Usuário:Eduardo Pazos/Rock da Argentina

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Rock argentino
Origens estilísticas rock and roll, blues, country & western, R&B, doo wop, boogie woogie, swing.
Contexto cultural 5 de dezembro de 1955[a]
Instrumentos típicos
Popularidade
Gêneros de fusão

O Rock da Argentina (também conhecido como Rock argentino, Rock nacional argentino, ou dentro desse país Rock nacional) é qualquer expressão musical do rock em qualquer um de seus subgêneros (rock and roll, pop rock, tango rock, blues rock, jazz rock, folk rock, rock progressivo, hard rock, heavy metal, punk rock, new wave, reggae rock, rock alternativo, rock eletrônico, rap rock, grunge, rock barrial, entre muitos outros) criado por bandas e artistas da Argentina.

Desde suas origens, em meados da década de 1950, o rock argentino formou uma história de expressões artísticas e movimentos musicais que permaneceram na história da música latino-americana. O rock argentino é notável porque foi uma das primeiras expressões de rock no mundo a desenvolver uma identidade e essência inequivocamente próprias, em vez de se limitar a fazer apenas versões das músicas em inglês americano e britânico; como tal, foi um dos primeiros a utilizar predominantemente o espanhol no rock and roll, para comunicar e descrever tópicos relacionados às particularidades do país, referenciar nomes à geografia local e a usar elementos culturais locais, como gírias e o lunfardo, todos os componentes que deram origem a uma maneira única e irrepetível de fazer rock no planeta.[4][5][6][7] O rock argentino também se destaca por haver alcançado grande popularidade em toda a América Latina, com bandas e artistas argentinos que conquistaram recordes em vendas de álbuns e que participavam de concertos em países da América Latina.

O rock na Argentina nasceu em meados dos anos 1950, como parte da explosão internacional do rock and roll estadunidense. O furor por este ritmo dançante deu origem aos primeiros grupos de rock e artistas solo do país, como Eddie Pequenino e seu grupo Mr. Roll e seus Rockers, no entanto, o rock argentino nos primeiros anos se limitou a fazer nada mais que cover de conjuntos que cantavam em inglês.

Gênero relacionado[editar | editar código-fonte]

Vários termos são usados para descrever as expressões artísticas do rock and roll na América Ibérica, que muitas vezes são confusas ou têm significados diferentes em diferentes países. Geralmente, esses termos são:

  • Rock Íbero-Americano: inclui todas as expressões do rock and roll por nativos de países da América Latina e Espanha. Isso inclui rock brasileiro e rock cantado em inglês, português e idiomas nativos americanos.
  • Rock en Español: inclui todo o rock cantado em espanhol.
  • Rock Latino: inclui todas as expressões do rock and roll nos países da América Latina, no Caribe e na comunidade latino-americana dos Estados Unidos. Além do rock cantado em espanhol, isso inclui rock cantado em inglês, português, francês e outros idiomas baseados em latim. Isso geralmente se refere a um movimento cultural iniciado nos anos 80 em toda a América Latina.
  • Rock Nacional na Argentina: refere-se a um movimento de música progressiva que rapidamente ganhou popularidade em 1967 com a música "La Balsa".
  • Rock argentino: refere-se a todas as expressões de rock tocadas na Argentina, independentemente do idioma e subgênero.

Primeiros artistas de rock and roll na Argentina (1955—1967)[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Origens do rock argentino

As origens do rock na Argentina remontam à segunda metade da década de 1950, quando este chegou ao país como uma parte da explosão internacional que as bandas americanas de rock and roll estavam tendo. Esse ritmo dançante e inovador logo levou à formação das primeiras bandas de rock do país, apesar das quais se argumenta constantemente que o 'rock nacional' em castelhano, com músicas próprias só nasceu no final dos anos 60. No entanto, isso é falso: em fevereiro de 1956, foi publicada uma canção de rock em espanhol com partituras, que mais tarde fora gravada em um disco em maio do mesmo ano; era Rock com Leite.[4] No entanto, isso não foi uma exceção ou um caso isolado de rock em castelhano dessa época: é bastante árduo encontrar, entre 1955 e 1964, gravações de músicos que cantavam em inglês. Eddie Pequenino, a orquestra de Los Comandantes, The Rocklands, Los Mac Ke Mac em seu primeiro álbum e a orquestra de Osvaldo Norton são algumas das poucas exceções.[8] Portanto, é indiscutível afirmar que o 'rock nacional' nasceu no final da década de 1960, como é frequentemente dito.

Diversos músicos fizeram as primeiras experiências e tentativas de rock na Argentina em tempos onde predominava ainda no país o tango de vanguardia e a música folclórica argentina. Esses primeiros grupos de rock e cantores solo argentinos incentivavam a dança e a festa, influenciados por nomes como Bill Haley, Chuck Berry, Elvis Presley, Little Richard, Chubby Checker e Bo Diddley, entre outros. Naturalmente, estes primeiros expoentes do rock argentino tinham estilos diferentes e como conseqüência imitavam os diferentes estilos americanos: alguns como Eddie Pequenino e sua banda Mr. Roll y sus Rockers estavam mais inclinados ao estilo swing de Bill Haley & His Comets, outros como Los Cinco Latinos eram adeptos dos grupos vocais de doo wop como The Platters, e haviam outros como Sandro que foram claramente inspirados pela fusão de country de Elvis Presley. Quando os anos 60 chegaram, mais bandas e cantores solo com uma temática parecida apareciam, agora com influências de novas bandas, os gêneros de twist, new wave , surf e garage com o passar da década, assim como as invasões britânicas e uruguaias teriam um grande impacto na música argentina. Certamente, seria injusto dizer que eles eram meros imitadores, já que tinham suas próprias composições e todos os grupos argentinos imitaram bandas estrangeiras: um exemplo seria a influência do merseybeat britânico em Los Gatos ou do The Rolling Stones em Ratones Paranoicos.

No final da década de 1960, surgiram bandas mais influenciadas pelo merseybeat britânico. Centros de reuniões como o La Perla de Once ou o Instituto Di Tella seriam os núcleos dessa nova tendência artística. Em 1967, foi lançada a música '"La Balsa" de Los Gatos, que com seu estrondoso sucesso e popularidade com 250.000 cópias vendidas se tornou o primeiro grande sucesso do merseybeat argentino em espanhol.[9]

O contexto da cena musical argentina[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Tango rock
Ver artigo principal: Tango

A cena musical na Argentina nos anos 50 era composta pelo tango com uma longa tradição urbana, o folclore o qual viveu um boom alimentado pela imigração interna, a música doce onde era realmente influente o peso de países europeus como França e Itália (o Festival da Canção de San Remo era muito popular na sociedade argentina da época), os boleros e baladas românticas como as de Frank Sinatra, enquanto que ritmos tropicais e latino-americanos —a cúmbia havia começado a deixar sua marca na Argentina—.[10][11]

Em 1950, o tango teve suas vendas adiadas, pela primeira vez, por uma canção popular proveniente do folclore, "El rancho 'e la Cambicha", cantada por Antonio Tormo, o "cantor das cabecinhas negras". Começava então o boom do folclore, movido desde já duas décadas por uma nova onda migratória por Buenos Aires, esta vez proveniente das províncias do interior e dos países fronteiriços. Em 1995, um cantor branco dos Estados Unidos chamado Elvis Presley, começa a cantar a música negra conhecida como "rock and roll". Novos setores sociais e novas gerações começavam a modificar o panorama social e artístico que trouxe ao tango seu apogeu. Os locais haviam reduzido seus orçamentos e os conjuntos diminuíram seus componentes.[Nota 1]

O rock and roll surgiu como gênero musical nos Estados Unidos nos anos 1950, produto da fusão entre diversas correntes musicais tais como o folk, o hillbilly, o bluegrass, o country, o western e o rhythm & blues, ganhando rapidamente popularidade nacional e internacional através de artistas como Elvis Presley, Bill Haley e Alan Chaile. Na Argentina, a difusão destes temas através de rádios e discos despertaram em muitos músicos o interesse por copiar os sons inovadores e ritmos marcados que o caracterizavam.

Foi então que em meados dos anos 50, chegou o rock and roll a Argentina, com êxitos estadunidenses por parte de cantautores como Bill Haley & His Comets, Elvis Presley, Chuck Berry, Buddy Holly e Gene Vincent que se tornaram mundialmente populares, junto com as estreias do cinema argentino da trilogia fundamental de filmes do rock and roll: Blackboard Jungle, Rock Around The Clock e Don't Knock The Rock (traduzidas na Argentina como Semilla De Maldad, Al Compás Del Reloj e Celos Y Revuelos Al Ritmo Del Rock, respectivamente). Os filmes de rock and roll tiveram tal repercussão entre os adolescentes e jovens que começavam a dançar este ritmo novo nos corredores do cinema, nas ruas, praças, ou mesmo no obelisco de Buenos Aires. Havia começado as vendas de discos de rock and roll nas lojas de discos (chama até então casas de música ou casas de discos) e a difusão do ritmo nas rádios com emissoras publicitando como Radio Splendid, Radio Mitre e seu programa Melodías de rock'n'roll com César Lazaga, e Radio Excelsior com Rock and Belfast com Jorge Beillard, ocasionalmente substituído por [Miguel Ángel Merellano]].[10][11]

Enquanto nas rádios, predominavam as estações AM, apesar que a FM (inventada nos EUA em 1933) já tivera seu primeiro caso na Argentina, com a transmissão em fevereiro de 1945 da estação LU3A.[13] Não obstante, não funcionava como uma FM como seriam conhecidas 4 décadas mais tarde: esta transmissão era experimental, funcionava em determinados horários do dia e teve interrupções através dos anos. Nos anos '50, continuariam os experimentos con as FM argentinas.[14]

Notas

  1. Data da primeira gravação de rock de artistas argentinos, um cover de «Rock Around the Clock» feito pela orquestra de jazz pelo trompetista Roger Santander.[1]

Referências

  1. «62 años de rock nacional: hoy cumple años la primera grabación del rock argentino!», Universo Epígrafe
  2. Kleiman, Claudio (3 de outubro de 2003). «Uruguay exporta rock casi argentino». La Nación. Nos interesa mucho empezar a ir regularmente, a mí particularmente por ser argentino, pero todos escuchamos desde siempre mucho rock de allá, como los Redondos, Sumo, Charly, Divididos.  ; «El Rock en Uruguay». Aulas Virtuales. Los inicios del Rock en Uruguay se encuentran influenciados por el Rock internacional y por las experiencias latinas de México y sobre todo de Argentina... Hacia fines de los 60, varias bandas cambian sus formas de componer y modifican el idioma de sus canciones hacia el castellano para permitir su entendimiento. Esta migración fue coincidente con lo que pasaba con el Rock en Argentina... El movimiento rockero de fines de los 70 de la República Argentina, generó un resurgimiento en la necesidad de expresarse de los jóvenes a través del Rock... El embate del Rock argentino que llegaba con mucha fuerza o la música internacional, trajeron un descenso en la popularidad masiva de las bandas nacionales que sobrevivían a fuerza de ganas. 
  3. «Cómo Soda Stereo marcó al rock latinoamericano». BBC Mundo. 4 de setembro de 2014  ; «Grammy Latino 2016: el rock argentino brilla entre los nominados». La Nación. 21 de setembro de 2016  ; Ramos, Sebastián (27 de dezembro de 2016). «El rock argentino celebrará en 2017 medio siglo de vida a puro festival». La Nación. Queremos armar una ruta latinoamericana de festivales para que las bandas locales tengan la estructura y se les haga más fácil llegar a esos lugares. Porque una de las cosas que me impulsó a hacerlo es el gran respeto por todo el rock argentino que hay en América latina y, al mismo tiempo, la falta de presupuesto de las discográficas para llevar a las bandas a esos lugares. Eso generó un bache desde la época de Soda Stereo, Miguel Mateos, León Gieco, Charly García, Fito Páez y Los Fabulosos Cadillacs, grupos que habitualmente tocaban en todo el continente. A lo mejor, a través de Cosquín podemos ir por una revancha y volver a conquistar América latina.  ; Tapia, Carlos (6 de janeiro de 2016). «Litto Nebbia. El inventor del rock argentino». La Nación. Hubo un momento que estuvimos (Los Gatos) primeros en el ranking de toda Latinoamérica. 
  4. a b Tapia, Víctor (18 de novembro de 2016). «Cuando todo era nada, él era el principio: Eddie Pequenino, el primer rockero argentino» (em castelhano). Consultado em 11 de outubro de 2017 
  5. Gillespi. «El escurridizo Javier Martínez». Salsipuedes. Historias del rock argentino. Buenos Aires: Planeta. p. 71. ISBN 978-950-49-5328-9. La vuelta de tuerca argentina consistió en que nosotros empezamos a componer, porque ellos (los mexicanos) hacían rock norteamericano traducido a una versión española muy bien hecha. 
  6. Gillespi. «Emilio del Guercio, el arte del mensaje». Salsipuedes. Historias del rock argentino. Buenos Aires: Planeta. p. 323. ISBN 978-950-49-5328-9. Ustedes (Almendra) junto a Manal y Los Gatos crean un nuevo lenguaje. 
  7. Rozada, Natalia (19 de abril de 2005). «Ricardo Soulé repasó sus memorias con guitarra y violín: 'Lo lógico era que nos pasaran por la máquina a todos'». Rock.com.ar. Córdoba. Consultado em 13 de outubro de 2013. Hasta donde tengo yo entendido, la Argentina fue el primer lugar donde hubo un movimiento sólido y una consistencia a través de los años y respuesta del público. En un ambiente muy hostil porque se desarrolló en plena época de los militares. Entonces eso fue tema de discusión y tema de estudio. Es tema de estudio el por qué, siendo tan evidente el grito de libertad del roquero de la década de los '70s, en un medio tan hostil, cómo pudo sobrevivir si lo más lógico era que los pasaran por la máquina a todos. Y sin embargo no fue así... (Ricardo Soulé) 
  8. Tapia, Víctor (29 de agosto de 2017). «A 60 años de la primera película argentina y sudamericana de rock: Homenaje de Universo Epígrafe a Venga a Bailar el Rock!!». Consultado em 11 de outubro de 2017 
  9. «Página de Los Gatos en Discogs» (em inglês). Consultado em 11 de outubro de 2017 
  10. a b "El rock en la Argentina", 1986, de Osvaldo Marzullo y Pancho Muñoz, editorial Galerna.
  11. a b «"De cómo y con quiénes empezó la cosa en nuestro país" Por DANIEL COLAO (Revista Rocksuperstar 1978)» 
  12. Ursini, Sonia. «Horacio Salgán». Todo Tango. Consultado em 26 de outubro de 2013. Cópia arquivada em |arquivourl= requer |arquivodata= (ajuda) 🔗  Parâmetro desconhecido |dataarquivo= ignorado (ajuda)
  13. «LRA1 Radio Nacional Buenos Aires: Historia de sus servicios de FM», Grupo Radioescucha Argentino
  14. «Los locos de la azotea», Educ.ar


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