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Partido Comunista Italiano: diferenças entre revisões

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Revisão das 06h51min de 20 de outubro de 2016

Partido Comunista Italiano
Partito Comunista Italiano
Partido Comunista Italiano
Fundação 21 de janeiro de 1921 (como PCd'I)
15 de maio de 1943 (como PCI)
Dissolução 3 de janeiro de 1991
Sede Via delle Botteghe Oscure, Roma,  Itália
Ideologia Comunismo
Socialismo
Marxismo-Leninismo
Espectro político Esquerda
Publicação L'Unità
Sucessor Partido Democrático de Esquerda (ala maioritária)
Partido da Refundação Comunista (ala minoritária)
Membros 989.708 (1991)
máx: 2.252.446 (1947)
Afiliação internacional Comintern (1921–1943)
Cominform (1947–1956)
Grupo no Parlamento Europeu Comunistas e Aliados (1973–1989),
Esquerda Unida Europeia (1989–1991)
Cores Vermelho

O Partido Comunista Italiano (em italiano: Partito Comunista Italiano, PCI) é a denominação assumida a partir 15 de maio de 1943, pelo Partido Comunista da Itália (em italiano, Partito Comunista d'Italia), seção italiana da Terceira Internacional.

História

O PCI nasceu em 21 de janeiro de 1921, de uma cisão da esquerda do Partido Socialista Italiano (PSI), liderada por Amadeo Bordiga e Antonio Gramsci, que abandonaram o Teatro Goldoni, em Livorno, durante o XVII Congresso Socialista, convocando o congresso constitutivo do novo partido, no Teatro San Marco.

Nos seus primeiros anos, o partido foi dominado por uma tendência majoritária, mais à esquerda, constituída em torno de Amadeo Bordiga. Assim como os comunistas russos, o Partido Comunista da Itália tinha como objetivos destruir o Estado burguês, abolir o capitalismo e realizar o comunismo através da revolução e da ditadura do proletariado, nos termos definidos por Lenin. Mas, por ocasião do seu III Congresso, realizado clandestinamente em janeiro de 1926, na cidade de Lyon, ocorre uma decisiva mudança de orientação, com a aprovação das chamadas Teses de Lyon, de Gramsci, após o que a esquerda de Bordiga passa a ser minoritária, acusada de sectarismo, sendo posteriormente expulsa do partido, em 1930, sob a acusação de trotskismo.

O partido contribui para a luta contra o regime fascista, através da sua participação na Resistência italiana e, em 1943, altera sua denominação, após a dissolução da III Internacional. No pós-guerra, em 1948, renuncia à tomada violenta do poder e, a partir de 1956, adota a "via italiana para o socialismo" - a via parlamentar, formulada por Palmiro Togliatti, secretário do partido, desde a prisão de Gramsci.

Na década de 1970, o PCI será um dos principais expoentes do eurocomunismo, uma corrente de oposição ao stalinismo, favorável ao pluralismo político, com respeito à democracia ocidental. Não obstante um gradual distanciamento em relação ao PCUS, promovido sobretudo por Enrico Berlinguer - sucessor de Luigi Longo na direção do Partido - o Partido Comunista Italiano permaneceu por muito tempo ligado à União Soviética e manteve relações com todos os partidos comunistas do chamado bloco comunista. Mesmo após a manifestação pública de suas divergências com o PCUS, continuou sendo subsidiado pela URSS. Somente no período 1971-1990, o PCI teria recebido secretamente 47 milhões de dólares do governo soviético - contra 50 milhões enviados ao Partido Comunista Francês e 42 milhões, ao Partido Comunista dos Estados Unidos da América.[1]

À medida que o PCI se fortalece, a Itália vai-se tornando um país claramente dividido entre comunistas e democratas cristãos - até então a principal força política do país. A partir do massacre da Piazza Fontana, em dezembro de 1969, o país entra nos anos de chumbo - que só deverão terminar após o atentado da gare de Bolonha, em 1980.

Em 1976, o PCI conseguiu quase 35% dos votos, tornando-se o maior partido comunista do Ocidente. Enrico Berlinguer, secretário do PCI, tenta então estabelecer um pacto para unir o país, através do chamado "compromisso histórico" com a Democracia Cristã (DC). Mas o assassinato do líder democrata cristão Aldo Moro, em maio de 1978, pelas Brigadas Vermelhas, traumatiza o país e coloca um fim à experiência de aproximação entre os dois maiores partidos da península, na época. Anos depois (em 2000), um relatório parlamentar da coalizão de centro-esquerda A Oliveira concluirá que o assassinato de Moro teria sido "apoiado pelos Estados Unidos, para impedir o PCI e, em menor grau, o PSI, de chegar ao poder na Itália". Mais precisamente, teria sido operado através da infiltração de agentes da rede Gladio nas Brigadas Vermelhas. A Gladio fazia parte de um vasto conjunto de células secretas da OTAN, que colaboravam com a CIA (stay-behinds), dentro da estratégia da tensão.

Em 1991, o PCI se dissolve, sendo sucedido pelo Partido Democrata de Esquerda (PDS, que posteriormente passou a se chamar Democratas de Esquerda, DS), mas a ala mais radical se separa dessa decisão,criando partidos que se reclamam como continuadores do comunismo em Itália: Partido da Refundação Comunista (PRC) e o Partido dos Comunistas Italianos (PdCI).

O anterior chefe de Estado da Itália, Giorgio Napolitano, membro dos Democratas de Esquerda, foi um dos principais expoentes do PCI a partir da década de 1950.

Resultados Eleitorais

Eleições legislativas

Câmara dos Deputados

Data Votos % +/- Deputados +/- Status Notas
1921 304 719 4,6 (7.º)
15 / 535
Oposição
1924 268 191 3,7 (5.º) Baixa1,0
19 / 535
Aumento4 Oposição
1929 Banido
1934
1946 4 356 686 18,9 (3.º)
104 / 556
Governo
1948 N/D N/D
130 / 574
Aumento26 Oposição Frente Democrática Popular
1953 6 120 809 22,6 (2.º)
143 / 590
Aumento13 Oposição
1958 6 704 454 22,7 (2.º) Aumento0,1
140 / 596
Baixa3 Oposição
1963 7 767 601 25,3 (2.º) Aumento2,6
166 / 630
Aumento26 Oposição
1968 8 557 404 26,9 (2.º) Aumento1,3
177 / 630
Aumento11 Oposição
1972 9 072 454 27,1 (2.º) Aumento0,2
179 / 630
Aumento2 Oposição
1976 12 622 728 34,4 (2.º) Aumento7,3
228 / 630
Aumento49 Oposição Compromisso histórico
1979 11 139 231 30,4 (2.º) Baixa4,0
201 / 630
Baixa27 Oposição
1983 11 032 318 29,9 (2.º) Baixa0,5
198 / 630
Baixa3 Oposição
1987 10 254 591 26,6 (2.º) Baixa3,3
177 / 630
Baixa21 Oposição

Senado

Data Votos % +/- Deputados +/- Status Notas
1948 N/D N/D
50 / 237
Oposição Frente Democrática Popular
1953 6 120 809 22,6 (2.º)
56 / 237
Aumento6 Oposição
1958 6 704 454 22,2 (2.º) Baixa0,4
60 / 246
Aumento4 Oposição
1963 6 933 842 25,2 (2.º) Aumento3,0
84 / 315
Aumento24 Oposição
1968 8 583 285 30,0 (2.º) Aumento5,0
101 / 315
Aumento17 Oposição
1972 8 475 141 28,1 (2.º) Baixa1,9
94 / 315
Baixa7 Oposição
1976 10 640 471 33,8 (2.º) Aumento5,7
116 / 315
Aumento22 Oposição Compromisso histórico
1979 9 859 004 31,5 (2.º) Baixa2,3
109 / 315
Baixa7 Oposição
1983 9 579 699 30,8 (2.º) Baixa0,7
107 / 315
Baixa2 Oposição
1987 9 181 579 28,3 (2.º) Baixa2,5
101 / 315
Baixa6 Oposição

Eleições europeias

Data Votos % +/- Deputados +/-
1979 10 361 344 29,6 (2.º)
24 / 81
1984 11 714 428 33,3 (1.º) Aumento3,7
27 / 81
Aumento3
1989 9 598 369 27,6 (2.º) Baixa5,7
22 / 81
Baixa5

Líderes

Os secretários-gerais (cargo histórico nos partidos comunistas e socialistas, que equivale ao de presidente) do PCI foram:

Em dois breves períodos (entre 1972 e 1980; e entre 1989 e 1991), o PCI também teve presidentes. Foram eles:

  • Luigi Longo (1972–1980)
  • Alessandro Natta (1989–1990)
  • Aldo Tortorella (1990–1991)

Referências

  1. ÉTIENNE, Genovefa e MONIQUET, Claude. Histoire de l'espionnage mondiale, t. 2, Éditions du Félin, 2001, p. 268-269

Ver também

Ligações externas

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