Camille Paglia
Camille Paglia | |
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Nome completo | Camille Anna Paglia |
Nascimento | 2 de abril de 1947 (77 anos) Endicott |
Nacionalidade | Norte-americano |
Alma mater | Universidade Yale |
Ocupação | ensaísta, crítica de arte e crítica social |
Género literário | Ensaio, crítica de arte, crítica social |
Magnum opus | Sexual Personae: Art and Decadence from Nefertiti to Emily Dickinson |
Camille Anna Paglia (Endicott, Nova Iorque, 2 de abril de 1947) é uma acadêmica e Ph.D pela Universidade de Yale. Camille ainda é ensaísta, crítica de arte e crítica social americana. Paglia é professora da University of the Arts em Philadelphia, Pennsylvania, desde 1984.[1] O The New York Times a descreveu como a “Primeira e mais importante educadora".[2] Paglia é famosa por sua visão crítica em vários aspectos da cultura moderna.[3][4] Em 2005, Paglia foi rankeada em #20 pela revista Prospect/Foreign Policy na lista dos 100 maiores intelectuais populares.[5]
Visões
[editar | editar código-fonte]Paglia é uma intelectual de contradições apenas aparentes: uma ateísta que respeita a religião[6] e uma classicista que defende tanto a arte elitista quanto a popular com uma visão de que o ser humano tem uma natureza irresistivelmente dionisíaca, em especial no aspecto mais selvagem e obscuro da sexualidade humana.[7]
A intelectual apresenta uma gama variada de assuntos sobre o qual escreve: religião comparada, história da arte e o cânon literário, além de uma grande ênfase no ensino da história. Paglia tornou-se célebre para o público mundial em 1990 ao publicar o primeiro livro Sexual Personae: Art and Decadence from Nefertiti to Emily Dickinson (em tradução livre - Personas Sexuais: Arte e Decadência de Nefertiti a Emily Dickinson. O sucesso com este livro possibilitou a autoria de outros títulos sobre cultura popular e feminismo[8]. Exibindo grande erudição, gerou muita polêmica ao desafiar o que ela própria denominou de "elite liberal", incluindo acadêmicos, grupos feministas tais como a National Organization for Women (NOW) (em tradução livre - Organização Nacional para Mulheres (AGORA)) e grupos ativistas na luta contra a AIDS, tais como o ACT UP, acrônimo de AIDS Coalition to Unleash Power (em tradução livre - Coligação contra a SIDA para libertar o poder).
Feminismo
[editar | editar código-fonte]Camille se define como feminista, muito embora seja uma das principais críticas de algumas formas de feminismo (como o "puritano e stalinista").[9] Camille foi grande ativista em relação à inserção da mulher no mercado de trabalho, mas repudia as relativizações do que chama de “nova feminista burguesa”. Para Camille, o novo feminismo é direcionado para proteger a burguesa juvenil – que quer que o mundo seja como é a sua sala de estar. “A nova feminista espera que o mundo seja reduzido a essas proteções burguesas e, sem perceber seus privilégios, é arrogante e passa toda essa arrogância para o feminismo”.[10]
Transexualidade
[editar | editar código-fonte]Camille não se opõe, mas se diz preocupada com a tendência cirúrgica de redesignação sexual.
“ | Isso está por toda parte nos EUA. Dizem que a criança nasceu no corpo errado e já começam com hormônios até chegar à intervenção cirúrgica. Se essa ideia estivesse no ar quando eu era jovem, eu teria cometido um engano terrível. Quando era mais nova estava muito claro que eu era muito inibida em relação ao meu gênero biológico. Eu demonstrava isso, ainda criança. Eu sempre escolhia um personagem masculino. Fui um soldado romano, fui Napoleão, fui Hamlet... E nenhuma menina se fantasiava assim. Eu me sentia alienada em ser uma menina.[11] | ” |
Visões políticas
[editar | editar código-fonte]Paglia se define como libertária.[12][13] Paglia é a favor da liberação de temas como pornografia, prostituição, aborto e drogas.[14][15] Paglia é uma grande crítica da candidata à presidência dos estados unidos de 2016, Hillary Clinton, a qual classifica como uma fraude.[16] Paglia também se recusou a apoiar o republicano Donald Trump, indicando que votaria no socialista Bernie Sanders.[17]
Obras
[editar | editar código-fonte]- Paglia, Camille (1974). Sexual Personae: The Androgyne in Literature and Art (Tese)
- ——— (1990). Sexual Personae: Art and Decadence from Nefertiti to Emily Dickinson. [S.l.: s.n.] ISBN 0-679-73579-8
- ——— (1992), Sex, Art and American Culture: Essays, ISBN 0-679-74101-1
- ——— (1994). Vamps and Tramps: New Essays. [S.l.: s.n.] ISBN 0-679-75120-3
- The Birds (BFI Film Classics) (1998) ISBN 0-851-70651-7
- Break, Blow, Burn: Camille Paglia Reads Forty-three of the World's Best Poems (2005) ISBN 0-375-42084-3
- Glittering Images: A Journey Through Art from Egypt to Star Wars (2012) ISBN 978-0-375-42460-1
- Free Women, Free Men: Sex, Gender, and Feminism (2017) ISBN 978-0-375424779
- Provocations: Collected Essays (2018) ISBN 978-1-52474689-6
Obras publicadas no Brasil
- Personas Sexuais: Arte e Decadência de Nefertite a Emily Dickinson (1992). Cia. das Letras ISBN 85-7164-289-3
- Sexo, Arte e Cultura Americana (1993). Cia. das Letras
- Vampes e Vadias (1996). Francisco Alves
- Os Pássaros (1999). Rocco
- Imagens Cintilantes: Uma Viagem Através da Arte (2014). Apicuri
Referências
- ↑ http://www.uarts.edu/faculty-and-staff/facultystaff-search
- ↑ Adams, John. «Paglia on Art». The New York Times. Consultado em 9 de agosto de 2016
- ↑ Birnbaum, Robert. «Birnbaum v. Camille Paglia» (interview). The Morning News
- ↑ Handler, Richard. «An atheist's defence of religion: The paradox of Camille Paglia, the cultural gunslinger». CBC News
- ↑ «Prospect/FP Top 100 Public Intellectuals Results». Consultado em 9 de agosto de 2016
- ↑ "That’s my New Age-y side. I really respect mysticism and the spiritual dimension, even though I don’t believe in God" ('Esse é o meu lado New Age. Eu realmente respeito o misticismo e a dimensão espiritual, apesar de não acreditar em Deus'). Entrevista com Camille Paglia. Por Robert Birnbaum. "The Morning News," 3 de agosto de 2005.
- ↑ Paglia, Camille (1990). Sexual Personae: Art and Decadence from Nefertiti to Emily Dickinson, p. 5-6: "The Dionysian is no picnic. It is the chthonian realities which Apollo evades, the blind grinding of subterranean force, the long slow suck, the murk and ooze" ('O dionisíaco não é nenhum piquenique. São as realidades ctônicas das quais Apolo foge - a opressão cega da força subterrânea, a longa e lenta sucção, a escuridão e o lodo').
- ↑ «Fronteiras do Pensamento». Fronteiras do Pensamento. Consultado em 12 de outubro de 2023
- ↑ https://heatst.com/culture-wars/camille-paglia-and-christina-hoff-sommers-demolish-modern-feminism-part-i/
- ↑ Loptson, Peter (1998). Readings on human nature. [S.l.]: Broadview Press. p. 490. ISBN 1-55111-156-X
- ↑ http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/04/1619320-nao-publicar-entrevista-camille-paglia-fronteiras-do-pensamento.shtml
- ↑ Paglia, Camille. «My Education». The Scotsman
- ↑ http://time.com/72546/drinking-age-alcohol-repeal
- ↑ http://reason.com/archives/1995/08/01/interview-with-the-vamp
- ↑ Killough, George. «Paglia attacks political correctness». Reading Eagle. Knight Ridder
- ↑ Gillespie, Nick; Krainin, Todd. «Everything's Awesome and Camille Paglia Is Unhappy!». Reason. Consultado em 9 de Agosto de 2016
- ↑ Paglia, Camille. «Camille Paglia: This is why Trump's winning, and why I won't vote for Hillary». Reason. Consultado em 9 de Agosto de 2016
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Mulher deve ser maternal e parar de culpar o homem, diz Camille Paglia. Entrevista concedida a Fernanda Mena. Folha de S. Paulo, 24 de abril de 2015.
- Artigos de Camille Paglia em Salon (em inglês)
- Vídeo: várias conferências e entrevistas (desde 1994)