Baden Powell (músico)

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 Nota: Este artigo é sobre o músico brasileiro. Para outros significados, veja Baden Powell (desambiguação).
Baden Powell
Baden Powell (músico)
Powell em 1971
Informação geral
Nome completo Baden Powell de Aquino
Nascimento 6 de agosto de 1937
Local de nascimento Varre-Sai, RJ
Morte 26 de setembro de 2000 (63 anos)
Local de morte Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade brasileiro
Gênero(s) Afro-samba
Choro
Bossa Nova
MPB
Samba
Jazz
Ocupação(ões) violonista
Instrumento(s) violão
Modelos de instrumentos Dieter Hopf
Akio Naniki (Yamaha)
Aníbal J. Crespo
Di Giorgio Author 3
Período em atividade 1950—2000
Gravadora(s) Philips, Elenco, Barclay, Disc Jockey, RGE, Forma, JAG, Saba, MPS/BASF, Ebrau, Canyon, King Record, Festival, CBS, Atlantic, Ideia Livre
Afiliação(ões) Vinicius de Moraes, Pixinguinha, Jayme Thomás Florence

Baden Powell de Aquino (Varre-Sai, 6 de agosto de 1937Rio de Janeiro, 26 de setembro de 2000), mais conhecido por Baden Powell, foi um violonista e compositor brasileiro.[1] É considerado um dos maiores músicos brasileiros de sua época e um dos maiores violonistas de todos os tempos.[2][3]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filho de Adelina Gonçalves de Aquino e do violinista, sapateiro e escoteiro Lilo de Aquino, nasceu no dia 6 de agosto de 1937 em Varre-Sai, Rio de Janeiro, se mudando para a cidade do Rio de Janeiro aos três meses de idade.[4] Seu nome foi uma homenagem ao general britânico criador do escotismo Robert Stephenson Smyth Baden-Powell,[5] de quem seu pai era fã. É irmão de Vera Gonçalves de Aquino,[5] primo do violonista João de Aquino e pai do pianista e tecladista Philippe Baden Powell e do violonista Louis Marcel Powell (ambos nascidos na França).[4]

Começou a tocar violão com sete anos, aprendendo com seu pai alguns acordes básicos. No ano seguinte, começou a ter aulas com Jayme Florence, o Meira, grande violonista integrante do Regional Benedito Lacerda. Aos 10, incentivado por seu mestre, se apresentou pela primeira vez no famoso programa de calouros da Rádio Nacional Papel Carbono, tocando "Magoado", de Dilermando Reis. Também por influência de seu professor Meira, conheceu os principais músicos de samba e choro da época, entre eles Donga, Ismael Silva e Pixinguinha. Posteriormente, se formou na Escola Nacional de Música do Rio de Janeiro.

Durante vários anos de sua adolescência, Baden se apresentou em bailes, casas noturnas e programas de rádio no Rio de Janeiro, tornando-se rapidamente um dos músicos mais requisitados em bandas e rodas de choro pela cidade.

Baden Powell no Teatro da Praia, 1972.

Seu primeiro parceiro importante foi Billy Blanco, com quem compôs, por exemplo, a famosa música "Samba Triste", gravada pela primeira vez pela cantora Rosana Toledo. Mas sua parceria mais famosa foi a que construiu com Vinícius de Moraes. Juntos, eles compuseram dezenas de músicas, entre as quais, os aclamados afro-sambas.

Powell carregava consigo diversas influências musicais sem, no entanto, ficar marcado especialmente por nenhuma delas ao longo de sua carreira. Seu talento foi reconhecido internacionalmente. O violonista gravou parte de seus discos no exterior, em países como França, Alemanha e Japão.

Foi internado, em 22 de agosto de 2000, na Clínica Sorocaba, vítima de uma pneumonia[6] bacteriana grave. Morreu em 26 de setembro de 2000, aos 63 anos, devido a uma infecção generalizada. Seu corpo foi velado na Câmara Municipal do Rio de Janeiro e enterrado no Cemitério de São João Batista.[4]

Cronologia[editar | editar código-fonte]

  • 1937, 6 de agosto — Nascimento em Varre-Sai, à época distrito do município de Itaperuna, RJ.
  • 1937 — Muda-se, aos três meses de idade, com a família para a cidade do Rio de Janeiro, morando no bairro de São Cristóvão.
  • 1945 — Começa a ter aulas de violão com Jayme Florence, o Meira.
  • 1947 — Participa do programa de calouros Papel Carbono, da Rádio Nacional.
  • 1959 — Lança seu primeiro disco como solista: Apresentando Baden Powell e seu Violão.
  • 1961 — Participa da trilha sonora do filme Bruma Seca, creditado como solista de violão.
  • 1962 — Conhece Vinícius de Moraes.
  • 1962 — Primeira viagem à Europa, onde, mais tarde, se tornaria um dos artistas brasileiros mais reconhecidos.
  • 1964 — Morando em Paris, lança seu primeiro disco na Europa: Le Monde Musical de Baden Powell.
  • 1966 — Lança o disco Os Afro-sambas com Vinícius de Moraes e Quarteto em Cy, aclamado por crítica e público.
  • 1969 — Vence a I Bienal do Samba, com a música Lapinha, composta junto com Paulo César Pinheiro.
  • 1994 — Apresenta-se na Sala Cecília Meireles, em julho na cidade do Rio de Janeiro, ao lado dos filhos Louis Marcel Powell, violonista, e Phillipe Baden Powell, pianista e tecladista. Esse concerto foi gravado em CD, com o título Baden Powell e Filhos.
  • 2000, 26 de setembro — Falecimento na cidade do Rio de Janeiro.

Discografia[editar | editar código-fonte]

Videografia[editar | editar código-fonte]

DVD[editar | editar código-fonte]

  • Velho Amigo — O Universo Musical de Baden Powell (2003) — Documentário com direção de Jean-Claude Guiter.
  • Baden Powell Live (2005) — Apresentação de 1999 no "Le Petit Journal" lançado por Fremeaux-Associes & G2.
  • Programa Ensaio Baden Powell (2005) — TV Cultura-SP: entrevista e números musicais. Trama.
  • Baden Powell Live in Berlin (2015) — Apresentação de 2000 lançada pela MPS.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Baden Powell». Instituto Moreira Salles. Consultado em 10 de outubro de 2022 
  2. McGowan, Chris; Pessanha, Ricardo (1998). The Brazilian Sound: Samba, Bossa Nova, and the Popular Music of Brazil. [S.l.]: Temple University Press. p. 64-65. ISBN 978-1-566-39545-8 
  3. «Os 30 maiores ícones brasileiros da guitarra e do violão». Rollingstone. Consultado em 29 de janeiro de 2013 
  4. a b c Franca, Luciana (26 de setembro de 2000). «Baden Powell». ISTOÉ Gente. Consultado em 29 de janeiro de 2013 
  5. a b Dreyfus 1999, p. 15.
  6. «Morreu hoje no Rio o músico Baden Powell». Folha de S.Paulo. 26 de setembro de 2000. Consultado em 29 de janeiro de 2013 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]