Saltar para o conteúdo

Perseguição religiosa no mundo muçulmano: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Dbastro (discussão | contribs)
m peq. ajustes, replaced: |last1= → |último1= (7), |author= → |autor=, |páginas= | → | (5), |citação= }} → }} (7), |year= → |ano= (2), |accessdate= → |acessodata= (4), {{citar web |url=http://beaveronli utilizando AWB
Linha 1: Linha 1:
{{revisão|sociedade=sim|data=março de 2016}}
{{revisão|sociedade=sim|data=março de 2016}}
O sectarismo religioso no [[mundo islâmico]] é uma questão enfrentada pelas diversas religiões da região que é o berço do [[monoteísmo]] e persiste até os dias de hoje. Ela se intensificou como um precedente do inverno árabe da [[Guerra do Iraque]] a [[Guerra do Golfo]].<ref>[https://books.google.com.br/books?id=R5CbBAAAQBAJ&pg=PA6&dq=arab+winter&hl=pt-BR&sa=X&ved=0CGgQ6AEwCmoVChMIr9SLnaXbxgIViY8NCh1ZSQDm#v=onepage&q=arab%20winter&f=false Arab Regionalism: A Post-Structural Perspective]</ref><ref>[http://www.nytimes.com/2013/04/07/opinion/sunday/the-arab-spring-started-in-iraq.html?_r=0 The Arab Spring Started in Iraq]</ref> Eventos relacionados mataram desde 2001 mais de 4 milhões de pessoas no Iraque, Afeganistão e Paquistão.<ref>[http://www.mintpressnews.com/4-million-muslims-killed-in-western-wars-should-we-call-it-genocide/208711/ 4 Million Muslims Killed In Western Wars: Should We Call It Genocide?]</ref>
O sectarismo religioso no [[mundo islâmico]] é uma questão enfrentada pelas diversas religiões da região que é o berço do [[monoteísmo]] e persiste até os dias de hoje. Ela se intensificou como um precedente do inverno árabe da [[Guerra do Iraque]] a [[Guerra do Golfo]].<ref>[https://books.google.com.br/books?id=R5CbBAAAQBAJ&pg=PA6&dq=arab+winter&hl=pt-BR&sa=X&ved=0CGgQ6AEwCmoVChMIr9SLnaXbxgIViY8NCh1ZSQDm#v=onepage&q=arab%20winter&f=false Arab Regionalism: A Post-Structural Perspective]</ref><ref>[http://www.nytimes.com/2013/04/07/opinion/sunday/the-arab-spring-started-in-iraq.html?_r=0 The Arab Spring Started in Iraq]</ref> Eventos relacionados mataram desde 2001 mais de 4 milhões de pessoas no Iraque, Afeganistão e Paquistão.<ref>[http://www.mintpressnews.com/4-million-muslims-killed-in-western-wars-should-we-call-it-genocide/208711/ 4 Million Muslims Killed In Western Wars: Should We Call It Genocide?]</ref> Esse conceito é muito criticado pelo fato da elite política de países como Síria não se preocuparem com a origem social dos receptores de programas sociais e que dava autonomia para que a sociedade civil se auto-regulasse, inclusive as igrejas da região.<ref>[http://gawker.com/asma-al-assad-a-rose-in-the-desert-1265002284 Asma al-Assad: A Rose in the Desert]</ref><ref>[http://belfercenter.ksg.harvard.edu/publication/19891/signals_of_change_from_syria.html Signals of Change from Syria]</ref>


== Perseguição por país ==
== Perseguição por país ==

Revisão das 10h09min de 12 de julho de 2017

O sectarismo religioso no mundo islâmico é uma questão enfrentada pelas diversas religiões da região que é o berço do monoteísmo e persiste até os dias de hoje. Ela se intensificou como um precedente do inverno árabe da Guerra do Iraque a Guerra do Golfo.[1][2] Eventos relacionados mataram desde 2001 mais de 4 milhões de pessoas no Iraque, Afeganistão e Paquistão.[3] Esse conceito é muito criticado pelo fato da elite política de países como Síria não se preocuparem com a origem social dos receptores de programas sociais e que dava autonomia para que a sociedade civil se auto-regulasse, inclusive as igrejas da região.[4][5]

Perseguição por país

Iraque

Na cidade de Tal Afar, em março de 2007, houve o maior massacre contra xiitas no Iraque, matando 152 pessoas.[6] O EI também foi responsável por outro massacre no Iraque em 2014 quando matou 5000 yazidis em Sinjar.[7]

Síria

Os drusos foram perseguidos desde a década de 50 pelo governo de Adib Shishakli.[8] Atualmente, os ateus na Síria são perseguidos por paramilitares rebeldes da oposição síria durante o período do Inverno árabe.[9] A primavera árabe teve um forte impacto sob a oposição a ponto do lema dela ser: "Alauítas para o túmulo e os cristãos para Beirute".[10] Durante o conflito na atualidade, se teve o massacre de Sadad, o segundo maior massacre da história do Oriente Médio contra os cristãos e o maior massacre contra esta religião da história da Síria.[11] Os alauítas por terem se associado ao Estado sírio, também sofreram massacres.[12] Houve também em 2015 a extinção de 2 cidades cristãs no Levante pelo Al-jayš as-suri al-ħurr, o que levou ao deslocamento forçado de 80 mil pessoas[13] Sedqi al-Maqet, membro da minoria drusa da Síria, denunciou que a Shabak estava armando rebeldes fundamentalistas para cometerem massacres.[14] Segundo Aron Lund que escreve para a Fundação Carnegie para Desenvolvimento Internacional da Paz, não existe grupo rebelde secular ou que respeite os direitos humanos naquele país.[15] Os grupos de oposição também tem perseguido e assassinado jornalistas de outras religiões[16] e lideranças cristãs tem declarado apoio militar ao governo.[17] O EI também tem destruído o patrimônio histórico em Palmira para combater a idolatria, embora sejam ídolos de religiões extintas.[18][19] Os curdos do YPG também tem travado conflito contra cristãos[20]

Líbano

Massacres contra cristãos foram perpetrados no país ao longo das décadas de 70 e 80.[21][22][23][24] Apesar disso, os maiores massacres foram de cristãos contra muçulmanos.[25] Atualmente, devido ao envolvimento persa na política libanesa, existe uma hostilidade violente com relação aos xiitas desde a entrada do Hezbollah no conflito sírio.[26]

Jordânia

Ateus tem restrições na sua liberdade de expressão pelas leis antiblasfêmia.[27] O projeto do Estado Islâmico surgiu nesse país antes da guerra do Iraque, no ano 2000[28] e o governo jordaniano inclusive está treinando militantes do EI desde 2012.[29]

Israel

No país, devido a forte presença no imaginário da sociedade israelense a discriminação contra semitas, existe uma crescente violência contra os cristãos por serem de maioria palestina e árabe.[30]

Turquia

Massacres de alevis eram tradicionais desde o surgimento do Império Otomano,[31] mas se intensificaram desde 1978 quando um grupo paramilitar chamado de Lobos Cinzentos matou 1200 alevitas em Maraş na Turquia.[32][33][34]

Líbia e Egito

O governo de Muammar al-Gaddafi fez questão de proteger os cristãos para que em troca se evitasse o envolvimento excessivo deles na política.[35] e lideranças cristãs do país chegaram a afirmar que "Sob Gadhafi, fomos protegidos".[36] Depois dos rebeldes derrubarem Muammar para implantarem a sharia,[37] o Estado Islâmico decapitou 21 cristãos coptas naturais do Egito, levando a entrada do governo egípcio no conflito.[38]

Afeganistão

Ver artigo principal: Guerra Civil do Afeganistão

O Afeganistão desde os anos 80 tem enfrentado uma guerra sectária entre a maioria sunita comandada pelo talibã e a minoria xiita hazara. Os maiores massacres do país foram em Mazar-i-Sharif em 1997, matando 3000 pessoas[39][40] e Yakawlang em 2001, quando matou 170 pessoas.[41]

Paquistão

O Paquistão também compartilha massacres dessa natureza desde os anos 80, sendo que os principais foram em Quetta em janeiro de 2013, matando 115 pessoas e em fevereiro do mesmo ano e na mesma cidade, matando 110.[42][43][44]

Arábia Saudita

Desde que a Arábia Saudita iniciou uma campanha militar contra os xiitas do Iêmen, o Estado Islâmico tem ganho espaço em 2015 e perpetrado massacres em mesquitas, sendo que o maior deles foi em Saná, matando 150 pessoas.[45]


Ver também

Referências

  1. Arab Regionalism: A Post-Structural Perspective
  2. The Arab Spring Started in Iraq
  3. 4 Million Muslims Killed In Western Wars: Should We Call It Genocide?
  4. Asma al-Assad: A Rose in the Desert
  5. Signals of Change from Syria
  6. Al-Jazeera, Iraqi justice minister resigns
  7. Hopkins, Steve (14 de outubro de 2014). «Full horror of the Yazidis who didn't escape Mount Sinjar: UN confirms 5,000 men were executed and 7,000 women are now kept as sex slaves». The Daily Mail. Consultado em 13 de março de 2015 
  8. Landis, John (1998). «Shishakli and the Druzes: Integration and Intransigence». In: Phillip, Thomas; Schäbler, Birgit. The Syrian Land: Processes of Integration and Fragmentation. [S.l.]: Franz Steiner Verlag. pp. 369–396. ISBN 9783515073097 
  9. Liam Hill (21 de janeiro de 2014). «The International Briefing: Persecution of Atheists and Apostates». Beaver Online (em inglês). Beaver Online. Consultado em 18 de outubro de 2014 
  10. Poisons of sectarianism have seeped into Syrian character
  11. «Syriac Orthodox Archbishop Alnemeh: "In Sadad, the largest massacre of Christians in Syria"». Associated Press (em inglês). Agência Fides. 21 de janeiro de 2014. Consultado em 18 de outubro de 2014 
  12. «"You Can Still See Their Blood"» (PDF). HRW (em inglês). HRW. 21 de janeiro de 2014. Consultado em 18 de outubro de 2014 
  13. «Syria's Crumbling Pluralism»  The New York Times, Kapil Komireddi, 3 de agosto de 2012
  14. Israel moves to cover-up its alliance with al-Qaeda in Syria
  15. U.S. Pins Hope on Syrian Rebels With Loyalties All Over the Map
  16. Syria unrest: French journalist Gilles Jacquier killed
  17. Bishop: Syrian Christians called to "take up arms"
  18. Imbert, Louis; Evin, Florence (23 de Agosto de 2015). «A Palmyre, le temple de Baalshamin détruit à l'explosif par les djihadistes» (em francês). Le Monde. www.lemonde.fr. Consultado em 2 de setembro de 2015 
  19. Barnard, Anne; Saadaug, Hwaida (31 de agosto de 2015). «Palmyra Temple Was Destroyed by ISIS, U.N. Confirms» (em inglês). www.nytimes.com. Consultado em 2 de setembro de 2015 
  20. Assyrian Christians Battle Kurds in Syria
  21. Israel undercover: secret warfare and hidden diplomacy in the Middle East By Steve Posner, ISBN 0-8156-0220-0, ISBN 978-0-8156-0220-0, p. 2
  22. J. Becker: The PLO: The Rise and Fall of the Palestine Liberation Organization, Weidenfeld and Nicolson, 1984, p. 124 [1] qtd in [2] [3]
  23. «Articles > PLO Policy towards the Christian Community during the Civil War in Lebanon». ICT. Consultado em 5 de julho de 2012 
  24. The PLO: The Rise and Fall of the Palestine Liberation Organization, Weidenfeld and Nicolson, 1984, p. 124 [4] qtd in [5] [6]
  25. Malone, Linda A. (1985). «The Kahan Report, Ariel Sharon and the SabraShatilla Massacres in Lebanon: Responsibility Under International Law for Massacres of Civilian Populations». Utah Law Review: 373–433. Consultado em 1 de janeiro de 2013 
  26. «Beirut bomb blasts kill 23: Iranian Embassy is the target in a widening war between Shia and Sunni»  The Independent Retrieved 20 November 2013
  27. ROBERT EVANS (9 de dezembro de 2012). «Atheists around world suffer persecution, discrimination: report». Reuters (em inglês). Reuters. Consultado em 18 de outubro de 2014 
  28. ABU MUSAB AL-ZARQAWI: A BIOGRAPHICAL SKETCH
  29. BLOWBACK! U.S. TRAINED ISLAMISTS WHO JOINED ISIS
  30. ROBERT ROSS (5 de setembro de 2013). «Palestinian Christians under attack». Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos (em inglês). Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos. Consultado em 18 de outubro de 2014 
  31. Rıza Yıldırım: Turkomans between two empires: the origins of the Qizilbāsh identity in Anatolia (1447–1514), Bilkent University, 2008, p. 126–127
  32. Rabasa, Angel; Larrabee, F. Stephen (2008). The Rise of Political Islam in Turkey. Santa Monica: RAND Corporation. ISBN 9780833044570. In the 1978 Kahramanmaraş incident, rightwing “Grey Wolves” killed about 100 left-wing Alevi activists. 
  33. Orhan Kemal Cengiz (25 de dezembro de 2012). «Why was the commemoration for the Maraş massacre banned?». Today's Zaman. This was the beginning of the massacre; later on, angry mobs lead by grey wolves scattered into the city, killing and raping hundreds of Alevis. 
  34. Rabasa, Angel; Larrabee, F. Stephen (2008). «The Rise of Political Islam in Turkey» (PDF). Defense Technical Information Center. p. 21. In the 1978 Kahramanmaraş incident, right-wing "Grey Wolves" killed about 100 left-wing Alevi activists. 
  35. «Are Christians facing extinction on the Arab street?» Massimo Franco, The Guardian, 1 de novembro de 2011
  36. «Christians in Libya face uncertainty as opposition strengthens support» )
  37. «Printemps arabes? Hivers islamiques?»  União de judeus progressistas da Bélgica, PAUL DELMOTTE, 1 de Dezembro de 2011.
  38. «Egito bombardeia alvos do Estado Islâmico na Líbia após 21 decapitações»  Reuters, Omar Fahmy e Yara Bayoumy, segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015.
  39. «Fact Sheet: The Taliban's Betrayal of the Afghan People». Office of International Information Programs. 2001. Consultado em 12 de abril de 2012 
  40. «Massacre in yakaolang». Human Rights Watch. 2006. Consultado em 12 de abril de 2012 
  41. «Afghan powerbrokers: Who's who». BBC News. 19 de novembro de 2001. Consultado em 1 de abril de 2011 
  42. «Sunni extremist group claims Quetta bombing - Central & South Asia». Al Jazeera English. 4 de outubro de 2011. Consultado em 11 de janeiro de 2013 
  43. Death toll of twin blasts in Quetta, Pakistan rises to 82
  44. «Quetta blasts: Death toll reaches 84». Ary News. 17 de fevereiro de 2013. Consultado em 17 de fevereiro de 2013 
  45. At least 142 killed in 'Isil' bombings of Yemen Shia mosques