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Insuficiência cardíaca

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Insuficiência cardíaca
Insuficiência cardíaca
Principais sinais e sintomas de insuficiência cardíaca
Sinónimos Insuficiência cardíaca crónica, insuficiência cardíaca congestiva[1][2][3]
Especialidade Cardiologia
Sintomas Falta de ar, fadiga, pernas inchadas[4]
Duração Geralmente para toda a vida
Causas Enfarte do miocárdio, hipertensão arterial, ritmo cardíaco anormal, excesso de álcool, infeções, lesões no coração[4][5]
Fatores de risco Fumar, estilo de vida sedentário
Método de diagnóstico Ecocardiograma[6]
Condições semelhantes Insuficiência renal, doenças da tiroide, doenças do fígado, anemia, obesidade[7]
Medicação Diuréticos, medicamentos cardíacos[6][8]
Frequência 40 milhões (2015),[9] 2% dos adultos (países desenvolvidos)[5][10]
Mortes Risco de morte de 35% no primeiro ano[4]
Classificação e recursos externos
CID-10 I50.0
CID-9 428.0
CID-11 1458683894
DiseasesDB 16209
MedlinePlus 000158
eMedicine med/3552
MeSH D006333
A Wikipédia não é um consultório médico. Leia o aviso médico 

Insuficiência cardíaca (IC), muitas vezes descrita como insuficiência cardíaca congestiva (ICC), é uma condição em que o coração é incapaz de bombear sangue na corrente sanguínea em quantidade suficiente para dar resposta às necessidades do corpo.[11][12][13] Os sinais e sintomas mais comuns incluem falta de ar, fadiga e pernas inchadas.[4] A falta de ar geralmente agrava-se com o exercício físico ou em posição deitada, e é capaz de acordar a pessoa durante a noite.[4] Existe também uma capacidade limitada para a realização de exercício físico.[14] A dor torácica, incluindo angina, geralmente não é um sintoma de insuficiência cardíaca.[15]

Entre as causas mais comuns de insuficiência cardíaca estão a doença arterial coronária, incluindo um episódio anterior de enfarte do miocárdio, hipertensão, fibrilação auricular, valvopatia, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, infeções e miocardiopatia de causa desconhecida.[4][5] Estes causam insuficiência cardíaca, alterando a estrutura ou do funcionamento do coração.[4] Existem dois tipos principais de insuficiência cardíaca: insuficiência cardíaca devido à disfunção do ventrículo esquerdo e insuficiência cardíaca com fração de ejeção normal, dependo de estar ou não afetada a capacidade do ventrículo de se contrair, ou da capacidade do coração em relaxar.[4] A gravidade da doença é geralmente classificada em função do grau de problemas ao realizar exercício.[7] A insuficiência cardíaca não é o mesmo que enfarte do miocárdio (em que parte do músculo cardíaco morre) nem que paragem cardiorrespiratória (em que a corrente sanguínea é interrompida).[16][17] Entre outras doenças com sintomas semelhantes à insuficiência cardíaca estão a obesidade, insuficiência renal, problemas no fígado, anemia e doenças da tiroide.[7]

O diagnóstico da condição tem por base o histórico de sinais e sintomas e um exame físico confirmado por ecocardiografia.[6] As análises ao sangue, um eletrocardiograma e radiografia de tórax podem ajudar a determinar a causa subjacente.[6] O tratamento depende da gravidade e da causa da doença.[6] Em pessoas com insuficiência crónica moderada e estável, o tratamento geralmente consiste em modificações do estilo de vida como deixar de fumar,[8] praticar exercício físico,[18] alterações na dieta e medicação.[8] Em pessoas com insuficiência cardíaca devida a disfunção do ventrículo esquerdo, é recomendada a administração de inibidores da enzima de conversão da angiotensina e antagonistas do recetor da angiotensina II.[6] Em pessoas com doença grave, podem ser usados antagonistas da aldosterona ou hidralazina com um nitrovasodilatador.[6] Os diuréticos são úteis na prevenção de retenção de fluidos.[8] Por vezes, dependendo da causa, pode ser recomendado o implante de um dispositivo como um pacemaker ou um cardioversor desfibrilhador implantável.[6] Em alguns casos moderados ou graves pode ser sugerida terapia de ressincronização cardíaca[19] ou modulação da força de contração muscular.[20] Em pessoas com doença grave que não responderam a outros tratamentos pode ser recomendado um dispositivo de assistência ventricular ou um transplante de coração.[8]

A insuficiência cardíaca é uma condição comum, com elevados custos e potencialmente fatal.[5] Em países desenvolvidos, cerca de 2% dos adultos são afetados pela doença, valor que aumenta para 6–10% em pessoas acima dos 65 anos de idade.[5][10] No ano seguinte ao diagnóstico, o risco de morte é de cerca de 35%, diminuindo a partir daí para menos de 10% em cada ano.[4] Este risco é semelhante ao de alguns tipos de cancro.[4] No Reino Unido, a doença é responsável por 5% dos casos de admissão urgente no hospital.[4] A insuficiência cardíaca é conhecida desde a Antiguidade e já era mencionado no Papiro de Ebers, datado de cerca de 1550 a.C.[14]

Insuficiência Cardíaca Aguda (ICA)

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É um acontecimento súbito e catastrófico de grande risco e que ocorre devido à qualquer situação que torne o coração incapaz de uma ação eficaz. Geralmente a Insuficiência Cardíaca Aguda é consequente a um infarto do miocárdio, ou a uma arritmia severa do coração. Existem ainda as Insuficiências Cardíacas Agudas provocadas por doenças não cardíacas. A Insuficiência Cardíaca Aguda é uma situação grave, exige tratamento médico emergencial, e mesmo assim é, muitas vezes, fatal.

Exemplo delas são a hemorragia severa, o traumatismo cerebral grave e o choque elétrico de alta voltagem.

Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC)

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É o estado fisiopatológico em que o coração é incapaz de bombear sangue a uma taxa satisfatória às necessidades dos tecidos metabolizadores, ou pode fazê-lo apenas a partir de uma pressão de enchimento elevada.[21]

A Insuficiência Cardíaca Congestiva pode aparecer de modo agudo mas geralmente se desenvolve gradualmente, às vezes durante anos. Sendo uma condição crônica, gera a possibilidade de adaptações do coração o que pode permitir uma vida prolongada, às vezes com alguma limitação aos seus portadores, se tratada corretamente.

Epidemiologia

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No mundo: 23 milhões de casos.

Nos EUA: Maior problema de saúde pública; 5,2 milhões de casos; 550 mil novos casos/ano; 12 a 15 milhões de consultas médicas; 6,5 milhões de dias de internamentos/ano; Reinternamentos em 30-50% em 6 meses; 300 000 mortes anuais; 54 000 mortes diretas; Custo de U$ 15 bilhões/ano/ internamentos.

No Brasil: 6,5 milhões de doentes; 30% é internado anualmente; 4% de todas as internações; 31% das internações cardiovasculares; 380 000 hospitalizações/ano; média de 5,8 dias cada; R$ 200 milhões anuais; 5,6 a 6,0% de mortalidade hospitalar.

Principais Causas

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  • Um dos exemplos de Insuficiência Cardíaca é a estenose aórtica, onde uma das válvulas de saída do coração não se abre perfeitamente, e a insuficiência aórtica, onde uma das válvulas permite um refluxo de sangue, fazendo com que o volume de sangue ejetado diminua. Então o coração adota mecanismos para, em um primeiro momento, tentar compensar e aumentar o volume ejetado na sístole do ventrículo esquerdo.
  • Também, doenças que aumentam o metabolismo geral do organismo também levam à sobrecarga de trabalho cardíaco. Um exemplo é o hipertireoidismo, que é um excesso de hormônio de tireoide circulante.
  • Fatores genéticos: Vários genes que são importantes na insuficiência cardíaca também parecem regular o tamanho e a função do coração em pessoas saudáveis.[22]

Fisiopatologia

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Quando a IC se inicia por diminuição da força do miocárdio (músculo cardíaco), o processo segue com alterações no próprio músculo e no organismo como um todoː

O número de sistemas envolvidos é muito grande e apenas parcialmente conhecido. A interação entre estes múltiplos sistemas leva a progressiva diminuição da capacidade do coração funcionar como efetiva bomba propulsora sangue.

O médico faz o diagnóstico através de um exame clínico:

  • Auscultação cardíaca (sopros);
  • Auscultação pulmonar (chiado);
  • Edema dos membros inferiores.

Manifestação clínica

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A base do diagnóstico de qualquer doença é a história clínica, onde são identificados os sintomas da pessoa doente. Os possíveis sintomas de Insuficiência cardíaca são:

  • Dispneia (falta de ar) A falta de ar do portador de insuficiência cardíaca caracteristicamente se dá aos esforços físicos e quando o portador encontra-se deitado (ortopneia);
  • Tosse;
  • Fraqueza (astenia);
  • Edema (inchaço, ou aumento do volume dos membros);
  • Dor abdominal;
  • Palpitação;
  • Tonturas;
  • Diminuição da emissão de urina.
    • Habitualmente, estão presentes em cada pessoa doente apenas uma parte dos sintomas acima, em graus variáveis. Uma pessoa tem mais tosse, a outra mais inchaço e assim por diante.
    • Os sintomas não são patognomônicos, ou seja, não são exclusivos desta doença. Uma pessoa pode ter o mesmo grau de inchaço que outra, e a primeira ter insuficiência cardíaca e a segunda ter varizes.
  • Falhando o ventrículo esquerdo, o território que congestiona é o pulmonar. Isso explica a falta de ar, que de início surge aos grandes esforços, depois aos médios, terminando pela falta de ar mesmo em repouso. Com a piora surge a ortopneia, a falta de ar quando deitado. A pessoa pode acordar durante a noite devido a falta de ar o que a obriga a sentar para obter algum alívio. É a dispneia paroxística noturna. Isso pode evoluir ainda para um quadro ainda mais grave de descompensação esquerda denominado de edema agudo de pulmão, grave, e que termina em morte se não tratado de urgência.
  • Falhando o ventrículo direito surge o edema, ou o inchaço, principalmente das pernas e do fígado, além de outros órgãos, tudo provocado pelo acúmulo de líquidos nesses órgãos.

Exame físico

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No exame físico são identificados sinais da doença. Sinais são dados objetivos, que sensibilizam algum sentido do observador, como a visão ou o tato. São possíveis sinais da Insuficiência cardíaca:

Exames complementares

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Existem numerosos métodos complementares que mostram alterações devida a Insuficiência cardíaca. Cada um deles tem o potencial de ver uma aspecto particular da doença, e como o próprio nome diz, completam a busca de informações feita pelo Terapeuta ao analisar a doença. Não existe um melhor, existe os indicados para aquela situação. São métodos comumente usados na avaliação da Insuficiência cardíaca:

Há a necessidade de tratar, se possível, a doença subjacente que desencadeou a Insuficiência Cardíaca Congestiva, temos a estenose da válvula aórtica ou mitral, e a hipertensão arterial.

  • O tratamento para a insuficiência cardíaca envolve um grande número de opções;
  • As finalidades do tratamento são prolongar a vida do paciente e melhorar a sua qualidade de vida;
  • As modalidades de tratamento podem ser agrupadas em 3 áreas: Tratamento não farmacológico, Tratamento farmacológico e Procedimentos mecânico-cirúrgicos.

Deve-se também tratar o coração insuficiente. Para isso, restringe-se a ingestão de sal. É aconselhável emagrecer. Usam-se medicamentos chamados diuréticos, além de outros que agem diretamente no músculo cardíaco ou que corrigem as arritmias existentes. Com essas medidas, um médico consegue prolongar por anos a vida de um paciente acometido de Insuficiência Cardíaca Congestiva. Poderá haver necessidade de transplante cardíaco como última solução.

Tratamento não farmacológico

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Neste grupo de medidas se enquadram:

  • Optimização do nível de atividade físico;
  • Utilização de Oxigênio;
  • Optimização do consumo de sal e de líquidos;
  • Medidas nutricionais;
  • Reabilitação cardíaca.[23]

Tratamento farmacológico

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Neste grupo de medidas se enquadram as seguintes classes de medicações:

Existem muitas substâncias sob investigação, como:

Procedimentos Mecânico-Cirúrgicos

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Neste grupo se enquadram os procedimentos que buscam corrigir defeitos estruturais do coração ou promover ajuda mecânica à contração.

Células Estaminais

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Neste grupo estão as técnicas que procuram formar novo tecido muscular cardíaco a partir de células progenitoras, chamadas células estaminais. Esta terapia ainda está em estudo em seres humanos (2006), devendo vir a ser disponibilizada para prática clínica após o resultados dos últimos trabalhos científicos.

Referências

  1. «Living Well With Chronic Heart Failure» (PDF). Heart Foundation. p. 18. Consultado em 25 de maio de 2014. Arquivado do original (PDF) em 22 de dezembro de 2014 
  2. Harrison RN, Daly L (2011). A Nurse's Survival Guide to Acute Medical Emergencies (em inglês). [S.l.]: Elsevier Health Sciences. p. 26. ISBN 978-0-7020-4900-2 
  3. «Congestive heart failure (CHF)» (em inglês). Consultado em 12 de novembro de 2018 
  4. a b c d e f g h i j k «Chronic Heart Failure: National Clinical Guideline for Diagnosis and Management in Primary and Secondary Care: Partial Update». National Clinical Guideline Centre: 19–24. Agosto de 2010. PMID 22741186 
  5. a b c d e McMurray JJ, Pfeffer MA (2005). «Heart failure». Lancet. 365 (9474): 1877–89. PMID 15924986. doi:10.1016/S0140-6736(05)66621-4 
  6. a b c d e f g h «Chronic Heart Failure: National Clinical Guideline for Diagnosis and Management in Primary and Secondary Care: Partial Update». National Clinical Guideline Centre: 34–47. Agosto de 2010. PMID 22741186 
  7. a b c «Chronic Heart Failure: National Clinical Guideline for Diagnosis and Management in Primary and Secondary Care: Partial Update». National Clinical Guideline Centre: 38–70. Agosto de 2010. PMID 22741186 
  8. a b c d e «Chronic Heart Failure: National Clinical Guideline for Diagnosis and Management in Primary and Secondary Care: Partial Update». National Clinical Guideline Centre: 71–153. Agosto de 2010. PMID 22741186 
  9. GBD 2015 Disease and Injury Incidence and Prevalence Collaborators (outubro de 2016). «Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015». Lancet. 388 (10053): 1545–1602. PMC 5055577Acessível livremente. PMID 27733282. doi:10.1016/S0140-6736(16)31678-6 
  10. a b Dickstein K, Cohen-Solal A, Filippatos G, et al. (outubro de 2008). «ESC Guidelines for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failure 2008: the Task Force for the Diagnosis and Treatment of Acute and Chronic Heart Failure 2008 of the European Society of Cardiology. Developed in collaboration with the Heart Failure Association of the ESC (HFA) and endorsed by the European Society of Intensive Care Medicine (ESICM)». Eur. Heart J. 29 (19): 2388–442. PMID 18799522. doi:10.1093/eurheartj/ehn309 
  11. heart failure em Dicionário Médico de Dorland
  12. «Heart failure». Health Information. Mayo Clinic. 23 de dezembro de 2009. DS00061 
  13. «Definition of Heart failure». Medical Dictionary. MedicineNet. 27 de abril de 2011 
  14. a b McDonagh, Theresa A. (2011). Oxford textbook of heart failure. Oxford: Oxford University Press. p. 3. ISBN 9780199577729 
  15. O'Connor, Christopher M. (2005). Managing Acute Decompensated Heart Failure a Clinician's Guide to Diagnosis and Treatment. London: Informa Healthcare. p. 572. ISBN 9780203421345 
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  21. Braunwald e Bristow, 2000).
  22. «A new way to identify genes linked to heart failure». Tech Explorist (em inglês). 26 de setembro de 2019. Consultado em 27 de setembro de 2019 
  23. Alexandre, André; Schmidt, Cristine; Campinas, Andreia; Gomes, Catarina; Magalhães, Sandra; Preza-Fernandes, José; Torres, Severo; Santos, Mário (outubro de 2022). «Clinical Determinants and Barriers to Cardiac Rehabilitation Enrollment of Patients with Heart Failure with Reduced Ejection Fraction: A Single-Center Study in Portugal». Journal of Cardiovascular Development and Disease (em inglês) (10). 344 páginas. ISSN 2308-3425. doi:10.3390/jcdd9100344. Consultado em 14 de outubro de 2022