striker
(1960)

A trilha sonora foi composta, arranjada e conduzida pelo pianista John Lewis do Modern Jazz Quartet e o álbum foi lançado pela United Artists em 1959.[7] Para realizar as gravações Lewis reuniu um conjunto de 22 músicos que incluíam Milt Jackson no vibrafone, Percy Heath no baixo e Connie Kay na bateria, bem como Bill Evans no piano, e Jim Hall no violão.[8][9][4] Bruce Elder do Allmusic registrou: "Essa soberba trilha sonora de John Lewis foi mais tarde um hit do The Modern Jazz Quartet. É sombrio e dinâmico, e clássico".[10] O álbum do The Modern Jazz Quartet com temas de Lewis; Music from Odds Against Tomorrow foi gravado em outubro de 1959 e uma das faixas "Skating in Central Park", tornou-se parte permanente do repertório do Quarteto.[11] Foi reutilizado em uma cena similar do filme de 1971 Little Murders.

Lista das canções[editar | editar código-fonte]

Todas as composições são de John Lewis

  1. "Prelude to Odds Against Tomorrow" - 1:44
  2. "A Cold Wind Is Blowing" - 1:20
  3. "Five Figure People Crossing Paths" - 1:40
  4. "How to Frame Pigeons" - 1:04
  5. "Morning Trip to Melton" - 3:09
  6. "Looking at the Caper" - 2:01
  7. "Johnny Ingram's Possessions" - 1:08
  8. "The Carousel Incident" - 1:44
  9. "Skating in Central Park" - 3:29
  10. "No Happiness for Slater" - 3:56
  11. "Main Theme: Odds Against Tomorrow" - 3:24
  12. "Games" - 2:17
  13. "Social Call" - 3:53
  14. "The Impractical Man - 3:00
  15. Advance on Melton"- 1:58
  16. "Waiting Around the River" - 3:51
  17. "Distractions" - 1:25
  18. "The Caper Failure" - 1:23
  19. "Postlude" - 0:45

Músicos[editar | editar código-fonte]

Recepção[editar | editar código-fonte]

Bosley Crowther chamou a direção de Wise de "precisa e forte" e o filme um "brilhante, duro, melodrama de suspense" com uma "construção de drama acumulado ... de um calibre artístico que é raro de se assistir no cinema".[1]

A Revista Time resenhou "A tensão bem construída até o climax - graças, parte ao diretor Robert Wise (I Want to Live!), parte a um roteirista negro chamado John O. Killens, mas, principalmente, pelo ator Ryan, que interpreta uma ameaça capaz de disparar balas pelos olhos e sorrir ácido sulfúrico. Mas a tensão é liberada muito cedo e muito rapidamente. O espectador fica com a sensação de que é bem apropriada a cena final do filme, quando a câmera mostra o sinal de rua no qual se lê: PARE—FIM DA LINHA".[12]

A Revista Variety escreveu: "Em um nível, Odds against Tomorrow é um tenso melodrama sobre crime. Em outro, é uma alegoria sobre racismo, ganância e a propensão do Homem a autodestruição. Não bem sucedido na segunda categoria, se sai bem na primeira "[13]

Quarenta anos depois, Stephen Holden afirmou que o filme foi "tristemente negligenciado".[3]

Indicação a prêmios[editar | editar código-fonte]

O filme foi indicado ao Globo de Ouro pela Promoção do Entendimento Internacional, perdendo para The Diary of Anne Frank.

Livro[editar | editar código-fonte]

Um livro-roteiro Odds Against Tomorrow: A Critical Edition (ISBN 0963582348), foi publicado em 1999 pelo The Center for Telecommunication Studies, uma editora universitária patrocinada pelo Departamento de Radio-TV-Cinema da Universidade Estadual da Califórnia, Northridge (CSUN).[14] O livro inclui o roteiro completo do filme (que "combina" o roteiro de filmagem com o de continuidade), e análises críticas, escritas pelo professor da CSUN John Schultheiss, baseadas em entrevistas de Wise, Belafonte e Polonsky.

Referências

  1. a b c Crowther, Bosley (16 de outubro de 1959). «Odds Against Tomorrow: Race Prejudice Mars Hold-up of a Bank». The New York Times. Consultado em 21 de março de 2009 
  2. Honan, William (29 de outubro de 1999). «Abraham Polonsky, 88, Dies; Director Damaged by Blacklist». The New York Times. Consultado em 21 de março de 2009 
  3. a b Holden, Stephen (11 de junho de 1999). «Bringing Home A World Of Injustice». The New York Times. Consultado em 21 de março de 2009 
  4. a b «Odds Against Tomorrow (1959)». American Film Institute. Consultado em 21 de março de 2009 
  5. «Lead Man Holler». Time. 2 de março de 1959. Consultado em 21 de março de 2009 
  6. «More information on Odds Against Tomorrow». American Film Institute. Consultado em 21 de março de 2009  (em tradução livre/aproximada)
  7. United Artists Album Discography: 4000/5000 Series (1958-1972) accessed 11 de setembro de 2015
  8. Milt Jackson catalog accessed 11 de setembro de 2015
  9. Gunther Schuller discography accessed 11 de setembro de 2015
  10. Eder, Bruce. Odds Against Tomorrow (em inglês) no AllMusic. Acessado em 11 de setembro de 2015.
  11. Modern Jazz Quartet catalog accessed 11 de setembro de 2015
  12. «Resenha de Odds Against Tomorrow». Revista Time. 26 de outubro de 1959. Consultado em 21 de março de 2009 
  13. «Review of Odds Against Tomorrow». Revista Variety. 1959. Consultado em 21 de março de 2009 
  14. «Rare Film Screening Offers Chance to Talk with Writer Abraham Polonsky, Director Robert Wise». press release. California State University, Northridge. 22 de abril de 1999. Consultado em 21 de março de 2009 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]