Jbel Saghro

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Jbel Saghro
Jbel Saghro
Jbel Saghro
Jbel Saghro está localizado em: Marrocos
Jbel Saghro
Localização do Jbel Saghro em Marrocos
Coordenadas 31° 9' N 5° 49' O
Altitude 2 712 m
Localização  Marrocos, Souss-Massa-Drâa
Cordilheira Anti-Atlas
Casbás e palmeiral de N'Kob, no sopé do Jbel Saghro

O Jbel ou Monte Saghro ou Sarhro (em árabe: جبل صغرو) é uma das montanhas mais altas (com 2 712 m) da cordilheira do Anti-Atlas, no sul de Marrocos.[1] Situa-se na parte oriental dessa cordilheira, a menos de 100 km a sul do maciço do Alto Atlas, dominando os vales do Drá e do Dadès. Faz parte da região administrativa de Souss-Massa-Drâa.

A região recebe alguns turistas, sobretudo para caminhadas e paseios todo-o-terreno.

Geografia[editar | editar código-fonte]

A paisagem é de tipo quase lunar, com planaltos, "florestas de cumes", grandes espaços abertos e áridos. Nesse caos de rochas negras, as aldeias rareiam e reduzem-se a conjuntos de pequenas casas rodeadas de uma pequena mancha de palmeiras ou amendoeiras.

A travessia da montanha é feita por três passos de montanha usadas por pistas de trânsito difícil com vistas espetaculares: o de Tazarerte (2 283 m), o de Kouaouch (2 592 m) e o de Tagmout (1 919 m).

Clima[editar | editar código-fonte]

A zona do Jbel Saghro é ainda mais árida do que o resto do Anti-Atlas, por não benificiar da humidde marítima que as partes ocidentais da cordilheira recebem devido à proximidade do Oceano Atlântico. As precipitações anuais não ultrapassam os 100 mm a sul e os 300 mm nos cumes.

População[editar | editar código-fonte]

A região, de difícil acesso e rural por excelência, tem cerca de 68 000 habitantes. A maior parte das aldeias são minúsculas e há apenas duas localidades com dimensão apreciável, situados no principal eixo rodoviário: N'Kob e Tazzarine, que são duas aldeias de pedra e taipa de barro seco. A agricultura só é possível graças a engenhosos sistemas de rega tradicionais que permitem o cultivo de trigo, cevada, legumes, amendoeiras, nogueiras e alguns pessegueiros.

A região é habitada pela tribo berbere Aït Atta (ou Hatta), tradicionalmente pastores de cabras e ovelhas semi-nómadas que mudam de pastagem uma ou duas vezes por mês praticando a transumância, sobretudo no verão, quando as terras minerais se transformam num deserto escaldante, deslocando-se para norte para norte com as suas khaïma (ou haimas), tendas nómadas tradicionais feitas com faixas estreitas de pêlos de cabra.

História[editar | editar código-fonte]

Charles de Foucauld foi um dos primeiros viajantes ocidentais a explorar a região, que referiu na sua obra Reconnaissance au Maroc, publicada em 1888 em Paris. em 1933 a área foi palco de alguns dos combates mais acesos da guerra franco-marroquina, quando tropas francesas aliadas às do sultão de Marrocos enfrentaram a resistência feroz das tribos Aït Atta chefiadas pelo xeque Hassou Ba Salem (Assou Oubasslam). O capitão Henry de Bournazel, um dos protagonistas mais célebres dessa guerra, foi morto no Jbel Saghro quando combatia os berberes.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Jbel Saghro». VIAF (em inglês). Consultado em 25 de novembro de 2019 

Fontes[editar | editar código-fonte]

  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em francês cujo título é «Jbel Saghro», especificamente desta versão.
  • Galley, Hervé (2004). Montagnes du Maroc: trekking et ski de randonnée (em francês). [S.l.]: Éditions Olizane. ISBN 2880863023 
  • Ellingham, Mark; McVeigh, Shaun; Jacobs, Daniel; Brown, Hamish (2004). The Rough Guide to Morocco (em inglês) 7ª ed. Nova Iorque, Londres, Deli: Rough Guide, Penguin Books. p. 538-541. 824 páginas. ISBN 9-781843-533139