Estação Chavantes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Estação ferroviária de Chavantes
Estação Chavantes
Na década de 1950.
Proprietário União
Administração E.F.Sorocabana (1889-1971)
Fepasa (1971-1998)
Ferroban (1998-2001)
União (2001-)
Linha Tronco (Sorocabana)
Posição km 431,703
Altitude 544 m
Informações históricas
Inauguração 1 de janeiro de 1909
Reconstrução 1927
Intervenções plásticas Fepasa (1978)
Localização
Localização Estação Chavantes
Município Chavantes
Nome oficial: Estação Ferroviária de Chavantes
Categoria: Ferroviário
Processo: 64198/11
Legislação: Resolução Secretaria da Cultura de 15 de março de 2016
Livro do tombo: Histórico
Número do registro: 1178
Publicação: 17 de março de 2016

A Estação ferroviária de Chavantes é uma estação ferroviária desativada, localizada na cidade homônima do estado de São Paulo. Construída em 1909 pela Estrada de Ferro Sorocabana, funcionou regularmente para passageiros e cargas até janeiro de 1999 quando foi desativada. Seu edifício atual, construído em 1927, foi tombado pelo Condephaat em 2016.[1]

História[editar | editar código-fonte]

A estação Chavantes foi aberta, entre Ipaussu e Ourinhos, em 1909 no quilômetro 494 da Linha Tronco pela Estrada de Ferro Sorocabana. A pequena estação acabou instalada a três quilômetros da sede da vila de Chavantes, fundada em 1887. Com isso, a sede acabou transferida para os arredores da nova estação. Sua abertura fez com que aquela localidade prosperasse, obtendo sua elevação a distrito em 22 de outubro de 1909. A facilidade de transporte incentivou a produção agrícola, com a produção de café e alfafa sendo incentivadas.[2]

O embarque de passageiros na pequena estação quase triplicou em menos de dez anos e continuou crescendo após a elevação do distrito a município em 1922. Isso obrigou a direção da Sorocabana a investir na construção de um novo edifício, aberto em 1927.[3]

Embarque de passageiros na estação Chavantes
Ano 1911 1919 1924 1927 1930
Passageiros 8417
(474
1ª Classe)
21739
(4741
1ª Classe)
28441
(6799
1ª Classe)
37140
(7829
1ª Classe)
34650
(6485
1ª Classe)
Fontes:Relatórios Anuais da Estrada de Ferro Sorocabana de 1911[4], 1919 [5], 1924[6], 1927[7] e 1930[8]

O transporte de cargas, no entanto ocupava um pequeno armazém e gerava recorrentes reclamações dos fazendeiros locais desde 1925.[3] A Sorocabana propôs a ampliação dos armazéns, porém teve de enfrentar processos judiciais movidos por proprietários de terras ocupadas pela própria estação, que moveram processos entre 1933 e 1935 buscando indenização por parte da Sorocabana. O poder judiciário arquivou o processo com base na prescrição e no fato do estado poder requer usucapião da área após vinte e quatro anos de ocupação.[9] Em 1938 o estado acabou adquirindo uma área nos arredores da estação para, enfim, realizar a ampliação dos armazéns de transporte de carga da Sorocabana.[10]

Em 1971 a Sorocabana foi incorporada a recém-criada Ferrovia Paulista S.A. Após um estudo da malha ferroviária do estado, a estação foi uma das escolhidas para passar por sua primeira grande reforma, realizada entre 1978 e 1979.[11] A estação serviu de ponto de apoio para as obras da Usina Hidrelétrica de Chavantes, construída entre 1959 e 1971.[12]

A estação foi transferida para a concessionária Ferroban, que a desativou em 1999 e a devolveu para o patrimônio da União. Em 2016 sua edificação foi tombada pelo Condephaat, como a primeira edificação construída pela Sorocabana na região com estilo arquitetônico neocolonial. Apesar dos planos da cidade de Chavantes em transformá-la em sede do Museu Histórico de Chavantes Adibe Abdo do Rio[13], a estação encontra-se fechada e em estado de abandono.[14]

Referências

  1. «Conjunto da Estação Ferroviária de Chavantes». Condephaat. Consultado em 6 de setembro de 2021 
  2. Jurandyr Pires Ferreira (25 de janeiro de 1958). «Xavantes» (PDF). Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, página 405 - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 6 de setembro de 2021 
  3. a b Ralph Mennucci Giesbrecht. «Chavantes». Estações ferroviárias do Brasil. Consultado em 6 de setembro de 2021 
  4. Estrada de Ferro Sorocabana (1912). «Demonstração do movimento e renda das estações para o ano de 1911» (PDF). Relatório anual para 1911, página 21/Arquivo Público do Estado de São Paulo. Consultado em 5 de setembro de 2021 
  5. Estrada de Ferro Sorocabana (1920). «Demonstração do movimento e renda das estações para o ano de 1919» (PDF). Relatório anual para 1919, página 3/Arquivo Público do Estado de São Paulo 
  6. Estrada de Ferro Sorocabana (1925). «Demonstração do movimento e renda das estações para o ano de 1924» (PDF). Relatório anual para 1924, página 50/Arquivo Público do Estado de São Paulo. Consultado em 5 de setembro de 2021 
  7. Estrada de Ferro Sorocabana (1928). «Demonstração do movimento e renda das estações para o ano de 1927» (PDF). Relatório anual para 1927, página 30/Arquivo Público do Estado de São Paulo. Consultado em 5 de setembro de 2021 
  8. Estrada de Ferro Sorocabana (1931). «Demonstração do movimento e renda das estações para o ano de 1930» (PDF). Relatório anual para 1930, página 58/Arquivo Público do Estado de São Paulo. Consultado em 5 de setembro de 2021 
  9. Procuradoria do Estado de São Paulo (21 de março de 1935). «A prescrição das ações contra a Fazenda Pública». Gazeta de Notícias, ano 60, edição 66, Seção Gazeta Jurídica, páginas 6 e 8/ republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 6 de setembro de 2021 
  10. «Transfusão de sangue». Correio Paulistano, ano LXXXIV, edição 25232, página 5/ republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 12 de junho de 1938. Consultado em 6 de setembro de 2021 
  11. Ferrovia Paulista S/A (19 de abril de 1978). «Edital MCL 87/78». Folha de S.Paulo, ano LVII, edição 17913, página 24. Consultado em 6 de setembro de 2021 
  12. Estrada de Ferro Sorocabana (2 de setembro de 1967). «Edital de concorrência». O Estado de S. Paulo, ano 88, edição 28340, página 29. Consultado em 6 de setembro de 2021 
  13. «Estação ferroviária». Prefeitura do município de Chavantes. Consultado em 6 de setembro de 2021 
  14. Sérgio Fleury Moraes e André Fleury Moraes (17 de abril de 2021). «Patrimônio em ruína: antiga estação de Chavantes é retrato do abandono:Prefeitura nem é dona do prédio, que ainda pertence à União, e acervo foi tombado». Debate (Santa Cruz do Rio Pardo). Consultado em 6 de setembro de 2021