Usuário:Lustmoon/Testes/Alergia ao ovo
Alergia ao ovo | |
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Especialidade | Medicina de emergência Imunologia |
Sintomas | Coceira, erupção cutânea, inchaço dos lábios, língua ou de todo o rosto, eczema, respiração ofegante e falta de ar, náusea, vômito, dor abdominal, diarreia, anafilaxia[1] |
Causas | Hipersensibilidade do tipo I[2] |
Fatores de risco | Consumo de ovos de galinha e também de assados que contenham ovos na receita[2] |
Método de diagnóstico | Histórico médico e testes de alergia padrão[3] |
Prevenção | Introdução aos alimentos alergênicos na infância[4] |
Tratamento | Epinefrina][5] Anti-histamínicos leves[6][7] |
Prognóstico | Menos de 30% das alergias infantis ao ovo persistirão na idade adulta[8] |
Frequência | Em países desenvolvidos, a prevalência de alergia ao ovo em crianças com menos de cinco anos é de 1,8-2,0%[9] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | T781 |
Leia o aviso médico |
A alergia ao ovo é uma hipersensibilidade imunológica às proteínas encontradas nos ovos de galinha e, possivelmente, nos ovos de ganso, pato ou peru.[2] Os sintomas podem se iniciar de forma rápida ou gradual. O primeiro sintome pode incluir anafilaxia, uma condição fatal que requer tratamento com epinefrina. Dermatite atópica e esofagite estão entre as reações do consumo do alimento.[2][10]
Nos Estados Unidos, 90% das respostas alérgicas a alimentos são causadas por leite de vaca, ovos, trigo, marisco, amendoim, nozes, peixe e soja.[11] A declaração da presença de vestígios de alérgenos em alimentos não é obrigatória em nenhum país, com exceção do Brasil.[12][13][14]
A prevenção consiste em evitar comer ovos e alimentos que possam conter ovos, como bolos ou biscoitos.[2] Não está claro se a introdução precoce dos ovos na dieta de bebês de 4 a 6 meses diminui o risco de alergias aos ovos.[15][16][17][18]
A alergia ao ovo aparece, principalmente, em crianças, mas pode persistir na idade adulta. Nos Estados Unidos, é a segunda alergia alimentar mais comum em crianças, depois do leite de vaca. A maioria das crianças é curada da alergia ao ovo a partir dos cinco anos de idade, mas algumas pessoas permanecem com a sensibilidade por toda a vida.[19][20] Na América do Norte e na Europa Ocidental, a alergia ao ovo ocorre em 0,5% a 2,5% das crianças com idade inferior a cinco anos.[2][9] A maioria finda a doença na idade escolar, mas em cerca de um terço a alergia persiste na fase adulta. Quadros de anafilaxia, alta imunoglobulina E (IgE) sérica específica de ovo, resposta à prova de sensibilidade cutânea e ausência de tolerância a alimentos assados contendo ovo remontam a persistência do problema em pessoas adultas.[2][8]
Sintomas[editar | editar código-fonte]
Geralmente, os sintomas das alergias alimentarem começam de minutos a uma a duas horas. Os sintomas podem incluir: erupção cutânea, urticária, comichão na boca, lábios, língua, garganta, olhos, pele ou outras áreas, inchaço dos lábios, língua, pálpebras ou de todo o rosto, disfagia, congestão nasal, rouquidão, chiado no peito, falta de ar, diarreia, dor abdominal, tontura, desmaio, náusea ou vômito.[1] Os sintomas de alergias variam de pessoa para pessoa e podem variar de acordo com o que foi ingerido.[1] A gravidade de alergia aumenta quando o trato respiratório ou a circulação sanguínea são afetados. A obstrução respiratória é indicada pela presença de sibilos, obstrução das vias aéreas e cianose; os problemas de circulação sanguínea, por sua vez, incluem pulso fraco, palidez e desmaios. Quando esses sintomas ocorrem, a reação alérgica é chamada de anafilaxia.[1] A anafilaxia ocorre quando anticorpos IgE estão envolvidos e áreas do corpo que não estão em contato direto com os alimentos são afetadas e passam a apresentar sintomas graves.[1][21] Se não for tratada, isso pode ocasionar vasodilatação e diminuição da pressão arterial e um quadro de choque anafilático.[19][21]
Crianças pequenas podem apresentar dermatite/eczema na face, couro cabeludo e outras partes do corpo; em crianças mais velhas, joelhos e cotovelos são mais comumente afetados. Crianças com dermatite correm um risco maior de também apresentarem asma e rinite alérgica.[22]
Causas[editar | editar código-fonte]
Ingestão de ovos[editar | editar código-fonte]
Normalmente, a causa de apresentação da alergia se dá pela ingestão de ovos ou alimentos que contenham ovos. O sistema imunológico reage exageradamente às proteínas encontradas nos ovos. Esta reação alérgica pode ser desencadeada por pequenas quantidades de ovo, mesmo ovo incorporado em alimentos cozidos, como bolos. Pessoas com alergia a ovos de galinha também podem ser reativas a ovos de ganso, pato ou peru.[2][23][24][25]
Vacinas[editar | editar código-fonte]
As vacinas contra influenza são criadas através da injeção de um vírus vivo em ovos de galinha fertilizados.[26] Os vírus são colhidos, mortos e purificados, mas uma quantidade residual de proteína da clara do ovo permanece no fluido. Para adultos com 18 anos ou mais, existe a opção de receber vacinas recombinantes contra a gripe (RIV3 ou RIV4), que são cultivadas em culturas de células de mamíferos em vez de ovos e, portanto, não apresentam risco para pessoas com alergia grave a ovos.[27] As recomendações são de que pessoas com histórico de alergia leve ao ovo recebam qualquer vacina IIV ou RIV. Pessoas com reação alérgica mais grave também podem receber IIV ou RIV, mas em ambiente médico hospitalar ou ambulatorial, administrado por um profissional de saúde. Pessoas com reação alérgica grave à vacina contra influenza (que pode ser a proteína do ovo, a gelatina ou os componentes da neomicina da vacina) não devem receber a vacina contra a gripe.[27]
Todos os anos, a Academia Americana de Pediatria (AAP) publica recomendações para prevenção e controle da gripe em crianças.[28][29][30] Nas diretrizes de 2016-2017, foi feita uma alteração para que crianças com histórico de alergia ao ovo possam receber a vacina IIV3 ou IIV4 sem precauções especiais. No entanto, o órgão afirmou que "a prática padrão de vacinação deve incluir a capacidade de responder a reações agudas de hipersensibilidade".[25] Antes disso, a AAP sugeria medidas de precauções com base no histórico de alergia ao ovo: se não houver histórico, imunizar; se houver histórico de reação leve, ou seja, urticária, imunizar em ambiente médico com profissionais de saúde e equipamento de reanimação disponível; se houver histórico de reações graves, consultar um alergista.[29][30]
As partes da "vacina MMR" (VASPR) contra sarampo e caxumba (para sarampo, caxumba e rubéola) são cultivadas em cultura de células embrionárias de galinha e contêm vestígios de proteína de ovo. A quantidade de proteína do ovo é menor do que nas vacinas contra influenza e o risco de uma reação alérgica é muito menor.[31] Uma diretriz médica afirmou que todos os bebês e crianças deveriam receber as duas vacinas MMR, mencionando que "estudos em um grande número de crianças alérgicas ao ovo mostram que não há risco aumentado de reações alérgicas graves às vacinas".[32] Outro estudo recomendou que, se uma criança porta de histórico médico conhecido de reação anafilática grave a ovos, então a vacinação deve ser feita em um centro hospitalar com a criança mantida em observação por 60 minutos antes de ser autorizada a sair.[31] A segunda diretriz também afirmava que, se houvesse uma reação grave à primeira vacinação — que poderia ter sido à proteína do ovo ou aos componentes de gelatina e neomicina da vacina – a segunda seria contraindicada.[31]
Prática de exercícios[editar | editar código-fonte]
Há condição médicada anafilaxia induzida por exercício dependente de alimentos (FDEIAn). O exercício pode provocar urticária e sintomas mais graves de uma reação alérgica. Para algumas pessoas com esta condição, o exercício por si só não é suficiente, nem o consumo de um alimento ao qual sejam ligeiramente alérgicos é suficiente, mas quando o alimento em questão é consumido poucas horas antes do exercício de alta intensidade e o resultado pode gerar anafilaxia. Os ovos são mencionados especificamente como alimento causador.[33][34][35] Uma teoria é de que o exercício estimula a liberação de mediadores como a histamina dos mastócitos ativados por IgE.[35] Duas das revisões postulam que o exercício não é essencial para o desenvolvimento dos sintomas, mas, sim, um dos vários fatores de potencialização, citando evidências de que o alimento, em combinação com álcool ou aspirina, resultará em uma reação anafilática respiratória.[33][35]
Diagnóstico[editar | editar código-fonte]
O diagnóstico de alergia ao ovo é baseado no histórico de reações alérgicas do paciente, na prova de sensibilidade cutânea (SPT), teste de contato e medição da imunoglobulina E sérica específica do ovo (IgE ou sIgE). A confirmação é feita por meio de testes alimentares duplo-cegos controlados por técnicas de placebo.[9][8] O SPT e o sIgE têm sensibilidade superior a 90%, mas especificidade na faixa de 50-60%, o que significa que esses testes detectarão a sensibilidade do ovo, mas também serão positivos para outros alérgenos.[36] Para crianças pequenas, foram feitas tentativas para identificar respostas de SPT e sIgE fortes o suficiente para evitar a necessidade de um desafio alimentar oral de confirmação.[37]
Prevenção[editar | editar código-fonte]
Tratamento[editar | editar código-fonte]
O princípio basilar do tratamento é evitar a ingestão total da proteína do ovo. Entretanto, esta ação é complicada, pois o informe de vestígios de alérgenos nos alimentos não é obrigatória no rótulo.[38]
O tratamento para ingestão acidental de ovoprodutos por indivíduos alérgicos varia de acordo com a sensibilidade da pessoa. Um anti-histamínico como a difenidramina pode ser prescrito. Às vezes, a prednisona será prescrita para prevenir uma possível reação de hipersensibilidade tipo I de fase tardia.[39] Reações alérgicas graves (anafalaxia) podem exigir a administração de epinefrina injetável, alocada em uma caneta de injeção projetada para ser usado por um profissional que não seja da área da saúde quando o tratamento de emergência for necessário.[5]
Imunoterapia[editar | editar código-fonte]
Existem pesquisas ativas sobre a adoçao da técnica de [[dessensibilização[[ em pessoas portadoras de alergia ao ovo. Uma revisão da Colaboração Cochrane concluiu que a terapia pode dessensibilizar as pessoas, mas ainda não está claro se a tolerância a longo prazo se desenvolve após a finalização do tratamento, e 69% das pessoas inscritas nos ensaios tiveram efeitos adversos. Eles concluíram que havia necessidade de protocolos e diretrizes padronizados antes de incorporar a prática no ambiente clínico.[40] Uma segunda revisão observou que reações alérgicas, até a anafilaxia, podem ocorrer durante imunoterapia e recomenda que esse tratamento não seja feito de forma rotineira.[41] Uma terceira revisão se limitou aos ensaios de produtos cozidos contendo ovos, como pão ou bolo, como forma de resolver a alergia ao ovo. Novamente, alguns testes foram bem-sucedidos, mas houve registro de algumas reações alérgicas graves. Com isso, os autores do estudo preferiram não recomendá-lo como tratamento.[42]
Restrição de consumo[editar | editar código-fonte]
A prevenção de reações alérgicas ao ovo significa inclui o evitamento de consumo de ovos e alimentos que contenham ovos. Pessoas com alergia a ovos de galinha também podem ser alérgicas a outros tipos de ovos, como ovos de ganso, pato ou peru.[2] Na culinária, os ovos são multifuncionais: podem atuar como emulsificante para reduzir a separação óleo/água (maionese), aglutinante (ligação de água e adesão de partículas, como no bolo de carne) ou na areação (bolos, especialmente comida de anjo). Alguns substitutos comerciais do ovo podem permutar funções específicas (amido de batata e tapioca para ligação de água, proteína de soro de leite ou água de feijão para aeração ou ligação de partículas, ou lecitina de soja ou abacate para emulsificação). As empresas alimentícias produzem maionese sem ovos e outros alimentos substitutos. Alfred Bird inventou o Bird's Custard sem ovo, a versão original do que hoje é conhecido genericamente como creme em pó.
A maioria das pessoas acha necessário evitar estritamente qualquer item que contenha ovos, incluindo:[20]
Prognóstico[editar | editar código-fonte]
A maioria das crianças com a alergia ao ovo superam a doença com o crescimento. Uma revisão relatou que 70% das crianças serão curadas desta alergia aos 16 anos.[8] Em estudos longitudinais posteriores, um deles relatou que, de 140 bebês que tiveram alergia ao ovo confirmada por teste de provocação, 44% foram curados em dois anos.[43] Um segundo estudo relatou que, para 203 bebês com alergia confirmada ao ovo mediada por IgE, 45% foram curados aos dois anos de idade, 66% aos quatro anos e 71% aos seis anos.[44] As crianças serão capazes de tolerar os ovos como ingrediente em produtos assados e ovos bem cozidos do que ovos mal cozidos.[8][44]
Controle[editar | editar código-fonte]
Sociedade e cultura[editar | editar código-fonte]
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