Estação Ferroviária de Covilhã

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Covilhã
Estação Ferroviária de Covilhã
plataforma e vista da estação de Covilhã, em 2009
Identificação: 54007 COA (Covilhã)[1]
Denominação: Estação Satélite de Covilhã
Administração: Infraestruturas de Portugal (até 2020: centro;[2] após 2020: sul)[3]
Classificação: ES (estação satélite)[1]
Tipologia: C [3]
Linha(s): L.ª da Beira Baixa (PK 165+194)
Altitude: 530 m (a.n.m)
Coordenadas: 40°16′39.01″N × 7°29′46.05″W

(=+40.2775;−7.49613)

Mapa

(mais mapas: 40° 16′ 39,01″ N, 7° 29′ 46,05″ O; IGeoE)
Município: border link=CovilhãCovilhã
Serviços:
Estação anterior Comboios de Portugal Comboios de Portugal Estação seguinte
Fundão
Lis-Apolónia
  IC   Caria
Guarda
Terminal   R   Caria
Guarda
Tortosendo
C.Branco
    Terminal

Conexões:
Ligação a autocarros
Ligação a autocarros
🚌︎ C-Pb
Serviço de táxis
Serviço de táxis
CVL
Equipamentos: Bilheteiras e/ou máquinas de venda de bilhetes Telefones públicos Sala de espera Parque de estacionamento Lavabos Bar ou cafetaria
Endereço: Largo da Estação dos Caminhos de Ferro
PT-6200-087 Covilhã
Inauguração: 6 de setembro de 1891 (há 132 anos)
Website:

A Estação Ferroviária de Covilhã é uma interface da Linha da Beira Baixa, que serve a cidade de Covilhã, no distrito de Castelo Branco, em Portugal. Foi inaugurada pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses em 6 de Setembro de 1891.[4] O lanço seguinte da linha, até à Guarda, entrou ao serviço em 11 de maio de 1893.[5]

Comboios diversos circulando a sul da estação da Covilhã, junto ao Jardim do Lago.

Descrição[editar | editar código-fonte]

Localização e acessos[editar | editar código-fonte]

Esta interface tem acesso pelo Largo da Estação, na localidade de Covilhã.[6][7]

A Central de Camionagem local dista mais de meio quilómetro do local da estação,[8] situando-se a paragem mais próxima a menos de cem metros da estação, ainda que fora do enquadramento do largo fonteiro à estação, onde se disponibiliza estacionamento para táxis e automóveis particulares.[9]

Serviços de passageiros na Covilhã: Regional (sup., 2009) e intercidades (inf., 2008).

Caraterização física[editar | editar código-fonte]

Esta interface apresenta apenas três vias de circulação (I, II, e III), com comprimentos de 488, 288, e 322 m, respetivamente e cada uma acessível por plataforma de 220 m de comprimento e 685 mm de altura.[3] O edifício de passageiros situa-se do lado poente da via (lado esquerdo do sentido ascendente, a Guarda).[10][11]

No local desta interface há um limiar de tipologia ferroviária no que respeita ao comprimento máximo dos comboios de mercadorias, que é de 480 m no troço Covilhã-Fundão e 650 m no troço Guarda-Covilhã.[3]

Serviços[editar | editar código-fonte]

Em dados de 2023, esta interface é servida por comboios de passageiros da C.P. de tipo intercidades, com três circulações diárias em cada sentido entre Lisboa - Santa Apolónia e Guarda, e de tipo regional, com quatro circulações diárias em cada sentido entre Castelo Branco ou Entroncamento ou Lisboa - Santa Apolónia e Guarda ou Covilhã.[12]

História[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Linha da Beira Baixa § História
Fotografia antiga da estação.

Construção e inauguração[editar | editar código-fonte]

O primeiro troço da Linha da Beira Baixa, entre a Covilhã e Abrantes, começou a ser construído nos finais de 1885, e entrou em exploração no dia 6 de Setembro de 1891, pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses. A estação foi o terminal provisório da linha até 11 de Maio de 1893, quando entrou ao serviço o lanço seguinte, até à Guarda.[4]

Século XX[editar | editar código-fonte]

Em 1913, existiam carreiras de diligências e de automóveis ligando a estação à Covilhã, indo as diligências até Unhais da Serra, durante os meses de Julho, Agosto e Setembro.[13]

Em 1933, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses fez obras na toma de água desta estação.[14]

Em Abril de 1991, a Covilhã era utilizada como local de manobra de comboios colectores-repartidores.[15] Em 1992, a Covilhã era servida por comboios Regionais até à Guarda, realizados por automotoras da Série 0300.[15]

Aspeto das obras, em 2009.

Século XXI[editar | editar código-fonte]

Em 9 de Março de 2009, a empresa Rede Ferroviária Nacional encerrou temporariamente o lanço da Linha da Beira Baixa entre as estações da Covilhã e Guarda, tendo sido organizado um serviço rodoviário de substituição, que parava em todas as estações e apeadeiros do troço encerrado.[16]

A estação da Covilhã era à época servida pela carreira 10 da Covibus (Grupo Avanza),[17] até ao fim da respetiva concessão,[quando?] que se iniciara a 1 de Maio de 2009.[17]

Segundo dados oficiais de 2012, a estação da Covilhã apresentava duas vias de circulação, ambas com 1128 m de comprimento, e duas plataformas de 200 m, tendo a primeira 30 cm de altura, e a segunda, 70 cm[18] — valores mais tarde[quando?] ampliados para os atuais.[3]

Depois de doze anos de encerramento, as obras no troço Covilhã-Guarda foram finalizadas em abril de 2021; as primeiras circulações tiveram início no dia 2 de maio de 2021.[19][20]

O edifício de passageiros da Covilhã: nas obras de 2009 (sup.) e dez anos depois (inf.).

Referências literárias[editar | editar código-fonte]

No romance Manhã Submersa (publ. 1954), de Vergílio Ferreira, o protagonista falou da sua passagem pela gare de Covilhã:

A viagem estava no fim. Na estação da Covilhã entraram os últimos reforços. Mas já ninguém se alvoraçou. Aniquilados, tensos de expectativa, a sombra do Seminário chegava já até ali, pesava densamente sobre todos.
— Vergílio Ferreira

  Manhã Submersa, p. 19

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
  2. Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
  3. a b c d Diretório da Rede 2024. I.P.: 2022.12.09
  4. a b TORRES, Carlos Manitto (16 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 70 (1682). p. 61-64. Consultado em 2 de Junho de 2014 
  5. MARTINS et al, 1996:251
  6. «Covilhã - Linha da Beira Baixa». Infraestruturas de Portugal. Consultado em 21 de Abril de 2017 
  7. «Covilhã». Comboios de Portugal. Consultado em 15 de Novembro de 2014 
  8. OpenStreetMaps / GraphHopper. «Cálculo de distância pedonal (40.27741; −7.49650 → 40.27351;−7.49814)». Consultado em 14 de março de 2023 : 660 m: desnível acumulado de +26−8 m
  9. OpenStreetMaps / GraphHopper. «Cálculo de distância pedonal (40.27747; −7.49637 → 40.27794;−7.49696)». Consultado em 14 de março de 2023 : 92 m: desnível acumulado de +6−0 m
  10. (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
  11. Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
  12. Intercidades : Regional : Linha da Beira Baixa : Lisboa / Covilhã ⇄ Guarda / Vilar Formoso («horário em vigor desde 2022.12.11»)
  13. «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. Ano 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 6 de Março de 2018 
  14. «O que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no Ano de 1933» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1106). 16 de Janeiro de 1934. p. 49-52. Consultado em 28 de Dezembro de 2016 
  15. a b «Beira alta, Beira baja y los Ramales de Cáceres y Badajoz». Maquetren (em espanhol). Ano 3 (30). 1994. p. 6 
  16. MARTINS, Luís (10 de Março de 2009). «Circulação suspensa durante sete meses na linha da Beira Baixa». Jornal de Notícias. Consultado em 22 de Agosto de 2017 
  17. a b Bruno David Alpalhão Martins (2014). Avaliação e implementação de um serviço de informação ao cliente em cidades de média dimensão: Caso de estudo da Covilhã/Covibus (Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Civil) (PDF). Covilhã: Universidade da Beira Interior. p. 52-53. 68 páginas. 5076 
  18. «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85 
  19. «Modernização da Linha da Beira Baixa». Infraestruturas de Portugal. 27 de novembro de 2017 
  20. Leandro FERREIRA: “Guarda e Covilhã unidos pelo serviço Regional a partir de 2 de maioTransportes XXI 2021.04.16

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • FERREIRA, Vergílio (1990) [1953]. Manhã Submersa 14.ª ed. Venda Nova: Bertrand Editora. 217 páginas. ISBN 972-25-0265-4 
  • MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas 

Leitura recomendada[editar | editar código-fonte]

  • Viver a Covilhã programa polis: Plano Estratégico de Covilhã. Lisboa: Programa Polis - Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território. 2001. 57 páginas 
  • CERVEIRA, Augusto; CASTRO, Francisco Almeida e (2006). Material e tracção: os caminhos de ferro portugueses nos anos 1940-70. Col: Para a História do Caminho de Ferro em Portugal. Volume 5. Lisboa: CP-Comboios de Portugal. 270 páginas. ISBN 989-95182-0-4 
  • DELGADO, Rui (2001). História da Covilhã: 1800 a 1926. Covilhã: Escola Secundária Frei Heitor Pinto. 22 páginas 
  • SALGUEIRO, Ângela (2008). A Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses: 1859-1891. Lisboa: Univ. Nova de Lisboa. 145 páginas 
  • SILVA, José Ribeiro da; RIBEIRO, Manuel (2007). Os Comboios em Portugal. Col: Os Comboios em Portugal. III de 5 1.ª ed. Lisboa: Terramar-Editores, Distribuidores e Livreiros, Lda. 203 páginas. ISBN 978-972-710-408-6 
Grua centenária do armazém da estação e locomotiva da série 1550, em 1990.
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]