Sargão da Acádia

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Sargão
Rei da Acádia

Busto de relevo acádico(provavelmente Naram-Sîn), Nínive, séculos XXIII-XXII a.C.
Reinado 2270 a.C. —
2215 a.C.
Sucessor(a) Rimush
Nascimento c. 2300 a.C.
  Azupiranu, Mesopotâmia (?)
Morte c. 2215 a.C. (85 anos)
  Acádia, Mesopotâmia (?)
Nome completo  
Nome de nascimento desconhecido; nome régio Šarru-kin ("o verdadeiro rei" ou "o legítimo rei")
Tashlultum
Herdeiro(a) Enheduana, Rimush, Manishtushu, Ibarum e Abaish-Takal.
Dinastia Acadiana
Pai La'ibum (natural); Akki (adotivo)
Mãe desconhecida
Título(s) Rei de Kish, Lagash, Umma, Uruk, soberano da Suméria, Elam, Mari e Yarmuti

Sargão da Acádia, também conhecido como Sargão, o Grande (em acádio: Šarru-kinu, cuneiforme ŠAR.RU.KI.IN; LUGAL.GIN "o verdadeiro rei" ou "o rei é legítimo"), foi um rei acádio célebre por sua conquista das cidades-estado sumérias nos séculos XXIV e XXIII a.C.[1] Fundador da dinastia acadiana Sargão reinou por 56 anos, de 2270 a 2215 a.C. (cronologia curta).[2] Tornou-se um membro proeminente da corte real de Kish, acabando por derrubar o rei local antes de partir para a conquista da Mesopotâmia. O vasto império de Sargão teria se estendido de Elam ao mar Mediterrâneo, incluindo toda a Mesopotâmia, partes dos atuais Irã e Síria, e possivelmente partes da Anatólia e da península Arábica. Governou a partir de uma nova capital, Acádia, que a lista de reis sumérios alega ter sido construída por ele (ou possivelmente reformada), situada na margem esquerda do Eufrates.[3] Sargão é o primeiro indivíduo registrado na história a ter criado um império multiétnico governado a partir de um centro, e a sua dinastia governou a Mesopotâmia por cerca de um século e meio.[4]

Origens e ascensão ao poder

A história do nascimento e da infância de Sargão é listado na "lenda de Sargão", um texto sumério que alega ser a biografia do monarca. As versões mais antigas estão incompletas, porém os fragmentos restantes dão o nome de seu pai como La'ibum. Depois de uma lacuna, o texto pula para Ur-Zababa, rei de Kish, que acorda depois de um sonho, cujo conteúdo não é revelado na parte restante das tabuletas que contêm o texto. Por motivos desconhecidos, Ur-Zababa indica Sargão como seu serviçal. Pouco tempo depois, Ur-Zababa convida Sargão aos seus aposentos, para discutir um sonho que este havia tido, que envolvia o favor da deusa Inanna e o afogamento de Ur-Zababa pela deusa. Profundamente assustado, Ur-Zababa ordena que Sargão seja assassinado pelas mãos de Beliš-tikal, o ferreiro-mor, porém Inanna consegue impedir, exigindo que Sargão pare diante de seus portões por estar "poluído com sangue". Quando Sargão retorna a Ur-Zababa, o rei se assusta novamente, e decide enviar Sargão ao rei Lugal-zage-si, de Uruk, com uma mensagem numa tabuleta de argila, pedindo-lhe que matasse Sargão.[5] O relato da lenda é interrompido neste ponto; presumivelmente as seções que faltam indicariam como Sargão se tornou rei.[6]

A Lista de Reis Sumérios relata: "Em Agade [Acádia], Sargão, cujo pai era um jardineiro,[7] o copeiro de Ur-Zababa, se tornou rei, o rei de Agade, que construiu Agade; ele governou por 56 anos."[8] A alegação de que Sargão teria sido o fundador original de Acade foi questionada recentemente, com a descoberta de uma inscrição que menciona o local, datada do primeiro ano de Enshakushanna, que quase seguramente o precedeu.[9] Esta alegação da Lista de Reis foi a base para a especulação anterior, feita por diversos acadêmicos, de que Sargão teria sido a inspiração para a figura bíblica de Nimrod.[10] A Crônica de Weidner afirma que Sargão teria construído Babilônia "diante de Acade".[11][12] A Crônica dos Reis Antigos afirma igualmente que, no fim de seu reinado, Sargão "escavou o solo do poço de Babilônia, e fez uma equivalente de Babilônia próxima a Agade."[12][13] Recentemente, alguns estudiosos afirmaram que estas fontes poderiam estar se referindo a Sargão II, do Império Neo-Assírio, e não a Sargão da Acádia.[14]

Um texto neo-assírio do século VII a.C., que alega ser a autobiografia de Sargão, afirma que o grande rei seria o filho ilegítimo de uma sacerdotisa. No relato neo-assírio o nascimento e a infância de Sargão são descritos:

A imagem de Sargão como um indesejado sendo colocado para flutuar num rio lembra a narrativa mais conhecida do nascimento de Moisés. Estudiosos como Joseph Campbell e Otto Rank compararam o relato de Sargão, do século VII, com os nascimentos obscuros de outras figuras heróicas da história e da mitologia, como Buda, Édipo, Páris, Télefo, Semíramis, Perseu, Rômulo, Gilgamesh, Ciro, Jesus, e outros.[16]

Formação do Império Acadiano

O império de Sargão, fim do século XXIV a.C..

Após assumir o poder em Kish, Sargão logo atacou Uruk, que era governada por Lugal-Zage-Si, de Umma.[17] Conquistou Uruk e demoliu suas célebres muralhas. Os defensores parecem ter fugido da cidade, juntando-se a um exército liderado por cinquenta ensis das províncias. Esta força suméria disputou duas batalhas campais contra os acadianos, que terminaram com a debandada das forças restantes de Lugal-Zage-Si.[18] O próprio Lugalzagesi foi capturado e trazido a Nipur; Sargão inscreveu no pedestal de uma estátua (texto que foi preservado num tablete posterior) que trouxera Lugalzagesi "numa coleira de cão até os portões de Enlil."[19] Sargão perseguiu seus inimigos até Ur, antes de se deslocar para leste, até Lagash, no golfo Pérsico, e daí até Umma. Fez um gesto simbólico de lavar suas armas no "Mar Inferior" (Golfo Pérsico), para mostrar que havia conquistado o território da Suméria em sua totalidade.[20]

Outra vitória celebrada por Sargão foi sobre Kashtubila, rei de Kazalla. De acordo com uma fonte antiga, Sargão destruiu a cidade com tamanha intensidade que "os pássaros não conseguiam encontrar um lugar mais alto que o solo para repousar."[21]

Para ajudar a limitar a chance de revolta na Suméria, Sargão nomeou uma corte de 5400 homens para "partilhar de sua mesa" (ou seja, administrar seu império).[22] Estes 5400 homens devem ter formado o exército de Sargão.[23] Os governadores, escolhidos por Sargão para administrar as principais cidades-estado da Suméria, eram acadianos, e não sumérios.[24] O acadiano, uma língua semita, se tornou a língua oficial nas inscrições feitas em toda a Mesopotâmia, bem como a lingua franca da região, com influência nos territórios vizinhos. O império de Sargão manteve contatos comerciais e diplomáticos com os reinos em torno do mar da Arábia e por todo o Oriente Médio. As inscrições de Sargão relatam que navios de Magan, Meluhha e Dilmun, entre outros locais, ancoravam na sua capital, Agade.[25]

As antigas instituições religiosas da Suméria, já bem conhecidas e emuladas pelos semitas, foram respeitadas. O sumério continuou a ser majoritariamente a língua da religião, e Sargão e seus sucessores foram patronos dos cultos sumérios. Enheduana, autora de diversos hinos acadianos, e identificada como filha de Sargão, tornou-se sacerdotisa de Nanna, a deusa da lua de Ur. O próprio Sargão se intitulou "sacerdote ungido de Anu" e "grande ensi de Enlil".[26]

Guerras no Noroeste e no Oriente

Pouco tempo após dominar a Suméria, Sargão embarcou numa série de campanhas militares que visavam subjugar todo o Crescente Fértil. De acordo com a Crônicas dos Reis Antigos, um texto historiográfico babilônico tardio:

Sargão capturou Mari, Yarmuti e Ebla, chegando até a "montanha de prata" (Tauro). O Império Acadiano dominou assim as rotas comerciais, para que o fornecimento de madeira e metais preciosos pudesse fluir com segurança pelo Eufrates, chegando até a Acádia.[27]

No Oriente, Sargão derrotou uma invasão feita pelos quatro líderes de Elam, liderados pelo rei de Awan. Suas cidades foram saqueadas; os governadores, vice-reis e reis de Susa, Barhashe e dos distritos vizinhos se tornaram vassalos da Acádia, e o acadiano se tornou o idioma oficial do discurso internacional.[28] Durante o reinado de Sargão, o acadiano foi padronizado e adaptado para o uso com a escrita cuneiforme utilizada anteriormente com o idioma sumério. Um estilo de caligrafia desenvolveu-se no qual o texto em tabletes de argila e cilindros de cera era distribuído entre cenas mitológicas e rituais.[29]

Fim do reinado

O texto conhecido como Epopeia do Rei da Batalha mostra Sargão avançando com suas tropas rumo ao coração da Anatólia, para proteger mercadores acádios e mesopotâmicos das extorsões que sofriam do rei de Burushanda (Purshahanda).[30] O mesmo texto menciona que Sargão teria cruzado o Mar do Oeste (Mar Mediterrâneo) indo até Kuppara.[31]

Fome e guerras ameaçaram o império de Sargão durante os últimos anos de seu reinado. A Crônica dos Reis Antigos relata que diversas revoltas eclodiram por toda a região neste período.

A literatura posterior sugere que as rebeliões e outros distúrbios do final do reinado de Sargão teriam sido resultado de atos sacrílegos cometidos pelo rei. O consenso atual é de que a veracidade destas alegações é impossível de ser determinada, já que os desastres eram virtualmente sempre atribuídos a sacrilégios, inspirados na ira divina frequentemente mencionada na literatura mesopotâmica antiga.[33]

Legado

Estela de Naram-Sin, neto de Sargão, celebrando sua vitória contra os lullubi de Zagros.

Sargão morreu, de acordo com sua curta cronologia, por volta de 2215 a.C.. Seu império imediatamente se revoltou, ao ouvir as notícias da morte do rei; a maior parte destas revoltas foi debelada pelo seu filho e sucessor, Rimush, que reinou por nove anos e que foi sucedido por outro filho de Sargão, Manishtushu, que reinou por 15 anos.[34] Sargão foi visto como um modelo para os reis da Mesopotâmia por cerca de dois milênios depois de sua morte; os reis assírios e babilônios se viam como herdeiros do seu império. Reis como Nabonido (reinou de 556 a 539 a.C.) mostrou grande interesse na história da dinastia sargônida, e até mesmo chegou a realizar escavações dos palácios de Sargão e de seus sucessores.[35] Alguns destes governantes podem até mesmo ter se inspirado nas conquistas do rei para iniciar suas próprias campanhas ao redor do Oriente Médio. O texto de Sargão em neo-assírio desafia assim seus sucessores:

Outra fonte atribuiu a Sargão o desafio "qualquer rei que agora queira se dizer igual a mim, onde quer que eu tenha ido [conquistado], que ele vá."[37]

Histórias do poder de Sargão e de seu império podem ter influenciado o corpo de textos do folclore local que foi posteriormente incorporado à Bíblia. Diversos acadêmicos especularam que Sargão pode ter sido a inspiração para a figura bíblica de Nimrod, que aparece no Gênesis, bem como na literatura midráshica e talmúdica.[10] A Bíblia menciona Acádia como uma das primeiras cidades-estado do reino de Nimrod, porém não afirma de maneira explícita que ele a teria construído.[38]

Família

Casa Real da Acádia.

O nome da principal esposa de Sargão, Tashlultum, e de diversos de seus filhos, são conhecidos. Sua filha, Enheduana, que viveu durante o fim do século XXIV a.C. e início do século XXIII a.C., foi uma sacerdotisa, autora de diversos hinos rituais.[39] Diversas de suas obras, incluindo a sua Exaltação de Inanna, foram utilizados nos séculos seguintes.[40] Sargão foi sucedido por seu filho, Rimush; após a morte de Rimush outro de seus filhos, Manishtushu, subiu ao trono. Os nomes de dois de seus outros filhos, Shu-Enlil (Ibarum) e Ilaba'is-takal (Abaish-Takal), também são conhecidos.[41]

Ver também

Referências

  1. "Sargão" provavelmente era um nome régio; seu nome de nascimento é desconhecido. Para uma discussão detalhada do nome, ver Lewis 1984:277–292.
  2. Isto de acordo com a lista de reis sumérios; as datas reais do reinado de Sargão são impossíveis de serem determinadas com certeza. Ver, por exemplo, Kramer, The Sumerians passim.
  3. Kramer, The Sumerians 1963:60–61. "Akkad provavelmente localizava-se entre Sippar e Kish.
  4. Van der Mieroop 64–72.
  5. "The Sargon Legend." The Electronic Text Corpus of Sumerian Literature. Universidade de Oxford, 2006. Ver também o mito grego de Belerofonte. Um relato similar também aparece na lenda nórdica de Amleth, que Shakespeare adaptou em Hamlet.
  6. Cooper 67–82.
  7. Thorkild Jacobsen, em sua edição da Lista de Reis Sumérios, marcou esta oração como lacuna, indicando sua incerteza a respeito. (The Sumerian King List, Assyriological Studies, No. 11. Chicago: Oriental Institute, 1939, p. 111)
  8. Estranhamente, Ur-Zababa e Lugal-zage-si são ambos listados como reis, porém com diversas gerações de distância entre eles.
  9. Van de Mieroop, Cuneiform Texts 75.
  10. a b Levin 350–356; Poplicha 303–317.
  11. Grayson 19:51.
  12. a b c Chronicle of Early Kings - Livius.org (tradução para o inglês adaptada de A.K. Grayson, Assyrian and Babylonian Chronicles, 1975, e Jean-Jacques Glassner, Mesopotamian Chronicles. Atlanta, 2004). Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "Livius" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  13. Grayson 20:18–19
  14. Stephanie Dalley, "Babylon as a Name for Other Cities Including Nineveh", in [1] Proceedings of the 51st Rencontre Assyriologique Internationale, Oriental Institute SAOC 62, pp. 25-33, 2005
  15. King 1907: 87–96
  16. Rank passim; MacKenzie 126. Embora acredite-se que Moisés tenha vivido séculos depois de Sargão, a relação cronológica exata entre as duas narrativas é incerta. De qualquer maneira, o relato do Livro do Êxodo inverte o tema; em vez de um membro da família real criado por trabalhadores comuns, Moisés é um filho de escravos que acaba sendo criado pela filha do Faraó. Ver, e.g. Lewis 211–272.
  17. Embora Sargão receba com frequência o crédito pela criação do primeiro império real, Lugal-Zage-Si o precedeu; após subir ao poder, em Umma, conquistou ou acabou recebendo a posse de Ur, Uruk, Nipur e Lagash. Lugal-Zage-Si alegava dominar terras até o Mediterrâneo. Ver Beaulieu 43.
  18. Kramer, The Sumerians 61.; Van de Mieroop, History 64–66.
  19. Oppenheim 267.
  20. Oppenheim 267.
  21. Oppenheim 266.
  22. Kramer, The Sumerians 61.
  23. Frayne 31.
  24. Van der Mieroop, History 62–68.
  25. Kramer, The Sumerians 62, 289–291.
  26. Ver, e.g., Van der Mieroop, History 67–68.
  27. Kramer, The Sumerians passim.
  28. E continuou a sê-lo por diversos séculos; as cartas de Amarna do século XIV a.C. foram escritas em acadiano.
  29. Britannica.
  30. O texto mais antigo existente a mencioná-lo está numa tabuleta em acádio descoberta nos arquivos de Amarna; traduções em hitita e hurriano foram encontradas posteriormente. Postgate 216.
  31. Possivelmente uma tradução acádia de Keftiu, localidade antiga costumeiramente associada com Creta ou Chipre. Ver Wainright 197–212; Strange 395–396; Vandersleyen 209.
  32. "Afterward in his [Sargon's] old age all the lands revolted against him, and they besieged him in Akkad; and Sargon went onward to battle and defeated them; he accomplished their overthrow, and their widespreading host he destroyed. Afterward he attacked the land of Subartu in his might, and they submitted to his arms, and Sargon settled that revolt, and defeated them; he accomplished their overthrow, and their widespreading host he destroyed, and he brought their possessions into Akkad. The soil from the trenches of Babylon he removed, and the boundaries of Akkad he made like those of Babylon. But because of the evil which he had committed, the great lord Marduk was angry, and he destroyed his people by famine. From the rising of the sun unto the setting of the sun they opposed him and gave him no rest." Botsforth 27–28. Oppenheim, no entanto, traduz a última frase como "From the East to the West he [i.e. Marduk] alienated (them) from him and inflicted upon (him as punishment) that he could not rest (in his grave)." ("Do Oriente ao Ocidente ele (ou seja, Marduque) alienou-os dele e lhe infligiu (como punição) que não pudesse descansar (em seu túmulo).") Ancient Near Eastern Texts, p. 266
  33. Britannica
  34. Kramer, The Sumerians 61–63; Roux 155.
  35. Oates 162.
  36. "The black-headed peoples [Sumerians] I ruled, I governed; mighty mountains with axes of bronze I destroyed. I ascended the upper mountains; I burst through the lower mountains. The country of the sea I besieged three times; Dilmun I captured. Unto the great Dur-ilu I went up, I ... I altered ... Whatsoever king shall be exalted after me, ... Let him rule, let him govern the black-headed peoples; mighty mountains with axes of bronze let him destroy; let him ascend the upper mountains, let him break through the lower mountains; the country of the sea let him besiege three times; Dilmun let him capture; To great Dur-ilu let him go up." Barton 310, modernizando por J. S. Arkenberg.
  37. "Now, any king who wants to call himself my equal, wherever I went [conquered], let him go." Nougayrol 169.
  38. Gênesis 10:10. Na lista de reis sumérios, Sargão é creditado com a construção da cidade, porém existe alguma controvérsia acerca desta afirmção.
  39. Schomp 81.
  40. Schomp 81; Kramer, History Begins at Sumer 351; Hallo passim.
  41. Frayne 3637.

Bibliografia

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