Mico-leão-de-cara-preta
[1][2] Mico-leão-de-cara-preta | |
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Estado de conservação | |
Em perigo (IUCN 3.1) [3] | |
Classificação científica | |
Nome binomial | |
Leontopithecus caissara (Lorini & Persson, 1990) | |
Distribuição geográfica | |
Área de distribuição
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Mico-leão-de-cara-preta (nome científico: Leontopithecus caissara) é um primata brasileiro da família Cebidae e subfamília Callitrichinae e é endêmico da Mata Atlântica brasileira. Foi descoberto em 1990 na ilha de Superagüi no estado do Paraná, mas também ocorre no litoral sul de São Paulo. Acredita-se que hoje existam apenas 300 exemplares.[4][5]
Há a discussão se é uma espécie propriamente dita ou se é subespécie do mico-leão-preto, mas as evidências apontam para ser uma espécie separada desta última. Habita a floresta ombrófila densa de terras baixas e é um animal insetívoro e frugívoro.
A biologia da espécie não é muito conhecida ainda e corre grave risco de extinção, devido à distribuição geográfica restrita e ao baixo número de indivíduos existentes. Não existe população do mico-leão-de-cara-preta em cativeiro.
Taxonomia e evolução
[editar | editar código-fonte]O mico-leão-de-cara-preta pertence ao gênero Leontopithecus, grupo monofilético da família Cebidae e subfamília Callitrichinae.[2] Foi descrito em 1990 por Lorini & Persson, a partir da pele de uma fêmea coletada no município de Guaraqueçaba, no Paraná, sendo a última espécie de mico-leão a ser descoberta.[6][7] Existe a discussão de que o mico-leão-de-cara-preta é uma espécie válida, ou uma subespécie do mico-leão-preto: entretanto, estudos moleculares e morfológicos corroboram com a hipótese de que é uma espécie válida, sendo grupo-irmão de um clado contendo o mico-leão-dourado e o mico-leão-preto.[8][9]
Por não serem conhecidos fósseis de mico-leões, o mico-leão-de-cara-preta não tem uma história evolutiva bem documentada por evidências palentológicas.[10]
Distribuição geográfica e habitat
[editar | editar código-fonte]Possui uma distribuição geográfica restrita (estima-se que seja de cerca de 300 km²), sendo encontrado no litoral do Paraná, no Parque Nacional de Superagüi, e no litoral sul de São Paulo.[11][12] Foram encontrados nos vales do rio dos Patos e do rio Branco, e os limites de sua distribuição geográfica ao norte são até a Serra do Cordeiro, mas esse limite necessita confirmação.[12] Em Cananéia, foi confirmado a ocorrência na região do Ariri, na bacia do rio Turvo, e na região de Itapitangui.[12] Aparentemente, ele também pode ocorrer em locais mais para o interior, na bacia do rio Taquari e do rio Ipiranguinha, podendo ocorrer no Parque Estadual de Jacupiranga.[12] Dentre os calitriquíneos, é o que possui ocorrência mais ao sul.[12]
É encontrado principalmente em florestas pantanosas, áreas inundadas e trechos de florestas secundárias até 40 m de altitude, evitando as áreas de floresta montana e manguezais.[13] Eventualmente é encontrado na floresta ombrófila de terras baixas e nas restingas.[13]
Descrição
[editar | editar código-fonte]Como os outros mico-leões, possui uma pelagem abundante e brilhante, principalmente na cabeça, formando uma juba.[14]Possui essa "juba" de cor negra, assim como a face, membros e a ponta da cauda.[14] O restante do corpo é de cor ruiva a dourada.
Conservação
[editar | editar código-fonte]A espécie é categorizada como "criticamente em perigo" pela IUCN e o IBAMA e já foi considerado um dos 25 primatas mais ameaçados do mundo.[3][15][7] A espécie possui uma distribuição muito restrita e um número muito baixo de indivíduos: são confirmados a existência de 260 animais, com a maior população no Parque Nacional de Superagüi.[3][7] Outros trabalhos estimam uma população de até 392 indivíduos, somada a uma baixa densidade populacional e distribuição geográfica muito restrita.[13] O Instituto de Pesquisas Ecológicas realiza um projeto específico na conservação dessa espécie, principalmente no município de Cananéia, onde se encontram as populações com maior perigo de extinção.[16]
Referências
- ↑ Groves, C.P. (2005). Wilson, D. E.; Reeder, D. M, eds. Mammal Species of the World 3.ª ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press. 133 páginas. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494
- ↑ a b Rylands AB; Mittermeier RA (2009). «The Diversity of the New World Primates (Platyrrhini): An Annotated Taxonomy». In: Garber PA; Estrada A; Bicca-Marques JC; Heymann EW; Strier KB. South American Primates: Comparative Perspectives in the Study of Behavior, Ecology, and Conservation 3ª ed. Nova Iorque: Springer. pp. 23–54. ISBN 978-0-387-78704-6
- ↑ a b c KIERULFF, M.C.M.; RYLANDS, A.B.; de OLIVEIRA, M.M. (2008). Leontopithecus caissara (em inglês). IUCN 2011. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2011. Página visitada em 22 de setembro de 2012..
- ↑ Anderson Gonçalves (6 de outubro de 2012). «Confira dez dos animais mais famosos da fauna paranaense». Gazeta do Povo. Consultado em 13 de outubro de 2012
- ↑ «Mico-leão-da-cara-preta (Leontopithecus caissara)». MMA/SINAMA. Ambiente Brasil. Consultado em 13 de outubro de 2012
- ↑ Rylands, A.B.; Mallinson, J.J.; Kleiman, D.G.; Coimbra-Filho, A.F.; Mittermeier, R.A.; Câmara, I.G.; Valladares-Pádua, C.B.; Bampi, M.I. (2008). «História da pesquisa e da conservação do mico-leão». In: Kleiman, D.G.; Rylands, A.B. Mico-leões: Biologia e conservação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente. pp. 23–69. ISBN 978-85-7300-101-2 Verifique
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(ajuda) - ↑ a b c Mittermeier, R.; et al. (2006). «Primates in Peril: The World's 25 Most Endangered Primates 2004–2006» (PDF). Primate Conservation. Consultado em 22 de setembro de 2012[ligação inativa]
- ↑ Perez-Sweeney, B.M.; et al. (2008). «Examination of the Taxonomy and Diversification of Leontopithecus using the Mitochondrial Control Region». International Journal of Primatology. 29 (1): 245-263. doi:10.1007/s10764-007-9224-7
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- ↑ Kleiman, D.G. (1981). «Leontopithecus rosalia» (PDF). Mammalian Species. 148: 1-7
- ↑ Ludwig, G. (2011). Padrão de atividade, Hábito alimentar, Área de vida e Uso do espaço do mico-leão-de-cara-preta (Leontopithecus caissara Lorini & Persson 1990)(Primates, Callitrichidae) no Parque Nacional do Superagui, Guaraqueçaba, Estado do Paraná (PDF). Universidade Federal do Paraná - Curitiba: Dissertação de Mestrado. 145 páginas
- ↑ a b c d e Rylands, A.B.; Kierulff, M.C.M.; Pinto, L.P.S. (2008). «Distribuição e status dos mico-leões». In: Kleiman, D.G.; Rylands, A.B. Mico-leões: Biologia e conservação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente. pp. 69–105. ISBN 978-85-7300-101-2 Verifique
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(ajuda) - ↑ a b c Nascimento, A.T.; Schmidilin, L.A.J. (2011). «Habitat selection by, and carrying capacity for, the Critically Endangered black-faced lion tamarin Leontopithecus caissara (Primates: Callitrichidae)». Oryx. 45 (2): 288-295. doi:10.1017/S0030605310000943
- ↑ a b AURICCHIO, P. (1995). «Gênero Leontopithecus». Primatas do Brasil. São Paulo - Brasil: Terra Brasilis Comércio de Material didático e Editora LTda - ME. 168 páginas. ISBN 85-85712-01-5
- ↑ COSTA, L.; et al. (2005). «Conservação de Mamíferos no Brasil» (PDF). Megadiversidade. 1 (1): 103-112. Consultado em 22 de setembro de 2012. Arquivado do original (PDF) em 9 de novembro de 2013
- ↑ «Programa para a Conservação do Mico-Leão-da-Cara-Preta». Consultado em 23 de setembro de 2012 Parâmetro desconhecido
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ignorado (ajuda)