Universidade Jaguelônica
Universidade Jaguelônica | |
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Uniwersytet Jagielloński Latim:Universitas Iagellonica Cracoviensis | |
UJ | |
Lema | Plus ratio quam vis Deixe a razão prevalecer sobre a força |
Nomes anteriores | Universidade de Cracóvia (1364-1817) |
Fundação | 1364 |
Tipo de instituição | Pública |
Localização | Cracóvia, Polónia |
Reitor(a) | Wojciech Nowak |
Docentes | 3 857 (2015) |
Total de estudantes | 33 549[1] (12.2023) |
Graduação | 42 403 (2015) |
Pós-graduação | 2 295 (2015) |
Doutorado | 3 308 (2015) |
Campus | Urbano |
Afiliações | EUA, Grupo Coimbra, Europaeum, Utrecht Network, EAIE, IRUN |
Página oficial | www |
Universidade Jaguelônica (polonês: Uniwersytet Jagielloński, freqüentemente abreviada para UJ) localizada em Cracóvia, Polônia, está classificada dentre as universidades de elite da Europa.[2]
Foi fundada em 1364 por Casimiro III, o Grande como Akademia Krakowska e desde então está entre as mais antigas universidades da Europa e do mundo, a segunda mais antiga da Europa Central (depois da Universidade de Praga).
A universidade foi conhecida ao longo de grande parte de sua história como Academia Cracóvia, mas no século XIX a universidade foi renomeada para homenagear a Dinastia Jaguelônica de reis poloneses.
História
[editar | editar código-fonte]Casimiro III percebeu que a nação precisava de uma classe de pessoas instruídas, especialmente advogados, que podiam codificar as leis e administrar os tribunais e cargos de governo no Estado unificado. Ele também observou que o número de paróquias estava aumentando e suas 3 000 escolas estavam com falta de professores. Seus intensos esforços em fundar uma instituição de ensino superior na Polônia foram recompensados em 1364, quando o Papa Urbano V lhe deu a permissão para criar a Academia Cracóvia. Seu desenvolvimento foi protelado pela morte do rei e mais tarde a universidade foi reinstalada (1400) pelo Rei Wladislaus Jagiełło e sua esposa Jadwiga. A rainha doou todas as suas joias pessoais para a universidade, possibilitando com isso a matrícula de 203 estudantes. No fim do século, cerca de 18 000 estudantes, muitos deles estrangeiros, 50% de origem burguesa, tinham passado por seus portões. As faculdades de astronomia, direito e teologia atraíram eminentes estudiosos: por exemplo, Stanisław de Skalbmierz, Paweł Włodkowic, Jan de Głogów, e Albert Brudzewski, que desde 1491 até 1495 foi um dos professores de Nicolau Copérnico.
Através da história da Universidade, milhares de estudantes de todos os lugares da Polônia, desde a Lituânia, Rússia, Eslováquia, Hungria, Boêmia, Alemanha e Espanha estudaram lá. Na segunda metade do século XV, mais de 40% dos estudantes da universidade eram formados por pessoas vindas do estrangeiro. Durante vários séculos, toda a elite intelectual da Polônia era educada na Universidade.
O primeiro chanceler da universidade foi Piotr Wysz e os primeiros professores eram tchecos, alemães e poloneses, muitos deles treinados na Universidade de Praga na Boêmia. A universidade e os chanceleres eram integrantes do Concílio de Basileia-Ferrara-Florença. Dos estudantes assistidos cerca de um terço eram poloneses.
Jan Haller estabeleceu uma editora em Cracóvia por volta de 1500. Em 1520 a filosofia grega foi introduzida por Constanzo Claretti, Wenzel von Hirschberg e Libanus; o hebreu também foi ensinado.
A Era dourada da Universidade ocorreu durante a Renascimento polonês, entre 1500 e 1535, quando ela foi freqüentada por 3215 estudantes na primeira década do século XVI - um recorde ainda não superado até o século XVIII.
Ex-alunos
[editar | editar código-fonte]Personagens históricos famosos relacionados com a Universidade:
- Jan Długosz (1415-1480), historiador
- João de Kolno (1435–1484), explorador
- Nicolau Copérnico (1473-1543), astrônomo, fundador do heliocentrismo
- Francysk Skaryna (1485?-1540?), pioneiro da Língua bielorrussa, o primeiro a imprimir um livro no idioma eslavo oriental
- Andrzej Frycz Modrzewski (1503?-1572), poeta, diplomata e pensador político
- Stanisław Hozjusz (1504-1579), bacharel em artes, cardeal e príncipe-bispo de Warmia
- Marcin Kromer (1512-1589), historiador, um Príncipe-Bispo de Warmia
- Jan Kochanowski (1530-1584), poeta, um dos pioneiros da Língua polonesa
- Cyprian Bazylik (1535-1600), músico, poeta e tradutor.
- Stanisław Koniecpolski (1590?-1646), comandante militar e político, Grão-Hetman da República das Duas Nações
- Jan III Sobieski (1629-1696), líder militar e rei da República das Duas Nações, venceu a Batalha de Viena
- Carl Menger (1840-1921), economista e advogado, fundador da Escola austríaca de economia
- Wacław Sierpiński (1882-1969), matemático
- Henryk Sławik (1894-1944), diplomata, indicado para o Justos entre as nações pelo salvamento de judeus na Segunda Guerra Mundial na Hungria
- Adolf Hyła (1897-1965), pintor
- Tadeusz Pankiewicz (1908-1993), farmacêutico, Justos entre as nações por ajudar os judeus poloneses no Gueto de Cracóvia
- Józef Cyrankiewicz (1911-1989), político comunista, primeiro-ministro da Polônia (1947-1970)
- Antoni Kępiński (1918-1972), psiquiatra
- Papa São João Paulo II (Karol Wojtyła, 1920-2005), poeta, escritor, papa, bispo católico de Roma
- Zbigniew Czajkowski (1921), mestre de esgrima, "Pai da Escola Polonesa" de esgrima
- Stanisław Lem (1921-2006), escritor
- Wisława Szymborska (1923), poeta, Nobel de Literatura (1996)
- Norman Davies (1939), historiador britânico
- Krzysztof Zanussi (1939), diretor de cinema
- Paulo Szot (1969), ator e cantor de ópera internacional
Professores famosos
[editar | editar código-fonte]- Stanisław de Skarbimierz (1360-1431), reitor, teólogo, advogado
- Paweł Włodkowic (1370-1435), advogado, diplomata e político, representante da Polônia no Concílio de Constança
- Albert Brudzewski (1445-1497), astrônomo e matemático
- Maciej Miechowita (1457-1523), historiador, cronista, geógrafo, médico
- Jan Brożek (1585-1652), matemático, físico e astrônomo
- Walery Jaworski (1849–1924), gastroenterologista.
- Tadeusz Sulimirski (1898-1983), historiador e arqueólogo, especialista nos antigos Sármatas
Matrículas
[editar | editar código-fonte]Com 41 086 estudantes (2004) e 3 407 cientistas é uma das principais universidades da Polônia.
Biblioteca
[editar | editar código-fonte]A Biblioteca da Universidade Jaguelônica (Biblioteka Jagiellońska) é uma das maiores do país, com cerca de 5,5 milhões de exemplares. Ela possui uma grande coleção de manuscritos medievais,[3] por exemplo De Revolutionibus de Copérnico ou Codex de Balthasar Behem.
Também reúne a literatura proibida (chamada de drugi obieg ou samizdat) do período do governo comunista (1945-1989).
Organização
[editar | editar código-fonte]A universidade é dividida em quinze faculdades:
- Direito e Administração
- Medicina
- Farmácia e Análises Médicas
- Cuidados da Saúde
- Filosofia
- História
- Filologia
- Língua polonesa e Literatura
- Física, Astronomia e Ciência Aplicada à Computação
- Matemática e Ciência da Computação
- Química
- Biologia e Ciências da Terra
- Gerenciamento e Comunicação Social
- Estudos Internacionais e Políticos
- Biotecnologia
Desde o ano 2000 a universidade está construindo um novo complexo de edifícios, chamado de Campus III.
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ «Ensino superior no período letivo 2023/24 year» (em polaco). GUS. Consultado em 30 de junho de 2024
- ↑ Webometrics Ranking das Universidades Européias, Top 500 das Universidades Européias, último acesso em 28 de setembro de 2006
- ↑ Nicolau Copérnico, De Revolutionibus Arquivado em 14 de maio de 2011, no Wayback Machine., último acesso em 28 de setembro de 2006
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Página oficial» (em inglês)