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Rádon

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Rádon
AstatoRádonFrâncio
Xe
 
 
86
Rn
 
               
               
                                   
                                   
                                                               
                                                               
Rn
Og
Tabela completaTabela estendida
Aparência
Gás incolor.

Uma lâmpada de plasma de radônio
Informações gerais
Nome, símbolo, número Rádon, Rn, 86
Série química gases nobres
Grupo, período, bloco 18 (VIIIA), 6, p
Densidade, dureza 9,73 kg/m3,
Número CAS 10043-92-2
Número EINECS
Propriedade atómicas
Massa atómica (222) u
Raio atómico (calculado) 120 pm
Raio covalente 150 pm
Raio de Van der Waals 220 pm
Configuração electrónica [Xe] 4f14 5d10 6s2 6p6
Elétrons (por nível de energia) 2, 8, 18, 32, 18, 8 (ver imagem)
Estado(s) de oxidação 2
Óxido
Estrutura cristalina cúbica de faces centradas
Propriedades físicas
Estado da matéria gás
Ponto de fusão 202 K
Ponto de ebulição 211,3 K
Entalpia de fusão 3,247 kJ/mol
Entalpia de vaporização 18,10 kJ/mol
Temperatura crítica  K
Pressão crítica  Pa
Volume molar m3/mol
Pressão de vapor 1 Pa a 110 K
Velocidade do som m/s a 20 °C
Classe magnética
Susceptibilidade magnética
Permeabilidade magnética
Temperatura de Curie  K
Diversos
Eletronegatividade (Pauling)
Calor específico 94 J/(kg·K)
Condutividade elétrica S/m
Condutividade térmica 0,00364 W/(m·K)
1.º Potencial de ionização 1037 kJ/mol
2.º Potencial de ionização kJ/mol
3.º Potencial de ionização kJ/mol
4.º Potencial de ionização kJ/mol
5.º Potencial de ionização kJ/mol
6.º Potencial de ionização kJ/mol
7.º Potencial de ionização kJ/mol
8.º Potencial de ionização kJ/mol
9.º Potencial de ionização kJ/mol
10.º Potencial de ionização kJ/mol
Isótopos mais estáveis
iso AN Meia-vida MD Ed PD
MeV
210Rnsintético2,4 hα6.404206Po
211Rnsintético14,6 hε
α
2,892
5,965
211At
207Po
222Rntraços3,8235 dα5,590218Po
224RnSintético1,8 hβ0,8224Fr
Unidades do SI & CNTP, salvo indicação contrária.

O elemento rádon/radão/radónio (português europeu) ou radônio (português brasileiro) (do latim radonium - derivado do rádio) é um elemento químico com o símbolo Rn. Foi descoberto por Robert Bowie Owens[1] e Ernest Rutherford em 1899. Ao contrário dos outros descendentes do urânio, o rádon é gasoso e pertence à família dos gases nobres, libertando-se dos solos e rochas, materiais de construção e água, sendo que no seu processo natural de decaimento emite partículas alfa, beta e radiação gama. A radioatividade emitida pelo radão a que uma pessoa está exposta, em Portugal, segundo o ITN, equivale em média a 56,7% da radiação ionizante que essa pessoa está sujeita.[2]

Características principais

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É um elemento gasoso radioativo, enquadrado dentro dos chamados "gases nobres". Na forma gasosa, é incolor, inodoro e insípido; na forma sólida, tem cor avermelhada. Na tabela periódica, situa-se no grupo 18 (antigo grupo VIIIA), com o número atômico 86 e símbolo Rn. A sua massa atômica é de 222, o que implica que tem por média 136 nêutrons. No estado neutro, possui o mesmo número de elétrons e de prótons, 86.

O radônio tem sido aplicado como fonte de radiação em terapias contra o câncer, oferecendo algumas vantagens sobre o elemento rádio. Utiliza-se também como indicador radioativo para a detecção de fuga de gases, e também na medida da velocidade de escoamento de fluidos. Além disso, é utilizado em sismógrafos e como fonte de nêutrons.

Em 1899, Robert B. Owens[1] percebeu que a radioatividade dos compostos de tório expostos ao ar era reduzida. Rutherford estudou tal fenômeno e descobriu que o tório "emitia" um gás radioativo, que ficou então conhecido por "emanação do tório". Em 1900, F. E. Dorn verificou que o mesmo se passava com o rádio, e, em 1903, A. Debierne e F. O. Giesel reconheceram as mesmas "emanações" no actínio. Estas "emanações" foram posteriormente identificadas como radônio, um elemento químico à parte daqueles observados inicialmente.

Ocorrência e obtenção

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O átomo de radônio é altamente instável. Todos os seus isótopos têm meias-vidas curtas, com exceção de seu único isótopo naturalmente encontrado, o Rn-222, cuja meia-vida é de aproximadamente 4 dias. O radônio geralmente apresenta decaimento alfa, transformando-se em polônio, mas seu isótopo mais pesado também pode sofrer decaimento beta, transformando-se em frâncio. O radônio é formado do decaimento do rádio e, portanto, todos os minerais que contêm rádio têm também radônio.

O radônio é produto da desintegração do rádio (elemento 88), elemento altamente radioativo, assim como do tório (elemento 90), de onde vem o nome de um dos seus isótopos, tóron, de meia-vida de 55 segundos e de massa atômica 220 u. O isótopo 219Rn chama-se actínion, é produto da desintegração do actínio e tem meia-vida de 4 segundos. Além desses, o radônio tem 22 isótopos artificiais, produzidos em reações nucleares por transmutação artificial em cíclotrons e aceleradores lineares. O isótopo mais estável é o 222Rn, também o mais abundante, com uma meia-vida de 3,8 dias e produto da desintegração do 226Ra. Ao emitir partículas alfa, converte-se num isótopo do elemento polônio. O isótopo pode ser retirado por destilação fracionada.

Quando existe uma concentração considerável de radônio no ambiente, o gás entra em contato com os pulmões por inalação. Essa incorporação supõe uma contaminação radioativa. As partículas alfa emitidas pelo radônio são altamente ionizantes, mas têm pouco poder de penetração -- tão pouco que não são capazes de atravessar a nossa pele ou uma simples máscara. No entanto, ao inalar o gás, esse escasso poder de penetração converte-se num problema, já que as partículas não conseguem escapar de nosso corpo e depositam nele toda a sua energia, podendo ocasionar lesões ou patologias de gravidade diversa, de acordo com a quantidade de radônio inalado.

O radônio é a segunda maior causa de morte de câncer de pulmão nos Estados Unidos, atrás apenas do cigarro.[3] É provado por estudos da EPA (Environmental Protection Agency dos EUA) que em torno de 21 mil pessoas morrem por ano por causa desse elemento químico, 2 900 das quais não fumadoras.[4]

Dois estudos abrangentes, um Norte-Americano e outro Europeu, combinaram dados de vários estudos residenciais prévios, concluíram que à medida que aumenta a concentração radão que uma pessoa é exposta, ao longo do tempo, aumenta o risco de contrair cancro do pulmão. O estudo Norte-Americano estimou que a probabilidade de contrair cancro do pulmão aumenta, em média, 11% por cada 100 Bq/m3 adicional[5] e o estudo europeu estimou que a probabilidade de contrair cancro do pulmão aumenta, em média, 16% por cada 100 Bq/m3 adicional.[6]

Como é um gás incolor e inodoro, é impossível de detectar a olho nu, sendo necessário recorrer a dispositivos chamados de medidores de radão, para determinar a concentração média num espaço ou edifício.

É possível minimizar a quantidade de radão que entra num edifício, através da instalação de um sistema de ventilação adequado, chamado de sistema de mitigação de radão, recorrendo a empresas especializadas na mitigação do gás radão. A EPA (Environmental Protection Agency dos EUA) recomenda recorrer-se à mitigação de radão quando a concentração média de radão excede 148 Bq/m3 (4pCi/l) "A Citizen's Guide to Radon".[7]

Em Portugal, a legislação recomenda a concentração máxima de 300 Bq/m3, no interior dos edifícios, sendo a medição obrigatória em edifícios construídos nos distritos de maior risco: Braga, Porto, Vila Real, Viseu, Guarda e Castelo Branco.[8]

Referências