Voo Panair do Brasil 263

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Voo Panair do Brasil 263
Acidente aéreo
Voo Panair do Brasil 263
A aeronave envolvida no acidente, PP-PDJ, no Rio de Janeiro
Sumário
Data 16 de junho de 1955 (68 anos)
Causa Voo controlado contra o terreno e ajuste incorreto do altímetro por erro e fadiga do piloto
Local Fernando de la Mora, Assunção,  Paraguai
Origem Aeroporto de Heathrow, Londres,  Reino Unido
Escala
Destino Aeroporto Internacional de Ezeiza, Buenos Aires,  Argentina
Passageiros 14
Tripulantes 10
Mortos 16
Feridos 8
Sobreviventes 8
Aeronave
Modelo Lockheed L-149 Constellation
Operador Brasil Panair do Brasil
Prefixo PP-PDJ
Primeiro voo 1946

O Voo Panair do Brasil 263 foi um voo regular de passageiros da Panair do Brasil, do Aeroporto de Heathrow, Londres, Reino Unido, para o Aeroporto Internacional de Ezeiza, Buenos Aires, Argentina, com escalas em Paris, Lisboa, Dacar, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Assunção. Em 16 de junho de 1955, um Lockheed L-149 Constellation do prefixo PP-PDJ, que realizava a rota, caiu durante a aproximação do Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, a 13 km da pista, em Fernando de la Mora, Assunção, Paraguai. Dos 24 ocupantes a bordo, 16 morreram, sendo o maior acidente aéreo do Paraguai na época.[1]

Aeronave e tripulação[editar | editar código-fonte]

A aeronave envolvida era um Lockheed L-149 Constellation, prefixo PP-PDJ. Foi fabricado em 1946, sendo entregue à Pan Am em 19 de fevereiro de 1946, com o prefixo original N88832. Em 18 de março de 1955, o avião foi transferido à Panair do Brasil.[2] O capitão era Renato Cursino de Moura; o primeiro oficial Fernando de Barros Morgado, de 33 anos, participou na Segunda Guerra Mundial como piloto da Força Expedicionária Brasileira.[1] O segundo oficial era Nelson do Vale Nunes e os engenheiros de voo eram Eliseu Scarpa e Wilson de Sousa Medeiros; os operadores de rádio Joacy Leal Pastor e Colombo Vieira de Sousa; os comissários Rodolfo Lordello, Roger Barthel e Sheila Monteath.[3]

Acidente[editar | editar código-fonte]

No momento do acidente, a aeronave estava se aproximando do aeroporto de Assunção às 1:00 da manhã, com baixa visibilidade, o trem de pouso estava baixado e os flaps estendidos.[4] A torre de controle de Assunção liberou o voo para pousar na pista 02 e solicitou que a tripulação comunicasse a aproximação final. O último contato com a torre foi às 01:15.[4] A partir daquele momento, um funcionário da torre de controle informou que a aeronave havia se deslocado em direção ao sudoeste. Ele tentou vê-la e notou que ela se dirigia para a cidade, fez uma curva para a esquerda e pareceu iniciar sua aproximação final em linha reta. Quando o tempo suficiente para um pouso havia passado, o funcionário chamou a atenção para a falta de comunicação entre a aeronave e a torre de controle.[5]

O copiloto afirmou que estava realizando o pouso por instrumentos, já que a visibilidade era zero. O avião estava voando a 130 kn (240 km/h) e o altímetro estava em 820 ft (250 m) no momento da queda e descia entre nuvens até que a asa esquerda atingiu uma coqueiro de doze metros. Parte da asa se partiu e o avião continuou derrubando coqueiros. A cerca de 500 metros do ponto de impacto inicial, a aeronave colidiu violentamente com outra árvore, arrancando-a, de modo que a fuselagem caiu em uma posição voltada cerca de 30° para a esquerda do caminho de voo. Como resultado, a aeronave foi completamente destruída pelo incêndio que se seguiu imediatamente após o impacto.[4]

Investigação[editar | editar código-fonte]

A investigação concluiu que o acidente foi devido a um erro do piloto, causado por fadiga do mesmo ao fazer a aproximação por instrumentos e não seguir a altitude descrita na carta de aproximação final, resultando no início da aproximação final a uma distância muito grande do aeroporto e consequentemente descendo além da altitude planejada de aproximação.[6] A prova disto foi encontrada nos destroços, dada pelo fato do trem de pouso estar baixado, e os flaps estendidos, o manete de empuxo fixado em potência mínima, indicando que a aeronave estava pronta para pousar.[5]

Várias partes do avião, o trem de pouso, cauda e motores foram encontrados de 50 a 350 metros da aeronave, como resultado do impacto com o solo, indicando que a fuselagem se dividiu em seções antes da destruição final pelo posterior incêndio.[4]

Consequências[editar | editar código-fonte]

O presidente do Paraguai, Alfredo Stroessner, que visitou o local do acidente, declarou dois dias de luto oficial pelo acidente.[1]

Referências

  1. a b c «Catástrofe en Barcequillo - Notas - ABC Color». www.abc.com.py (em espanhol). 15 de junho de 2015. Consultado em 17 de dezembro de 2020 
  2. «Registration Details For N88832 (Pan American World Airways (Pan Am)) L-049- - PlaneLogger». www.planelogger.com. Consultado em 17 de dezembro de 2020 
  3. Correio da Manhã (17 de junho de 1955). «Desastre com um Constellation da Panair». Biblioteca Nacional 
  4. a b c d Ranter, Harro. «ASN Aircraft accident Lockheed L-149 Constellation PP-PDJ Asunción-Silvio Pettirossi International Airport (ASU)». aviation-safety.net. Consultado em 17 de dezembro de 2020 
  5. a b «Crash of a Lockheed L-049 Constellation in Asunción: 16 killed | Bureau of Aircraft Accidents Archives». www.baaa-acro.com. Consultado em 17 de dezembro de 2020 
  6. «ACCIDENT DETAILS». www.planecrashinfo.com. Consultado em 21 de dezembro de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]