António Ferro: diferenças entre revisões
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Em [[1911]], estudante do [[Liceu Camões]], é, embora cinco anos mais novo, colega e amigo de [[Mário de Sá-Carneiro]]. O poeta confia-lhe dois dos seus primeiros poemas, ''Quadras para a Desconhecida'' e ''A Um Suicida'', ambos dedicados a [[Tomás Cabreira Júnior]], com quem escrevera a peça ''Amizade'' e que se suicidara com um tiro, nas escadas do liceu, aos 16 anos de idade<ref>[http://www.fundacaoantonioquadros.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=29&Itemid=59&limit=1&limitstart=1 Fundação António Quadros]</ref>.. |
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Em [[1912]], em colaboração com Augusto Cunha, seu futuro cunhado, publica ''Missal de Trovas'', livro constituído por quadras ao gosto popular dedicadas a [[Augusto Gil]] e a [[Fausto Guedes Teixeira]], que, numa edição de [[1914]], seriam acompanhadas de apreciações afectuosas de [[Fernando Pessoa]], [[João de Barros (1881)|João de Barros]], [[Mário de Sá-Carneiro]], [[Afonso Lopes Vieira]] e [[Augusto Gil]]<ref>[http://www.fundacaoantonioquadros.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=29&Itemid=59&limit=1&limitstart=1 Fundação António Quadros]</ref>.. |
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De [[1913]] a [[1918]] frequenta o curso de [[Direito]] na [[Universidade de Lisboa]], que acabará por não concluir. Nessa altura, António Ferro, de aparência sossegada, pesada e pachorrenta, já demonstra o fôlego e a energia que o acompanharão toda a vida. Mobilizador de vontades e aglutinador de grupos, é voz activa e estimulante em tudo o que implique acção e organização<ref>[http://www.fundacaoantonioquadros.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=29&Itemid=59&limit=1&limitstart=1 Fundação António Quadros]</ref>. |
Revisão das 23h53min de 1 de julho de 2016
António Ferro | |
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Nascimento | 17 de agosto de 1895 Lisboa, Portugal. |
Morte | 11 de novembro de 1956 (61 anos) Lisboa, Portugal. |
Nacionalidade | Portuguesa |
Cônjuge | Fernanda de Castro |
Filho(a)(s) | 2: António Quadros e Fernando Manuel de Quadros Ferro. |
Ocupação | Escritor, jornalista, político. |
Cargo | Director do Secretariado de Propaganda Nacional e do Secretariado Nacional de Informação. Editor da revista Orpheu. |
Principais interesses | Modernismo português |
António Joaquim Tavares Ferro OC • GOC • ComSE • GOSE (Lisboa, 17 de Agosto de 1895 — 11 de Novembro de 1956), conhecido por António Ferro, foi um escritor, jornalista e político português.
Biografia
António Ferro nasceu no seio de uma família pequeno-burguesa, num terceiro andar do n.º 237 da Rua da Madalena, em Lisboa, que ardeu integralmente no famoso «Fogo da Madalena». Tinha então 11 anos de idade e foi salvo por um bombeiro, tal como a restante família: a mãe, o pai, os irmãos Umbelina e Pedro, uma velha tia e ainda uma avó imobilizada. O pai, António Joaquim Ferro, alentejano, era comerciante; a mãe, Maria Helena Tavares Afonso Ferro, doméstica, era algarvia. Um tio do lado materno, Pedro Tavares, oficial do Exército, publicara alguns livros da sua lavra: Estudos Histórico-Militares (1892), e também romances, como Margarida (1900) ou Regenerada (1905)[1].
Em 1911, estudante do Liceu Camões, é, embora cinco anos mais novo, colega e amigo de Mário de Sá-Carneiro. O poeta confia-lhe dois dos seus primeiros poemas, Quadras para a Desconhecida e A Um Suicida, ambos dedicados a Tomás Cabreira Júnior, com quem escrevera a peça Amizade e que se suicidara com um tiro, nas escadas do liceu, aos 16 anos de idade[2]..
Em 1912, em colaboração com Augusto Cunha, seu futuro cunhado, publica Missal de Trovas, livro constituído por quadras ao gosto popular dedicadas a Augusto Gil e a Fausto Guedes Teixeira, que, numa edição de 1914, seriam acompanhadas de apreciações afectuosas de Fernando Pessoa, João de Barros, Mário de Sá-Carneiro, Afonso Lopes Vieira e Augusto Gil[3]..
De 1913 a 1918 frequenta o curso de Direito na Universidade de Lisboa, que acabará por não concluir. Nessa altura, António Ferro, de aparência sossegada, pesada e pachorrenta, já demonstra o fôlego e a energia que o acompanharão toda a vida. Mobilizador de vontades e aglutinador de grupos, é voz activa e estimulante em tudo o que implique acção e organização[4].
Em 1914, com apenas 19 anos, António Ferro surge como editor oficial da Revista Orpheu, para o que foi escolhido pelo seu amigo Mário de Sá Carneiro, precisamente por ser ainda menor[5].
Enveredando pela carreira de jornalista, foi redator-principal do diário O Jornal 1919 (órgão do Partido Republicano Conservador), jornalista de O Século e do Diário de Lisboa, director durante alguns meses da revista Illustração Portugueza e repórter internacional do Diário de Notícias, para o qual entrevistou numerosas celebridades nacionais e estrangeiras.
Teve colaboração, em prosa e em verso, na II série da revista Alma nova [6] (1915-1918), Exílio (1915) e na segunda série de Contemporânea (1922-1924). Em 1921 publicou o manifesto modernista Nós. Em livro, publicou conferências, reportagens, entrevistas, contos, o livro de aforismos e paradoxos Teoria da Indiferença (1920) e o "romance fragmentário" Leviana (1921). Também se encontra colaboração da sua autoria na revista Ilustração [7] iniciada em 1926.
Depois de ter sido simpatizante do Partido Republicano, António Ferro evoluiu para sidonista, republicano conservador (próximo de Filomeno da Câmara) e simpatizante do fascismo e dos regimes autoritários da época, como também ficou patente na sua colectânea de entrevistas Viagem à Volta das Ditaduras (1927). Foi um admirador, em especial, de Benito Mussolini, que entrevistou três vezes em Roma (na última entrevista, Mussolini ofereceu a Ferro dois retratos seus com dedicatória, um deles destinado a Salazar, que o colocou emoldurado sobre a sua secretária). Também Hitler concedeu uma breve entrevista a Ferro, bem como o ditador espanhol Primo de Rivera.
Sob o Estado Novo, António Ferro abraçou a carreira política, tendo dirigido o Secretariado da Propaganda Nacional (SPN), sob a tutela da presidência do Conselho de Ministros. Foi ele quem sugeriu a Salazar em 1932 a criação de um organismo que fizesse propaganda aos feitos do regime e foi dele, também, a formulação doutrinária, a partir desse ano, da chamada Política do Espírito, nome que teve em Portugal a política de fomento cultural subordinada aos fins políticos do regime. Depois de em Dezembro de 1932 ter publicado no Diário de Notícias uma série de entrevistas com o Presidente do Conselho de Ministros, reunidas em livro em 1933 (Salazar, o Homem e a Obra), Ferro foi chamado a assumir, como director do SPN, criado em Outubro de 1933, as funções simultâneas de chefe da propaganda e de responsável pela política cultural do Estado Novo. O organismo manteve o nome até final da II Guerra Mundial, quando passou a designar-se Secretariado Nacional de Informação (SNI). Ferro foi o seu director até 1949, quando partiu para a legação portuguesa em Berna.
Desenvolveu grande actividade nas áreas da propaganda interna e externa, edição, radiodifusão, cinema, teatro, bailado, jornalismo, turismo e actividades culturais em geral. Foi comissário-geral das exposições internacionais de Paris (1937) e de Nova Iorque (1939), teve um papel determinante na grande realização do Estado Novo que foi a Exposição do Mundo Português (1940), tendo dirigido a Revista dos Centenários [8], orgão de propaganda da mesma. Foi fundador do Museu de Arte Popular, da Companhia Portuguesa de Bailado Verde Gaio (1940) e presidente da Emissora Nacional (1941). No plano do turismo, foi por sua iniciativa que foram criadas as Pousadas a partir de 1941-1942. Foi também fundador, em 1941, da revista de arte e turismo Panorama.
Como homem de cultura desde sempre muito ligado aos meios artísticos, Ferro serviu-se do organismo que dirigiu para defender e divulgar alguns dos artistas mais arrojados do seu tempo. Travou lutas com os conservadores do regime em defesa da arte moderna, mas pessoalmente renegou o "modernismo" literário da sua juventude.
A 5 de Outubro de 1930 foi feito Oficial da Ordem Militar de Cristo, a 23 de Setembro de 1931 foi feito Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, a 4 de Março de 1941 foi elevado a Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e a 29 de Outubro de 1943 foi elevado a Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo.[9]
António Ferro foi casado com a poetisa Fernanda de Castro, pai do escritor António Quadros e avô da escritora Rita Ferro.
Obras
- Missal de Trovas" (1912)- de colaboração com Augusto Cunha
- As Grandes Trágicas do Silêncio (1917)
- O Ritmo da Paisagem" (1918)
- Árvore de Natal (1920)
- Teoria da Indiferença (1920)
- Árvore de Natal (1920)
- Leviana (1921)
- Gabriele d'Annunzio e Eu (1922)
- A Idade do Jazz-Band (1923)
- Batalha de Flores (1923)
- A Amadora dos Fenómenos (1925)
- Viagem à Volta das Ditaduras (1927)
- Salazar, o Homem e a Obra (1933)
- Homens e Multidões (1941)
- D. Manuel II, o Desventurado (1954).
- Saudades de Mim (editado postumamente, em 1957)
- FERRO, Mafalda. FERRO, Rita. Retrato de uma família: Fernanda de Castro, António Ferro, António Quadros. Lisboa, Círculo de Leitores, 1999. ISBN 972-42-1910-0
- GUEDES, Fernando. António Ferro e a sua Política do Espírito. Lisboa, Academia Portuguesa da História, 1997.
- Inclui antologia de textos de António Ferro.
- HENRIQUES, Raquel Pereira. António Ferro: estudo e antologia. Lisboa, Publicações Alfa, 1990.
- LEAL, Ernesto Castro. António Ferro; Espaço Político e Imaginário Social: (1918-32). Lisboa: Edições Cosmos, 1994. ISBN 978-972-8081-33-2 Erro de parâmetro em {{ISBN}}: soma de verificação
Ver também
Referências
- ↑ Fundação António Quadros
- ↑ Fundação António Quadros
- ↑ Fundação António Quadros
- ↑ Fundação António Quadros
- ↑ Fundação António Quadros
- ↑ Rita Correia (19 de julho de 2011). «Ficha histórica:Alma nova: revista ilustrada (II Série) (1915-1918)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de março de 2015
- ↑ Rita Correia (16 de Junho de 2009). «Ficha histórica: Ilustração (1926-)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 06 de Novembro de 2014 Verifique data em:
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(ajuda) - ↑ Helena Bruto da Costa. «Ficha histórica:Revista dos Centenários (1939-1940)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 29 de Maio de 2015
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "António Joaquim Tavares Ferro". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 11 de setembro de 2015
Ligações externas
- Nascidos em 1895
- Mortos em 1956
- Naturais de Lisboa
- Escritores de Portugal
- Jornalistas de Portugal
- Políticos de Portugal
- Oficiais da Ordem Militar de Cristo
- Comendadores da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada
- Grandes-Oficiais da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada
- Grandes-Oficiais da Ordem Militar de Cristo