Vírus da zica: diferenças entre revisões

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O '''vírus da zica'''<ref name=":0">{{Citar web|título = “Zica” é a doença misteriosa que agride a pele {{!}} Dra Verônica|URL = http://www.draveronica.com.br/2015/05/zica-e-doenca-misteriosa-que-agride-pele.html|obra = www.draveronica.com.br|acessadoem = 2015-07-11}}</ref><ref name=":1">{{Citar web|título = Zika virus: vírus da zica, em português|URL = http://dicionarioegramatica.com.br/2015/12/01/zika-virus-virus-da-zica-em-portugues/|obra = DicionarioeGramatica.com|acessadoem = 2015-12-06}}</ref><ref>{{Citar web|título = Governo do Maranhão confirma primeiro caso de zica vírus|URL = http://www.ebc.com.br/noticias/2015/06/governo-do-maranhao-confirma-primeiro-caso-de-zica-virus|acessadoem = 2015-07-11}}</ref><ref>{{Citar web|título = SES afirma que ainda não há casos confirmados de zica e chikungunya em Pernambuco - NE10|URL = http://noticias.ne10.uol.com.br/saude/noticia/2015/04/30/ses-afirma-que-ainda-nao-ha-casos-confirmados-de-zica-e-chikungunya-em-pernambuco-544425.php|obra = ne10.com.br|acessadoem = 2015-07-11}}</ref> ou '''Zika''' (em [[Língua inglesa|inglês]], '''''Zika virus''''' ''- ZIKV'') é um [[vírus]] da família [[Flaviviridae|''Flaviviridae'']]'','' do gênero ''[[Flavivirus]]'', que, transmitido pela picada do [[mosquito]] ''[[Aedes aegypti]]'', causa, em humanos, a doença conhecida como [[febre Zika|'''zica''']] [[febre Zika|(ou febre zica, ou febre ''Zika'']]).<ref>{{Citar web|título = Dezesseis casos de febre Zica são confirmados no país|URL = http://saude.terra.com.br/dezesseis-casos-de-febre-zica-sao-confirmados-no-pais,a14c77a181898fa32289b678b5d2a96armwhRCRD.html|acessadoem = 2015-07-11}}</ref><ref name=":1" /><ref name=":0">{{Citar web|título = “Zica” é a doença misteriosa que agride a pele {{!}} Dra Verônica|URL = http://www.draveronica.com.br/2015/05/zica-e-doenca-misteriosa-que-agride-pele.html|obra = www.draveronica.com.br|acessadoem = 2015-07-11}}</ref><ref>{{Citar web|título = Dezesseis casos de febre Zica são confirmados no país - Notícias - R7 Saúde|URL = http://noticias.r7.com/saude/dezesseis-casos-de-febre-zica-sao-confirmados-no-pais-14052015|obra = noticias.r7.com|acessadoem = 2015-07-11}}</ref> É relacionado aos vírus da [[dengue]], da [[febre amarela]], da [[encefalite do Oeste do Nilo|encefalite do Nilo]] e da [[encefalite japonesa]], os quais igualmente fazem parte da família ''Flaviviridae''.
O '''vírus da zica'''<ref name=":0">{{Citar web|título = “Zica” é a doença misteriosa que agride a pele {{!}} Dra Verônica|URL = http://www.draveronica.com.br/2015/05/zica-e-doenca-misteriosa-que-agride-pele.html|obra = www.draveronica.com.br|acessadoem = 2015-07-11}}</ref><ref name=":1">{{Citar web|título = Zika virus: vírus da zica, em português|URL = http://dicionarioegramatica.com.br/2015/12/01/zika-virus-virus-da-zica-em-portugues/|obra = DicionarioeGramatica.com|acessadoem = 2015-12-06}}</ref><ref>{{Citar web|título = Governo do Maranhão confirma primeiro caso de zica vírus|URL = http://www.ebc.com.br/noticias/2015/06/governo-do-maranhao-confirma-primeiro-caso-de-zica-virus|acessadoem = 2015-07-11}}</ref><ref>{{Citar web|título = SES afirma que ainda não há casos confirmados de zica e chikungunya em Pernambuco - NE10|URL = http://noticias.ne10.uol.com.br/saude/noticia/2015/04/30/ses-afirma-que-ainda-nao-ha-casos-confirmados-de-zica-e-chikungunya-em-pernambuco-544425.php|obra = ne10.com.br|acessadoem = 2015-07-11}}</ref> ou '''Zika''' (em [[Língua inglesa|inglês]], '''''Zika virus''''' ''- ZIKV'') é um [[vírus]] da família [[Flaviviridae|''Flaviviridae'']]'','' do gênero ''[[Flavivirus]]''. Em [[Homo sapiens|humanos]], transmitido através da picada do [[mosquito]] ''[[Aedes aegypti]]'', causa a doença conhecida como [[febre Zika|'''zica''']] [[febre Zika|(ou febre zica, ou febre ''Zika'']]).<ref>{{Citar web|título = Dezesseis casos de febre Zica são confirmados no país|URL = http://saude.terra.com.br/dezesseis-casos-de-febre-zica-sao-confirmados-no-pais,a14c77a181898fa32289b678b5d2a96armwhRCRD.html|acessadoem = 2015-07-11}}</ref><ref name=":1" /><ref name=":0">{{Citar web|título = “Zica” é a doença misteriosa que agride a pele {{!}} Dra Verônica|URL = http://www.draveronica.com.br/2015/05/zica-e-doenca-misteriosa-que-agride-pele.html|obra = www.draveronica.com.br|acessadoem = 2015-07-11}}</ref><ref>{{Citar web|título = Dezesseis casos de febre Zica são confirmados no país - Notícias - R7 Saúde|URL = http://noticias.r7.com/saude/dezesseis-casos-de-febre-zica-sao-confirmados-no-pais-14052015|obra = noticias.r7.com|acessadoem = 2015-07-11}}</ref> É relacionado aos vírus da [[dengue]], da [[febre amarela]], da [[encefalite do Oeste do Nilo|encefalite do Nilo]] e da [[encefalite japonesa]], os quais igualmente fazem parte da família ''Flaviviridae''.<ref>{{Citar periódico|titulo = Zika Virus in the Americas — Yet Another Arbovirus Threat|url = http://dx.doi.org/10.1056/NEJMp1600297|jornal = New England Journal of Medicine|data = 2016-01-13|issn = 0028-4793|pmid = 26761185|paginas = null|volume = 0|numero = 0|doi = 10.1056/NEJMp1600297|primeiro = Anthony S.|ultimo = Fauci|coautores = David M. Morens|idioma = inglês}}</ref>


No Brasil, suspeita-se que sua entrada tenha se dado durante a [[Copa do Mundo de 2014]], quando o país recebeu turistas de várias partes do mundo, inclusive de áreas atingidas de forma mais intensa pelo vírus, como a [[África]] — onde surgiu — e a [[Ásia]]. No primeiro semestre de 2015, já havia casos confirmados em estados de todas as regiões do país. Com sintomas mais brandos que os da dengue e os da febre [[chicungunha|''chikungunya'']] (doenças também transmitidas pelo mosquito ''Aedes aegypti''), a febre zica chegou a ser ignorada pelas autoridades de saúde; porém há evidências de que a infecção pelo vírus da zica está associada a casos mais graves, como [[microcefalia|microcefalia congênita]] (quando adquirido por [[gestante]] — afetando o [[feto]]) e [[síndrome de Guillain-Barré]], que, embora continuem sendo condições raras, aumentaram de maneira incomum no país no ano de 2015.<ref>{{citar web|url=http://jc.ne10.uol.com.br/blogs/maissaude/2015/06/23/para-infectologista-dengue-deve-ter-mais-atencao-do-que-zika/|título=Para infectologista, dengue deve ter mais atenção do que Zika|publicado=Jornal do Commercio|data=|acessodata=22 de novembro de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/11/zika-virus-ja-foi-registrado-em-14-estados-segundo-ministerio-da-saude.html|título=Zika vírus já foi registrado em 14 estados, segundo Ministério da Saúde|publicado=G1|data=|acessodata=22 de novembro de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/11/especialistas-investigam-aumento-de-casos-de-microcefalia-no-nordeste.html|título=Especialistas investigam aumento de casos de microcefalia no Nordeste|publicado=G1|data=|acessodata=22 de novembro de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/noticia/2015/11/fiocruz-comprova-relacao-entre-zika-e-doenca-rara-4915306.html|título=Fiocruz comprova relação entre zika e doença rara|publicado=Zero Hora|data=|acessodata=25 de novembro de 2015}}</ref>
No Brasil, suspeita-se que sua entrada tenha se dado durante a [[Copa do Mundo de 2014]], quando o país recebeu turistas de várias partes do mundo, inclusive de áreas atingidas de forma mais intensa pelo vírus, como a [[África]] — onde surgiu — e a [[Ásia]]. No primeiro semestre de 2015, já havia casos confirmados em estados de todas as regiões do país. Com sintomas mais brandos que os da dengue e os da febre [[chicungunha|''chikungunya'']] (doenças também transmitidas pelo mosquito ''Aedes aegypti''), a febre zica chegou a ser ignorada pelas autoridades de saúde; porém há evidências de que a infecção pelo vírus da zica está associada a casos mais graves, como [[microcefalia|microcefalia congênita]] (quando adquirido por [[gestante]] — afetando o [[feto]]) e [[síndrome de Guillain-Barré]], que, embora continuem sendo condições raras, aumentaram de maneira incomum no país no ano de 2015.<ref>{{citar web|url=http://jc.ne10.uol.com.br/blogs/maissaude/2015/06/23/para-infectologista-dengue-deve-ter-mais-atencao-do-que-zika/|título=Para infectologista, dengue deve ter mais atenção do que Zika|publicado=Jornal do Commercio|data=|acessodata=22 de novembro de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/11/zika-virus-ja-foi-registrado-em-14-estados-segundo-ministerio-da-saude.html|título=Zika vírus já foi registrado em 14 estados, segundo Ministério da Saúde|publicado=G1|data=|acessodata=22 de novembro de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/11/especialistas-investigam-aumento-de-casos-de-microcefalia-no-nordeste.html|título=Especialistas investigam aumento de casos de microcefalia no Nordeste|publicado=G1|data=|acessodata=22 de novembro de 2015}}</ref><ref>{{citar web|url=http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/noticia/2015/11/fiocruz-comprova-relacao-entre-zika-e-doenca-rara-4915306.html|título=Fiocruz comprova relação entre zika e doença rara|publicado=Zero Hora|data=|acessodata=25 de novembro de 2015}}</ref>


==Virologia==
==Virologia==
Junto com outros vírus da família, o vírus Zika é envelopado e icosaedral com um genoma [[RNA]] não segmentado, de cadeia simples e senso positivo. É mais próximo ao [[vírus Spondweni]] e é um dos dois vírus do clado do Spondweni.<ref name=Fields>Fields Virology, 5th Edition</ref> O vírus foi isolado pela primeira vez em 1947 de um macaco-reso (''[[Macaca mulatta]]'') na floresta de Zika na [[Uganda|República de Uganda]], África, e foi isolado pela primeira vez em humanos em 1968, na Nigéria. De 1951 a 1981, evidências de infecção humana foram reportadas em outras nações africanas como Uganda, [[Tanzânia]], [[Egito]], [[República Centro-Africana]], [[Serra Leoa]] e [[Gabão]], assim como em partes da Ásia incluindo [[Índia]], [[Malásia]], [[Filipinas]], [[Tailândia]], [[Vietnã]] e [[Indonésia]]. <ref name=CDC>{{cite pmid|19788800|noedit}}</ref> É transmitida por mosquitos e foi isolado de um número de espécies do gênero ''[[Aedes]]'' - ''[[Aedes aegypti]]'', ''[[Aedes africanus]]'', ''[[Aedes apicoargenteus]]'', ''[[Aedes furcifer]]'', ''[[Aedes luteocephalus]]'' e ''[[Aedes vitattus]]''. Estudos mostram que o [[período de incubação]] extrínseca em mosquitos é de cerca de 10 dias.<ref name=CDC/> Os hospedeiros vertebrados do vírus incluem macacos e humanos.
Junto com outros vírus da família, o vírus Zika é envelopado e icosaedral com um genoma [[RNA]] não segmentado, de cadeia simples e senso positivo. É mais próximo ao [[vírus Spondweni]] e é um dos dois vírus do clado do Spondweni.<ref name=Fields>Fields Virology, 5th Edition</ref> O vírus foi isolado pela primeira vez em 1947 de um macaco-reso (''[[Macaca mulatta]]'') na floresta de Zika na [[Uganda|República de Uganda]], África, e foi isolado pela primeira vez em humanos em 1968, na Nigéria. De 1951 a 1981, evidências de infecção humana foram reportadas em outras nações africanas como Uganda, [[Tanzânia]], [[Egito]], [[República Centro-Africana]], [[Serra Leoa]] e [[Gabão]], assim como em partes da Ásia incluindo [[Índia]], [[Malásia]], [[Filipinas]], [[Tailândia]], [[Vietnã]] e [[Indonésia]]. <ref name=CDC>{{cite pmid|19788800|noedit}}</ref> É transmitida por mosquitos e foi isolado de um número de espécies do gênero ''[[Aedes]]'' - ''[[Aedes aegypti]]'', ''[[Aedes africanus]]'', ''[[Aedes apicoargenteus]]'', ''[[Aedes furcifer]]'', ''[[Aedes luteocephalus]]'' e ''[[Aedes vitattus]]''. Estudos mostram que o [[período de incubação]] extrínseca em mosquitos é de cerca de 10 dias.<ref name=CDC/> Os hospedeiros vertebrados do vírus incluem macacos e humanos.{{Citação necessária}}


Acredita-se que [[patogênese]] do vírus consista inicialmente em infectar [[células dendríticas]] próximas ao lugar de inoculação, e então espalham-se pelos [[nódulos linfáticos]] e na [[corrente sanguínea]].<ref name=Fields/> Em termos de [[replicação]], os flavivírus tendem geralmente a se replicarem no [[citoplasma]], mas os [[antígeno]]s do vírus Zika foram encontrados em núcleos de células infectadas.
Acredita-se que [[patogênese]] do vírus consista inicialmente em infectar [[células dendríticas]] próximas ao lugar de inoculação, e então espalham-se pelos [[nódulos linfáticos]] e na [[corrente sanguínea]].<ref name=Fields/> Em termos de [[replicação]], os flavivírus tendem geralmente a se replicarem no [[citoplasma]], mas os [[antígeno]]s do vírus Zika foram encontrados em núcleos de células infectadas.{{Citação necessária}}


==Sintomas ==
==Sintomas ==
[[Ficheiro:Zika.Virus.Rash.Arm.2014.jpg|thumb|right|Erupções cutâneas num braço devido ao vírus Zika.]]
[[Ficheiro:Zika.Virus.Rash.Arm.2014.jpg|thumb|right|Erupções cutâneas num braço devido ao vírus Zika.]]
Sintomas comuns da infecção costumam incluir dores de cabeça leves, [[exantema maculopapular]], [[febre]] baixa, mal estar, [[conjuntivite]], e [[artralgia]]. O primeiro caso bem documentado do vírus Zika foi em 1964, começando com uma leve dor de cabeça que progrediu para um exantema maculopapular, febre e dor nas costas. Com dois dias, a erupção começou a desaparecer, e com 3 dias, a febre desapareceu com apenas a erupção permanecendo.<ref>{{citar periódico |autor=Hayes, E.B. |ano=2009 |título=Zika Virus Outside Africa |periódico=Emerging Infectious Diseases |volume=15 |número=9 |páginas=1347–1350 |doi=10.3201/eid1509.090442 |PMC=2819875 |PMID=19788800}}</ref> Não há qualquer [[vacina]] ou droga preventiva contra o vírus Zika, e apenas o tratamento sintomático é possível. Usualmente [[anti-inflamatórios não-esteróides]] e/ou [[analgésico]]s não-salicílicos são utilizados.
Sintomas comuns da infecção costumam incluir dores de cabeça leves, [[exantema maculopapular]], [[febre]] baixa, mal estar, [[conjuntivite]] e [[artralgia]]. O primeiro caso bem documentado do vírus Zika foi em 1964, começando com uma leve dor de cabeça que progrediu para um exantema maculopapular, febre e dor nas costas. Com dois dias, a erupção começou a desaparecer, e com 3 dias, a febre desapareceu com apenas a erupção permanecendo.<ref>{{citar periódico |autor=Hayes, E.B. |ano=2009 |título=Zika Virus Outside Africa |periódico=Emerging Infectious Diseases |volume=15 |número=9 |páginas=1347–1350 |doi=10.3201/eid1509.090442 |PMC=2819875 |PMID=19788800}}</ref> Não há qualquer [[vacina]] ou droga preventiva contra o vírus Zika, e apenas o tratamento sintomático é possível. Usualmente [[anti-inflamatórios não-esteróides]] e/ou [[analgésico]]s não-salicílicos são utilizados.{{Citação necessária}}


===Microcefalia===
===Microcefalia===
Dados recentes sugerem que recém-nascidos de mães que contraíram o vírus Zika durante a gestação estão sob risco elevado de terem microcefalia. Casos de microcefalia cresceram exponencialmente no Brasil em 2015, ano em que também cresceu o número de infectados pelo vírus Zika. Em 2015, foram registrados no Brasil 2782 casos de bebês que nasceram com microcefalia em comparação com apenas 147 em 2014 e 167 em 2013 <ref>{{cite news | title=Alarm Spreads in Brazil Over a Virus and a Surge in Malformed Infants | url=http://www.nytimes.com/2015/12/31/world/americas/alarm-spreads-in-brazil-over-a-virus-and-a-surge-in-malformed-infants.html?smid=nytcore-ipad-share&smprod=nytcore-ipad&_r=0 | accessdate=31 December 2015 | publisher=New York Times | date=30 December 2015}}</ref><ref>Folha de S.Paulo: [http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/11/1710303-em-uma-semana-casos-de-microcefalia-crescem-85-no-pais.shtm In just one week, microcephaly cases increase 85% in Brazil.] {{dead link|date=January 2016}}</ref>.
Dados recentes sugerem que recém-nascidos de mães que contraíram o vírus Zika durante a gestação estão sob risco elevado de terem microcefalia. Casos de microcefalia cresceram exponencialmente no Brasil em 2015, ano em que também cresceu o número de infectados pelo vírus Zika. Em 2015, foram registrados no Brasil 2782 casos de bebês que nasceram com microcefalia em comparação com apenas 147 em 2014 e 167 em 2013.<ref>{{cite news | title=Alarm Spreads in Brazil Over a Virus and a Surge in Malformed Infants | url=http://www.nytimes.com/2015/12/31/world/americas/alarm-spreads-in-brazil-over-a-virus-and-a-surge-in-malformed-infants.html?smid=nytcore-ipad-share&smprod=nytcore-ipad&_r=0 | accessdate=31 December 2015 | publisher=New York Times | date=30 December 2015}}</ref><ref>Folha de S.Paulo: [http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/11/1710303-em-uma-semana-casos-de-microcefalia-crescem-85-no-pais.shtm In just one week, microcephaly cases increase 85% in Brazil.] {{dead link|date=January 2016}}</ref>


Em Novembro de 2015, o vírus Zika foi isolado em um recém-nascido com microcefalia no estado do [[Ceará]], Brasil. Desde Dezembro de 2015, já existe a suspeita (ainda não provada) de que a infecção por Zika ultrapassa a placenta e ocasiona microcefalia e danos cerebrais <ref name=darlington>{{cite news | url=http://www.cnn.com/2015/12/23/health/brazil-zika-pregnancy-warning | author=Darlington S | title=Brazil warns against pregnancy due to spreading virus | publisher=CNN | date=December 23, 2015 | accessdate=December 23, 2015}}</ref>.
Em Novembro de 2015, o vírus Zika foi isolado em um recém-nascido com microcefalia no estado do [[Ceará]], Brasil. Desde Dezembro de 2015, já existe a suspeita (ainda não provada) de que a infecção por Zika ultrapassa a placenta e ocasiona microcefalia e danos cerebrais.<ref name=darlington>{{cite news | url=http://www.cnn.com/2015/12/23/health/brazil-zika-pregnancy-warning | author=Darlington S | title=Brazil warns against pregnancy due to spreading virus | publisher=CNN | date=December 23, 2015 | accessdate=December 23, 2015}}</ref>


Em Janeiro de 2016, um bebê em [[Oahu]], Estados Unidos nasceu com microcefalia, e foi o primeiro caso de dano cerebral causado pelo vírus Zika nos Estados Unidos. O bebê e a mãe testaram positivo para uma cepa do vírus. A mãe provavelmente adquiriu a doença em uma viagem ao Brasil em Maio de 2015 durante os primeiros estágios da gravidez. Apesar da gravidez ter progredido normalmente, a microcefalia do bebê só foi descoberta no nascimento <ref>{{cite web | last1=Jr | first1=Donald G. Mcneil | title=Hawaii Baby With Brain Damage Is First U.S. Case Tied to Zika Virus | url=http://www.nytimes.com/2016/01/17/health/hawaii-reports-baby-born-with-brain-damage-linked-to-zika-virus.html?_r=0 | website=The New York Times | date=16 January 2016}}</ref>.
Em Janeiro de 2016, um bebê em [[Oahu]], Estados Unidos nasceu com microcefalia, e foi o primeiro caso de dano cerebral causado pelo vírus Zika nos Estados Unidos. O bebê e a mãe testaram positivo para uma cepa do vírus. A mãe provavelmente adquiriu a doença em uma viagem ao Brasil em Maio de 2015 durante os primeiros estágios da gravidez. Apesar da gravidez ter progredido normalmente, a microcefalia do bebê só foi descoberta no nascimento.<ref>{{cite web | last1=Jr | first1=Donald G. Mcneil | title=Hawaii Baby With Brain Damage Is First U.S. Case Tied to Zika Virus | url=http://www.nytimes.com/2016/01/17/health/hawaii-reports-baby-born-with-brain-damage-linked-to-zika-virus.html?_r=0 | website=The New York Times | date=16 January 2016}}</ref>


Em 20 de Janeiro de 2016, cientistas do estado do Paraná, Brasil, descobriram que o vírus é capaz de penetrar a placenta durante a gravidez. Restos do material genético do vírus Zika foi encontrado numa amostra de tecido da placenta de uma mulher que abortou devido a microcefalia <ref>{{cite web | title=Caso de aborto confirma que zika consegue atravessar a placenta | url=http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/01/caso-de-aborto-confirma-que-zika-consegue-atravessar-placenta.html | website=The New York Times | date=16 January 2016}}</ref>.
Em 20 de Janeiro de 2016, cientistas do estado do Paraná, Brasil, descobriram que o vírus é capaz de penetrar a placenta durante a gravidez. Restos do material genético do vírus Zika foi encontrado numa amostra de tecido da placenta de uma mulher que abortou devido a microcefalia.<ref>{{cite web | title=Caso de aborto confirma que zika consegue atravessar a placenta | url=http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/01/caso-de-aborto-confirma-que-zika-consegue-atravessar-placenta.html | website=The New York Times | date=16 January 2016}}</ref>


==Epidemiologia==
==Epidemiologia==
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Um surto recente do vírus Zika fora da África e da Ásia foi confirmada em abril de 2015, no Brasil. Na cidade de [[Salvador (Bahia)|Salvador]], capital do estado da [[Bahia]], as autoridades de saúde confirmaram que uma doença até então desconhecida que afeta cerca de 500 pacientes com sintomas semelhantes aos da gripe, seguido de exantema e artralgia é realmente um surto em curso da febre Zika, como provado pela técnica de RT-PCR por pesquisadores da [[Universidade Federal da Bahia]]. As autoridades locais ligaram o surto recente ao aumento do fluxo de visitantes estrangeiros motivados pela [[Copa do Mundo FIFA de 2014]], juntamente com a grande população de insetos vetores ''Aedes aegypti'' e ''Aedes albopictus'' que habitam a região. O surto segue um padrão semelhante ao também recente surto do vírus chicungunha na mesma região, outra doença até então desconhecida à população local.<ref>{{citar web |url=http://g1.globo.com/bahia/noticia/2015/04/identificado-virus-causador-de-doenca-misteriosa-em-salvador-e-rms.html |publicado=G1 |título=Identificado vírus causador de doença misteriosa em Salvador e RMS |data=29 de abril de 2015 |acessodata=30 de abril de 2015}}</ref>
Um surto recente do vírus Zika fora da África e da Ásia foi confirmada em abril de 2015, no Brasil. Na cidade de [[Salvador (Bahia)|Salvador]], capital do estado da [[Bahia]], as autoridades de saúde confirmaram que uma doença até então desconhecida que afeta cerca de 500 pacientes com sintomas semelhantes aos da gripe, seguido de exantema e artralgia é realmente um surto em curso da febre Zika, como provado pela técnica de RT-PCR por pesquisadores da [[Universidade Federal da Bahia]]. As autoridades locais ligaram o surto recente ao aumento do fluxo de visitantes estrangeiros motivados pela [[Copa do Mundo FIFA de 2014]], juntamente com a grande população de insetos vetores ''Aedes aegypti'' e ''Aedes albopictus'' que habitam a região. O surto segue um padrão semelhante ao também recente surto do vírus chicungunha na mesma região, outra doença até então desconhecida à população local.<ref>{{citar web |url=http://g1.globo.com/bahia/noticia/2015/04/identificado-virus-causador-de-doenca-misteriosa-em-salvador-e-rms.html |publicado=G1 |título=Identificado vírus causador de doença misteriosa em Salvador e RMS |data=29 de abril de 2015 |acessodata=30 de abril de 2015}}</ref>


O vírus Zika pode ser considerado um patógeno emergente, visto que se espalhou para fora da África e Ásia pela primeira vez em 2007. Até o momento, foi uma doença relativamente leve com alcance limitado, mas seu verdadeiro potencial como vírus e agente infeccioso é atualmente desconhecido.
O vírus Zika pode ser considerado um patógeno emergente, visto que se espalhou para fora da África e Ásia pela primeira vez em 2007. Até o momento, foi uma doença relativamente leve com alcance limitado, mas seu verdadeiro potencial como vírus e agente infeccioso é atualmente desconhecido.{{Citação necessária}}


==Etimologia==
==Etimologia==
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== Prevenção ==
== Prevenção ==
As formas conhecidas atualmente para a prevenção contra a febre Zika são as mesmas da Dengue, isto é, a eliminação do criadouro do mosquito do gênero ''[[Aedes]]'' - ''[[Aedes aegypti]]'', que incluem: destino adequado de lixo, entulho, recicláveis e reutilizáveis para evitar água parada; a limpeza de objetos expostos tais como vasilhames de alimentos de cães e gatos evita a deposição de ovos da fêmea do mosquito; utilizar areia em vasos de plantas impede que se formem películas de água parada; usar filtros nos ralos dos banheiros e quintais; utilizar repelentes e vestuários que protejam os membros inferiores (local preferido pela fêmea do mosquito, por ser ricamente vascularizado); evitar abrir janelas ao amanhecer e ao anoitecer; plantar citronela nos arredores do ambiente; fazer vistoria diária nos locais de possíveis criadouros, para que não se tornem focos; acionar a vigilância ambiental de sua cidade, nos casos de criadouros em lotes vizinhos. Ao se considerar que a Zica provoca microcefalia orienta-se a população ao uso de métodos contraceptivos em períodos de epidemia.
As formas conhecidas atualmente para a prevenção contra a febre Zika são as mesmas da Dengue, isto é, a eliminação do criadouro do mosquito do gênero ''[[Aedes]]'' - ''[[Aedes aegypti]]'', que incluem: destino adequado de lixo, entulho, recicláveis e reutilizáveis para evitar água parada; a limpeza de objetos expostos tais como vasilhames de alimentos de cães e gatos evita a deposição de ovos da fêmea do mosquito; utilizar areia em vasos de plantas impede que se formem películas de água parada; usar filtros nos ralos dos banheiros e quintais; utilizar repelentes e vestuários que protejam os membros inferiores (local preferido pela fêmea do mosquito, por ser ricamente vascularizado); evitar abrir janelas ao amanhecer e ao anoitecer; plantar citronela nos arredores do ambiente; fazer vistoria diária nos locais de possíveis criadouros, para que não se tornem focos; acionar a vigilância ambiental de sua cidade, nos casos de criadouros em lotes vizinhos. Ao se considerar que a Zica provoca microcefalia orienta-se a população ao uso de métodos contraceptivos em períodos de epidemia.{{Citação necessária}}


==Ver também==
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*[[Surto de vírus zika no Brasil em 2015|Surto de vírus Zika no Brasil em 2015]]
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Revisão das 05h05min de 27 de janeiro de 2016

Como ler uma infocaixa de taxonomiaZika virus
Vírus Zika
O Aedes aegypti é o transmissor do vírus zika.
O Aedes aegypti é o transmissor do vírus zika.
Classificação científica
Grupo: Grupo IV ((+)ssRNA)
Família: Flaviviridae
Gênero: Flavivirus
Espécie: Zika virus

O vírus da zica[1][2][3][4] ou Zika (em inglês, Zika virus - ZIKV) é um vírus da família Flaviviridae, do gênero Flavivirus. Em humanos, transmitido através da picada do mosquito Aedes aegypti, causa a doença conhecida como zica (ou febre zica, ou febre Zika).[5][2][1][6] É relacionado aos vírus da dengue, da febre amarela, da encefalite do Nilo e da encefalite japonesa, os quais igualmente fazem parte da família Flaviviridae.[7]

No Brasil, suspeita-se que sua entrada tenha se dado durante a Copa do Mundo de 2014, quando o país recebeu turistas de várias partes do mundo, inclusive de áreas atingidas de forma mais intensa pelo vírus, como a África — onde surgiu — e a Ásia. No primeiro semestre de 2015, já havia casos confirmados em estados de todas as regiões do país. Com sintomas mais brandos que os da dengue e os da febre chikungunya (doenças também transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti), a febre zica chegou a ser ignorada pelas autoridades de saúde; porém há evidências de que a infecção pelo vírus da zica está associada a casos mais graves, como microcefalia congênita (quando adquirido por gestante — afetando o feto) e síndrome de Guillain-Barré, que, embora continuem sendo condições raras, aumentaram de maneira incomum no país no ano de 2015.[8][9][10][11]

Virologia

Junto com outros vírus da família, o vírus Zika é envelopado e icosaedral com um genoma RNA não segmentado, de cadeia simples e senso positivo. É mais próximo ao vírus Spondweni e é um dos dois vírus do clado do Spondweni.[12] O vírus foi isolado pela primeira vez em 1947 de um macaco-reso (Macaca mulatta) na floresta de Zika na República de Uganda, África, e foi isolado pela primeira vez em humanos em 1968, na Nigéria. De 1951 a 1981, evidências de infecção humana foram reportadas em outras nações africanas como Uganda, Tanzânia, Egito, República Centro-Africana, Serra Leoa e Gabão, assim como em partes da Ásia incluindo Índia, Malásia, Filipinas, Tailândia, Vietnã e Indonésia[13] É transmitida por mosquitos e foi isolado de um número de espécies do gênero Aedes - Aedes aegypti, Aedes africanus, Aedes apicoargenteus, Aedes furcifer, Aedes luteocephalus e Aedes vitattus. Estudos mostram que o período de incubação extrínseca em mosquitos é de cerca de 10 dias.[13] Os hospedeiros vertebrados do vírus incluem macacos e humanos.[carece de fontes?]

Acredita-se que patogênese do vírus consista inicialmente em infectar células dendríticas próximas ao lugar de inoculação, e então espalham-se pelos nódulos linfáticos e na corrente sanguínea.[12] Em termos de replicação, os flavivírus tendem geralmente a se replicarem no citoplasma, mas os antígenos do vírus Zika foram encontrados em núcleos de células infectadas.[carece de fontes?]

Sintomas

Erupções cutâneas num braço devido ao vírus Zika.

Sintomas comuns da infecção costumam incluir dores de cabeça leves, exantema maculopapular, febre baixa, mal estar, conjuntivite e artralgia. O primeiro caso bem documentado do vírus Zika foi em 1964, começando com uma leve dor de cabeça que progrediu para um exantema maculopapular, febre e dor nas costas. Com dois dias, a erupção começou a desaparecer, e com 3 dias, a febre desapareceu com apenas a erupção permanecendo.[14] Não há qualquer vacina ou droga preventiva contra o vírus Zika, e apenas o tratamento sintomático é possível. Usualmente anti-inflamatórios não-esteróides e/ou analgésicos não-salicílicos são utilizados.[carece de fontes?]

Microcefalia

Dados recentes sugerem que recém-nascidos de mães que contraíram o vírus Zika durante a gestação estão sob risco elevado de terem microcefalia. Casos de microcefalia cresceram exponencialmente no Brasil em 2015, ano em que também cresceu o número de infectados pelo vírus Zika. Em 2015, foram registrados no Brasil 2782 casos de bebês que nasceram com microcefalia em comparação com apenas 147 em 2014 e 167 em 2013.[15][16]

Em Novembro de 2015, o vírus Zika foi isolado em um recém-nascido com microcefalia no estado do Ceará, Brasil. Desde Dezembro de 2015, já existe a suspeita (ainda não provada) de que a infecção por Zika ultrapassa a placenta e ocasiona microcefalia e danos cerebrais.[17]

Em Janeiro de 2016, um bebê em Oahu, Estados Unidos nasceu com microcefalia, e foi o primeiro caso de dano cerebral causado pelo vírus Zika nos Estados Unidos. O bebê e a mãe testaram positivo para uma cepa do vírus. A mãe provavelmente adquiriu a doença em uma viagem ao Brasil em Maio de 2015 durante os primeiros estágios da gravidez. Apesar da gravidez ter progredido normalmente, a microcefalia do bebê só foi descoberta no nascimento.[18]

Em 20 de Janeiro de 2016, cientistas do estado do Paraná, Brasil, descobriram que o vírus é capaz de penetrar a placenta durante a gravidez. Restos do material genético do vírus Zika foi encontrado numa amostra de tecido da placenta de uma mulher que abortou devido a microcefalia.[19]

Epidemiologia

O primeiro surto da doença fora da África e Ásia foi em abril de 2007, na ilha de Yap nos Estados Federados da Micronésia. O vírus se caracterizou pelas erupções cutâneas, conjuntivite, e artralgia, e inicialmente se pensou que era dengue. Os vírus chicungunha e do rio Ross também foram tomados como suspeitos.[20] Porém, amostras de soro dos pacientes na fase aguda da doença continham RNA do vírus Zika. A processo infeccioso da febre Zika foi relativamente leve: houve 49 casos confirmados, 59 não confirmados, nenhuma morte ou hospitalização.[21]

Um surto recente do vírus Zika fora da África e da Ásia foi confirmada em abril de 2015, no Brasil. Na cidade de Salvador, capital do estado da Bahia, as autoridades de saúde confirmaram que uma doença até então desconhecida que afeta cerca de 500 pacientes com sintomas semelhantes aos da gripe, seguido de exantema e artralgia é realmente um surto em curso da febre Zika, como provado pela técnica de RT-PCR por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia. As autoridades locais ligaram o surto recente ao aumento do fluxo de visitantes estrangeiros motivados pela Copa do Mundo FIFA de 2014, juntamente com a grande população de insetos vetores Aedes aegypti e Aedes albopictus que habitam a região. O surto segue um padrão semelhante ao também recente surto do vírus chicungunha na mesma região, outra doença até então desconhecida à população local.[22]

O vírus Zika pode ser considerado um patógeno emergente, visto que se espalhou para fora da África e Ásia pela primeira vez em 2007. Até o momento, foi uma doença relativamente leve com alcance limitado, mas seu verdadeiro potencial como vírus e agente infeccioso é atualmente desconhecido.[carece de fontes?]

Etimologia

Em 1947, cientistas pesquisando a febre amarela colocaram um macaco-reso numa jaula na Floresta de Zika (significando sobre-crescido na língua Luganda) próximo ao Instituto de Pesquisa Virológica do leste africano em Entebbe, Uganda. A febre se desenvolveu no macaco, e os pesquisadores isolaram de seu soro um agente transmissível que foi descrito como Vírus Zika pela primeira vez em 1952. Foi subsequentemente isolado num humano na Nigéria em 1954. Da sua descoberta até 2007, casos confirmados de infecção com o vírus Zika na África e Sudeste da Ásia eram raros. Em 2007 porém, uma forte epidemia ocorreu na ilha Yap, Micronésia. Mais recentemente, epidemias ocorreram na Polinésia, ilha da Páscoa, Ilhas Cook e Nova Caledônia.[23]

Transmissão entre humanos

Em 2009, se provou que o vírus Zika pode ser sexualmente transmitido entre humanos. Professor Brian Foy, biológo universitário da Colorado State University no Laboratório de Doenças Infecciosas e Transmitidas por Artropódes, visitou o Senegal para estudar mosquitos e foi picado em algumas ocasiões na sua pequisa. Alguns dias depois de voltar aos EUA ele ficou doente com febre Zika, mas não sem antes ter relações sexuais com sua esposa. Sua esposa subsequentemente mostrou sinais de infecção com febre Zika, além de extrema sensibilidade à luz. Foy é a primeira pessoa conhecida a ter passado um vírus vindo de insetos a outro ser humano via contato sexual.[24]

Prevenção

As formas conhecidas atualmente para a prevenção contra a febre Zika são as mesmas da Dengue, isto é, a eliminação do criadouro do mosquito do gênero Aedes - Aedes aegypti, que incluem: destino adequado de lixo, entulho, recicláveis e reutilizáveis para evitar água parada; a limpeza de objetos expostos tais como vasilhames de alimentos de cães e gatos evita a deposição de ovos da fêmea do mosquito; utilizar areia em vasos de plantas impede que se formem películas de água parada; usar filtros nos ralos dos banheiros e quintais; utilizar repelentes e vestuários que protejam os membros inferiores (local preferido pela fêmea do mosquito, por ser ricamente vascularizado); evitar abrir janelas ao amanhecer e ao anoitecer; plantar citronela nos arredores do ambiente; fazer vistoria diária nos locais de possíveis criadouros, para que não se tornem focos; acionar a vigilância ambiental de sua cidade, nos casos de criadouros em lotes vizinhos. Ao se considerar que a Zica provoca microcefalia orienta-se a população ao uso de métodos contraceptivos em períodos de epidemia.[carece de fontes?]

Ver também

Referências

  1. a b «"Zica" é a doença misteriosa que agride a pele | Dra Verônica». www.draveronica.com.br. Consultado em 11 de julho de 2015 
  2. a b «Zika virus: vírus da zica, em português». DicionarioeGramatica.com. Consultado em 6 de dezembro de 2015 
  3. «Governo do Maranhão confirma primeiro caso de zica vírus». Consultado em 11 de julho de 2015 
  4. «SES afirma que ainda não há casos confirmados de zica e chikungunya em Pernambuco - NE10». ne10.com.br. Consultado em 11 de julho de 2015 
  5. «Dezesseis casos de febre Zica são confirmados no país». Consultado em 11 de julho de 2015 
  6. «Dezesseis casos de febre Zica são confirmados no país - Notícias - R7 Saúde». noticias.r7.com. Consultado em 11 de julho de 2015 
  7. Fauci, Anthony S.; David M. Morens (13 de janeiro de 2016). «Zika Virus in the Americas — Yet Another Arbovirus Threat». New England Journal of Medicine (em inglês). 0 (0): null. ISSN 0028-4793. PMID 26761185. doi:10.1056/NEJMp1600297 
  8. «Para infectologista, dengue deve ter mais atenção do que Zika». Jornal do Commercio. Consultado em 22 de novembro de 2015 
  9. «Zika vírus já foi registrado em 14 estados, segundo Ministério da Saúde». G1. Consultado em 22 de novembro de 2015 
  10. «Especialistas investigam aumento de casos de microcefalia no Nordeste». G1. Consultado em 22 de novembro de 2015 
  11. «Fiocruz comprova relação entre zika e doença rara». Zero Hora. Consultado em 25 de novembro de 2015 
  12. a b Fields Virology, 5th Edition
  13. a b PMID 19788800 (PubMed)
  14. Hayes, E.B. (2009). «Zika Virus Outside Africa». Emerging Infectious Diseases. 15 (9): 1347–1350. PMC 2819875Acessível livremente. PMID 19788800. doi:10.3201/eid1509.090442 
  15. «Alarm Spreads in Brazil Over a Virus and a Surge in Malformed Infants». New York Times. 30 December 2015. Consultado em 31 December 2015  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  16. Folha de S.Paulo: In just one week, microcephaly cases increase 85% in Brazil. [ligação inativa]
  17. Darlington S (December 23, 2015). «Brazil warns against pregnancy due to spreading virus». CNN. Consultado em December 23, 2015  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  18. Jr, Donald G. Mcneil (16 January 2016). «Hawaii Baby With Brain Damage Is First U.S. Case Tied to Zika Virus». The New York Times  Verifique data em: |data= (ajuda)
  19. «Caso de aborto confirma que zika consegue atravessar a placenta». The New York Times. 16 January 2016  Verifique data em: |data= (ajuda)
  20. Altman, L.K. (July 3, 2007). "Little-Known Virus Challenges a Far-Flung Health System". The New York Times.
  21. Duffy, M. R.; Chen, T. H.; Hancock, W. T.; Powers, A. M.; Kool, J. L.; Lanciotti, R. S.; Pretrick, M.; Marfel, M.; Holzbauer, S.; Dubray, C.; Guillaumot, L.; Griggs, A.; Bel, M.; Lambert, A. J.; Laven, J.; Kosoy, O.; Panella, A.; Biggerstaff, B. J.; Fischer, M.; Hayes, E. B. (2009). «Zika Virus Outbreak on Yap Island, Federated States of Micronesia». New England Journal of Medicine. 360 (24): 2536–2543. PMID 19516034. doi:10.1056/NEJMoa0805715 
  22. «Identificado vírus causador de doença misteriosa em Salvador e RMS». G1. 29 de abril de 2015. Consultado em 30 de abril de 2015 
  23. Various (Jun 2014). «Etymologia: Zika Virus». CDC. Emerg Infect Dis [Internet]. 20 (6). doi:10.3201/eid2006.ET2006. Consultado em 19 June 2014  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  24. Bates, D. (April 11, 2011). «Scientist 'becomes first person to pass insect-borne virus on to another human by sex' after making his wife ill». Daily Mail  Verifique data em: |data= (ajuda)