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António Ferro: diferenças entre revisões

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Em [[1911]], estudante do [[Liceu Camões]], é, embora cinco anos mais novo, colega e amigo de [[Mário de Sá-Carneiro]]. O poeta confia-lhe dois dos seus primeiros poemas, ''Quadras para a Desconhecida'' e ''A Um Suicida'', ambos dedicados a [[Tomás Cabreira Júnior]], com quem escrevera a peça ''Amizade'' e que se suicidara com um tiro, nas escadas do liceu, aos 16 anos de idade<ref>[http://www.fundacaoantonioquadros.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=29&Itemid=59&limit=1&limitstart=1 Fundação António Quadros]</ref>..
Em [[1911]], estudante do [[Liceu Camões]], é, embora cinco anos mais novo, colega e amigo de [[Mário de Sá-Carneiro]]. O poeta confia-lhe dois dos seus primeiros poemas, ''Quadras para a Desconhecida'' e ''A Um Suicida'', ambos dedicados a [[Tomás Cabreira Júnior]], com quem escrevera a peça ''Amizade'' e que se suicidara com um tiro, nas escadas do liceu, aos 16 anos de idade<ref>[http://www.fundacaoantonioquadros.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=29&Itemid=59&limit=1&limitstart=1 Fundação António Quadros]</ref>..


Em [[1912]], em colaboração com Augusto Cunha, seu futuro cunhado, publica ''Missal de Trovas'', livro constituído por quadras ao gosto popular dedicadas a [[Augusto Gil]] e a [[Fausto Guedes Teixeira]], que, numa edição de [[1914]], seriam acompanhadas de apreciações afectuosas de [[Fernando Pessoa]], [[João de Barros]], [[Mário de Sá-Carneiro]], [[Afonso Lopes Vieira]] e [[Augusto Gil]]<ref>[http://www.fundacaoantonioquadros.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=29&Itemid=59&limit=1&limitstart=1 Fundação António Quadros]</ref>..
Em [[1912]], em colaboração com Augusto Cunha, seu futuro cunhado, publica ''Missal de Trovas'', livro constituído por quadras ao gosto popular dedicadas a [[Augusto Gil]] e a [[Fausto Guedes Teixeira]], que, numa edição de [[1914]], seriam acompanhadas de apreciações afectuosas de [[Fernando Pessoa]], [[João de Barros (1881)|João de Barros]], [[Mário de Sá-Carneiro]], [[Afonso Lopes Vieira]] e [[Augusto Gil]]<ref>[http://www.fundacaoantonioquadros.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=29&Itemid=59&limit=1&limitstart=1 Fundação António Quadros]</ref>..


De [[1913]] a [[1918]] frequenta o curso de [[Direito]] na [[Universidade de Lisboa]], que acabará por não concluir. Nessa altura, António Ferro, de aparência sossegada, pesada e pachorrenta, já demonstra o fôlego e a energia que o acompanharão toda a vida. Mobilizador de vontades e aglutinador de grupos, é voz activa e estimulante em tudo o que implique acção e organização<ref>[http://www.fundacaoantonioquadros.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=29&Itemid=59&limit=1&limitstart=1 Fundação António Quadros]</ref>.
De [[1913]] a [[1918]] frequenta o curso de [[Direito]] na [[Universidade de Lisboa]], que acabará por não concluir. Nessa altura, António Ferro, de aparência sossegada, pesada e pachorrenta, já demonstra o fôlego e a energia que o acompanharão toda a vida. Mobilizador de vontades e aglutinador de grupos, é voz activa e estimulante em tudo o que implique acção e organização<ref>[http://www.fundacaoantonioquadros.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=29&Itemid=59&limit=1&limitstart=1 Fundação António Quadros]</ref>.

Revisão das 23h53min de 1 de julho de 2016

António Ferro
António Ferro
Nascimento 17 de agosto de 1895
Lisboa, Portugal.
Morte 11 de novembro de 1956 (61 anos)
Lisboa, Portugal.
Nacionalidade Portugal Portuguesa
Cônjuge Fernanda de Castro
Filho(a)(s) 2: António Quadros e Fernando Manuel de Quadros Ferro.
Ocupação Escritor, jornalista, político.
Cargo Director do Secretariado de Propaganda Nacional e do Secretariado Nacional de Informação. Editor da revista Orpheu.
Principais interesses Modernismo português

António Joaquim Tavares Ferro OCGOCComSEGOSE (Lisboa, 17 de Agosto de 189511 de Novembro de 1956), conhecido por António Ferro, foi um escritor, jornalista e político português.

Biografia

António Ferro nasceu no seio de uma família pequeno-burguesa, num terceiro andar do n.º 237 da Rua da Madalena, em Lisboa, que ardeu integralmente no famoso «Fogo da Madalena». Tinha então 11 anos de idade e foi salvo por um bombeiro, tal como a restante família: a mãe, o pai, os irmãos Umbelina e Pedro, uma velha tia e ainda uma avó imobilizada. O pai, António Joaquim Ferro, alentejano, era comerciante; a mãe, Maria Helena Tavares Afonso Ferro, doméstica, era algarvia. Um tio do lado materno, Pedro Tavares, oficial do Exército, publicara alguns livros da sua lavra: Estudos Histórico-Militares (1892), e também romances, como Margarida (1900) ou Regenerada (1905)[1].

Em 1911, estudante do Liceu Camões, é, embora cinco anos mais novo, colega e amigo de Mário de Sá-Carneiro. O poeta confia-lhe dois dos seus primeiros poemas, Quadras para a Desconhecida e A Um Suicida, ambos dedicados a Tomás Cabreira Júnior, com quem escrevera a peça Amizade e que se suicidara com um tiro, nas escadas do liceu, aos 16 anos de idade[2]..

Em 1912, em colaboração com Augusto Cunha, seu futuro cunhado, publica Missal de Trovas, livro constituído por quadras ao gosto popular dedicadas a Augusto Gil e a Fausto Guedes Teixeira, que, numa edição de 1914, seriam acompanhadas de apreciações afectuosas de Fernando Pessoa, João de Barros, Mário de Sá-Carneiro, Afonso Lopes Vieira e Augusto Gil[3]..

De 1913 a 1918 frequenta o curso de Direito na Universidade de Lisboa, que acabará por não concluir. Nessa altura, António Ferro, de aparência sossegada, pesada e pachorrenta, já demonstra o fôlego e a energia que o acompanharão toda a vida. Mobilizador de vontades e aglutinador de grupos, é voz activa e estimulante em tudo o que implique acção e organização[4].

Em 1914, com apenas 19 anos, António Ferro surge como editor oficial da Revista Orpheu, para o que foi escolhido pelo seu amigo Mário de Sá Carneiro, precisamente por ser ainda menor[5].

Enveredando pela carreira de jornalista, foi redator-principal do diário O Jornal 1919 (órgão do Partido Republicano Conservador), jornalista de O Século e do Diário de Lisboa, director durante alguns meses da revista Illustração Portugueza e repórter internacional do Diário de Notícias, para o qual entrevistou numerosas celebridades nacionais e estrangeiras.

Teve colaboração, em prosa e em verso, na II série da revista Alma nova [6] (1915-1918), Exílio (1915) e na segunda série de Contemporânea (1922-1924). Em 1921 publicou o manifesto modernista Nós. Em livro, publicou conferências, reportagens, entrevistas, contos, o livro de aforismos e paradoxos Teoria da Indiferença (1920) e o "romance fragmentário" Leviana (1921). Também se encontra colaboração da sua autoria na revista Ilustração [7] iniciada em 1926.

Depois de ter sido simpatizante do Partido Republicano, António Ferro evoluiu para sidonista, republicano conservador (próximo de Filomeno da Câmara) e simpatizante do fascismo e dos regimes autoritários da época, como também ficou patente na sua colectânea de entrevistas Viagem à Volta das Ditaduras (1927). Foi um admirador, em especial, de Benito Mussolini, que entrevistou três vezes em Roma (na última entrevista, Mussolini ofereceu a Ferro dois retratos seus com dedicatória, um deles destinado a Salazar, que o colocou emoldurado sobre a sua secretária). Também Hitler concedeu uma breve entrevista a Ferro, bem como o ditador espanhol Primo de Rivera.

Sob o Estado Novo, António Ferro abraçou a carreira política, tendo dirigido o Secretariado da Propaganda Nacional (SPN), sob a tutela da presidência do Conselho de Ministros. Foi ele quem sugeriu a Salazar em 1932 a criação de um organismo que fizesse propaganda aos feitos do regime e foi dele, também, a formulação doutrinária, a partir desse ano, da chamada Política do Espírito, nome que teve em Portugal a política de fomento cultural subordinada aos fins políticos do regime. Depois de em Dezembro de 1932 ter publicado no Diário de Notícias uma série de entrevistas com o Presidente do Conselho de Ministros, reunidas em livro em 1933 (Salazar, o Homem e a Obra), Ferro foi chamado a assumir, como director do SPN, criado em Outubro de 1933, as funções simultâneas de chefe da propaganda e de responsável pela política cultural do Estado Novo. O organismo manteve o nome até final da II Guerra Mundial, quando passou a designar-se Secretariado Nacional de Informação (SNI). Ferro foi o seu director até 1949, quando partiu para a legação portuguesa em Berna.

Desenvolveu grande actividade nas áreas da propaganda interna e externa, edição, radiodifusão, cinema, teatro, bailado, jornalismo, turismo e actividades culturais em geral. Foi comissário-geral das exposições internacionais de Paris (1937) e de Nova Iorque (1939), teve um papel determinante na grande realização do Estado Novo que foi a Exposição do Mundo Português (1940), tendo dirigido a Revista dos Centenários [8], orgão de propaganda da mesma. Foi fundador do Museu de Arte Popular, da Companhia Portuguesa de Bailado Verde Gaio (1940) e presidente da Emissora Nacional (1941). No plano do turismo, foi por sua iniciativa que foram criadas as Pousadas a partir de 1941-1942. Foi também fundador, em 1941, da revista de arte e turismo Panorama.

Como homem de cultura desde sempre muito ligado aos meios artísticos, Ferro serviu-se do organismo que dirigiu para defender e divulgar alguns dos artistas mais arrojados do seu tempo. Travou lutas com os conservadores do regime em defesa da arte moderna, mas pessoalmente renegou o "modernismo" literário da sua juventude.

A 5 de Outubro de 1930 foi feito Oficial da Ordem Militar de Cristo, a 23 de Setembro de 1931 foi feito Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, a 4 de Março de 1941 foi elevado a Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e a 29 de Outubro de 1943 foi elevado a Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo.[9]

António Ferro foi casado com a poetisa Fernanda de Castro, pai do escritor António Quadros e avô da escritora Rita Ferro.

Obras

Capa do livro Teoria da Indiferença, 1920
  • Missal de Trovas" (1912)- de colaboração com Augusto Cunha
  • As Grandes Trágicas do Silêncio (1917)
  • O Ritmo da Paisagem" (1918)
  • Árvore de Natal (1920)
  • Teoria da Indiferença (1920)
  • Árvore de Natal (1920)
  • Leviana (1921)
  • Gabriele d'Annunzio e Eu (1922)
  • A Idade do Jazz-Band (1923)
  • Batalha de Flores (1923)
  • A Amadora dos Fenómenos (1925)
  • Viagem à Volta das Ditaduras (1927)
  • Salazar, o Homem e a Obra (1933)
  • Homens e Multidões (1941)
  • D. Manuel II, o Desventurado (1954).
  • Saudades de Mim (editado postumamente, em 1957)

  • FERRO, Mafalda. FERRO, Rita. Retrato de uma família: Fernanda de Castro, António Ferro, António Quadros. Lisboa, Círculo de Leitores, 1999. ISBN 972-42-1910-0
  • GUEDES, Fernando. António Ferro e a sua Política do Espírito. Lisboa, Academia Portuguesa da História, 1997.
Inclui antologia de textos de António Ferro.
  • HENRIQUES, Raquel Pereira. António Ferro: estudo e antologia. Lisboa, Publicações Alfa, 1990.
  • LEAL, Ernesto Castro. António Ferro; Espaço Político e Imaginário Social: (1918-32). Lisboa: Edições Cosmos, 1994. ISBN 978-972-8081-33-2 Erro de parâmetro em {{ISBN}}: soma de verificação

Ver também

Referências

  1. Fundação António Quadros
  2. Fundação António Quadros
  3. Fundação António Quadros
  4. Fundação António Quadros
  5. Fundação António Quadros
  6. Rita Correia (19 de julho de 2011). «Ficha histórica:Alma nova: revista ilustrada (II Série) (1915-1918)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de março de 2015 
  7. Rita Correia (16 de Junho de 2009). «Ficha histórica: Ilustração (1926-)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 06 de Novembro de 2014  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  8. Helena Bruto da Costa. «Ficha histórica:Revista dos Centenários (1939-1940)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 29 de Maio de 2015 
  9. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "António Joaquim Tavares Ferro". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 11 de setembro de 2015 

Ligações externas

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