Coronavírus: diferenças entre revisões

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|Um estudo genético confirmou que o 2019-nCoV divergiu do coronavírus de morcego e fora transmitido aos humanos por um animal ainda desconhecido.
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Revisão das 16h47min de 2 de fevereiro de 2020

 Nota: Para o surto que está a decorrer, veja Epidemia de pneumonia por novo coronavírus de 2019–2020.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaCoronavírus

Classificação científica
Grupo: Grupo IV ((+)ssRNA)
Ordem: Nidovirales
Família: Coronaviridae
Género: Coronavirus

Os coronavírus são um grupo de vírus de genoma de RNA simples de sentido positivo (serve diretamente para a síntese proteica), conhecidos desde meados dos anos 1960. Pertencem à subfamília taxonómica Orthocoronavirinae da família Coronaviridae, da ordem Nidovirales.[1][2]

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida. Eles são uma causa comum de infecções respiratórias brandas a moderadas de curta duração. Entre os coronavírus encontra-se também o vírus causador da forma de pneumonia atípica grave conhecida por SARS.[3][4][5]

Tipos

Alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43 e HKU1: causadores de infecções leves a moderadas comuns.[6]

SARS-CoV e MERS-CoV: causam infecções graves, como pneumonia atípica grave.[6]

2019-nCoV: identificado em 2020, tem "parentesco" com o vírus da SARS-CoV. Causa febre, tosse e falta de ar e dificuldade para respirar (pneumonia)[7][8]

Origem evolutiva

Existem 07 cepas conhecidas de coronavírus humanos, e todas elas evoluíram de coronavírus de outros animais[9].

Nome da cepa Descoberta Origem evolutiva
HCoV-229E 1960 [10] O coronavírus humano 229E divergiu do coronavírus da alpaca antes de 1960 [11]
SARS-CoV 2002 [10] O coronavírus humano SARS divergiu do coronavírus de morcego em 1986 [12]
HCoV-OC43 2004 [13] O coronavírus humano OC43 divergiu do coronavírus bovino em 1890 [14]
HCoV-NL63 2004 [10] O coronavírus humano NL63 divergiu do coronavírus de morcego 822 anos atrás [15]
HCoV-HKU1 2005 [16] O coronavírus humano HKU1 divergiu do coronavírus de morcego [17]
MERS-CoV 2012 [10] O coronavírus humano MERS divergiu do coronavírus de morcego antes dos anos 90 e transmitido aos humanos pelos camelos [18]
2019-nCoV 2019 [7] Um estudo genético inicial sugeriu que o 2019-nCoV tenha divergido do coronavírus de cobras[19]. Porém, cientistas questionaram a possível origem[20]. Estudos recentes sugerem que o vírus tenha divergido da versão que parasita morcegos[21] e transmitido aos humanos por um animal ainda desconhecido.

Sinais e sintomas

O período de incubação é de 2 a 14 dias. Os sintomas mais comuns entre esse grupo hospitalizado pelo coronavírus foram febre, tosse e falta de ar. Dores musculares e de cabeça, bem como confusão mental, irritação na garganta e desconforto no peito também foram observados. Além disso, participantes do estudo apresentaram uma pneumonia que afetou os dois pulmões.

Transmissão

A transmissão do vírus pode se dar:[6]

  • Por meio de tosse ou espirro;
  • Contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
  • Contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido então de contato com a boca, nariz ou olhos.

Entre os grupos de risco estão qualquer pessoa que cuidou do paciente, incluindo profissionais de saúde ou familiares, que tenha tido contato físico com o paciente ou que tenha permanecido no mesmo local que o paciente doente.[3]

A transmissão do SARS-CoV aconteceu de camelos e dromedários para o ser humano.[6]

Em 2020, análises indicaram que o 2019-nCoV pode ter passado de um animal para o ser humano.[7]

Epidemiologia

Surto de 2020 na China

Em meados de janeiro a imprensa começou a reportar casos sobre um "misterioso vírus que causava problemas respiratórios", tendo este vírus depois sido classificado com um coronavírus e chamado de 2019-nCoV. Inicialmente, 800 pessoas foram infectadas e houve 259 mortes na China, mas houve casos também no Japão, Tailândia, Coreia do Sul, França e Estados Unidos, todos associados a pessoas que haviam viajado para a China recentemente. Em 20 de janeiro a OMS estimava que o número de casos poderia estar próximo de dois mil.[7][22][23]

Surto de 2015 na Coreia do Sul

Um surto de MERS foi associado a um viajante que havia retornado do Oriente Médio. Quase 200 pessoas foram infectadas e houve 36 mortes.[6][24][25]

Surto de 2012 no Oriente Médio

Em 2012 foi isolado outro novo coronavírus, distinto do SARS-CoV. Esse novo coronavírus, desconhecido até então, foi inicialmente identificado na Arábia Saudita e, posteriormente, em outros países do Oriente Médio, na Europa e na África. Todos os casos identificados fora da Península Arábica tinham histórico de viagem ou contato recente com viajantes procedentes de países do Oriente Médio – Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes e Jordânia. Pela localização dos casos, a doença passou a ser designada como síndrome respiratória do Oriente Médio, cuja sigla é MERS, do inglês “Middle East Respiratory Syndrome”. O novo vírus foi nomeado coronavírus associado à MERS (MERS-CoV).[3][6]

Surto de 2002 na China

Os primeiros casos da síndrome respiratória aguda grave (SARS - Severe Acute Respiratory Syndrome), causada pelo SARS-CoV, aconteceram na China em 2002, tendo o vírus se espalhado rapidamente para mais de doze (12) países na América do Norte, América do Sul, Europa e Ásia. Entre 2002 e 2003, mais de oito mil (8.000) pessoas foram infectadas e cerca de oitocentas (800) morreram, no que foi chamado uma "epidemia global". (SARS-CoV)[3][7]

Referências

  1. de Groot RJ, Baker SC, Baric R, Enjuanes L, Gorbalenya AE, Holmes KV, Perlman S, Poon L, Rottier PJ, Talbot PJ, Woo PC, Ziebuhr J (2011). «Family Coronaviridae». In: AMQ King, E Lefkowitz, MJ Adams, EB Carstens. Ninth Report of the International Committee on Taxonomy of Viruses. [S.l.]: Elsevier, Oxford. pp. 806–828. ISBN 978-0-12-384684-6 
  2. International Committee on Taxonomy of Viruses (24 de agosto de 2010). «ICTV Master Species List 2009 – v10» (xls) 
  3. a b c d «SOBRE CORONAVÍRUS». www.saude.sp.gov.br. Consultado em 21 de janeiro de 2020 
  4. Ksiazek, TG; Erdman D; Goldsmith CS; Zaki SR; et al (2003). «A novel coronavirus associated with severe acute respiratory syndrome». N Engl J Med. 348 (20). pp. 1953–66. PMID 12690092 
  5. Woo, PCY; Lau SKP; Huang Y; Yuen KY (2009). «Coronavirus Diversity, Phylogeny and Interspecies Jumping». Exp Biol Med (Maywood). 234 (10). pp. 1117–27. PMID 19546349. doi:10.3181/0903-MR-94 
  6. a b c d e f «Coronavírus: causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção». saude.gov.br. Consultado em 21 de janeiro de 2020 
  7. a b c d e «Coronavírus na China: após casos triplicarem, o que se sabe sobre a misteriosa doença». G1. Consultado em 21 de janeiro de 2020 
  8. «Vírus se dissemina por mais cidades chinesas e OMS marca reunião de emergência». noticias.uol.com.br. Consultado em 21 de janeiro de 2020 
  9. Wertheim, Joel O.; Chu, Daniel K. W.; Peiris, Joseph S. M.; Kosakovsky Pond, Sergei L.; Poon, Leo L. M. (2013). «A Case for the Ancient Origin of Coronaviruses». Journal of Virology. 87 (12): 7039–7045. ISSN 0022-538X. PMC 3676139Acessível livremente. PMID 23596293. doi:10.1128/JVI.03273-12 
  10. a b c d Hu, Ben; Ge, Xingyi; Wang, Lin-Fa; Shi, Zhengli (22 de dezembro de 2015). «Bat origin of human coronaviruses». Virology Journal. 12. ISSN 1743-422X. PMC 4687304Acessível livremente. PMID 26689940. doi:10.1186/s12985-015-0422-1 
  11. Crossley, Beate M.; Mock, Richard E.; Callison, Scott A.; Hietala, Sharon K. (12 de dezembro de 2012). «Identification and Characterization of a Novel Alpaca Respiratory Coronavirus Most Closely Related to the Human Coronavirus 229E». Viruses. 4 (12): 3689–3700. ISSN 1999-4915. PMC 3528286Acessível livremente. PMID 23235471. doi:10.3390/v4123689 
  12. Vijaykrishna, D.; Smith, G. J. D.; Zhang, J. X.; Peiris, J. S. M.; Chen, H.; Guan, Y. (2007). «Evolutionary Insights into the Ecology of Coronaviruses». Journal of Virology. 81 (8): 4012–4020. ISSN 0022-538X. PMC 1866124Acessível livremente. PMID 17267506. doi:10.1128/JVI.02605-06 
  13. Brandão, Paulo Eduardo (2018). «Could human coronavirus OC43 have co-evolved with early humans?». Genetics and Molecular Biology. 41 (3): 692–698. ISSN 1678-4685. doi:10.1590/1678-4685-gmb-2017-0192 
  14. Vijgen, Leen; Keyaerts, Els; Moës, Elien; Thoelen, Inge; Wollants, Elke; Lemey, Philippe; Vandamme, Anne-Mieke; Van Ranst, Marc (2005). «Complete Genomic Sequence of Human Coronavirus OC43: Molecular Clock Analysis Suggests a Relatively Recent Zoonotic Coronavirus Transmission Event». Journal of Virology. 79 (3): 1595–1604. ISSN 0022-538X. PMID 15650185. doi:10.1128/JVI.79.3.1595-1604.2005 
  15. Huynh, Jeremy; Li, Shimena; Yount, Boyd; Smith, Alexander; Sturges, Leslie; Olsen, John C.; Nagel, Juliet; Johnson, Joshua B.; Agnihothram, Sudhakar (2012). «Evidence Supporting a Zoonotic Origin of Human Coronavirus Strain NL63». Journal of Virology. 86 (23): 12816–12825. ISSN 0022-538X. PMC 3497669Acessível livremente. PMID 22993147. doi:10.1128/JVI.00906-12 
  16. Esper, Frank; Weibel, Carla; Ferguson, David; Landry, Marie L.; Kahn, Jeffrey S. (2006). «Coronavirus HKU1 Infection in the United States». Emerging Infectious Diseases. 12 (5): 775–779. ISSN 1080-6040. PMC 3374449Acessível livremente. PMID 16704837. doi:10.3201/eid1205.051316 
  17. Woo, Patrick C. Y.; Lau, Susanna K. P.; Huang, Yi; Yuen, Kwok-Yung (2009). «Coronavirus diversity, phylogeny and interspecies jumping». Experimental Biology and Medicine (Maywood, N.J.). 234 (10): 1117–1127. ISSN 1535-3699. PMID 19546349. doi:10.3181/0903-MR-94 
  18. Corman, Victor Max; Ithete, Ndapewa Laudika; Richards, Leigh Rosanne; Schoeman, M. Corrie; Preiser, Wolfgang; Drosten, Christian; Drexler, Jan Felix (2014). «Rooting the Phylogenetic Tree of Middle East Respiratory Syndrome Coronavirus by Characterization of a Conspecific Virus from an African Bat». Journal of Virology. 88 (19): 11297–11303. ISSN 0022-538X. PMC 4178802Acessível livremente. PMID 25031349. doi:10.1128/JVI.01498-14 
  19. Ji, Wei; Wang, Wei; Zhao, Xiaofang; Zai, Junjie; Li, Xingguang. «Homologous recombination within the spike glycoprotein of the newly identified coronavirus may boost cross-species transmission from snake to human». Journal of Medical Virology (em inglês). n/a (n/a). ISSN 1096-9071. doi:10.1002/jmv.25682 
  20. Callaway, Ewen; Cyranoski, David (23 de janeiro de 2020). «Why snakes probably aren't spreading the new China virus». Nature (em inglês). doi:10.1038/d41586-020-00180-8 
  21. Lu, Roujian; Zhao, Xiang; Li, Juan; Niu, Peihua; Yang, Bo; Wu, Honglong; Wang, Wenling; Song, Hao; Huang, Baoying (30 de janeiro de 2020). «Genomic characterisation and epidemiology of 2019 novel coronavirus: implications for virus origins and receptor binding». The Lancet (em English). 0 (0). ISSN 0140-6736. doi:10.1016/S0140-6736(20)30251-8 
  22. «Coronavirus cases surge in China as virus spreads». NBC News (em inglês). Consultado em 21 de janeiro de 2020 
  23. Stanway, David (01 de fevereiro de 2020). «Mortes causadas por coronavírus aumentam e China encara mais restrições na fronteira». Uol. Consultado em 01 de fevereiro de 2020  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)
  24. «Síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS) na Coreia do Sul». www.portalconsular.itamaraty.gov.br. Consultado em 21 de janeiro de 2020 
  25. «Coreia do Sul declara fim da epidemia do vírus MERS». VEJA. Consultado em 21 de janeiro de 2020