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Celtiberos: diferenças entre revisões

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De '''celtiberos''' (ou '''celtibéricos''') designam-se os [[povos ibéricos pré-romanos]] [[celta]]s ou celtizados que habitavam a [[península ibérica]] desde finais da [[Idade do Bronze]], no [[século XIII a.C.]], até à [[romanização da Hispânia]], desde o [[século II a.C.]] ao [[século I]]. O termo denomina também genericamente os idiomas que utilizavam. De entre estes povos existe um expressamente denominado ''celtíberos'',<ref>Os romanos denominavam-no ''Idoubeda''.</ref> que habitava a região oeste da [[Cordilheira Ibérica]], embora também existissem outros com outros nomes tais como os [[vetões]], [[váceos]], [[lusitanos]], [[carpetanos]] ou [[célticos]] que são também geralmente denominados ''celtíberos''.
De '''celtiberos''' (ou '''celtibéricos''') designam-se os [[povos ibéricos pré-romanos]] [[celta]]s ou celtizados que habitavam a [[península ibérica]] desde finais da [[Idade do Bronze]], no [[século XIII a.C.]], até à [[romanização da Hispânia]], desde o [[século II a.C.]] ao [[século I]]. O termo denomina também genericamente os idiomas que utilizavam. De entre estes povos existe um expressamente denominado ''celtíbero'',<ref>Os romanos denominavam-no ''Idoubeda''.</ref> que habitava a região oeste da [[Cordilheira Ibérica]], embora também existissem outros com outros nomes tais como os [[vetões]], [[váceos]], [[lusitanos]], [[carpetanos]] ou [[célticos]] que são também geralmente denominados ''celtíberos''.


Foram descritos por historiadores como [[Cláudio Ptolomeo|Ptolomeo]], [[Estrabão]], [[Marcial]] ou [[Tito Lívio]] entre outros.
Foram descritos por historiadores como [[Cláudio Ptolomeo|Ptolomeo]], [[Estrabão]], [[Marcial]] ou [[Tito Lívio]] entre outros.


Os [[Antiga Roma|romanos]] consideravam-os resultado da fusão das culturas do povo celta e do povo [[Iberos|ibero]],<ref>[[Marcial]] no siglo I d.C., assim se considerava num dos seus [[epigrama]]s, «porque me chamas irmão a mim, que descendo de celtas e de iberos e sou cidadão do Tejo?».</ref> diferenciando-se assim dos seus vizinhos, tanto dos celtas do planalto como dos iberos da costa. [[Caio Plínio Segundo|Plínio]] considera os celtas da península ibérica oriundos tribos migrantes dos [[célticos]] da [[Lusitânia]], que ele parece considerar o berço de toda a população celta da península, incluindo os celtiberos, baseando-se na identidade de ritos sagrados, língua, e nomes de cidades.<ref>[http://books.google.com/books?id=aAkFAAAAYAAJ&pg=PA583&dq=lusitanians+celtic+people&lr=&as_brr=3#v=onepage&q=lusitanians%20celtic%20people&f=false Sir William Smith (1854), ''Dictionary of Greek and Roman Geography'', Volume 2, Boston: Little, Brown and Company.]</ref> Não há, contudo, unanimidade quanto à origem destes povos entre os historiadores. Para outros autores, tratar-se-ia de um povo celta que adaptou costumes e tradições iberas. Estavam organizados em ''[[gens]]'', uma espécie de clã familiar que ligava as tribos, embora cada uma destas fosse autónoma, numa espécie de federação. Esta organização social e a sua natural belicosidade, permitiram a estes povos resistir tenazmente aos [[invasão romana da Península Ibérica|invasores]] [[Império Romano|Romanos]] até cerca de {{AC|133}}, com a [[Numância|queda de Numância]].
Os [[Antiga Roma|romanos]] consideravam-nos resultado da fusão das culturas do povo celta e do povo [[Iberos|ibero]],<ref>[[Marcial]] no siglo I d.C., assim se considerava num dos seus [[epigrama]]s, «porque me chamas irmão a mim, que descendo de celtas e de iberos e sou cidadão do Tejo?».</ref> diferenciando-se assim dos seus vizinhos, tanto dos celtas do planalto como dos iberos da costa. [[Caio Plínio Segundo|Plínio]] considera os celtas da península ibérica oriundos tribos migrantes dos [[célticos]] da [[Lusitânia]], que ele parece considerar o berço de toda a população celta da península, incluindo os celtiberos, baseando-se na identidade de ritos sagrados, língua, e nomes de cidades.<ref>[http://books.google.com/books?id=aAkFAAAAYAAJ&pg=PA583&dq=lusitanians+celtic+people&lr=&as_brr=3#v=onepage&q=lusitanians%20celtic%20people&f=false Sir William Smith (1854), ''Dictionary of Greek and Roman Geography'', Volume 2, Boston: Little, Brown and Company.]</ref> Não há, contudo, unanimidade quanto à origem destes povos entre os historiadores. Para outros autores, tratar-se-ia de um povo celta que adaptou costumes e tradições iberas. Estavam organizados em ''[[gens]]'', uma espécie de clã familiar que ligava as tribos, embora cada uma destas fosse autónoma, numa espécie de federação. Esta organização social e a sua natural belicosidade, permitiram a estes povos resistir tenazmente aos [[invasão romana da Península Ibérica|invasores]] [[Império Romano|Romanos]] até cerca de {{AC|133}}, com a [[Numância|queda de Numância]].


Várias foram as ocasiões em que os celtas se impuseram aos indígenas na [[Idade do Bronze]] e foram assimilados com mútua influência cultural, evoluindo face a um sistema [[Cultura de Hallstatt|halstático]] e mais tarde a um consolidado sistema pós-halstático, o então convertido numa cultura celtibérica por toda a sua magnitude, no século V a.C.
Várias foram as ocasiões em que os celtas se impuseram aos indígenas na [[Idade do Bronze]] e foram assimilados com mútua influência cultural, evoluindo face a um sistema [[Cultura de Hallstatt|halstático]] e mais tarde a um consolidado sistema pós-halstático, o então convertido numa cultura celtibérica por toda a sua magnitude, no século V a.C.

Revisão das 16h39min de 25 de setembro de 2016

Botorrita: Placa de bronze com inscrição antiga

De celtiberos (ou celtibéricos) designam-se os povos ibéricos pré-romanos celtas ou celtizados que habitavam a península ibérica desde finais da Idade do Bronze, no século XIII a.C., até à romanização da Hispânia, desde o século II a.C. ao século I. O termo denomina também genericamente os idiomas que utilizavam. De entre estes povos existe um expressamente denominado celtíbero,[1] que habitava a região oeste da Cordilheira Ibérica, embora também existissem outros com outros nomes tais como os vetões, váceos, lusitanos, carpetanos ou célticos que são também geralmente denominados celtíberos.

Foram descritos por historiadores como Ptolomeo, Estrabão, Marcial ou Tito Lívio entre outros.

Os romanos consideravam-nos resultado da fusão das culturas do povo celta e do povo ibero,[2] diferenciando-se assim dos seus vizinhos, tanto dos celtas do planalto como dos iberos da costa. Plínio considera os celtas da península ibérica oriundos tribos migrantes dos célticos da Lusitânia, que ele parece considerar o berço de toda a população celta da península, incluindo os celtiberos, baseando-se na identidade de ritos sagrados, língua, e nomes de cidades.[3] Não há, contudo, unanimidade quanto à origem destes povos entre os historiadores. Para outros autores, tratar-se-ia de um povo celta que adaptou costumes e tradições iberas. Estavam organizados em gens, uma espécie de clã familiar que ligava as tribos, embora cada uma destas fosse autónoma, numa espécie de federação. Esta organização social e a sua natural belicosidade, permitiram a estes povos resistir tenazmente aos invasores Romanos até cerca de 133 a.C., com a queda de Numância.

Várias foram as ocasiões em que os celtas se impuseram aos indígenas na Idade do Bronze e foram assimilados com mútua influência cultural, evoluindo face a um sistema halstático e mais tarde a um consolidado sistema pós-halstático, o então convertido numa cultura celtibérica por toda a sua magnitude, no século V a.C.

É difícil atribuir os territórios e fronteiras concretas a esta amalgama de povos devido à escassa documentação histórica existente e à quantidade de hipóteses sugeridas pelos vestígios arqueológicos encontrados, mas a sua geografia contrastada e hipotética é denominada Celtiberia.

Referências

  1. Os romanos denominavam-no Idoubeda.
  2. Marcial no siglo I d.C., assim se considerava num dos seus epigramas, «porque me chamas irmão a mim, que descendo de celtas e de iberos e sou cidadão do Tejo?».
  3. Sir William Smith (1854), Dictionary of Greek and Roman Geography, Volume 2, Boston: Little, Brown and Company.


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