Orgônio: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Foram revertidas as edições de 2804:14C:6580:4A81:A812:2D70:F3E9:E350 (usando Huggle) (3.1.20)
Criado ao traduzir a página "Orgón"
Linha 1: Linha 1:
{{Imagem múltipla
{{Imagem múltipla
| align = right
| align = right
| direction = vertical
| direction = horizontal
| width = 200
| header = Um acumulador de orgônio
| image1 = Orgone Energy Accumulator (right-angle, closed).JPG
| width = 200
| alt1 = Acumulador de energía orgónica con la puerta cerrada.
| caption1 = (con la puerta cerrada)
| alt2 = Acumulador de energía orgónica con la puerta abierta.
}}'''O Orgônio''' (/ˈɒrɡouʊn/) é um conceito espiritual [[Pseudociência|pseudocientífico]] descrito como uma energia esotérica ou como uma hipotética [[Vitalismo|força vital]] universal.<ref>{{Citar periódico|titulo=Searching for Science in Psychoanalysis|url=https://doi.org/10.1023/A:1021973219022|jornal=Journal of Contemporary Psychotherapy|lingua=en|pagina=235|doi=10.1023/A:1021973219022|issn=1573-3564|pmid=|citacao=Orgone—a useless fiction with faulty basic premises, thin partial theory, and unsubstantiated application results. It was quickly discredited and cast away.}}</ref><ref name=":0">{{Citar livro|url=https://books.google.com.mx/books/about/Elsevier_s_Dictionary_of_Psychological_T.html?id=1Yn6NZgxvssC&redir_esc=y|título=Elsevier's Dictionary of Psychological Theories|ultimo=Roeckelein|primeiro=John E.|editor-sobrenome=|local=|página=493, 517-518|capitulo=Reich's Orgone/Orgonomy Theory|isbn=008046064X, 9780080460642|citacao=The current consensus of scientific opinion is that Reich's orgone theory is basically a psychoanalytic system gone awry, and is an approach that represents something most ludicrous and totally dismissible.}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.mx/books/about/Science_Or_Pseudoscience.html?id=oxqtQgAACAAJ&redir_esc=y|título=Science Or Pseudoscience: Magnetic Healing, Psychic Phenomena, and Other Heterodoxies|ultimo=Bauer|primeiro=Herty H.|editor-sobrenome=|local=|página=159|capitulo=|isbn=0252026012, 9780252026010|citacao=Reich's personal charisma seems to have misled some number of people into taking his 'science' seriously. His outward behavior was not inconsistent with that of a mainstream scientific investigator. In the light of everyday common sense rather than of deep technical knowledge, his ideas could seem highly defensible. For those who lack familiarity with the real science of matters Reich dealt with, why would orgone be less believable than black holes, a bounded yet infinite universe, or "dark matter" ...?}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=mT4fwGk3vAYC|título=Philosophical problems of the internal and external worlds: essays on the philosophy of Adolf Grünbaum|ultimo=Robert E. Butts|primeiro=|editor-sobrenome=[[John Earman]]|volume=1|local=|página=163|capitulo=Sciences and Pseudosciences. An attempt at a new form of demarcation|isbn=978-0-8229-3738-8}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?ei=O48zTI3FN-aJOJmW-IYC|título=Pseudo-science and society in nineteenth-century America|ultimo=Arthur Wrobel|primeiro=|editor-sobrenome=|local=|página=229|capitulo=|isbn=978-0-8131-1632-7}}</ref> Originalmente proposto nos anos 1930 por [[Wilhelm Reich]] e desenvolvido mais tarde por seu estudante Charles Kelley depois da morte de Reich em 1957, o orgônio foi concebido como o princípio [[Sintropia|antientrópico]] do universo.<ref name=":1">{{Citar web|url=https://www.thoughtco.com/wilhelm-reich-and-orgone-accumulator-1992351|titulo=Wilhelm Reich and the Orgone Accumulator|autor=Bellis, Mary|obra=ThoughtCo|lingua=en}}</ref><ref name="gardner2">{{Citation|title=[[Fads and Fallacies in the Name of Science]]. Popular Science|last=Martin Gardner|author-link=Martin Gardner|edition=2, revised, abbreviated|publisher=Courier Dover Publications|chapter=Chapter 21: Orgonomy|year=1957|isbn=9780486203942|page=253|chapter-url=https://books.google.com/books?id=TwP3SGAUsnkC|first1=|url=|at=|editor1=|quote=|language=en}}</ref> Seria um substrato [[Criatividade|criativo]] subjacente a tudo na natureza, comparável ao [[magnetismo animal]] de [[Franz Anton Mesmer|Mesmer]] (1779), à força ódica de [[Carl Reichenbach]] (1845) e ao ''[[Elã vital|élan vital]]'' de [[Henri Bergson]] (1907).<ref name=":4">{{Citar periódico|titulo=What is orgone energy?|url=|jornal=The Creative Process|lingua=en|doi=|pmid=}}</ref> O orgônio era visto como uma substância onipresente sem [[massa]], similar ao [[éter luminífero]], mas mais proximamente associado à energia vivente que com a matéria inerte. Supostamente este podia se acumular para [[Auto-organização|criar organização]] em qualquer escala: desde as mais pequenas unidades microscópicas -telefonemas "bions" na teoria orgônica - até em estruturas macroscópicas como organismos viventes, nuvens ou mesmo galáxias.<ref>{{Citar web|url=http://skepdic.com/orgone.html|titulo=Orgone energy|autor=Robert Todd Carroll|obra=The Skeptic's Dictionary|lingua=en}}</ref>


Reich argumentava que as deficiências ou constrições no orgônio corporal eram a raiz de muitas doenças, da mesma forma em que os limitações na libido podiam produzir neurose na [[Sigmund Freud|teoria freudiana.]] Reich fundou o "Instituto do Orgônio" em 1942 para pesquisar sobre a energia orgônica depois de emigrar para os [[Estados Unidos]] em 1939, e o utilizou para publicar literatura e distribuir material relacionado com o tema durante mais de uma década.<ref>
| image1 = Orgone Energy Accumulator (right-angle, closed).JPG
{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=IRfC5enFeH8C|título=Architects of the Culture of Death|ultimo=DeMarco|primeiro=Donald|ultimo2=Wiker|primeiro2=Benjamin|editor-sobrenome=|local=|página=229|capitulo=|isbn=9781586170165|citacao=[...] Reich claimed as his great discovery, made in 1939, that at the heart of all matter is a hitherto unknown energy that he called 'orgone'.[...] Three years later he founded the Orgone Institute, where the 'science' of orgonomy would be studied.}}
| alt1 = Um acumulador de orgônio com a porta fechada
</ref> Reich projetou "acumuladores de orgônio" especiais (dispositivos que ostensivelmente coletam e armazenam energia orgônica do ambiente) para melhorar a saúde geral ou mesmo para [[Manipulação do clima|controlar o clima.]]<ref name=":0">{{Citar livro|url=https://books.google.com.mx/books/about/Elsevier_s_Dictionary_of_Psychological_T.html?id=1Yn6NZgxvssC&redir_esc=y|título=Elsevier's Dictionary of Psychological Theories|ultimo=Roeckelein|primeiro=John E.|editor-sobrenome=|local=|página=493, 517-518|capitulo=Reich's Orgone/Orgonomy Theory|isbn=008046064X, 9780080460642|citacao=The current consensus of scientific opinion is that Reich's orgone theory is basically a psychoanalytic system gone awry, and is an approach that represents something most ludicrous and totally dismissible.}}</ref> Eventualmente, a agência americana [[Food and Drug Administration|FDA]] obteve uma ordem federal que proibia a distribuição interestatal de materiais relacionados com o orgônio, por considerar que Reich e seus sócios estavam fazendo afirmações enganosas, e mais tarde isto levou à prisão de Reich e à destruição de todos os materiais relacionados com o orgônio no instituto quando Reich violou a ordem judicial.<ref name=":1">{{Citar web|url=https://www.thoughtco.com/wilhelm-reich-and-orgone-accumulator-1992351|titulo=Wilhelm Reich and the Orgone Accumulator|autor=Bellis, Mary|obra=ThoughtCo|lingua=en}}</ref> Finalmente Reich rescindiu a afirmação de que os acumuladores poderiam proporcionar potência orgástica, mas isto não foi suficiente para deter a ação judicial.<ref>{{Citar livro|url=|título=Orgone Energy Bulletin 2|ultimo=Reich|primeiro=W.|editor-sobrenome=|local=|página=|capitulo=|isbn=|citacao=The orgone accumulator, as has been clearly stated in the relevant publications (The Cancer Biopathy, etc.), cannot provide orgastic potency}}</ref>
| caption1 = (Com a porta fechada)


Na [[Espanha]], o Centro Nacional para a Saúde Complementar e Integral classifica o orgônio como um tipo de "energia putativa".<ref>{{Citar web|url=http://nccih.nih.gov/health/backgrounds/energymed.htm|titulo=Complementary, Alternative, or Integrative Health: What’s In a Name?|obra=National Center for Complementary and Integrative Health|citacao=putative energy fields (also called biofields) have defied measurement to date by reproducible methods. Therapies involving putative energy fields are based on the concept that human beings are infused with a subtle form of energy. This proposed vital energy or life force is known under different names in different cultures, such as qi ... prana, etheric energy, fohat, orgone, odic force, mana, and homeopathic resonance}}</ref> Após a morte de Reich, a pesquisa sobre o conceito do orgônio passou às mãos de alguns de seus estudantes, como Kelley, e mais tarde a uma nova geração de cientistas na [[Alemanha]] interessados em descobrir uma base empírica para a hipótese do orgônio (os primeiros resultados positivos foram supostamente fornecidos por Stefan Muschenich em 1989).<ref>Müschenich, S. & Gebauer, R.: "Die (Psycho-)Physiologischen Wirkungen dês Reich'schen Orgonakkumulators auf dêem Menschlichen Organismus" ("The [Psycho-]Physiological Effects of the Reich Orgone Accumulator on the Human Organism,") University of Marburg (Germany), Department of Psychology, Master's Degree Dissertation, 1986. Published as: "Der Reichsche Orgonakkumulator. Naturwissenschaftliche Diskussion - Praktische Anwendung - Experimentelle Untersuchung" ("The Reichian Orgone-Accumulator. Scientific Discussion - Practical Use - Experimental Testing"), 1987, published by Nexus Verlag, Frankfurt (Also see the published work: Müschenich, Stefan: Der Gesundheitsbegriff im Werk dês Arztes Wilhelm Reich (The Concept of Health in the Works of the physician Wilhelm Reich), Doktorarbeit am Fachbereich Humanmedizin der Philipps-Universität Marburg (M.D. thesis, 1995, University of Marburg (published by Verlag Gorich & Weiershauser, Marburg) 1995.</ref> Não existe respaldo empírico para o conceito de orgônio na [[medicina]] ou nas [[Ciência física|ciências físicas]], e a pesquisa sobre o conceito terminou junto com o Instituto.<ref name=":0">{{Citar livro|url=https://books.google.com.mx/books/about/Elsevier_s_Dictionary_of_Psychological_T.html?id=1Yn6NZgxvssC&redir_esc=y|título=Elsevier's Dictionary of Psychological Theories|ultimo=Roeckelein|primeiro=John E.|editor-sobrenome=|local=|página=493, 517-518|capitulo=Reich's Orgone/Orgonomy Theory|isbn=008046064X, 9780080460642|citacao=The current consensus of scientific opinion is that Reich's orgone theory is basically a psychoanalytic system gone awry, and is an approach that represents something most ludicrous and totally dismissible.}}</ref>
| image2 = Orgone Energy Accumulator (right-angle, open).JPG
| alt2 = Um acumulador de orgônio com a porta aberta
| caption2 = (Com a porta aberta)
| footer = Camadas alternadas de materiais orgânicos e inorgânicos dentro das paredes supostamente aumentam a concentração de orgônio dentro da câmara em relação ao ambiente externo.
}}
"'''Energia orgônica'''", "'''orgone'''" ou "'''orgônio'''" é o termo desenvolvido por [[Wilhelm Reich]] para descrever a [[energia vital]], a energia cósmica primordial, um tipo de teoria pseudocientífica.<ref name=skepdic>{{citar web|título=orgone energy|url=http://www.skepdic.com/orgone.html|obra=[[The Skeptic's Dictionary]]|acessodata=5 de Junho de 2015|data=12 de Setembro de 2014|autor=Robert Todd Carroll|autorlink=Robert Todd Carroll|língua=inglês}}</ref>


== História ==
{{Referências}}
O conceito do orgônio pertence ao trabalho tardio de Reich, depois que ele emigrou para os Estados Unidos. O trabalho inicial de Reich baseou-se no conceito [[Sigmund Freud|freudiano]] da [[libido]], ainda que influenciado por conceitos sociológicos com os quais Freud não concordava, mas que eram seguidos em certa medida por outros teóricos prominentes como [[Herbert Marcuse]] e [[Carl Gustav Jung|Carl Jung.]] Enquanto Freud tinha-se concentrado numa concepção [[Solipsismo|solipsista]] da mente na qual impulsos primários inconscientes e inerentemente egoístas (principalmente o impulso sexual ou a libido) são suprimidos ou sublimados por representações internas ([[catexia]]) de figuras paternais (o [[superego]]), para Reich a libido era uma força "afirmadora de vida" diretamente reprimida pela sociedade.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.mx/books/about/The_Mass_Psychology_of_Fascism.html?id=-beEQgAACAAJ&redir_esc=y|título=The Mass Psychology of Fascism|ultimo=Reich|primeiro=Wilhelm|editor-sobrenome=Mary Higgins, Chester M. Raphael|local=|página=|capitulo=|isbn=0285647016, 9780285647015}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.mx/books/about/Listen_Little_Man.html?id=_H_C3LYr0FoC&redir_esc=y|título=Listen, Little Man!|ultimo=Reich|primeiro=Wilhelm|editor-sobrenome=|local=|página=|capitulo=|isbn=1466846941, 9781466846944}}</ref> Foi expulso do Instituto de Psicoanálise devido a estes desacordos sobre a natureza da libido e sua postura cada vez mais politizada. Pouco depois de que Hitler chegou ao poder, se viu obrigado a abandonar a Alemanha.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.mx/books?printsec=frontcover&vid=ISBN0586080716&redir_esc=y|título=The Sexual Radicals|ultimo=Robinson|primeiro=Paul A.|editor-sobrenome=|local=|página=|capitulo=|isbn=0586080716, 9780586080719}}</ref>


Reich adotou uma visão crescentemente [[bioenergética]] da libido, talvez influenciado por seu tutor Paul Kammerer e outro biólogo, [[Otto Heinrich Warburg|Otto Heinrich Warburg.]]<ref>{{Citar web|url=http://www.jackflannel.org/orgonon_2005.html|titulo=Wilhelm Reich & Orgone Energy : Looking Back, Looking Forward
== Bibliografia ==
A Journal of My Experience at Orgonon, July 2005|obra=www.jackflannel.org|citacao=James Strick, The Historic Context of Reich’s Laboratory Work, talk summarized}}</ref> No início do século 20, quando a [[biologia molecular]] estava em sua infância, a [[biologia do desenvolvimento]] em particular ainda apresentava mistérios que faziam que a ideia de uma [[Vitalismo|energia vital]] específica fosse respeitável, tal como foi apresentada por teóricos como Hans Driesch. Como psicanalista, Reich alinhou essas teorias com a libido freudiana, enquanto como materialista achava que tal força vital devia ser suscetível de experimentação física.
* [[Wilhelm Reich|REICH, Wilhelm]]. ''A Função do Orgasmo''. São Paulo: Brasiliense, 1975.


Em seu livro mais conhecido, ''[[Wilhelm Reich|A função do orgasmo]]'', escreveu: "Entre 1919 e 1921, familiarizei-me com a 'Philosophie des Organischen' de Driesch e sua 'Ordnungslehre'... A asserção de Driesch pareceu-me indiscutível. Ele argumenta que, na esfera da função da vida, o todo pode se desenvolver a partir de uma parte, enquanto uma máquina não pode se fazer a partir de um parafuso... No entanto, não pude realmente aceitar o trascendentalismo do princípio da vida. Dezessete anos depois, pude resolver a contradição com base numa fórmula relativa à função da energia. A teoria de Driesch sempre esteve presente em minha mente quando pensava no [[Vitalismo|vitalismo.]] O vago sentimento que tinha sobre a natureza irracional de sua suposição resultou ser justificado ao final. Ele acabou entre os [[Espiritualismo|espiritualistas]]".<ref>{{Citar web|url=http://www.aetherometry.com/Electronic_Publications/Politics_of_Science/expose.php|titulo=Epose of the secret and not-so-secret misery of (an)orgonomy and reichianism, considered in all of its aspects -- Spiritual, material, sexual, economic and political, and in particular scientific|autor=Malgosia Askanas, Ph.D.|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.mx/books/about/The_discovery_of_the_orgone.html?id=azIEAQAAIAAJ&redir_esc=y|título=The Discovery of Orgone, Volume 1: The Function of the Orgasm|ultimo=Reich|primeiro=Wilhelm|editor-sobrenome=|local=|página=23|capitulo=|isbn=|citacao=Between 1919 and 1921, I became familiar with Driesch's 'Philosophie des Organischen' and his 'Ordnungslehre'. I understood the first book but not the second. It was clear that the mechanistic conception of life, which also dominated our medical studies, could not provide a satisfactory explanation [to the question "What is life?"]. Driesch's contention seemed incontestable to me. He argued that, in the sphere of the life function, the whole could be developed from a part, whereas a machine could not be made from a screw. On the other hand, his use of the concept of 'entelechy' to explain living functioning was unconvincing. I had the feeling that an enormous problem was evaded with a word. Thus, in a very primitive way, I learned to draw a clear distinction between facts and theories about facts. I gave considerable thought to Driesch's three proofs of the specific totally different characteristics of living matter as opposed to inorganic matter. They were well-grounded proofs. However, I couldn't quite accept the transcendentalism of the life principle. Seventeen years later I was able to resolve the contradiction on the basis of a formula pertaining to the function of energy. Driesch's theory was always present in my mind when I thought about vitalism. The vague feeling I had about the irrational nature of his assumption turned out to be justified in the end. He landed among the spiritualists."}}</ref>
== Ligações externas ==
{{Commonscat|Orgone}}


O conceito do orgônio foi o resultado deste trabalho sobre a psicofisiologia da libido. Após migrar para os Estados Unidos, Reich começou a especular sobre o desenvolvimento biológico e a evolução, e depois diversificou-se para especulações bem mais amplas sobre a natureza do universo.<ref name=":4">{{Citar periódico|titulo=What is orgone energy?|url=|jornal=The Creative Process|lingua=en|doi=|pmid=}}</ref> Isto lhe levou à concepção dos "bions": [[Vesícula|vesículas]] subcelulares [[Luminescência|autoluminiscentes]] que acreditava serem observáveis nos materiais em descomposição, e provavelmente estariam universalmente presentes. Inicialmente considerou os bions como entidades [[Eletrodinâmica|eletrodinâmicas]] ou [[Radioatividade|radioativas]], como tinha feito o biólogo ucraniano Alexander Gurwitsch, mas mais tarde chegou à conclusão de que tinha descoberto uma força totalmente desconhecida, mas mensurável, que depois chamou de "orgônio", uma formação pseudo-grega provavelmente proveniente de ''org-'' "impulso, excitação" (como em ''[[Orgasmo|org-asmo]]'') , mais ''-ônio'' como em ''[[ozônio]]'' (o particípio neutro grego, virtualmente {{Lang|grc|*ὄργον}}, ''gene'' : {{Lang|grc|*ὄργοντος}}).<ref name=":4" /><ref>{{Citar web|url=https://www.merriam-webster.com/dictionary/orgone|titulo=orgone|obra=Merriam-Webster dictionary|lingua=en}}</ref>


Reich alegava ter visto o orgônio quando injetava bions em seus ratos e no céu noturno por meio de um "organoscópio", um tipo especial de telescópio. Argumentava que o orgônio está presente no ar e no solo (e de fato era "onipresente"), tem uma cor azul ou "azul-acinzentada e que a humanidade tem dividido seu conhecimento dele em dois: [[Éter luminífero|éter]] para o aspecto físico e Deus para o espiritual. Escreveu que a cor do céu, as [[Aurora polar|auroras boreais]], os [[Fogo de santelmo|fogos de santelmo]], e a cor azul das rãs sexualmente excitadas eram manifestações do orgônio. Também argumentava que os [[Protozoário|protozoários]], os [[Hemácia|glóbulos vermelhos]], as [[Câncer|células cancerosas]] e a [[clorofila]] das plantas estavam carregados de orgônio.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.mx/books/about/Adventures_in_the_Orgasmatron.html?id=exlTPQAACAAJ&redir_esc=y|título=Adventures in the Orgasmatron: Wilhelm Reich and the Invention of Sex|ultimo=Turner|primeiro=Christopher|editor-sobrenome=|local=|página=220–221|capitulo=|isbn=0007181574, 9780007181575}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.mx/books/about/Fury_On_Earth.html?id=eYrDswEACAAJ&redir_esc=y|título=Fury on Earth: A Biography of Wilhelm Reich|ultimo=Sharaf|primeiro=Myron|editor-sobrenome=|local=|página=17, 352|capitulo=|isbn=0306805758, 9780306805752}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.mx/books/about/The_discovery_of_the_orgone.html?id=azIEAQAAIAAJ&redir_esc=y|título=The Discovery of Orgone, Volume 1: The Function of the Orgasm|ultimo=Reich|primeiro=Wilhelm|editor-sobrenome=|local=|página=384-385|capitulo=|isbn=}}</ref>


== Avaliação e críticas ==
{{Esboço-parapsicologia}}
{{Pseudociência}}


=== Problemas experimentais ===
{{DEFAULTSORT:Orgonio}}
Ao menos em alguns casos, as técnicas experimentais de Reich parecem não ter sido adequadamente cuidadosas nem ter tomado precauções suficientes para eliminar a distorção experimental.<ref>{{Citar web|url=http://www.rogermwilcox.com/Reich/orgone_radiation.html|titulo=ORGONE RADIATION: A Skeptical Scrutiny of the Works and Theories of Wilhelm Reich|obra=www.rogermwilcox.com|lingua=en}}</ref> Reich estava preocupado com a verificação experimental por outros cientistas e expôs seu trabalho a escrutínio repetidas vezes, ainda que com resultados geralmente negativos.

Em 193,7 Reich permitiu que o [[Patologia|patólogo]] noruego Leiv Kreyberg examinasse uma das preparações de bions com um microscópio. Kreyberg escreveu que o caldo que Reich tinha usado como seu [[Meio de cultura|meio de cultivo]] era efetivamente estéril, mas que as bactérias eram [[Staphylococcus|estafilococos]] comuns. Concluiu que as medidas de controle de Reich para prevenir a contaminação por bactérias no ar não eram tão efetivas como Reich pensava. Kreyberg acusou Reich de ser ignorante em relação a fatos bacteriológicos e anatômicos básicos. Por sua vez, Reich acusou Kreyberg de não ser capaz de reconhecer células cancerosas vivas sob ampliação.

Reich enviou então uma amostra das bactérias ao [[biólogo]] noruego Theodor Thjøtta, do Instituto Bacteriológico de Oslo, que também concluiu que se deviam à contaminação por bactérias no ar. Kreyberg declarou mais tarde que "o senhor Reich" sabia menos sobre bactérias e anatomia que um estudante de medicina de primeiro ano.<ref name=":3">{{Citar livro|url=https://books.google.com.mx/books/about/Fury_On_Earth.html?id=eYrDswEACAAJ&redir_esc=y|título=Fury on Earth: A Biography of Wilhelm Reich|ultimo=Sharaf|primeiro=Myron|editor-sobrenome=|local=|página=228|capitulo=|isbn=0306805758, 9780306805752}}</ref>

Em 1941, [[Albert Einstein]] aceitou realizar experimentos com um acumulador de orgônio que Reich lhe forneceu depois que se reuniram para falar das ideias de Reich na casa de Einstein em [[Princeton]]. Entretanto, após realizar experimentos durante dez dias em seu sótão com o acumulador, durante os quais se media a temperatura sobre, dentro e perto do aparelho, chegou à conclusão de que o efeito observado se devia simplesmente ao gradiente de temperatura dentro da habitação, enquanto Reich argumentou que era causado pelo orgônio.<ref>{{Citar livro|url=|título=The Einstein Affair|ultimo=Reich|primeiro=Wilhelm|editor-sobrenome=|local=|página=|capitulo=Einstein to Reich, 7 February 1941|isbn=|citacao="I have now investigated your apparatus ... In the beginning I made enough readings without any changes in your arrangements. The box-thermometer showed regularly a temperature of about 0.3-0.4 higher than the one suspended freely. ...One of my assistants now drew my attention to the fact that in the room ... the temperature on the floor is always lower than the one on the ceiling."}}</ref> Einstein escreveu a Reich: "Através destes experimentos, considero que o assunto está completamente resolvido", em 7 de fevereiro de 1941.<ref>{{Citar livro|url=|título=The Einstein Affair|ultimo=Reich|primeiro=Wilhelm|editor-sobrenome=|local=|página=|capitulo=Einstein to Reich, 7 February 1941|isbn=}}</ref> Em sua correspondência subsequente com Reich, Einstein respondeu que não podia dedicar mais tempo ao assunto e solicitou que seu nome não fosse mau usado com fins publicitários.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.mx/books/about/Adventures_in_the_Orgasmatron.html?id=exlTPQAACAAJ&redir_esc=y|título=Adventures in the Orgasmatron: Wilhelm Reich and the Invention of Sex|ultimo=Turner|primeiro=Christopher|editor-sobrenome=|local=|página=226–230, 286-287|capitulo=|isbn=0007181574, 9780007181575}}</ref>

=== Recepção da ideia nos EUA ===
O orgônio estava estreitamente associado com a sexualidade: Reich, seguindo Freud, via a sexualidade nascente como a força energética primária da vida. O termo em si foi eleito para compartilhar uma raiz com a palavra ''[[orgasmo]]'', o qual tanto Reich como Freud consideraram uma expressão fundamental da saúde psicológica. Este foco na sexualidade, ainda que aceitável na perspectiva clínica dos círculos psicanalíticos vienenses, escandalizou o público conservador americano, ainda que tivesse apelo junto a figuras da [[contracultura]] como [[William S. Burroughs]] e [[Jack Kerouac]] .

O orgônio e conceitos relacionados foram denunciados rapidamente na imprensa americana no período [[pós-guerra]].<ref>{{Citar periódico|titulo=The New Cult of Sex & Anarchy|url=|jornal=The New Republic|lingua=en|doi=|pmid=}}</ref> Reich e seus estudantes foram vistos como um "culto ao sexo e à anarquia", em parte, ao menos, porque o orgônio estava ligado ao título de seu livro ''A função do orgasmo''. Isto levou a várias investigações acusando-o de comunista e a denúncias sob diversos outros pretextos. Ele foi, como disse mais tarde o ''[[The New York Times|New York Times]]'', "muito difamado".<ref>{{Citar web|url=http://www.nndb.com/people/847/000053688/|titulo=Wilhelm Reich|obra=[[NNDB]]}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.mx/books?id=Z4ggvgAACAAJ&dq=livergood+america&hl=en&sa=X&ved=0ahUKEwiq-ZnOnI3hAhUMX60KHXrXC8YQ6AEIKjAA|título=America, Awake!: We Must Take Back Our Country|ultimo=Livergood|primeiro=Norman D.|editor-sobrenome=|local=|página=263|capitulo=|isbn=189330227X, 9781893302273}}</ref> A comunidade psicanalítica da época viu seu enfoque à cura de doenças como charlatanismo da pior espécie, em parte devido a seus comentários sobre os [[Objeto voador não identificado|OVNIs]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.mx/books?id=EUw9AAAAIAAJ&pg=PA293&vq=psychoanalytic+community+quackery+ufo+out+of+context&redir_esc=y|título=Planet Medicine: From Stone Age Shamanism to Post-industrial Healing|ultimo=Grossinger|primeiro=Richard|editor-sobrenome=|local=|página=293|capitulo=|isbn=0394712382, 9780394712383}}</ref>

=== Conflitos legais ===
Em 1954, a agência americana [[Food and Drug Administration|FDA]] solicitou e obteve uma ordem judicial que impedia que Reich atribuísse propriedades médicas ao orgônio e produtos relacionados, impedindo, entre outras coisas, o comércio de "dispositivos de orgônio" através de linhas estatais.<ref name="clifford" /> Reich desafiou a ordem e foi preso, e a FDA aproveitou a oportunidade para destruir todos os livros de Reich que mencionavam o orgônio, junto com os materiais e equipamentos de pesquisa.<ref name="gardner2">{{Citation|title=[[Fads and Fallacies in the Name of Science]]. Popular Science|last=Martin Gardner|author-link=Martin Gardner|edition=2, revised, abbreviated|publisher=Courier Dover Publications|chapter=Chapter 21: Orgonomy|year=1957|isbn=9780486203942|page=253|chapter-url=https://books.google.com/books?id=TwP3SGAUsnkC|first1=|url=|at=|editor1=|quote=|language=en}}</ref><ref name="clifford">{{Citar web|url=http://www.orgone.org/wr-vs-usa/wr40319d.htm|titulo=Decree of injunction order (March 19, 1954) by Judge Clifford|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.mx/books/about/On_the_Wild_Side.html?id=B7AOAQAACAAJ&redir_esc=y|título=On the Wild Side: The Big Bang, ESP, the Beast 666, Levitation, Rainmaking, Trance-Channeling, Seances and Ghosts, and More|ultimo=Gardner|primeiro=|editor-sobrenome=|local=|página=|capitulo=|isbn=}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.mx/books/about/Flim_Flam.html?id=QTxrAAAACAAJ&redir_esc=y|título=Flim Flam!: The Truth about Unicorns, Parapsychology, and Other Delusions|ultimo=Randi|primeiro=James|editor-sobrenome=|local=|página=4, 221-230|capitulo=|isbn=0690018770, 9780690018776}}</ref>

== Orgônio na cultura popular ==
O orgônio foi usado nos escritos de vários autores prominentes da [[geração beat]], quem estavam fascinados por seus supostos aspectos curativos e sexuais. Nesse aspecto, está fortemente associado com o movimento de contracultura dos anos 1950, ainda que não tenha se estendido aos movimentos da década seguinte.

=== ''Capitão Terra'' ===
Na série de [[anime]] ''Capitão Terra'', a energia orgônica é a fonte de poder e sustento dos [[Tipologia extraterrestre|alienígenas]] invasores, os Kill-T-Gang, que planejam colhê-la das libidos de toda a humanidade. Também é o poder por trás das armas Livlaster utilizadas pelos protagonistas.<ref>{{Citar web|url=http://www.uk-anime.net/anime/Captain_Earth_-_Eps._1-3.html|titulo=ANIME REVIEW: Captain Earth - Eps. 1-3|lingua=en}}</ref>

=== Devo ===
A banda da [[New wave (música)|ew wave]] dos anos 1980, [[Devo]], afirmou que seu emblemático desenho de domo energético era usado para reciclar a energia orgônica desperdiçada que flui da cabeça de uma pessoa. {{Quote|Hicimos el domo de energía roja, el cual era útil -además de como un icono- era un icono util. Probablemente ustedes lo saben bien , pero la energía orgónica fluye por la cabeza y se disipa por la parte superior. Pero si usas un domo de energía, este recicla esa energía. Invierte su dirección hacia abajo bañándote en ella y, entre otras cosas, permaneces "masculino", por decirlo de alguna forma, por quizás otros 150 años de tu vida, probablemente. Creo que esa es una predicción acertada, decir que los domos de energía -si los usas constantemente, noche y día, cosa que yo no hago, pero hay gente allí afuera que lo hace, no muchos, pero hay algunos. Recibimos emails de ellos, así que sabemos que están por ahí, esas personas probablemente vivirán unos 150 años adicionales por toda esa energía orgónica que están ahorrando y no desperdiciando.<ref>{{cita web|url=http://www.fecalface.com/SF/index.php?option=com_content&task=view&id=949&Itemid=92 |título=Mark Mothersbaugh Interview |fecha=3 de enero de 2008 |sitioweb=Fecal Face|idioma=en}}</ref>|autor=|fonte=}}

=== Dušan Makavejev ===
[[Dušan Makavejev]] começa seu filme satírico de 1971 "''WR: Mysteries of the Organism''" com uma cobertura documental de Reich e seu desenvolvimento dos acumuladores de orgônio, combinando isto com outras imagens e uma trama secundária numa colagem que zomba das autoridades políticas e sexuais.<ref>{{Citar jornal|url=http://rogerebert.suntimes.com/apps/pbcs.dll/article?AID=/20070715/REVIEWS08/707150301/1023|titulo=WR -- Mysteries of the Organism :: rogerebert.com :: Great Movies|jornal=Chicago Sun-Times|lingua=en}}</ref> As cenas incluem uma das dez ou quinze caixas de orgônio originais existentes no país à época.<ref>{{Citar web|url=http://www.brightlightsfilm.com/33/makavejev.php|titulo=Bright Lights Film Journal :: Sweet Movies: Four by Dusan Makavejev|lingua=en}}</ref>

=== Evelyn Waugh ===
Um acumulador de orgônio desempenha um papel importante na novela semi-autobiográfica de [[Evelyn Waugh]] ''A odisseia de Gilbert Pinfold.'' Um vizinho de Pinfold possui uma caixa, e com ela faz experimentos na esposa de Pinfold. Mais tarde, em estado alucinatório, o Sr. Pinfold imagina que seus problemas se originaram nessa caixa.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.mx/books/about/The_Ordeal_of_Gilbert_Pinfold_and_Other.html?id=ahIwswEACAAJ&redir_esc=y|título=The Ordeal of Gilbert Pinfold and Other Stories|ultimo=Waugh|primeiro=Evelyn|editor-sobrenome=|local=|página=|capitulo=|isbn=}}</ref>
<br />

=== Hawkwind ===
A banda de [[Space rock|rock espacial]] britânica [[Hawkwind]] lançou a canção "Orgone Accumulator" (acumulador de orgônio) como a primeira canção do lado três do álbum ao vivo de 1972 ''[[Space Ritual]]''.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.mx/books?id=kXYYSgAACAAJ&dq=space+ritual,+Hawkwind&hl=en&sa=X&ved=0ahUKEwiMz56bhIzhAhVG5awKHXkWDLsQ6AEIMjAB|título=Hawkwind Albums: Space Ritual, Quark, Strangeness and Charm, Levitation, Doremi Fasol Latido, in Search of Space, Warrior on the Edge of Time|ultimo=LLC Books|primeiro=|editor-sobrenome=|local=|página=|capitulo=|isbn=1156490359, 9781156490358}}</ref>

=== Jack Kerouac ===
No popular romance ''[[On the Road|On the Road - Pé na Estrada]],'' de [[Jack Kerouac]], o acumulador de orgônio foi tratado mais como outro tipo de droga que como um dispositivo médico: principalmente um estimulante, com fortes conotação sexual. Quando Sal Paradise visita Old Bull Lee na novela (personagens que representam a Kerouac e Burroughs, respectivamente), o acumulador de orgônio de Lee se descreve da seguinte maneira:{{Quote|El acumulador de orgón es una caja ordinaria lo suficientemente grande para que un hombre se siente en ella en una silla. Una capa de madera, una capa de metal y otra capa de madera reúnen orgones de la atmósfera y los mantienen cautivos el tiempo suficiente para que un humano absorba más de de la cantidad habitual. De acuerdo con [[Wilhelm Reich|Reich]], los orgones son átomos vibratorios atmosféricos del principio vital. Las personas contraen cáncer porque se les acaban los orgones. El viejo Bull pensaba que su acumulador de orgones mejoraría si la madera usada era tan orgánica como fuera posible, así que había amarrado hojas de [[bayou]] y ramas a su anexo místico.<ref>{{Cita libro|apellidos=Kerouac|nombre=Jack|enlaceautor=|título=On the road|url=https://books.google.com.mx/books/about/On_the_Road.html?id=2i8LcBLqa9UC&redir_esc=y|fechaacceso=|año=1976|editorial=Penguin|isbn=1101127570, 9781101127575|editor=|ubicación=|página=152|idioma=en|capítulo=|cita=The orgone accumulator is an ordinary box big enough for a man to sit inside on a chair: a layer of wood, a layer of metal, and another layer of wood gather in orgones from the atmosphere and hold them captive long enough for a human to absorb more than a usual share. According to Reich, orgones are vibratory atmospheric atoms of the life-principle. People get cancer because they run out of orgones. Old Bull thought his orgone accumulator would be improved if the wood he used was as organic as possible, so he tied bushy bayou leaves and twigs to his mystical outhouse.}}</ref>|autor=||fonte=}}O [[Na Estrada (filme)|filme]] de 2012 baseado no livro de Kerouac inclui a cena com o acumulador de orgônio, mas agrega uma pequena janela no acumulador e um funil para respirar.<ref>{{Citation|title=On the Road|url=http://www.imdb.com/title/tt0337692/|access-date=2019-03-19}}</ref>

=== J.D. salinger ===
Segundo sua filha, [[J. D. Salinger|JD Salinger]] às vezes usava um acumulador de orgônio, entre uma variedade de outros regimes de [[Medicina alternativa|saúde alternativa]].<ref>{{Citar jornal|titulo=My father J D Salinger|url=https://www.thetimes.co.uk/article/my-father-j-d-salinger-l27w6t02bjw|jornal=The Times|pagina=|numero=|citacao=Most of my father’s health regimens, such as drinking urine or sitting in an orgone box, he practised alone. Homeopathy and acupuncture he practised on us.|lingua=en}}</ref>

=== Kate Bush ===
A canção "Cloudbusting" da cantora [[Britânico|britânica]] [[Kate Bush]] descreve a prisão de Reich através dos olhos de seu filho Peter. O video de 1985, no qual [[Donald Sutherland]] interpreta Reich durante sua investigação e posterior detenção, apresenta um [[pêndulo de Foucault]] como um método alternativo para demonstrar o [[Translação da Terra|movimento de]] [[Rotação da Terra|rotação]] [[Translação da Terra|da Terra]] para demonstrar a visão [[Heresia|herética]] de que a [[Terra]] não é o centro do [[Universo|Universo.]] O pêndulo, neste vídeo, conecta e contrasta o deshonrado Reich com os dois Foucaults notáveis: o cientista, [[Jean Bernard Léon Foucault]] e o filósofo, [[Michel Foucault]], que havia morrido em 1984, um ano dantes do lançamento do vídeo.<ref>{{Citar livro|título=Kate Bush and Hounds of Love|ultimo=Moy|primeiro=Ron|data=30 de Septiembre de 2007|páginas=99|isbn=0-7546-5798-1}}</ref>

=== Orson Bean ===
Orson Bean, conhecido ator estadunidense, foi em sua época um defensor da terapia do orgônio e publicou um livro a respeito intitulado ''Me and the Orgone'' ("Eu e o orgônio").<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.mx/books/about/Me_and_the_Orgone.html?id=qbsFX3PVtUgC&redir_esc=y|título=Me and the Orgone|ultimo=Bean|primeiro=|editor-sobrenome=|local=|página=|capitulo=|isbn=0967967015, 9780967967011}}</ref>

=== ''Peep Show'' ===
No episódio "Mark's Women" da série cómica ''[[Peep Show (série de televisão)|Peep Show]]'' do [[Channel 4]] do [[Reino Unido]], Jeremy e Super Hans unem-se a um [[culto]] de bem-estar espiritual, que define aos orgones como "as moléculas invisíveis da energia vital universal que governam nossos estados de ânimo e nossas ações", sendo os orgones negativos a fonte de todos os problemas do mundo. Mark fica preocupado porque Jeremy se uniu a um culto e trata de explicar que esta é uma visão simplista do mundo.<ref>{{Citar web|url=https://www.youtube.com/watch?v=gF299yydsZw|titulo=Jez Joins A Cult - Peep Show|obra=|lingua=en}}</ref>

=== Peter Brock ===
Peter Brock foi um dos pilotos de corrida mais famosos e bem-sucedidos da Austrália. Apoiou publicamente e utilizou um dispositivo chamado "Polarizador Energético" que alegadamente melhorava o rendimento e a dirigibilidade dos veículos ao "alinhar as moléculas" utilizando a energia orgônica.<ref>{{Citar web|url=https://news.google.com/newspapers?id=oSpWAAAAIBAJ&sjid=oeQDAAAAIBAJ&pg=6720%2C1622271|titulo=Holden's Brock fall out over energy box|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar web|url=https://news.google.com/newspapers?id=sCtWAAAAIBAJ&sjid=w-QDAAAAIBAJ&pg=5753%2C223113|titulo=Brock shaping up for a fightback|lingua=en|obra=News.google.com}}</ref>

=== ''Redline'' ===
A energia orgônica ocupa um lugar de destaque no mundo de ficção científica do videogame ''Redline'', lançado em 1999.<ref>{{Citar web|url=https://tvtropes.org/pmwiki/pmwiki.php/VideoGame/RedLine|titulo=REDLINE|lingua=en}}</ref>

=== Warren Leight ===
A obra ''Side Man,'' de Warren Leight, contém uma cena onde Gene e Terry recebem uma caixa de orgônio que a esposa do amigo de Gene lhe fez descartar.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.mx/books?id=w4kHGDXdkUwC&source=gbs_book_other_versions|título=Side Man|ultimo=Leight|primeiro=|editor-sobrenome=|local=|página=|capitulo=|isbn=073940072X, 9780739400722}}</ref>

=== William S. Burroughs ===
[[William S. Burroughs]] foi um importante defensor da pesquisa sobre o orgônio, fazendo deste parte frequente das imagens surrealistas em seus livros. O orgônio interessava particularmente a Burroughs porque ele achava que podia usá-lo para aliviar a "''junk sickness''", um termo popular para a [[síndrome de abstinência]] da [[Heroína|heroína.]] Isto se encaixava bem no contexto de seus livros, que normalmente eram divertimentos narrativos de suas próprias experiências com [[Narcótico|narcóticos]] e do estilo de vida [[Geração beat|Beat.]]

Burroughs compara explicitamente o "deixar o hábito" com o [[câncer]] no livro ''Junky'', e relaciona-o com o uso de acumuladores de orgônio. O autor escreve: {{Quote|El cáncer es la descomposición del tejido en un organismo vivo. En la "enfermedad del adicto", las células adictas mueren y son reemplazadas. El cáncer es un proceso de muerte prematura. El paciente de cáncer se encoge, un adicto se encoge: yo he perdido hasta quince libras en tres días. Así que me imagino que si el acumulador es una terapia para el cáncer, debería ser una buena terapia para los efectos del síndrome de abstinencia.|autor=|fonte=}}Na época em que Burroughs escrevia, os acumuladores de orgônio só estavam disponíveis por meio do Instituto do Orgônion de Reich em Nova York, e oferecidos em troca de uma doação de dez dólares mensais. Em vez disso, Burroughs construiu seu próprio acumulador, substituindo a [[lã de rocha]] por uma chapa de ferro, mas achava que ainda assim conseguia o efeito desejado.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.mx/books/about/Junky.html?id=2CvEs2xybZ4C&redir_esc=y|título=Junky|ultimo=Burroughs|primeiro=William S.|editor-sobrenome=|local=|página=|capitulo=|isbn=0141904011, 9780141904016}}</ref>

=== Woody Allen ===
O filme de ficção científica ''[[Sleeper (filme)|Sleeper]]'' de 1973 de [[Woody Allen]] apresenta um ''orgasmatron'', um cilindro capaz de acomodar uma ou duas pessoas, e que por meio de alguma tecnologia futura induz orgasmos rapidamente. Isto é necessário porque quase todas as pessoas no universo do filme são impotentes ou frígidas, ainda que os homens de ascendência italiana sejam considerados os menos impotentes de todos os grupos. Sugeriu-se que o ''orgasmatron'' é uma paródia do acumulador de orgônio de Reich.<ref name="slate2">{{Citar jornal|url=http://www.slate.com/id/2297527/|titulo=The Great Proselytizer of Orgasm|jornal=[[Slate (magazine)|Slate]]|citacao=Orgasmatron is Woody Allen's name, in Sleeper, for a parody of Reich's orgone accumulator, a telephone booth-sized plywood and metal box said to store a healing and enlivening force.|lingua=en}}</ref><ref name="guardian2">{{Citar jornal|url=https://www.theguardian.com/books/2011/jul/08/wilhelm-reich-free-love-orgasmatron|titulo=Wilhelm Reich: the man who invented free love|jornal=[[The Guardian]]|citacao=Woody Allen parodied it in Sleeper (1973), giving it the immortal nickname the "Orgasmatron".|lingua=en}}</ref>

== Ver também ==

* Alexander Gurwitsch
* [[Ciência marginal]]
* Cloudbuster
* [[Bioenergia (esoterismo)|Energia (esoterismo)]]
* [[Magnetismo animal|O magnetismo animal]] de [[Franz Anton Mesmer]]
* Força ódica de [[Carl Reichenbach]]
* [[Cura pela fé|Medicina energética]]
* [[Rupert Sheldrake]]
* [[Vitalismo]]

== Referências ==
<references group=""></references>
[[Categoria:Pseudociência]]
[[Categoria:Pseudociência]]
[[Categoria:Esoterismo]]
[[Categoria:!Páginas com traduções não revistas]]
[[Categoria:Vitalismo]]

Revisão das 10h31min de 29 de março de 2019

Acumulador de energía orgónica con la puerta cerrada.
(con la puerta cerrada)

O Orgônio (/ˈɒrɡouʊn/) é um conceito espiritual pseudocientífico descrito como uma energia esotérica ou como uma hipotética força vital universal.[1][2][3][4][5] Originalmente proposto nos anos 1930 por Wilhelm Reich e desenvolvido mais tarde por seu estudante Charles Kelley depois da morte de Reich em 1957, o orgônio foi concebido como o princípio antientrópico do universo.[6][7] Seria um substrato criativo subjacente a tudo na natureza, comparável ao magnetismo animal de Mesmer (1779), à força ódica de Carl Reichenbach (1845) e ao élan vital de Henri Bergson (1907).[8] O orgônio era visto como uma substância onipresente sem massa, similar ao éter luminífero, mas mais proximamente associado à energia vivente que com a matéria inerte. Supostamente este podia se acumular para criar organização em qualquer escala: desde as mais pequenas unidades microscópicas -telefonemas "bions" na teoria orgônica - até em estruturas macroscópicas como organismos viventes, nuvens ou mesmo galáxias.[9]

Reich argumentava que as deficiências ou constrições no orgônio corporal eram a raiz de muitas doenças, da mesma forma em que os limitações na libido podiam produzir neurose na teoria freudiana. Reich fundou o "Instituto do Orgônio" em 1942 para pesquisar sobre a energia orgônica depois de emigrar para os Estados Unidos em 1939, e o utilizou para publicar literatura e distribuir material relacionado com o tema durante mais de uma década.[10] Reich projetou "acumuladores de orgônio" especiais (dispositivos que ostensivelmente coletam e armazenam energia orgônica do ambiente) para melhorar a saúde geral ou mesmo para controlar o clima.[2] Eventualmente, a agência americana FDA obteve uma ordem federal que proibia a distribuição interestatal de materiais relacionados com o orgônio, por considerar que Reich e seus sócios estavam fazendo afirmações enganosas, e mais tarde isto levou à prisão de Reich e à destruição de todos os materiais relacionados com o orgônio no instituto quando Reich violou a ordem judicial.[6] Finalmente Reich rescindiu a afirmação de que os acumuladores poderiam proporcionar potência orgástica, mas isto não foi suficiente para deter a ação judicial.[11]

Na Espanha, o Centro Nacional para a Saúde Complementar e Integral classifica o orgônio como um tipo de "energia putativa".[12] Após a morte de Reich, a pesquisa sobre o conceito do orgônio passou às mãos de alguns de seus estudantes, como Kelley, e mais tarde a uma nova geração de cientistas na Alemanha interessados em descobrir uma base empírica para a hipótese do orgônio (os primeiros resultados positivos foram supostamente fornecidos por Stefan Muschenich em 1989).[13] Não existe respaldo empírico para o conceito de orgônio na medicina ou nas ciências físicas, e a pesquisa sobre o conceito terminou junto com o Instituto.[2]

História

O conceito do orgônio pertence ao trabalho tardio de Reich, depois que ele emigrou para os Estados Unidos. O trabalho inicial de Reich baseou-se no conceito freudiano da libido, ainda que influenciado por conceitos sociológicos com os quais Freud não concordava, mas que eram seguidos em certa medida por outros teóricos prominentes como Herbert Marcuse e Carl Jung. Enquanto Freud tinha-se concentrado numa concepção solipsista da mente na qual impulsos primários inconscientes e inerentemente egoístas (principalmente o impulso sexual ou a libido) são suprimidos ou sublimados por representações internas (catexia) de figuras paternais (o superego), para Reich a libido era uma força "afirmadora de vida" diretamente reprimida pela sociedade.[14][15] Foi expulso do Instituto de Psicoanálise devido a estes desacordos sobre a natureza da libido e sua postura cada vez mais politizada. Pouco depois de que Hitler chegou ao poder, se viu obrigado a abandonar a Alemanha.[16]

Reich adotou uma visão crescentemente bioenergética da libido, talvez influenciado por seu tutor Paul Kammerer e outro biólogo, Otto Heinrich Warburg.[17] No início do século 20, quando a biologia molecular estava em sua infância, a biologia do desenvolvimento em particular ainda apresentava mistérios que faziam que a ideia de uma energia vital específica fosse respeitável, tal como foi apresentada por teóricos como Hans Driesch. Como psicanalista, Reich alinhou essas teorias com a libido freudiana, enquanto como materialista achava que tal força vital devia ser suscetível de experimentação física.

Em seu livro mais conhecido, A função do orgasmo, escreveu: "Entre 1919 e 1921, familiarizei-me com a 'Philosophie des Organischen' de Driesch e sua 'Ordnungslehre'... A asserção de Driesch pareceu-me indiscutível. Ele argumenta que, na esfera da função da vida, o todo pode se desenvolver a partir de uma parte, enquanto uma máquina não pode se fazer a partir de um parafuso... No entanto, não pude realmente aceitar o trascendentalismo do princípio da vida. Dezessete anos depois, pude resolver a contradição com base numa fórmula relativa à função da energia. A teoria de Driesch sempre esteve presente em minha mente quando pensava no vitalismo. O vago sentimento que tinha sobre a natureza irracional de sua suposição resultou ser justificado ao final. Ele acabou entre os espiritualistas".[18][19]

O conceito do orgônio foi o resultado deste trabalho sobre a psicofisiologia da libido. Após migrar para os Estados Unidos, Reich começou a especular sobre o desenvolvimento biológico e a evolução, e depois diversificou-se para especulações bem mais amplas sobre a natureza do universo.[8] Isto lhe levou à concepção dos "bions": vesículas subcelulares autoluminiscentes que acreditava serem observáveis nos materiais em descomposição, e provavelmente estariam universalmente presentes. Inicialmente considerou os bions como entidades eletrodinâmicas ou radioativas, como tinha feito o biólogo ucraniano Alexander Gurwitsch, mas mais tarde chegou à conclusão de que tinha descoberto uma força totalmente desconhecida, mas mensurável, que depois chamou de "orgônio", uma formação pseudo-grega provavelmente proveniente de org- "impulso, excitação" (como em org-asmo) , mais -ônio como em ozônio (o particípio neutro grego, virtualmente *ὄργον, gene : *ὄργοντος).[8][20]

Reich alegava ter visto o orgônio quando injetava bions em seus ratos e no céu noturno por meio de um "organoscópio", um tipo especial de telescópio. Argumentava que o orgônio está presente no ar e no solo (e de fato era "onipresente"), tem uma cor azul ou "azul-acinzentada e que a humanidade tem dividido seu conhecimento dele em dois: éter para o aspecto físico e Deus para o espiritual. Escreveu que a cor do céu, as auroras boreais, os fogos de santelmo, e a cor azul das rãs sexualmente excitadas eram manifestações do orgônio. Também argumentava que os protozoários, os glóbulos vermelhos, as células cancerosas e a clorofila das plantas estavam carregados de orgônio.[21][22][23]

Avaliação e críticas

Problemas experimentais

Ao menos em alguns casos, as técnicas experimentais de Reich parecem não ter sido adequadamente cuidadosas nem ter tomado precauções suficientes para eliminar a distorção experimental.[24] Reich estava preocupado com a verificação experimental por outros cientistas e expôs seu trabalho a escrutínio repetidas vezes, ainda que com resultados geralmente negativos.

Em 193,7 Reich permitiu que o patólogo noruego Leiv Kreyberg examinasse uma das preparações de bions com um microscópio. Kreyberg escreveu que o caldo que Reich tinha usado como seu meio de cultivo era efetivamente estéril, mas que as bactérias eram estafilococos comuns. Concluiu que as medidas de controle de Reich para prevenir a contaminação por bactérias no ar não eram tão efetivas como Reich pensava. Kreyberg acusou Reich de ser ignorante em relação a fatos bacteriológicos e anatômicos básicos. Por sua vez, Reich acusou Kreyberg de não ser capaz de reconhecer células cancerosas vivas sob ampliação.

Reich enviou então uma amostra das bactérias ao biólogo noruego Theodor Thjøtta, do Instituto Bacteriológico de Oslo, que também concluiu que se deviam à contaminação por bactérias no ar. Kreyberg declarou mais tarde que "o senhor Reich" sabia menos sobre bactérias e anatomia que um estudante de medicina de primeiro ano.[25]

Em 1941, Albert Einstein aceitou realizar experimentos com um acumulador de orgônio que Reich lhe forneceu depois que se reuniram para falar das ideias de Reich na casa de Einstein em Princeton. Entretanto, após realizar experimentos durante dez dias em seu sótão com o acumulador, durante os quais se media a temperatura sobre, dentro e perto do aparelho, chegou à conclusão de que o efeito observado se devia simplesmente ao gradiente de temperatura dentro da habitação, enquanto Reich argumentou que era causado pelo orgônio.[26] Einstein escreveu a Reich: "Através destes experimentos, considero que o assunto está completamente resolvido", em 7 de fevereiro de 1941.[27] Em sua correspondência subsequente com Reich, Einstein respondeu que não podia dedicar mais tempo ao assunto e solicitou que seu nome não fosse mau usado com fins publicitários.[28]

Recepção da ideia nos EUA

O orgônio estava estreitamente associado com a sexualidade: Reich, seguindo Freud, via a sexualidade nascente como a força energética primária da vida. O termo em si foi eleito para compartilhar uma raiz com a palavra orgasmo, o qual tanto Reich como Freud consideraram uma expressão fundamental da saúde psicológica. Este foco na sexualidade, ainda que aceitável na perspectiva clínica dos círculos psicanalíticos vienenses, escandalizou o público conservador americano, ainda que tivesse apelo junto a figuras da contracultura como William S. Burroughs e Jack Kerouac .

O orgônio e conceitos relacionados foram denunciados rapidamente na imprensa americana no período pós-guerra.[29] Reich e seus estudantes foram vistos como um "culto ao sexo e à anarquia", em parte, ao menos, porque o orgônio estava ligado ao título de seu livro A função do orgasmo. Isto levou a várias investigações acusando-o de comunista e a denúncias sob diversos outros pretextos. Ele foi, como disse mais tarde o New York Times, "muito difamado".[30][31] A comunidade psicanalítica da época viu seu enfoque à cura de doenças como charlatanismo da pior espécie, em parte devido a seus comentários sobre os OVNIs.[32]

Conflitos legais

Em 1954, a agência americana FDA solicitou e obteve uma ordem judicial que impedia que Reich atribuísse propriedades médicas ao orgônio e produtos relacionados, impedindo, entre outras coisas, o comércio de "dispositivos de orgônio" através de linhas estatais.[33] Reich desafiou a ordem e foi preso, e a FDA aproveitou a oportunidade para destruir todos os livros de Reich que mencionavam o orgônio, junto com os materiais e equipamentos de pesquisa.[7][33][34][35]

Orgônio na cultura popular

O orgônio foi usado nos escritos de vários autores prominentes da geração beat, quem estavam fascinados por seus supostos aspectos curativos e sexuais. Nesse aspecto, está fortemente associado com o movimento de contracultura dos anos 1950, ainda que não tenha se estendido aos movimentos da década seguinte.

Capitão Terra

Na série de anime Capitão Terra, a energia orgônica é a fonte de poder e sustento dos alienígenas invasores, os Kill-T-Gang, que planejam colhê-la das libidos de toda a humanidade. Também é o poder por trás das armas Livlaster utilizadas pelos protagonistas.[36]

Devo

A banda da ew wave dos anos 1980, Devo, afirmou que seu emblemático desenho de domo energético era usado para reciclar a energia orgônica desperdiçada que flui da cabeça de uma pessoa.

Hicimos el domo de energía roja, el cual era útil -además de como un icono- era un icono util. Probablemente ustedes lo saben bien , pero la energía orgónica fluye por la cabeza y se disipa por la parte superior. Pero si usas un domo de energía, este recicla esa energía. Invierte su dirección hacia abajo bañándote en ella y, entre otras cosas, permaneces "masculino", por decirlo de alguna forma, por quizás otros 150 años de tu vida, probablemente. Creo que esa es una predicción acertada, decir que los domos de energía -si los usas constantemente, noche y día, cosa que yo no hago, pero hay gente allí afuera que lo hace, no muchos, pero hay algunos. Recibimos emails de ellos, así que sabemos que están por ahí, esas personas probablemente vivirán unos 150 años adicionales por toda esa energía orgónica que están ahorrando y no desperdiciando.[37]

Dušan Makavejev

Dušan Makavejev começa seu filme satírico de 1971 "WR: Mysteries of the Organism" com uma cobertura documental de Reich e seu desenvolvimento dos acumuladores de orgônio, combinando isto com outras imagens e uma trama secundária numa colagem que zomba das autoridades políticas e sexuais.[38] As cenas incluem uma das dez ou quinze caixas de orgônio originais existentes no país à época.[39]

Evelyn Waugh

Um acumulador de orgônio desempenha um papel importante na novela semi-autobiográfica de Evelyn Waugh A odisseia de Gilbert Pinfold. Um vizinho de Pinfold possui uma caixa, e com ela faz experimentos na esposa de Pinfold. Mais tarde, em estado alucinatório, o Sr. Pinfold imagina que seus problemas se originaram nessa caixa.[40]

Hawkwind

A banda de rock espacial britânica Hawkwind lançou a canção "Orgone Accumulator" (acumulador de orgônio) como a primeira canção do lado três do álbum ao vivo de 1972 Space Ritual.[41]

Jack Kerouac

No popular romance On the Road - Pé na Estrada, de Jack Kerouac, o acumulador de orgônio foi tratado mais como outro tipo de droga que como um dispositivo médico: principalmente um estimulante, com fortes conotação sexual. Quando Sal Paradise visita Old Bull Lee na novela (personagens que representam a Kerouac e Burroughs, respectivamente), o acumulador de orgônio de Lee se descreve da seguinte maneira:

El acumulador de orgón es una caja ordinaria lo suficientemente grande para que un hombre se siente en ella en una silla. Una capa de madera, una capa de metal y otra capa de madera reúnen orgones de la atmósfera y los mantienen cautivos el tiempo suficiente para que un humano absorba más de de la cantidad habitual. De acuerdo con Reich, los orgones son átomos vibratorios atmosféricos del principio vital. Las personas contraen cáncer porque se les acaban los orgones. El viejo Bull pensaba que su acumulador de orgones mejoraría si la madera usada era tan orgánica como fuera posible, así que había amarrado hojas de bayou y ramas a su anexo místico.[42]

O filme de 2012 baseado no livro de Kerouac inclui a cena com o acumulador de orgônio, mas agrega uma pequena janela no acumulador e um funil para respirar.[43]

J.D. salinger

Segundo sua filha, JD Salinger às vezes usava um acumulador de orgônio, entre uma variedade de outros regimes de saúde alternativa.[44]

Kate Bush

A canção "Cloudbusting" da cantora britânica Kate Bush descreve a prisão de Reich através dos olhos de seu filho Peter. O video de 1985, no qual Donald Sutherland interpreta Reich durante sua investigação e posterior detenção, apresenta um pêndulo de Foucault como um método alternativo para demonstrar o movimento de rotação da Terra para demonstrar a visão herética de que a Terra não é o centro do Universo. O pêndulo, neste vídeo, conecta e contrasta o deshonrado Reich com os dois Foucaults notáveis: o cientista, Jean Bernard Léon Foucault e o filósofo, Michel Foucault, que havia morrido em 1984, um ano dantes do lançamento do vídeo.[45]

Orson Bean

Orson Bean, conhecido ator estadunidense, foi em sua época um defensor da terapia do orgônio e publicou um livro a respeito intitulado Me and the Orgone ("Eu e o orgônio").[46]

Peep Show

No episódio "Mark's Women" da série cómica Peep Show do Channel 4 do Reino Unido, Jeremy e Super Hans unem-se a um culto de bem-estar espiritual, que define aos orgones como "as moléculas invisíveis da energia vital universal que governam nossos estados de ânimo e nossas ações", sendo os orgones negativos a fonte de todos os problemas do mundo. Mark fica preocupado porque Jeremy se uniu a um culto e trata de explicar que esta é uma visão simplista do mundo.[47]

Peter Brock

Peter Brock foi um dos pilotos de corrida mais famosos e bem-sucedidos da Austrália. Apoiou publicamente e utilizou um dispositivo chamado "Polarizador Energético" que alegadamente melhorava o rendimento e a dirigibilidade dos veículos ao "alinhar as moléculas" utilizando a energia orgônica.[48][49]

Redline

A energia orgônica ocupa um lugar de destaque no mundo de ficção científica do videogame Redline, lançado em 1999.[50]

Warren Leight

A obra Side Man, de Warren Leight, contém uma cena onde Gene e Terry recebem uma caixa de orgônio que a esposa do amigo de Gene lhe fez descartar.[51]

William S. Burroughs

William S. Burroughs foi um importante defensor da pesquisa sobre o orgônio, fazendo deste parte frequente das imagens surrealistas em seus livros. O orgônio interessava particularmente a Burroughs porque ele achava que podia usá-lo para aliviar a "junk sickness", um termo popular para a síndrome de abstinência da heroína. Isto se encaixava bem no contexto de seus livros, que normalmente eram divertimentos narrativos de suas próprias experiências com narcóticos e do estilo de vida Beat.

Burroughs compara explicitamente o "deixar o hábito" com o câncer no livro Junky, e relaciona-o com o uso de acumuladores de orgônio. O autor escreve:

El cáncer es la descomposición del tejido en un organismo vivo. En la "enfermedad del adicto", las células adictas mueren y son reemplazadas. El cáncer es un proceso de muerte prematura. El paciente de cáncer se encoge, un adicto se encoge: yo he perdido hasta quince libras en tres días. Así que me imagino que si el acumulador es una terapia para el cáncer, debería ser una buena terapia para los efectos del síndrome de abstinencia.

Na época em que Burroughs escrevia, os acumuladores de orgônio só estavam disponíveis por meio do Instituto do Orgônion de Reich em Nova York, e oferecidos em troca de uma doação de dez dólares mensais. Em vez disso, Burroughs construiu seu próprio acumulador, substituindo a lã de rocha por uma chapa de ferro, mas achava que ainda assim conseguia o efeito desejado.[52]

Woody Allen

O filme de ficção científica Sleeper de 1973 de Woody Allen apresenta um orgasmatron, um cilindro capaz de acomodar uma ou duas pessoas, e que por meio de alguma tecnologia futura induz orgasmos rapidamente. Isto é necessário porque quase todas as pessoas no universo do filme são impotentes ou frígidas, ainda que os homens de ascendência italiana sejam considerados os menos impotentes de todos os grupos. Sugeriu-se que o orgasmatron é uma paródia do acumulador de orgônio de Reich.[53][54]

Ver também

Referências

  1. «Searching for Science in Psychoanalysis». Journal of Contemporary Psychotherapy (em inglês): 235. ISSN 1573-3564. doi:10.1023/A:1021973219022. Orgone—a useless fiction with faulty basic premises, thin partial theory, and unsubstantiated application results. It was quickly discredited and cast away. 
  2. a b c Roeckelein, John E. «Reich's Orgone/Orgonomy Theory». Elsevier's Dictionary of Psychological Theories. [S.l.: s.n.] p. 493, 517-518. ISBN 008046064X, 9780080460642 Verifique |isbn= (ajuda). The current consensus of scientific opinion is that Reich's orgone theory is basically a psychoanalytic system gone awry, and is an approach that represents something most ludicrous and totally dismissible. 
  3. Bauer, Herty H. Science Or Pseudoscience: Magnetic Healing, Psychic Phenomena, and Other Heterodoxies. [S.l.: s.n.] p. 159. ISBN 0252026012, 9780252026010 Verifique |isbn= (ajuda). Reich's personal charisma seems to have misled some number of people into taking his 'science' seriously. His outward behavior was not inconsistent with that of a mainstream scientific investigator. In the light of everyday common sense rather than of deep technical knowledge, his ideas could seem highly defensible. For those who lack familiarity with the real science of matters Reich dealt with, why would orgone be less believable than black holes, a bounded yet infinite universe, or "dark matter" ...? 
  4. Robert E. Butts. «Sciences and Pseudosciences. An attempt at a new form of demarcation». In: John Earman. Philosophical problems of the internal and external worlds: essays on the philosophy of Adolf Grünbaum. 1. [S.l.: s.n.] p. 163. ISBN 978-0-8229-3738-8 
  5. Arthur Wrobel. Pseudo-science and society in nineteenth-century America. [S.l.: s.n.] p. 229. ISBN 978-0-8131-1632-7 
  6. a b Bellis, Mary. «Wilhelm Reich and the Orgone Accumulator». ThoughtCo (em inglês) 
  7. a b Martin Gardner (1957), «Chapter 21: Orgonomy», Fads and Fallacies in the Name of Science. Popular Science, ISBN 9780486203942 (em inglês) 2, revised, abbreviated ed. , Courier Dover Publications, p. 253 
  8. a b c «What is orgone energy?». The Creative Process (em inglês) 
  9. Robert Todd Carroll. «Orgone energy». The Skeptic's Dictionary (em inglês) 
  10. DeMarco, Donald; Wiker, Benjamin. Architects of the Culture of Death. [S.l.: s.n.] p. 229. ISBN 9781586170165. [...] Reich claimed as his great discovery, made in 1939, that at the heart of all matter is a hitherto unknown energy that he called 'orgone'.[...] Three years later he founded the Orgone Institute, where the 'science' of orgonomy would be studied. 
  11. Reich, W. Orgone Energy Bulletin 2. [S.l.: s.n.] The orgone accumulator, as has been clearly stated in the relevant publications (The Cancer Biopathy, etc.), cannot provide orgastic potency 
  12. «Complementary, Alternative, or Integrative Health: What's In a Name?». National Center for Complementary and Integrative Health. putative energy fields (also called biofields) have defied measurement to date by reproducible methods. Therapies involving putative energy fields are based on the concept that human beings are infused with a subtle form of energy. This proposed vital energy or life force is known under different names in different cultures, such as qi ... prana, etheric energy, fohat, orgone, odic force, mana, and homeopathic resonance 
  13. Müschenich, S. & Gebauer, R.: "Die (Psycho-)Physiologischen Wirkungen dês Reich'schen Orgonakkumulators auf dêem Menschlichen Organismus" ("The [Psycho-]Physiological Effects of the Reich Orgone Accumulator on the Human Organism,") University of Marburg (Germany), Department of Psychology, Master's Degree Dissertation, 1986. Published as: "Der Reichsche Orgonakkumulator. Naturwissenschaftliche Diskussion - Praktische Anwendung - Experimentelle Untersuchung" ("The Reichian Orgone-Accumulator. Scientific Discussion - Practical Use - Experimental Testing"), 1987, published by Nexus Verlag, Frankfurt (Also see the published work: Müschenich, Stefan: Der Gesundheitsbegriff im Werk dês Arztes Wilhelm Reich (The Concept of Health in the Works of the physician Wilhelm Reich), Doktorarbeit am Fachbereich Humanmedizin der Philipps-Universität Marburg (M.D. thesis, 1995, University of Marburg (published by Verlag Gorich & Weiershauser, Marburg) 1995.
  14. Reich, Wilhelm. Mary Higgins, Chester M. Raphael, ed. The Mass Psychology of Fascism. [S.l.: s.n.] ISBN 0285647016, 9780285647015 Verifique |isbn= (ajuda) 
  15. Reich, Wilhelm. Listen, Little Man!. [S.l.: s.n.] ISBN 1466846941, 9781466846944 Verifique |isbn= (ajuda) 
  16. Robinson, Paul A. The Sexual Radicals. [S.l.: s.n.] ISBN 0586080716, 9780586080719 Verifique |isbn= (ajuda) 
  17. «Wilhelm Reich & Orgone Energy : Looking Back, Looking Forward A Journal of My Experience at Orgonon, July 2005». www.jackflannel.org. James Strick, The Historic Context of Reich’s Laboratory Work, talk summarized  line feed character character in |titulo= at position 62 (ajuda)
  18. Malgosia Askanas, Ph.D. «Epose of the secret and not-so-secret misery of (an)orgonomy and reichianism, considered in all of its aspects -- Spiritual, material, sexual, economic and political, and in particular scientific» (em inglês) 
  19. Reich, Wilhelm. The Discovery of Orgone, Volume 1: The Function of the Orgasm. [S.l.: s.n.] p. 23. Between 1919 and 1921, I became familiar with Driesch's 'Philosophie des Organischen' and his 'Ordnungslehre'. I understood the first book but not the second. It was clear that the mechanistic conception of life, which also dominated our medical studies, could not provide a satisfactory explanation [to the question "What is life?"]. Driesch's contention seemed incontestable to me. He argued that, in the sphere of the life function, the whole could be developed from a part, whereas a machine could not be made from a screw. On the other hand, his use of the concept of 'entelechy' to explain living functioning was unconvincing. I had the feeling that an enormous problem was evaded with a word. Thus, in a very primitive way, I learned to draw a clear distinction between facts and theories about facts. I gave considerable thought to Driesch's three proofs of the specific totally different characteristics of living matter as opposed to inorganic matter. They were well-grounded proofs. However, I couldn't quite accept the transcendentalism of the life principle. Seventeen years later I was able to resolve the contradiction on the basis of a formula pertaining to the function of energy. Driesch's theory was always present in my mind when I thought about vitalism. The vague feeling I had about the irrational nature of his assumption turned out to be justified in the end. He landed among the spiritualists." 
  20. «orgone». Merriam-Webster dictionary (em inglês) 
  21. Turner, Christopher. Adventures in the Orgasmatron: Wilhelm Reich and the Invention of Sex. [S.l.: s.n.] p. 220–221. ISBN 0007181574, 9780007181575 Verifique |isbn= (ajuda) 
  22. Sharaf, Myron. Fury on Earth: A Biography of Wilhelm Reich. [S.l.: s.n.] p. 17, 352. ISBN 0306805758, 9780306805752 Verifique |isbn= (ajuda) 
  23. Reich, Wilhelm. The Discovery of Orgone, Volume 1: The Function of the Orgasm. [S.l.: s.n.] p. 384-385 
  24. «ORGONE RADIATION: A Skeptical Scrutiny of the Works and Theories of Wilhelm Reich». www.rogermwilcox.com (em inglês) 
  25. Sharaf, Myron. Fury on Earth: A Biography of Wilhelm Reich. [S.l.: s.n.] p. 228. ISBN 0306805758, 9780306805752 Verifique |isbn= (ajuda) 
  26. Reich, Wilhelm. «Einstein to Reich, 7 February 1941». The Einstein Affair. [S.l.: s.n.] I have now investigated your apparatus ... In the beginning I made enough readings without any changes in your arrangements. The box-thermometer showed regularly a temperature of about 0.3-0.4 higher than the one suspended freely. ...One of my assistants now drew my attention to the fact that in the room ... the temperature on the floor is always lower than the one on the ceiling. 
  27. Reich, Wilhelm. «Einstein to Reich, 7 February 1941». The Einstein Affair. [S.l.: s.n.] 
  28. Turner, Christopher. Adventures in the Orgasmatron: Wilhelm Reich and the Invention of Sex. [S.l.: s.n.] p. 226–230, 286-287. ISBN 0007181574, 9780007181575 Verifique |isbn= (ajuda) 
  29. «The New Cult of Sex & Anarchy». The New Republic (em inglês) 
  30. «Wilhelm Reich». NNDB 
  31. Livergood, Norman D. America, Awake!: We Must Take Back Our Country. [S.l.: s.n.] p. 263. ISBN 189330227X, 9781893302273 Verifique |isbn= (ajuda) 
  32. Grossinger, Richard. Planet Medicine: From Stone Age Shamanism to Post-industrial Healing. [S.l.: s.n.] p. 293. ISBN 0394712382, 9780394712383 Verifique |isbn= (ajuda) 
  33. a b «Decree of injunction order (March 19, 1954) by Judge Clifford» (em inglês) 
  34. Gardner. On the Wild Side: The Big Bang, ESP, the Beast 666, Levitation, Rainmaking, Trance-Channeling, Seances and Ghosts, and More. [S.l.: s.n.] 
  35. Randi, James. Flim Flam!: The Truth about Unicorns, Parapsychology, and Other Delusions. [S.l.: s.n.] p. 4, 221-230. ISBN 0690018770, 9780690018776 Verifique |isbn= (ajuda) 
  36. «ANIME REVIEW: Captain Earth - Eps. 1-3» (em inglês) 
  37. «Mark Mothersbaugh Interview» (em inglês). 3 de enero de 2008  Parâmetro desconhecido |sitioweb= ignorado (|website=) sugerido (ajuda); Verifique data em: |data= (ajuda)
  38. «WR -- Mysteries of the Organism :: rogerebert.com :: Great Movies». Chicago Sun-Times (em inglês) 
  39. «Bright Lights Film Journal :: Sweet Movies: Four by Dusan Makavejev» (em inglês) 
  40. Waugh, Evelyn. The Ordeal of Gilbert Pinfold and Other Stories. [S.l.: s.n.] 
  41. LLC Books. Hawkwind Albums: Space Ritual, Quark, Strangeness and Charm, Levitation, Doremi Fasol Latido, in Search of Space, Warrior on the Edge of Time. [S.l.: s.n.] ISBN 1156490359, 9781156490358 Verifique |isbn= (ajuda) 
  42. Kerouac, Jack (1976). On the road (em inglês). [S.l.]: Penguin. p. 152. ISBN 1101127570, 9781101127575 Verifique |isbn= (ajuda). The orgone accumulator is an ordinary box big enough for a man to sit inside on a chair: a layer of wood, a layer of metal, and another layer of wood gather in orgones from the atmosphere and hold them captive long enough for a human to absorb more than a usual share. According to Reich, orgones are vibratory atmospheric atoms of the life-principle. People get cancer because they run out of orgones. Old Bull thought his orgone accumulator would be improved if the wood he used was as organic as possible, so he tied bushy bayou leaves and twigs to his mystical outhouse. 
  43. On the Road, consultado em 19 de março de 2019 
  44. «My father J D Salinger». The Times (em inglês). Most of my father’s health regimens, such as drinking urine or sitting in an orgone box, he practised alone. Homeopathy and acupuncture he practised on us. 
  45. Moy, Ron (30 de Septiembre de 2007). Kate Bush and Hounds of Love. [S.l.: s.n.] 99 páginas. ISBN 0-7546-5798-1  Verifique data em: |data= (ajuda)
  46. Bean. Me and the Orgone. [S.l.: s.n.] ISBN 0967967015, 9780967967011 Verifique |isbn= (ajuda) 
  47. «Jez Joins A Cult - Peep Show» (em inglês) 
  48. «Holden's Brock fall out over energy box» (em inglês) 
  49. «Brock shaping up for a fightback». News.google.com (em inglês) 
  50. «REDLINE» (em inglês) 
  51. Leight. Side Man. [S.l.: s.n.] ISBN 073940072X, 9780739400722 Verifique |isbn= (ajuda) 
  52. Burroughs, William S. Junky. [S.l.: s.n.] ISBN 0141904011, 9780141904016 Verifique |isbn= (ajuda) 
  53. «The Great Proselytizer of Orgasm». Slate (em inglês). Orgasmatron is Woody Allen's name, in Sleeper, for a parody of Reich's orgone accumulator, a telephone booth-sized plywood and metal box said to store a healing and enlivening force. 
  54. «Wilhelm Reich: the man who invented free love». The Guardian (em inglês). Woody Allen parodied it in Sleeper (1973), giving it the immortal nickname the "Orgasmatron".