Nodipecten nodosus
Nodipecten nodosus Leque | |||||||||||||||||||||||
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Valvas de uma concha de N. nodosus, coletada no mar do Caribe; espécime da coleção do Museu de História Natural, em Leiden, Holanda. | |||||||||||||||||||||||
Valvas de uma concha de N. nodosus, coletada no mar do Caribe; espécime da coleção do Museu de História Natural, em Leiden, Holanda.
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Classificação científica | |||||||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||||||
Nodipecten nodosus (Linnaeus, 1758)[1] | |||||||||||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||||||||||
A espécie N. nodosus está distribuída pelo oceano Atlântico, na costa leste dos Estados Unidos até o golfo do México e mar do Caribe (na imagem)[2][3], indo em direção à região sul do Brasil, no estado de Santa Catarina.[4]
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Sinónimos | |||||||||||||||||||||||
Ostrea nodosa Linnaeus, 1758[1][5] Lyropecten nodosus (Linnaeus, 1758) Ostrea decemradiata Gmelin, 1791 Nodipecten nodosus gabonensis K. Nicolay, 1981 Lyropecten nodosus gabonensis (K. Nicolay, 1981) (WoRMS)[1] Lyropecten nodosa (sic)[6][7] Pecten nodosus[8][9] Chlamys nodosus[10] |
Nodipecten nodosus (nomeada, em inglês, lion's paw scallop[11] ou simplesmente lion's paw[6][7][12]; na tradução para o português, "pata de leão"; no Brasil, denominada leque[8][10][13] ou vieira-pata-de-leão[4][14] – este nome, vieira, segundo o Dicionário Houaiss e o Dicionário Aurélio, sendo uma designação comum à concha do gênero Pecten, pertencente à mesma família, que os romeiros de Santiago usavam presa ao chapéu[5][10][15][16] – ; cientificamente denominada Lyropecten nodosus[1][2][5][12][13], ou Lyropecten nodosa, um nome incorreto[1][6][7], durante o século XX) é uma espécie de molusco Bivalvia, marinha e litorânea, da família Pectinidae, classificada por Carolus Linnaeus em 1758; descrita como Ostrea nodosa – por ele considerada uma ostra – em seu Systema Naturae.[1] Ocorre em habitats bentônicos do oeste do Atlântico, no limite entre as rochas e os fundos arenosos ou de cascalho, muitas vezes presas nas rochas; mas também no interior de pequenas grutas e fendas rochosas; em manchas arenosas ou de algas calcárias adjacentes, em águas da zona entremarés até os 185 metros de profundidade.[2][6][11][16] É espécie comestível[5][16] e usada como matéria-prima para artesanato; podendo ser encontrada nos sambaquis brasileiros, do Espírito Santo até Santa Catarina.[17] Considerada um valioso objeto para o colecionismo conquiliológico[7] e sendo um item muito procurado.[18]
Descrição da concha
[editar | editar código-fonte]Nodipecten nodosus possui concha ornamentada, grande, espessa e pesada, tão larga quanto comprida, de valvas similares, pouco convexas e, muitas vezes, grosseiramente esculpidas com nódulos arredondados e altos, ocos em seu interior; com cerca de sete a nove costelas raiadas, espaçadas, arredondadas e proeminentes, em indivíduos adultos. Existem ranhuras radiais entre as costelas, cruzadas por finas cristas concêntricas e geradas pelo seu crescimento. Na sua área umbonal existem expansões, como orelhas; a da direita duas vezes mais longa que a outra. Sua cor varia do vermelho brilhante ao vermelho escuro, marrom-avermelhado, laranja e, mais raramente, amarelo, com ou sem manchas em branco. Interior das valvas em púrpura, alaranjado ou marrom-avermelhado, com mancha branca e espalhada, próxima ao umbo.[2][5][7][12][16][17][19][20] Atinge de aproximadamente a até 15 centímetros em suas dimensões maiores.[5][11][17][21] Espécimes podem apresentar epibiontes sobre sua superfície.[4] A etimologia de seu epíteto específico, nodosus, provém dos nódulos arredondados, como calos ou nós encorpados, em sua superfície; também sendo esta a explicação para Nodipecten.[22]
Distribuição geográfica
[editar | editar código-fonte]Esta espécie está distribuída pelo oceano Atlântico, da Carolina do Norte (cabo Hatteras) até a Flórida, na costa leste dos Estados Unidos[2][24], no golfo do México[2][3], Bermudas[24], e no mar do Caribe, incluindo Antilhas, leste da Colômbia e Venezuela[2][3][6], e indo em direção à região sul do Brasil[13], em Santa Catarina; onde fora cultivada, como fruto do mar, a partir do início do século XXI[4][16]; ilha de Ascensão[2], e raríssima na África Ocidental[21], registrada no Gabão pelo World Register of Marine Species.[3]
Conservação
[editar | editar código-fonte]Em 2018, a Nodipecten nodosus foi colocada no Livro Vermelho do ICMBio; considerada uma espécie pouco preocupante (LC), com a conclusão desta avaliação feita em 2012.[25]
Referências
- ↑ a b c d e f g «Nodipecten nodosus (Linnaeus, 1758)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 30 de março de 2021
- ↑ a b c d e f g h RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 248. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2
- ↑ a b c d «Nodipecten nodosus (Linnaeus, 1758) distribution» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 30 de março de 2021
- ↑ a b c d Carraro, João Luís de Fraga. «Estrutura da comunidade de invertebrados bentônicos sésseis e suas interações com as vierias Nodipecten nodosus no cultivo da Praia do Canto Grande, Santa Catarina» (em inglês). Domínio Público - Pesquisa Básica. 1 páginas. Consultado em 30 de março de 2021.
A vieira Pata-de-Leão (Nodipecten nodosus Linnaeus; 1758) é uma espécie com grande potencial para a aqüicultura; e seu cultivo em escala experimental e piloto vem sendo realizado em Santa Catarina; com excelentes perspectivas. Entretanto; a incidência de organismos epibiontes sobre as valvas das vieiras cultivadas em Santa Catarina; por períodos superiores a quatros meses; pode acarretar problemas no desenvolvimento dos moluscos; uma vez que há interferência no crescimento em altura da N. nodosus (RUPP; 2007).
- ↑ a b c d e f BOFFI, Alexandre Valente (1979). Moluscos Brasileiros de Interesse Médico e Econômico. São Paulo: FAPESP - Hucitec. p. 51-52. 182 páginas
- ↑ a b c d e ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 309. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0
- ↑ a b c d e WYE, Kenneth R. (1989). The Mitchell Beazley Pocket Guide to Shells of the World (em inglês). London: Mitchell Beazley Publishers. p. 159. 192 páginas. ISBN 0-85533-738-9
- ↑ a b SANTOS, Eurico (1982). Zoologia Brasílica, vol. 7. Moluscos do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia. p. 37-39. 144 páginas
- ↑ IHERING, Rodolpho von (1968). Dicionario dos Animais do Brasil. São Paulo: Editora Universidade de Brasília. p. 413. 790 páginas
- ↑ a b c FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 1023. 1838 páginas
- ↑ a b c «Nodipecten nodosus (Linnaeus, 1758) lion's paw scallop» (em inglês). SeaLifeBase. 1 páginas. Consultado em 30 de março de 2021
- ↑ a b c DANCE, S. Peter (2002). Smithsonian Handbooks: Shells. The Photographic Recognition Guide to Seashells of the World (em inglês) 2ª ed. London, England: Dorling Kindersley. p. 221. 256 páginas. ISBN 0-7894-8987-2
- ↑ a b c HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello (2001). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva. p. 435. 2922 páginas. ISBN 85-7302-383-X
- ↑ Wendt, Nestor Cubas (2017). «Análise do transcriptoma da Vieira pata-de-leão Nodipecten nodosus (Linnaeus, 1758): montagem, anotação dos transcritos e caracterização estrutural do CYP30E1». Repositório Institucional da UFSC. 1 páginas. Consultado em 30 de março de 2021
- ↑ HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello (Op. cit., p.2860.).
- ↑ a b c d e «Nodipecten nodosus». Museu Nacional - UFRJ. 1 páginas. Consultado em 30 de março de 2021.
Nome popular: "vieira" Suspensívoros. Vivem aderidos a fundos rochosos no infralitoral, até 100 m. Espécie cultivada e intensamente utilizada na alimentação.
- ↑ a b c SOUZA, Rosa Cristina Corrêa Luz de; LIMA, Tania Andrade; SILVA, Edson Pereira da (2011). Conchas Marinhas de Sambaquis do Brasil 1ª ed. Rio de Janeiro, Brasil: Technical Books. p. 86. 252 páginas. ISBN 978-85-61368-20-3
- ↑ GORDON, N.R. (1990). Seashells. A Photographic Celebration (em inglês). London: Universal Books, Ltd. p. 118. 144 páginas. ISBN 0-792-45263-1
- ↑ «Lyropecten nodosus (Linnaeus, 1758)». Conquiliologistas do Brasil: CdB. 1 páginas. Consultado em 30 de março de 2021
- ↑ Wang, Pei-Jan (25 de setembro de 2005). «Lyropecten nodosa (= Nodipecten nodosus)» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 30 de março de 2021
- ↑ a b FERRARIO, Marco (1992). Guia del Coleccionista de Conchas (em espanhol). Barcelona, Espanha: Editorial de Vecchi. p. 186. 220 páginas. ISBN 84-315-1972-X
- ↑ «nodosus» (em inglês). Dicionário Glosbe. 1 páginas. Consultado em 30 de março de 2021.
knotty; full of knots; gnarled.
- ↑ Lubiana, Tiago (16 de dezembro de 2021). «Leque (Nodipecten nodosus)». iNaturalist. Consultado em 18 de dezembro de 2021
- ↑ a b ABBOTT, R. Tucker; MORRIS, Percy A. (1995). A Field Guide to Shells. Atlantic and Gulf Coasts and the West Indies (em inglês). London: Houghton Mifflin. p. 29. 350 páginas. ISBN 978-0395697795
- ↑ ICMBio (2018). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção: Volume I (PDF). Brasília, DF: ICMBio/MMA. p. 462. 492 páginas. ISBN 978-85-61842-79-6. Consultado em 30 de março de 2021