Washington Reis

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Washington Reis
Secretário estadual de Transportes do Rio de Janeiro
Período 1 de janeiro de 2023
até a atualidade
Governador Cláudio Castro
Antecessor(a) André Luiz Nahass
Prefeito de Duque de Caxias
Período 1 de janeiro de 2005
até 31 de dezembro de 2008
Vice-prefeito(a) Gilberto José da Silva
Antecessor(a) Zito
Sucessor(a) Zito
Período 1 de janeiro de 2017
até 1 de abril de 2022
Vice-prefeito(a) Marquinho Pessanha (2017–2020)
Wilson Miguel (2021–2022)
Antecessor(a) Alexandre Cardoso
Sucessor(a) Wilson Reis
Deputado federal pelo Rio de Janeiro
Período de 1º de fevereiro de 2011 a 1º de janeiro de 2017 (2 mandatos consecutivos)
Subsecretário Estadual de Obras Metropolitanas do Rio de Janeiro
Período janeiro de 2009 a março de 2010
Deputado estadual do Rio de Janeiro
Período de 1º de fevereiro de 1995 a 31 de dezembro de 2004
(3 mandatos consecutivos)
Vereador de Duque de Caxias
Período de 1993
a 1994
Vice-prefeito de Duque de Caxias
Período de 1997
a 1998
Dados pessoais
Nascimento 5 de abril de 1967 (57 anos)
Duque de Caxias, Rio de Janeiro
Partido PSB (1992-1993)
PSC (1994-1997)
PSDB (1997-1998)
MDB (1999-presente)

Washington Reis de Oliveira, ou simplesmente Washington Reis (Duque de Caxias, 5 de abril de 1967), é um político brasileiro e empresário do ramo futebolístico. É o atual secretário de transportes do Rio de Janeiro, tendo antes sido deputado estadual, deputado federal e prefeito de Duque de Caxias por dois mandatos - entre 2005 e 2009 e entre 2017 e 2022.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascido no distrito de Xerém, reside até hoje no local. É membro da Igreja Evangélica Assembleia de Deus.[1][2] Foi diretor-executivo do Esporte Clube Tigres do Brasil.[3] Também atua como presidente de honra do Duque de Caxias Futebol Clube.[4] É casado e pai de três filhos. É irmão dos também políticos Júnior Reis, Rosenverg Reis e Gutemberg Reis e sobrinho do atual prefeito de Duque de Caxias, Wilson Miguel.

Foi diagnosticado com COVID-19, e permaneceu internado durante 13 dias no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo.[5]

Carreira Política[editar | editar código-fonte]

Sua carreira política iniciou-se em 1992, ao vencer as eleições para vereador de Duque de Caxias pelo PSB. Em 1994, tornou-se deputado estadual pelo PSC, se reelegeu em 1998 e pela terceira vez em 2002. Nas eleições de 2004, Reis tornou-se prefeito de Duque de Caxias, pelo PMDB, cargo em que permaneceu até 2008, quando perdeu a reeleição para o ex-prefeito do município, José Camilo Zito.[6]

Em 2009, aceitou o convite do governador Sérgio Cabral e assumiu o cargo de subsecretário estadual de Obras Metropolitanas do Rio de Janeiro. Deixou o cargo no ano seguinte para se candidatar a deputado federal, sendo eleito com mais de 130 mil votos, tornando-se um dos dez mais votados do estado do Rio de Janeiro. Em 2014 foi reeleito para o seu segundo mandato.

Em 2015, integrante do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, votou contra a admissibilidade do processo que pediu a cassação do mandato do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, juntamente com outros 8 deputados. Teve seu voto vencido, pois outros 11 deputados votaram pela abertura do processo.[7] Em 14 de junho de 2016, voltou a apoiar o Deputado Eduardo Cunha, votando contra a sua cassação no comitê de ética da Câmara dos Deputados.[8]

Renunciou ao seu cargo de deputado federal em 1° de janeiro de 2017 ao se eleger prefeito de Duque de Caxias para um novo mandato.[9]

Em 1º de abril de 2022, Washington Reis deixou a prefeitura de Duque de Caxias, inicialmente para se candidatar ao Senado pelo estado do Rio de Janeiro.[10] Foi anunciado como candidato a vice-governador na chapa de Cláudio Castro (PL),[11] mas renunciou à candidatura após esta ser indeferida pelo TRE-RJ,[12][13] na sequência da manutenção de sua condenação por crime ambiental em 2016 no Supremo Tribunal Federal.[14] Com a reeleição de Castro, foi anunciado como secretário estadual de Transportes, cargo que assumiu em 2 de janeiro de 2023.[15]

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

Condenação por crime ambiental[editar | editar código-fonte]

Em dezembro de 2016 foi condenado por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal a sete anos e dois meses em regime semi-aberto por crime ambiental, além de multa no valor de 67 salários mínimos.[6] Washington foi condenado pela divisão de terrenos para a construção de um loteamento em Xerém, no entorno da Reserva do Tinguá, obras iniciadas em 2003 e que incluíram corte de vegetação em encostas e área de preservação permanente e a terraplanagem em beira de rio.[6] Segundo a decisão, o político ignorou autos de infração e embargos às obras, demonstrando sentimento de impunidade e desrespeito às autoridades ambientais.[6]

Posteriormente, o prefeito e o vice-prefeito de Duque de Caxias tiveram sua chapa cassada com base na Lei da Ficha Limpa pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro por Washington ter sido condenado em decisão colegiada. O prefeito afirmou que considera a decisão injusta e que recorreria.[16] Posteriormente, o Tribunal Superior Eleitoral reverteu a condenação pois a decisão que condenou Washington Reis por crime ambiental ocorreu após o primeiro e o segundo turnos da eleição municipal daquele ano, o que, segundo uma súmula do próprio tribunal, impede que haja cassação.[17]

Suspensão da construção de cemitério público[editar | editar código-fonte]

Em 2017, a Justiça mandou suspender a construção e inauguração de um cemitério em Duque de Caxias por suspeitas de irregularidades. Anunciado como uma de suas prioridades desde a campanha, Washington inciou a construção de um novo cemitério público sem licitação. As suspeitas são de crime ambiental, por sua construção estar sendo feita em mangue da Baía de Guanabara sem as devidas precauções para que a água não seja contaminada com necrochorume, e por ocupação irregular por supostamente estar localizado em uma área invadida. A paralisação também ocorreu devido ao contrato de uma concessionária que garante a sua exclusividade na administração dos cemitérios do município. A prefeitura afirmou que recorreria da decisão, que medidas para evitar a contaminação estão sendo tomadas, que o contrato com a concessionária é prejudicial a população e que o terreno é do município, ameaçando processar o seu suposto dono.[18]

Em 2020, o Ministério Público do Rio de Janeiro pediu o bloqueio de 2 milhões de reais, a quebra dos sigilos fiscal e bancário e a condenação de Washington Reis por improbidade administrativa após o prefeito insistir na inauguração, proibida pela justiça, do novo cemitério em meio a pandemia da COVID-19.[19]

Investigação da Polícia Federal e inelegibilidade em 2022[editar | editar código-fonte]

Em 2022, a Polícia Federal (PF) iniciou uma investigação sobre o desvio de dinheiro em contratos da Saúde na prefeitura de Duque de Caxias, que teriam ocorrido durante o mandato de Washington Reis como prefeito.[20] Reis foi apontado como responsável por garantir a atuação de uma organização criminosa que supostamente desviou 563,5 milhões de reais na cidade.[21] Em 1.º de setembro, uma operação de busca e apreensão da PF na casa de Reis apreendeu um fuzil calibre 5,56 que o político alegou pertencer à escolta do irmão, o deputado estadual Rosenverg Reis,[22] e 700 mil reais em dinheiro vivo na casa do ex-secretário de saúde de Duque de Caxias, José Carlos de Oliveira.[23]

Inicialmente pré-candidato ao Senado, Washington Reis havia sido anunciado como candidato a vice-governador na chapa de Cláudio Castro (PL) para concorrer nas eleições de 2022.[11] Entretanto, em 30 de agosto de 2022, o Supremo Tribunal Federal rejeitou um recurso de Reis contra sua condenação por crime ambiental e loteamento irregular em 2016, enquadrando-o na Lei da Ficha Limpa.[24][14] Devido a essa decisão, em 6 de setembro, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro indeferiu por unanimidade a candidatura de Reis a vice-governador e confirmou sua inelegibilidade.[12] Ele renunciou à candidatura três dias depois.[13]

Referências

  1. Éboli, Evandro (17 de outubro de 2013). «Até tenho amigos eleitores gays, diz autor do projeto que veta gays em templos». O Globo. Consultado em 11 de junho de 2018 
  2. «Para enfrentar denúncia, Cunha se ampara em grupo construído entre evangélicos». O Globo. 23 de agosto de 2016. Consultado em 11 de junho de 2018 
  3. «Clube com mais patrocínios no Carioca, Tigres fatura R$ 1,6 milhão por mês e não liga para aparência da camisa: 'Está bonita'» 
  4. «A história do Duque de Caxias Futebol Clube» 
  5. «Washington Reis, prefeito de Duque de Caxias, recebe alta após 13 dias internado com coronavírus». G1. Consultado em 4 de junho de 2020 
  6. a b c d Ventura, Manoel (13 de dezembro de 2016). «STF condena deputado Washington Reis a sete anos de prisão em regime semiaberto». Jornal O Globo. globo.com. Consultado em 7 de janeiro de 2016 
  7. [1], Conselho de Ética aceita parecer pela abertura de processo contra Cunha, 15 de dezembro de 2015
  8. «Por 11 a 9, Conselho de Ética aprova parecer pela cassação de Cunha». Política. 14 de junho de 2016. Consultado em 14 de junho de 2016 
  9. «Resultado da apuração das Eleições 2016 em Duque de Caxias para prefeito e vereador». g1. Consultado em 4 de junho de 2020 
  10. «Washington Reis, prefeito de Duque de Caxias, renuncia ao cargo para ser pré-candidato ao Senado». G1. Consultado em 2 de abril de 2022 
  11. a b «Cláudio Castro anuncia Washington Reis como vice na futura chapa». G1. Consultado em 11 de setembro de 2022 
  12. a b Correia, Ben Hur; Alves, Raoni (6 de setembro de 2022). «Por unanimidade, TRE-RJ indefere candidatura de Washington Reis como vice de Claudio Castro». G1. Consultado em 11 de setembro de 2022 
  13. a b Galdo, Rafael (9 de setembro de 2022). «Washington Reis renuncia à vaga de vice na chapa de Cláudio Castro no Rio». O Globo. Consultado em 11 de setembro de 2022 
  14. a b «STF: ex-prefeito e candidato a vice no RJ tem condenação confirmada». Agência Brasil. 31 de agosto de 2022. Consultado em 11 de setembro de 2022 
  15. «Cláudio Castro divulga nomes do novo secretariado de seu governo». G1. Consultado em 30 de dezembro de 2022 
  16. «Prefeito e vice de Duque de Caxias (RJ) têm mandatos cassados pelo TRE». noticias.uol.com.br. Consultado em 4 de junho de 2020 
  17. «TSE reverte cassação de prefeito de Duque de Caxias (RJ)». www.tse.jus.br. Consultado em 4 de junho de 2020 
  18. «Justiça manda parar construção de cemitério público de Duque de Caxias». G1. Consultado em 4 de junho de 2020 
  19. «Ministério Público pede bloqueio de R$2 milhões do prefeito de Duque de Caxias». Extra Online. Consultado em 4 de junho de 2020 
  20. Freitas, Carolina (1 de setembro de 2022). «Vice de Castro, Washington Reis é alvo de operação da PF sobre contratos da Saúde; valor supera R$ 563 milhões». Extra. Consultado em 11 de setembro de 2022 
  21. Guimarães, Arthur; Barreira, Gabriel; Brasil, Márcia; Martins, Marco Antônio (1 de setembro de 2022). «Washington Reis é 'provável responsável por garantir atuação' de organização criminosa no RJ, diz investigação». G1. Consultado em 11 de setembro de 2022 
  22. «Operação da PF apreende fuzil na casa de Washington Reis, candidato a vice de Cláudio Castro». Extra. 1 de setembro de 2022. Consultado em 11 de setembro de 2022 
  23. «Polícia apreende fuzil na casa de Washington Reis, vice de Claudio Castro no RJ». Yahoo Notícias. 1 de setembro de 2022. Consultado em 11 de setembro de 2022 
  24. Freire, Quintino Gomes (30 de agosto de 2022). «STF mantém inelegibilidade de Washington Reis e Cláudio Castro procura novo vice». Diário do Rio. Consultado em 11 de setembro de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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