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Reino de Castela: diferenças entre revisões

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O '''Reino de Castela''' foi um dos [[Tabela cronológica dos reinos da Península Ibérica|antigos reinos]] da [[Península Ibérica]] formados durante a [[Reconquista]], na qual começou por ser um [[Condado de Castela|condado]] do [[Reino de Leão]] até se tornar independente. Em 1230, [[Fernando III de Leão e Castela|Fernando III, o Santo]] recebeu da sua mãe [[Berengária de Castela|Berengária]] (em 1217) o reino de Castela, e do seu pai [[Afonso IX de Leão|Afonso IX]] o reino de Leão, unificando-os num só [[reino de Leão e Castela]]. Evoluirá para a [[Coroa de Castela]] no século XIII.
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== História ==
== História ==
=== Primórdios ===
=== Primórdios ===
{{Artigo principal|[[Condado de Castela]]}}
{{Artigo principal|[[Condado de Castela]]}}
Castela existiu enquanto condado de [[850]] a [[931]] e como reino de [[931]] a [[1479]]. A primeira referência ao nome "Castilla" é encontrada num documento do ano [[800]]: "erguemos uma igreja em honra de São Martinho, em Area Patriniano, no território de Castilla". Na crónica de [[Afonso III das Astúrias|Afonso III]] (Rei das Astúrias, [[século IX]]) está escrito: As ''Vardulias'' são agora chamadas ''Castilla''. O [[condado de Castela]] foi repovoado com habitantes de [[Cantábria|origem cantábrica]], [[Astúrias|asturiana]], [[País Basco|basca]] e [[Reino de Toledo|visigótica]]. Tinha o seu próprio dialecto e leis. O primeiro conde de Castela foi [[Rodrigo de Castela|Rodrigo]] cerca de 860, sob [[Ordonho I das Astúrias]] e [[Afonso III das Astúrias]]. Em [[931]] o território foi unificado pelo conde [[Fernão Gonçalves]], que tornou as terras sujeitas a sucessão hereditária, e independente do [[Reino de Leão]].
Castela existiu enquanto condado de 850 a 931 e como reino de 931 a 1479. A primeira referência ao nome "Castilla" é encontrada num documento do ano 800: "erguemos uma igreja em honra de São Martinho, em Area Patriniano, no território de Castilla". Na [[Crónica (historiografia)|crónica]] de {{lknb|Afonso|III|das Astúrias}} ([[Reino das Astúrias|rei das Astúrias]], {{séc|IX}}) está escrito: As ''Vardulias'' são agora chamadas ''Castilla''. O [[condado de Castela]] foi repovoado com habitantes de origem [[Cantábria|cantábrica]], [[Astúrias|asturiana]], [[País Basco|basca]] e [[Reino de Toledo|visigótica]]. Tinha o seu próprio [[dialeto]] e leis. O primeiro conde de Castela foi [[Rodrigo de Castela|Rodrigo]] cerca de 860, sob {{lknb|Ordonho|I||das Astúrias}} e {{lknb|Afonso|III||das Astúrias}}. Em 931 o território foi unificado pelo conde [[Fernão Gonçalves]], que tornou as terras sujeitas a sucessão hereditária, e independente do [[Reino de Leão]].


=== Séculos XI e XII ===
=== Séculos XI e XII ===
Em [[1028]], [[Sancho Garcês III de Pamplona|Sancho III o Grande]], rei de [[Reino de Navarra|Pamplona]], casou com a irmã do conde [[Garcia Sanches]] quem herdou o título de condessa de Castela pelo falecimento de seu irmão. Em [[1035]] deixou o condado ao seu filho [[Fernando I de Leão|Fernando]]. Fernando I casou com Sancha, irmã de [[Bermudo III de Leão]]. Fernando I iniciou uma guerra com Leão e, na [[batalha de Tamarón]], contra uma coligação de Castela e Navarra, foi morto o rei de Leão, não tendo deixado descendentes. O seu cunhado Fernando tomou a coroa de Leão para si mesmo usando os direitos da sua mulher.
Em 1028, [[Sancho Garcês III de Pamplona|Sancho III o Grande]], rei de [[Reino de Pamplona|Pamplona]], casou com a irmã do conde [[Garcia Sanches]] quem herdou o título de condessa de Castela pelo falecimento de seu irmão. Em 1035 deixou o condado ao seu filho [[Fernando I de Leão|Fernando]]. Fernando I casou com Sancha, irmã de {{lknb|Bermudo|III||de Leão}}. Fernando I iniciou uma guerra com Leão e, na [[batalha de Tamarón]], contra uma coligação de Castela e Navarra, foi morto o rei de Leão, não tendo deixado descendentes. O seu cunhado Fernando tomou a coroa de Leão para si mesmo usando os direitos da sua mulher.


Quando Fernando I morreu em 1065, o seu testamento seguiu a tradição navarra de dividir os reinos entre os seus herdeiros: Para o primogénito, [[Sancho II de Leão e Castela|Sancho II]], o reino de Castela. Para [[Afonso VI de Leão e Castela|Afonso VI]], o território que já era da sua mãe, o [[reino de Leão]]. Para o terceiro, [[Garcia II da Galiza|García]], o [[reino da Galiza]]. Para a sua filha [[Urraca de Zamora|Urraca]], a cidade de [[Zamora]]. Sancho II de Castela aliou-se a Afonso VI de Leão e conquistou a Galiza. Ainda não satisfeito com Castela e metade da Galiza, Sancho [[Batalha de Golpejera|atacou]] o seu irmão e invadiu Leão com a ajuda de [[El Cid]]. Urraca permitiu que a maior parte do exército leonês se refugiasse em Zamora. Sancho cercou a cidade, mas o rei de Castela, segundo a lenda, foi morto em 1072 por Bellido Dolfos, um nobre galego. As tropas de Castela retiraram então o cerco a Zamora.
Quando Fernando I morreu em 1065, o seu testamento seguiu a tradição navarra de dividir os reinos entre os seus herdeiros: Para o primogénito, {{lknb|Sancho|II|de Castela}}, o reino de Castela. Para {{lknb|Afonso|VI||de Leão e Castela}}, o território que já era da sua mãe, o [[reino de Leão]]. Para o terceiro, [[Garcia II da Galiza|García]], o [[reino da Galiza]]. Para a sua filha [[Urraca de Zamora|Urraca]], a cidade de [[Zamora]]. Sancho II de Castela aliou-se a Afonso VI de Leão e conquistou a Galiza. Ainda não satisfeito com Castela e metade da Galiza, Sancho [[Batalha de Golpejera|atacou]] o seu irmão e invadiu Leão com a ajuda de {{lknb|El|Cid}}. Urraca permitiu que a maior parte do exército leonês se refugiasse em Zamora. Sancho cercou a cidade, mas o rei de Castela, segundo a lenda, foi morto em 1072 por Bellido Dolfos, um nobre galego. As tropas de Castela retiraram então o cerco a Zamora.


Como consequência, Afonso VI recuperou o seu território original de Leão, e tornou-se rei de Castela e Galiza. Esta foi a segunda união entre Leão e Castela sob um monarca único, embora ambos os reinos permanecessem separados. O juramento de El Cid a Afonso VI em [[Santa Gadea del Cid|Santa Gadea]], a respeito da inocência do rei de Leão sobre o assassinato do seu irmão, é sobejamente conhecido.
Como consequência, Afonso VI recuperou o seu território original de Leão, e tornou-se rei de Castela e Galiza. Esta foi a segunda união entre Leão e Castela sob um monarca único, embora ambos os reinos permanecessem separados. O juramento de El Cid a Afonso VI em [[Santa Gadea del Cid|Santa Gadea]], a respeito da inocência do rei de Leão sobre o assassinato do seu irmão, é sobejamente conhecido.


Com Afonso VI dá-se uma aproximação ao resto dos reinos europeus, especialmente com o reino de França. As filhas de Afonso VI, [[Urraca I de Leão e Castela|Urraca]] e [[Teresa de Leão|Teresa]] casam respectivamente com [[Raimundo da Borgonha]] e [[Henrique de Borgonha, conde de Portucale|Henrique de Borgonha]]. No [[Conselho de Burgos]], em [[1080]], o tradicional [[rito moçárabe]] é substituído pelo [[rito romano]].
Com Afonso VI dá-se uma aproximação ao resto dos reinos europeus, especialmente com o reino de França. As filhas de Afonso VI, [[Urraca I de Leão e Castela|Urraca]] e [[Teresa de Leão|Teresa]] casam respectivamente com [[Raimundo da Borgonha]] e [[Henrique de Borgonha, conde de Portucale|Henrique de Borgonha]]. No [[Conselho de Burgos]], em 1080, o tradicional [[rito moçárabe]] é substituído pelo [[rito romano]].


{{História de Espanha|imagem=[[Ficheiro:Castile Arms.svg|100px]]|legenda=Brasão do reino de Castela.}}
{{História de Espanha|imagem=[[Ficheiro:Castile Arms.svg|100px]]|legenda=Brasão do reino de Castela.}}


Com a morte de Afonso VI sucedeu-lhe a filha [[Urraca I de Leão e Castela|Urraca]]. Urraca casou com [[Afonso I de Aragão]] (foi o seu segundo casamento), mas quando este foi incapaz de unificar ambos os reinos, repudiou Urraca em [[1114]], o que fez aumentar a tensão entre ambos os reinos. Urraca também teve problemas com o seu filho (do primeiro casamento), o rei da Galiza, para assegurar os seus direitos. Quando Urraca morre, o filho torna-se rei de Castela com o nome de [[Afonso VII de Castela|Afonso VII]]. Durante o seu reinado Afonso VII conseguiu anexar partes dos reinos vizinhos de Navarra e Aragão, militarmente mais fracos, que lutaram pela secessão após a morte de [[Afonso I de Aragão]]. Afonso VII recusou os direitos à reconquista da costa do [[Mar Mediterrâneo]] para a nova união de Aragão com o [[Condado de Barcelona]] (casamento de [[Petronila de Aragão]] com [[Raimundo Berengário IV]]).
Com a morte de Afonso VI sucedeu-lhe a filha [[Urraca I de Leão e Castela|Urraca]]. Urraca casou com {{lknb|Afonso|I||de Aragão}} (foi o seu segundo casamento), mas quando este foi incapaz de unificar ambos os reinos, repudiou Urraca em 1114, o que fez aumentar a tensão entre ambos os reinos. Urraca também teve problemas com o seu filho (do primeiro casamento), o rei da Galiza, para assegurar os seus direitos. Quando Urraca morre, o filho torna-se rei de Castela com o nome de {{lknb|Afonso|VII|de Castela}}. Durante o seu reinado Afonso VII conseguiu anexar partes dos reinos vizinhos de Navarra e Aragão, militarmente mais fracos, que lutaram pela secessão após a morte de [[Afonso I de Aragão]]. Afonso VII recusou os direitos à reconquista da costa do [[Mar Mediterrâneo]] para a nova união de Aragão com o [[Condado de Barcelona]] (casamento de [[Petronila de Aragão]] com {{lknb|Raimundo Berengário|IV}}).


=== O desenvolvimento das cidades ===
=== O desenvolvimento das cidades ===
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Aparecem os burgueses, que são os habitantes dos burgos (não confundir com a acepção actual do termo ''burguês''), que se juntam aos clérigos e aos nobres. Os burgueses dedicavam-se principalmente ao comércio e produção de objectos manufacturados e o seu crescimento encontrava-se limitado aos âmbitos económico e social pela nobreza (principalmente dedicada à terra). Também é de notar a chegada, pela intransigência almorávida no [[Alandalus]], de comunidades judaicas durante os séculos XI e XII, que se estabelecem principalmente como artesãos, mercadores e agricultores.
Aparecem os burgueses, que são os habitantes dos burgos (não confundir com a acepção actual do termo ''burguês''), que se juntam aos clérigos e aos nobres. Os burgueses dedicavam-se principalmente ao comércio e produção de objectos manufacturados e o seu crescimento encontrava-se limitado aos âmbitos económico e social pela nobreza (principalmente dedicada à terra). Também é de notar a chegada, pela intransigência almorávida no [[Alandalus]], de comunidades judaicas durante os séculos XI e XII, que se estabelecem principalmente como artesãos, mercadores e agricultores.


=== Século XII: elo entre o Cristianismo e o Islamismo ===
=== Século XII: elo entre o cristianismo e o islão ===
No {{séc|XII}}, a Europa assistiu a um grande avanço no terreno intelectual graças a Castela. Através do Islamismo, recuperaram-se obras clássicas antes esquecidas na Europa e foi posto em contacto com a sabedoria dos cientistas muçulmanos.
No {{séc|XII}}, a Europa assistiu a um grande avanço no terreno intelectual graças a Castela. Através do [[islão]], recuperaram-se obras clássicas antes esquecidas na Europa e foi posto em contacto com a sabedoria dos cientistas muçulmanos.


== Governo: Monarcas, Conselhos e Cortes ==
== Governo: monarcas, conselhos e cortes ==
Tal como todos os reinos medievais, o poder supremo ''pela graça de Deus ''recaía sobre o rei. No entanto, começaram a surgir comunidades rurais e urbanas para tomar decisões sobre os problemas da vida quotidiana.
Tal como todos os reinos medievais, o poder supremo ''pela graça de Deus ''recaía sobre o rei. No entanto, começaram a surgir comunidades rurais e urbanas para tomar decisões sobre os problemas da vida quotidiana.


Estes Concelhos evoluíram para Concelhos em que uma parte dos vizinhos representaria o resto. Conseguiriam igualmente, um maior poder, tal como a eleição de magistrados e oficiais, autarcas, arautos, notários, etc.
Estes concelhos evoluíram para concelhos em que uma parte dos vizinhos representaria o resto. Conseguiriam igualmente, um maior poder, tal como a eleição de magistrados e oficiais, autarcas, arautos, notários, etc.


Face ao crescimento do poder dos Concelhos, surgiu a necessidade de comunicação entre os mesmos e o rei. Em 1188, surgiram as cortes, no Reino de Leão, o qual teria a sua correspondente versão no Reino de Castela, em 1250. Nas cortes medievais, os habitantes das cidades eram um grupo reduzido, conhecidos como ''laboratores ''e não tinham faculdades legislativas mas eram um ponto de união entre o rei e o reino, algo no qual os reinos de Leão e Castela foram pioneiros.
Face ao crescimento do poder dos concelhos, surgiu a necessidade de comunicação entre os mesmos e o rei. Em 1188, surgiram as cortes, no Reino de Leão, o qual teria a sua correspondente versão no Reino de Castela, em 1250. Nas cortes medievais, os habitantes das cidades eram um grupo reduzido, conhecidos como ''laboratores ''e não tinham faculdades legislativas mas eram um ponto de união entre o rei e o reino, algo no qual os reinos de Leão e Castela foram pioneiros.

== Atualidade ==

Embora o Reino tenha sido decretado extinto há uma Rainha Consorte, S. A. R. (Sua Alteza Real) D. Rafaela da Silva Melo e Württemberg (1986-atualidade).


== Ver também ==
== Ver também ==
* [[Região histórica de Castela]]
* [[Região histórica de Castela]]
* [[Coroa de Castela]]


== Ligações externas ==
== Ligações externas ==
* [https://www.academia.edu/2231395/_CASTELA_CONTRA_PORTUGAL_E_PORTUGAL_CONTRA_SI_MESMO_A_QUEST%C3%83O_DAS_FRONTEIRAS_E_DA_IDENTIDADE_NACIONAL_NAS_CR%C3%94NICAS_DE_FERN%C3%83O_LOPES “Castela contra Portugal e Portugal contra si mesmo":A Questão das Fronteiras e da Identidade nacional nas Crªônicas de Fernão Lopes, por Ana Carolina Delgado Vieira]
* [https://www.academia.edu/2231395/_CASTELA_CONTRA_PORTUGAL_E_PORTUGAL_CONTRA_SI_MESMO_A_QUEST%C3%83O_DAS_FRONTEIRAS_E_DA_IDENTIDADE_NACIONAL_NAS_CR%C3%94NICAS_DE_FERN%C3%83O_LOPES “Castela contra Portugal e Portugal contra si mesmo":A Questão das Fronteiras e da Identidade nacional nas Crônicas de Fernão Lopes, por Ana Carolina Delgado Vieira]


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Revisão das 18h56min de 13 de outubro de 2020

 Nota: Para outros significados, veja Castela (desambiguação).



Reino de Castilla

Reino


 

850 – 1230
Flag Brasão
Bandeira Brasão
Localização de Castela
Localização de Castela
O reino de Castela em 1210
Continente Europa
Região Península Ibérica
Capital Burgos, Toledo
Língua oficial castelhano
Religião catolicismo (min. islão, judaísmo)
Governo Monarquia
Período histórico Idade Média
 • 850 Rodrigo torna-se 1º Conde de Castela
 • 931 Condado de Castela unificado pelo conde Fernán González
 • 1035 Castela torna-se um reino
 • 1230 Supressão do reino

O Reino de Castela foi um dos antigos reinos da Península Ibérica formados durante a Reconquista, na qual começou por ser um condado do Reino de Leão até se tornar independente. Em 1230, Fernando III, o Santo recebeu da sua mãe Berengária (em 1217) o reino de Castela, e do seu pai Afonso IX o reino de Leão, unificando-os num só reino de Leão e Castela. Evoluirá para a Coroa de Castela no século XIII.

História

Primórdios

Ver artigo principal: Condado de Castela

Castela existiu enquanto condado de 850 a 931 e como reino de 931 a 1479. A primeira referência ao nome "Castilla" é encontrada num documento do ano 800: "erguemos uma igreja em honra de São Martinho, em Area Patriniano, no território de Castilla". Na crónica de Afonso III (rei das Astúrias, século IX) está escrito: As Vardulias são agora chamadas Castilla. O condado de Castela foi repovoado com habitantes de origem cantábrica, asturiana, basca e visigótica. Tinha o seu próprio dialeto e leis. O primeiro conde de Castela foi Rodrigo cerca de 860, sob Ordonho I das Astúrias e Afonso III das Astúrias. Em 931 o território foi unificado pelo conde Fernão Gonçalves, que tornou as terras sujeitas a sucessão hereditária, e independente do Reino de Leão.

Séculos XI e XII

Em 1028, Sancho III o Grande, rei de Pamplona, casou com a irmã do conde Garcia Sanches quem herdou o título de condessa de Castela pelo falecimento de seu irmão. Em 1035 deixou o condado ao seu filho Fernando. Fernando I casou com Sancha, irmã de Bermudo III de Leão. Fernando I iniciou uma guerra com Leão e, na batalha de Tamarón, contra uma coligação de Castela e Navarra, foi morto o rei de Leão, não tendo deixado descendentes. O seu cunhado Fernando tomou a coroa de Leão para si mesmo usando os direitos da sua mulher.

Quando Fernando I morreu em 1065, o seu testamento seguiu a tradição navarra de dividir os reinos entre os seus herdeiros: Para o primogénito, Sancho II, o reino de Castela. Para Afonso VI de Leão e Castela, o território que já era da sua mãe, o reino de Leão. Para o terceiro, García, o reino da Galiza. Para a sua filha Urraca, a cidade de Zamora. Sancho II de Castela aliou-se a Afonso VI de Leão e conquistou a Galiza. Ainda não satisfeito com Castela e metade da Galiza, Sancho atacou o seu irmão e invadiu Leão com a ajuda de El Cid. Urraca permitiu que a maior parte do exército leonês se refugiasse em Zamora. Sancho cercou a cidade, mas o rei de Castela, segundo a lenda, foi morto em 1072 por Bellido Dolfos, um nobre galego. As tropas de Castela retiraram então o cerco a Zamora.

Como consequência, Afonso VI recuperou o seu território original de Leão, e tornou-se rei de Castela e Galiza. Esta foi a segunda união entre Leão e Castela sob um monarca único, embora ambos os reinos permanecessem separados. O juramento de El Cid a Afonso VI em Santa Gadea, a respeito da inocência do rei de Leão sobre o assassinato do seu irmão, é sobejamente conhecido.

Com Afonso VI dá-se uma aproximação ao resto dos reinos europeus, especialmente com o reino de França. As filhas de Afonso VI, Urraca e Teresa casam respectivamente com Raimundo da Borgonha e Henrique de Borgonha. No Conselho de Burgos, em 1080, o tradicional rito moçárabe é substituído pelo rito romano.

Série
História da Espanha
Espanha na Pré-História
Espanha pré-romana
Hispânia
Visigodos e Suevos
Domínio árabe e a Reconquista
A Reconquista e o Reino das Astúrias
Reinos de Leão, Castela, Aragão e Navarra
Dinastia de Borgonha
Dinastia de Trastâmara
Reis Católicos
Descobrimentos
Guerra da Sucessão Espanhola
Guerra Peninsular
Governo de Fernando VII
Guerras Carlistas
Revolução de 1868 e Sexênio Revolucionário
Dinastia de Saboia
Primeira República
Restauração Bourbon
Ditadura de Primo de Rivera
Segunda República Espanhola
Guerra Civil
Franquismo
Transição Espanhola

Com a morte de Afonso VI sucedeu-lhe a filha Urraca. Urraca casou com Afonso I de Aragão (foi o seu segundo casamento), mas quando este foi incapaz de unificar ambos os reinos, repudiou Urraca em 1114, o que fez aumentar a tensão entre ambos os reinos. Urraca também teve problemas com o seu filho (do primeiro casamento), o rei da Galiza, para assegurar os seus direitos. Quando Urraca morre, o filho torna-se rei de Castela com o nome de Afonso VII. Durante o seu reinado Afonso VII conseguiu anexar partes dos reinos vizinhos de Navarra e Aragão, militarmente mais fracos, que lutaram pela secessão após a morte de Afonso I de Aragão. Afonso VII recusou os direitos à reconquista da costa do Mar Mediterrâneo para a nova união de Aragão com o Condado de Barcelona (casamento de Petronila de Aragão com Raimundo Berengário IV).

O desenvolvimento das cidades

Na rota do caminho de Santiago surgem cidades (burgos) desde La Rioja ao Reino da Galiza a partir do século XI. O caminho de Santiago é de vital importância para o desenvolvimento de Burgos, a propósito da qual o geógrafo árabe Dreses escreve no século XII: "Burgos é uma grande cidade, atravessada por um rio e dividida em bairros rodeados de muros. Um destes bairros é habitado particularmente por judeus. A cidade é forte e acondicionada para a defesa. Há bazares, comércio e muita gente e riquezas. Está situada sobre a grande rota dos viajantes."

A sul do rio Douro, nas então conhecidas terras Extremaduras, o nascimento de cidades era um objectivo defensivo, mas com a passagem dos tempos começou-se a desenvolver também uma actividade económica e comercial de importância similar à das cidades a norte do Douro.

Aparecem os burgueses, que são os habitantes dos burgos (não confundir com a acepção actual do termo burguês), que se juntam aos clérigos e aos nobres. Os burgueses dedicavam-se principalmente ao comércio e produção de objectos manufacturados e o seu crescimento encontrava-se limitado aos âmbitos económico e social pela nobreza (principalmente dedicada à terra). Também é de notar a chegada, pela intransigência almorávida no Alandalus, de comunidades judaicas durante os séculos XI e XII, que se estabelecem principalmente como artesãos, mercadores e agricultores.

Século XII: elo entre o cristianismo e o islão

No século XII, a Europa assistiu a um grande avanço no terreno intelectual graças a Castela. Através do islão, recuperaram-se obras clássicas antes esquecidas na Europa e foi posto em contacto com a sabedoria dos cientistas muçulmanos.

Governo: monarcas, conselhos e cortes

Tal como todos os reinos medievais, o poder supremo pela graça de Deus recaía sobre o rei. No entanto, começaram a surgir comunidades rurais e urbanas para tomar decisões sobre os problemas da vida quotidiana.

Estes concelhos evoluíram para concelhos em que uma parte dos vizinhos representaria o resto. Conseguiriam igualmente, um maior poder, tal como a eleição de magistrados e oficiais, autarcas, arautos, notários, etc.

Face ao crescimento do poder dos concelhos, surgiu a necessidade de comunicação entre os mesmos e o rei. Em 1188, surgiram as cortes, no Reino de Leão, o qual teria a sua correspondente versão no Reino de Castela, em 1250. Nas cortes medievais, os habitantes das cidades eram um grupo reduzido, conhecidos como laboratores e não tinham faculdades legislativas mas eram um ponto de união entre o rei e o reino, algo no qual os reinos de Leão e Castela foram pioneiros.

Ver também

Ligações externas

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