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Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na então Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, atual [[Faculdade Nacional de Direito]] da [[Universidade Federal do Rio de Janeiro]] (UFRJ).
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Porém, foi através das [[marchinha]]s carnavalescas, cantadas até hoje, como ''[[Mulata (canção)|O Teu Cabelo Não Nega]]'',{{Nota de rodapé|Com o título ''Mulata'', os compositores pernambucanos João e [[Raul Valença]] apresentaram à gravadora Victor sua composição. Lamartine Babo foi solicitado a ajustar a letra, e a composição ''O teu cabelo não nega'' foi lançada como apenas de Lamartine, o que gerou uma ação judicial, ganha pelos Irmãos Valença. Houve um acordo e Lamartine Babo passou a constar como coautor da mesma, e não seu único autor.}} ''Grau 10'', ''Linda Morena'', e ''A Marchinha do Grande Galo'', que o seu nome se tornou mundialmente conhecido como o Rei do [[Carnaval]]. Em suas letras, predominavam o humor refinado e a irreverência.
Porém, foi através das [[marchinha]]s carnavalescas, cantadas até hoje, como ''[[Mulata (canção)|O Teu Cabelo Não Nega]]'',{{Nota de rodapé|Com o título ''Mulata'', os compositores pernambucanos João e [[Raul Valença]] apresentaram à gravadora Victor sua composição. Lamartine Babo foi solicitado a ajustar a letra, e a composição ''O teu cabelo não nega'' foi lançada como apenas de Lamartine, o que gerou uma ação judicial, ganha pelos Irmãos Valença. Houve um acordo e Lamartine Babo passou a constar como coautor da mesma, e não seu único autor.}} ''Grau 10'', ''Linda Morena'', e ''A Marchinha do Grande Galo'', que o seu nome se tornou mundialmente conhecido como o Rei do [[Carnaval]]. Em suas letras, predominavam o humor refinado e a irreverência. Lamartine compôs a toada "Zeca Ivo" em homenagem ao seu amigo e compositor José Ivo da Costa, o Zeca Ivo.<ref>{{Citar web|url=http://dicionariompb.com.br/zeca-ivo/dados-artisticos|titulo=http://dicionariompb.com.br/zeca-ivo/dados-artisticos|data=|acessodata=2017-09-23|obra=Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira|publicado=Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira|ultimo=|primeiro=}}</ref>


Como poucos, Lamartine alcançou os dois extremos da [[alma]] brasileira: a gozação e o sentimento.
Como poucos, Lamartine alcançou os dois extremos da [[alma]] brasileira: a gozação e o sentimento.

Revisão das 17h49min de 23 de setembro de 2017

Lamartine Babo
Informação geral
Nome completo Lamartine de Azeredo Babo
Também conhecido(a) como Lalá
Nascimento 10 de janeiro de 1904
Origem Rio de Janeiro
País  Brasil
Gênero(s) MPB
Período em atividade 1915-1963
Gravadora(s) Victor
Columbia
Odeon
Sinter
Copacabana

Lamartine de Azeredo Babo (Rio de Janeiro, 10 de janeiro de 1904 — Rio de Janeiro, 16 de junho de 1963) foi um dos mais importantes compositores populares do Brasil. Era um dos doze filhos de Leopoldo Azeredo Babo e Bernarda Preciosa Gonçalves, sendo um dos três que chegaram à idade adulta. Era tio de Oswaldo Sargentelli.

Biografia


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Lamartine Babo nasceu no mesmo ano da fundação do seu clube de coração, o tradicional America Football Club. Tijucano e americano fanático, Lamartine protagonizou cenas memoráveis como o desfile que fez em carro aberto pelas ruas do centro do Rio, fantasiado de diabo, comemorando o último campeonato do America em 1960.

Mesmo tendo sido um leigo em técnica musical, Lamartine criou melodias maravilhosas, resultantes de seu espírito inventivo e altamente versátil. Começou a compor aos catorze anos - a valsa "Torturas do Amor" e, aos dezesseis anos, compõe a opereta "Cibele". Quando foi para o Colégio São Bento dedicou-se a músicas religiosas.

Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na então Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Porém, foi através das marchinhas carnavalescas, cantadas até hoje, como O Teu Cabelo Não Nega,[nota 1] Grau 10, Linda Morena, e A Marchinha do Grande Galo, que o seu nome se tornou mundialmente conhecido como o Rei do Carnaval. Em suas letras, predominavam o humor refinado e a irreverência. Lamartine compôs a toada "Zeca Ivo" em homenagem ao seu amigo e compositor José Ivo da Costa, o Zeca Ivo.[1]

Como poucos, Lamartine alcançou os dois extremos da alma brasileira: a gozação e o sentimento.

Em 1937, na cidade mineira de Boa Esperança, numa situação inusitada, compôs o famoso samba-canção Serra da Boa Esperança.

Em 1949 compôs os hinos alternativos (não-oficiais) dos 11 participantes do Campeonato Carioca de Futebol daquele ano, com patrocínio do programa de rádio Trem da Alegria, que lançou LPs de cada um dos clubes. Em um só dia Lamartine Babo compôs os famosos hinos dos considerados seis maiores e mais tradicionais times de futebol do Rio de Janeiro - sendo o primeiríssimo em seu coração o America Football Club, além de Vasco da Gama, Fluminense, Flamengo, Botafogo e Bangu. Em seguida foram escritos os hinos dos clubes considerados "menores" (apesar de não menos tradicionais e importantes), sendo eles o São Cristóvão, Madureira, Olaria, Bonsucesso e Canto do Rio. Esses hinos são, na verdade, hinos populares, sendo os hinos oficiais da maioria dos clubes músicas diferentes.[2]

Lalá, como era conhecido, era uma das pessoas mais bem humoradas e divertidas de sua época, não perdendo nunca a chance de um trocadilho ou de uma piada. Em uma entrevista afirmou "Eu me achava um colosso. Mas um dia, olhando-me no espelho, vi que não tenho colo, só tenho osso". Numa outra, o entrevistador pergunta qual era a maior aspiração dos artistas do broadcasting, Lalá não vacila: "A aspiração varia de acordo com o temperamento de cada um… Uns desejam ir ao céu… já que atuam no éter… Outros ‘evaporam-se’ nesse mesmo éter… Os pensamentos da classe são éter… ó… gênios…" - valeu-lhe o título de O Pior Trocadilho de 1941.

E aconteceu também o caso dos correios: Lalá foi enviar um telegrama, o telegrafista bateu então o lápis na mesa em morse para seu colega: "Magro, feio e de voz fina". Lalá tirou o seu lápis e bateu: "Magro, feio, de voz fina e ex-telegrafista"

Sua primeira marchinha gravada, foi a divertida "Os Calças-Largas", em que Lamartine debochava dos rapazes que usavam calças boca-de-sino. Em 1937, com a censura imposta pelo Estado Novo de Getúlio Vargas, carnavalescos irreverentes como Lamartine Babo ficaram proibidos de utilizar a sátira em suas composições. Sem a irreverência costumeira, as marchinhas não foram mais as mesmas.

Vida pessoal

Em 1951, aos 47 anos, Lamartine Babo, que nunca tivera sorte no amor, nunca se casou. Morreu vitimado por um infarto, no dia 16 de junho de 1963, deixando seu nome no rol dos grandes compositores deste país. Seu amigo e parceiro João de Barro, o popular Braguinha, disse certa vez: "Costumo dividir o carnaval em duas fases: Antes e depois de Lamartine".

Homenagem

Em 1981 a escola de samba Imperatriz Leopoldinense conquistou seu primeiro bicampeonato com o enredo "O teu cabelo não nega", de Arlindo Rodrigues, uma comovente e divertida homenagem ao compositor.

Notas

  1. Com o título Mulata, os compositores pernambucanos João e Raul Valença apresentaram à gravadora Victor sua composição. Lamartine Babo foi solicitado a ajustar a letra, e a composição O teu cabelo não nega foi lançada como apenas de Lamartine, o que gerou uma ação judicial, ganha pelos Irmãos Valença. Houve um acordo e Lamartine Babo passou a constar como coautor da mesma, e não seu único autor.

Referências

  1. «http://dicionariompb.com.br/zeca-ivo/dados-artisticos». Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Consultado em 23 de setembro de 2017  Ligação externa em |titulo= (ajuda)
  2. Lamartine Babo, o compositor dos hinos dos clubes do Rio de Janeiro

Ligações externas