Paulicianismo: diferenças entre revisões

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'''Paulicianos''' ou '''Paulicianismo''' ({{Langx|hy|Պավլիկյաններ|nomebr}}, também lembrado como ''Pavlikians'' ou ''Paulikianoi'' <ref>[http://www.newadvent.org/cathen/11583b.htm New Advent Catholic Encyclopaedia]</ref>) foi um grupo [[Adocionismo|adocionista]], também acusado por fontes [[Idade Média|medievais]] como [[Gnosticismo|gnóstica]] e quase [[maniqueísta]]. Floresceram entre 650 e 872 na [[Armênia]] e partes orientais do [[Império Bizantino]], como [[Anatólia]] e os [[Balcãs]]. De acordo com fontes medievais bizantinas, o nome do grupo foi obtido a partir do terceiro século do [[Anexo:Lista de patriarcas de Antioquia|bispo de Antioquia]], [[Paulo de Samósata]].<ref name="SAE">(em armênio) Melik-Bakhshyan, Stepan. ''«Պավլիկյան շարժում»'' (The Paulician movement). [[Armenian Soviet Encyclopedia]]. vol. ix. Yerevan, Armenian SSR: Armenian Academy of Sciences, 1983, pp. 140-141.</ref><ref>{{citar livro
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== História ==
== História ==
Os Paulícianos eram um grupo de [[Cristãos]] considerados [[heresia|hereges]] pelo [[Catolicismo]] que predominavam na [[Armênia]], antiga [[Babilônia]], [[Síria]], [[Palestina]], Monte Arará, Cordilheira do Touro e [[Antioquia]] no Séc. VI d.c, no chamado [[Império Bizantino]].
Os paulicianos eram um grupo de [[cristãos]] considerados [[heresia|hereges]] pelo [[catolicismo]] que predominavam na [[Armênia]], antiga [[Babilônia]], [[Síria]], [[Palestina]], [[monte Ararat]], cordilheira do Touro e [[Antioquia]] no século VI, no [[Império Bizantino]].


Diziam serem provindos dos [[Apóstolos]] e terem seu início a partir das pregações dos mesmos no primeiro século depois de [[Cristo]]. Porém faltam registros comprobatórios para tal afirmação.
Os paulicianos diziam serem provindos dos [[apóstolos]] e terem seu início a partir das pregações dos mesmos no primeiro século depois de [[Cristo]]. Porém faltam registros comprobatórios para tal afirmação.


Durante os séculos V e VI, os [[Hunos]] formaram parte de uma confederação que avançava para o território armênio, muitos dos militares que protegiam as fronteiras Armênicas eram Paulicianos.
Durante os séculos V e VI, os [[Hunos]] formaram parte de uma confederação que avançava para o território armênio, muitos dos militares que protegiam as fronteiras armênias eram paulicianos.


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Em 668, iniciou-se uma grande perseguição aos paulicianos que provocou, em 690, a morte de um de seus grandes líderes chamado Constantino, que foi morto apedrejado e seu sucessor queimado vivo. Durante o reinado do imperador {{Lknb|Leão|III|de Bizâncio}} {{nwrap|r.|717|741}} foram favorecidos nos [[Balcãs]] ocidentais pelo édito do imperador contra as imagens, tendo proteções do próprio filho de Leão&nbsp;III.


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Os Paulícios sobrevivem hoje na Bulgária, retendo seu dialeto peculiar e desde o século XIX se uniram ao catolicismo romano sob a influências de missionários franciscanos.
Os paulicianos sobrevivem hoje na Bulgária, retendo seu dialeto peculiar e desde o século XIX se uniram ao catolicismo romano sob a influências de missionários franciscanos.


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Revisão das 22h10min de 19 de dezembro de 2012

O paulicianismo (em armênio: Պավլիկյաններ, também lembrado como Pavlikians ou Paulikianoi [1]) foi uma seita adocionista, também acusada por fontes medievais como gnóstica e quase maniqueísta. Os paulicianos floresceram entre 650 e 872 na Armênia e partes orientais do Império Bizantino, como Anatólia e os Balcãs. De acordo com fontes medievais bizantinas, o nome do grupo foi obtido a partir do terceiro século do bispo de Antioquia, Paulo de Samósata.[2][3]

História

Os paulicianos eram um grupo de cristãos considerados hereges pelo catolicismo que predominavam na Armênia, antiga Babilônia, Síria, Palestina, monte Ararat, cordilheira do Touro e Antioquia no século VI, no Império Bizantino.

Os paulicianos diziam serem provindos dos apóstolos e terem seu início a partir das pregações dos mesmos no primeiro século depois de Cristo. Porém faltam registros comprobatórios para tal afirmação.

Durante os séculos V e VI, os Hunos formaram parte de uma confederação que avançava para o território armênio, muitos dos militares que protegiam as fronteiras armênias eram paulicianos.

Em 668, iniciou-se uma grande perseguição aos paulicianos que provocou, em 690, a morte de um de seus grandes líderes chamado Constantino, que foi morto apedrejado e seu sucessor queimado vivo. Durante o reinado do imperador Leão III (r. 717–741) foram favorecidos nos Balcãs ocidentais pelo édito do imperador contra as imagens, tendo proteções do próprio filho de Leão III.

A imperadora Teodósia (842–867) iniciou uma perseguição que matou 100.000 deles, pois eram acusados de gnósticos e maniqueístas, dualistas.

Após as perseguições os então denominados hereges paulicianos expandiram-se para os Balcãs ocidentais, dando a possível origem aos bogomilos. Segundo creem alguns historiadores [quem?] posteriormente originaram os albigenses nos Alpes do sul da França ao se unirem com os "hereges" que lá residiam.

Os paulicianos sobrevivem hoje na Bulgária, retendo seu dialeto peculiar e desde o século XIX se uniram ao catolicismo romano sob a influências de missionários franciscanos.

Referências

  1. New Advent Catholic Encyclopaedia
  2. (em armênio) Melik-Bakhshyan, Stepan. «Պավլիկյան շարժում» (The Paulician movement). Armenian Soviet Encyclopedia. vol. ix. Yerevan, Armenian SSR: Armenian Academy of Sciences, 1983, pp. 140-141.
  3. Nersessian, Vrej (1998). The Tondrakian Movement: Religious Movements in the Armenian Church from the 4th to the 10th Centuries. London: RoutledgeCurzon. pp. 14–15. ISBN 0-9007-0792-5 

Bibliografia

  • DAWSON, Christopher.Los origenes de Europa,1991.
  • VASCONNE, J. O homem vítima da cultura;conhecimento da cultura exnatural, 1977.
  • ORLANDIS, José. História breve do Cristianismo. Tradução de Osvaldo Aguiar - Lisboa: Rei dos Livros, 1993. ISBN 972-51-0046-8
  • PIERRARD, Pierre. História da Igreja. (Tradução de Álvaro Cunha; revisão de Luiz João Gaio). São Paulo: Paulus, 1982. (Título original da edição francesa: Histoire de l'Eglise Catholique. Desclée & Cie. Paris, 1978)
  • QUEIROZ, T.A.P. de. As heresias medievais. São Paulo, Atual, 1988.
  • RODRIGUES, Abner. Discipulado Batista Doutrinário de Estudo.