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Indústria cultural[editar | editar código-fonte]

Indústria cultural (em alemão: Kulturindustrie) é um termo cunhado pelos filósofos e sociólogos alemães Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973), membros da Escola de Frankfurt. O termo aparece no capítulo Kulturindustrie - Aufklärung als Massenbetrug na obra Dialektik der Aufklärung (em português: Dialética do Esclarecimento), de 1947.

Enquanto que os termos "cultura de massa" ou "cultura popular" remetem à ideia de que exista uma cultura de elite, quando deveria remeter à cultura produzida pelo povo, ou ainda, para o povo, o conceito de indústria cultural esclarece que os conteúdos artísticos ou culturais pertencentes a uma lógica de mercado, passa a ser, automaticamente, mercadoria. Portanto, o termo "indústria cultural" foi empregado como substituição ao termo "cultura de massa", com o fim de se excluir de antemão a interpretação de que se trata de uma cultura que surge espontaneamente das massas, tal como a cultura popular.[1]

Neste capítulo os autores analisam a produção e a função da cultura no capitalismo. Tendo os autores criado conceito de "indústria cultural" para definir a conversão da cultura em mercadoria, o conceito não se refere aos veículos (televisão, jornais, rádio...), mas ao uso dessas tecnologias por parte da classe dominante para disseminação de suas idéias conformistas e de controle da população. A produção cultural e intelectual passa a ser guiada pela possibilidade de consumo mercadológico com a mais abrangente face capitalista.

Objetivo[editar | editar código-fonte]

figura de exemplo

Em todos os ramos da indústria cultural existem produtos adaptados ao consumo das massas, sendo por elas que as indústrias se orientam, tendo no consumidor não um sujeito, mas um objeto. Este termo define as produções artísticas e culturais organizadas no contexto das relações capitalistas de produção, uma vez lançadas no mercado, é por estes consumidas.[2]

A indústria cultural idealiza produtos adaptados ao consumo das massas, assim como também pode determinar esse consumo trabalhando sobre o estado de consciência e inconsciência das pessoas. Ela pode ainda ter função no processo de acumulação de capital, reprodução ideológica de um sistema, reorientação de massas e imposição de comportamento.[3]

Histórico[editar | editar código-fonte]

Indústria cultural, é um termo concebido pelos teóricos da escola de Frankfurt, Theodor Adorno e Max Horkheimer. As reflexões acerca desse tema surgiram à partir de uma “cultura industrializada” vista no período do nazismo, pois toda arte produzida era dirigida somente àquele sistema. Já nos Estados Unidos, Adorno vê o sistema da indústria cultural de forma “enrustida” principalmente no entretenimento, e é através do cinema, por exemplo, que a indústria cultural se faz presente e nos apresenta uma comunicação de massa, pois neste caso tinha o intuito de “desviar” os olhares da população aos problemas sociais da década de 30.

A indústria cultural, segundo Adorno e Horkheimer consiste em “moldar” toda a produção artística e cultural, de modo que elas assumam os padrões comerciais e que possam ser facilmente reproduzidas. Dessa forma, as manifestações de arte não são vistas somente como únicas, extremamente belas, mas principalmente como “mercadorias”, que incentivam uma reificação (ou transformação em coisa), e a alienação da arte feita para poucos e carentes de uma visão crítica a respeito.

A intenção da indústria cultural não é promover um conhecimento, porque conhecer levanta questionamentos, rompe paradigmas e necessita de novas respostas. Esse sistema incorpora nos participantes uma nova necessidade: a “necessidade do consumo”, geradora de mercadorias próprias para a venda e vinda do capitalismo e desta forma é possível representar e incentivar o produto ao invés do conhecimento. O conhecimento, por sua vez, se torna produto da elite e é sobre esses aspectos que Adorno e Horkheimer questionam quando tratam de indústria cultural. Sobre a forma pela qual as artes e o conhecimento humano são tratadas e se tornaram de fácil manipulação. [4]

No entanto, falar de indústria cultural levanta também questões sobre a comunicação, a cultura e a manipulação de massas.

Comunicação de massa[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Comunicação de massa

A industria cultural e a comunicação de massa não podem ser tratadas como coisas distintas, pois, ambas são capazes de atingir um grande número de indivíduos, de transmitir um conhecimento ou de alienar. São pertencentes a cultura de massa a televisão, o rádio, os jornais, as revistas e toda e qualquer fonte de informação. Não pelo que são, mas sim por serem utilizadas pela elite com o real intuito de manipular a população.

O primeiro passo para o surgimento de um veículo de comunicação veio através de Gutemberg. Com os tipos móveis de imprensa, Gutemberg trouxe novos meios e mais ágeis para a reprodução (principalmente de livros). A criação deste "meio de comunicação" não pode ser vista como responsável pela indústria cultural, mas pode se ter, através daí, o surgimento de uma cultura elitizada (pois o consumo era destinado a uma elite de letrados) de uma reprodução em grande escala, e de uma objetivação cada vez maior do lucro.

Cultura, arte e o conceito de Kitsch[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Kitsch

Kitsch é o termo usado para denominar uma nova forma de arte: a pseudo-arte. Com o surgimento da nova classe média e a grande demanda informacional, tornou-se necessário à cultura e a arte uma adaptação ao seu novo público e a produção em massa.[5]

Para Silva (2011)[6], a indústria cultural descaracterizou a arte, deixando de lado a sua verdadeira essência. Do homem como autônomo, da beleza impossível na vida real, mas possível através da arte. Para esse autor, tal adaptação da arte e cultura foram causadas pela filosofia capitalista. Como o sistema dominante necessita de lucro, a aceitação e a alienação massificada para a sua sobrevivência, transforma a cultura em mais um dos instrumentos do capitalismo.

Referências

  1. COELHO, T. O que é indústria cultural? 8. ed. São Paulo: brasiliense, 1986. Disponível em: <http://download.tales.com.br/marxismo/Marxismo/Teixeira%20Coelho%20-%20O%20que%20%C3%A9%20Industria%20Cultural.pdf> Acesso em: 27 jun. 2011.
  2. FREITAG. B. Política educacional e indústria cultural. São Paulo: Cortez, Autores associados, 1987.
  3. COHN. G. Comunicação e indústria cultural. 2° ed. Editora Nacional, 1971.
  4. SILVA, D. R. Adorno e a Indústria Cultural. Disponível em: <http://www.urutagua.uem.br//04fil_silva.htm> Acesso em: 27 jun. 2011
  5. CHARLIE. Cul(ura) e Kitsch. Disponível em: <http://www.cultkitsch.org/ser/manifesto.htm> Acesso em: 01 set. 2011.
  6. SILVA, D. R. Adorno e a Indústria Cultural. Disponível em: <http://www.urutagua.uem.br//04fil_silva.htm> Acesso em: 01 set. 2011

Ver também[editar | editar código-fonte]