Peixe-boi-marinho: diferenças entre revisões

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== Distribuição e ''habitat'' ==
== Distribuição e ''habitat'' ==

[[imagem:Manatee Florida.jpg|thumb|esquerda|Peixe-boi em [[Crystal River]]]]


Os peixes-boi habita principalmente áreas costeiras rasas, incluindo rios e estuários. Podem resistir a grandes mudanças na salinidade e foram encontrados em águas altamente salgadas e salinas.<ref name=":23"/> A taxa metabólica extremamente baixa e a falta de uma espessa camada de gordura corporal isolante os limita a locais com águas quentes, incluindo regiões tropicais. Embora seja mais comumente encontrado ao longo da costa da [[Flórida]], foi avistado tão ao norte quanto [[Dennis (Massachusetts)|Denis]], em [[Massachussetes]], e ao oeste até o [[Texas]].<ref name=":02"/> Um peixe-boi foi avistado no [[rio Wolf (Tenessi)|rio Wolf]] (perto de onde entra no [[rio Mississipi]]) em [[Mênfis (Tenessi)|Mênfis]], [[Tenessi]] em 2006.<ref>{{citar jornal|url=http://www.nbcnews.com/id/16160935/ns/us_news-environment/t/manatee-found-dead-tenn-lake|título=Manatee found dead in Tenn. lake|data=11 de dezembro de 2006|acessodata=2 de agosto de 2021|urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160924124042/http://www.nbcnews.com/id/16160935/ns/us_news-environment/t/manatee-found-dead-tenn-lake/|arquivodata=24 de setembro de 2016|agência=Associated Press}}</ref> Uma análise dos padrões de [[DNA mitocondrial]] indica que existem realmente três grupos geográficos primários do peixe-boi: (i) Flórida e as [[Grandes Antilhas]]; (ii) [[México]], [[América Central]] e norte da [[América do Sul]]; e (iii) nordeste da América do Sul.<ref>{{citar periódico|último1 =Garcia-Rodriguez|primeiro1 =A. I.|último2 =Bowen|primeiro2 =B. W.|último3 =Domning|primeiro3 =D|último4 =Mignucci-Giannoni|primeiro4 =A|último5 =Marmontel|primeiro5 =M|último6 =Montoya-Ospina|primeiro6 =A|último7 =Morales-Vela|primeiro7 =B|último8 =Rudin|primeiro8 =M|último9 =Bonde|primeiro9 =R. K.|último10 =McGuire|primeiro10 =P. M.|ano=1998|título=Phylogeography of the West Indian manatee (''Trichechus manatus''): How many populations and how many taxa?|periódico=Molecular Ecology|volume=7|número=9|páginas=1137–1149|doi=10.1046/j.1365-294x.1998.00430.x|pmid=9734072|url=https://semanticscholar.org/paper/bad4cfa16d0c72c4c55d5d41aac24555b0c1f865}}</ref><ref>{{citar periódico|último1 =Vianna|primeiro1 =J. A.|último2 =Bonde|primeiro2 =R. K.|último3 =Caballero|primeiro3 =S|último4 =Giraldo|primeiro4 =J. P.|último5 =Lima|primeiro5 =R. P.|último6 =Clark|primeiro6 =A|último7 =Marmontel|primeiro7 =M|último8 =Morales-Vela|primeiro8 =B|último9 =De Souza|primeiro9 =M. J.|último10 =Parr|primeiro10 =L|último11 =Rodríguez-Lopez|primeiro11 =M. A.|ano=2006|título=Phylogeography, phylogeny and hybridization in trichechid sirenians: implications for manatee conservation|periódico=Molecular Ecology|volume=15|número=2|páginas=433–47|doi=10.1111/j.1365-294X.2005.02771.x|pmid=16448411|último12 =Mignucci-Giannoni|primeiro12 =A. A.|último13 =Powell|primeiro13 =J. A.|último14 =Santos|primeiro14 =F. R.}}</ref>
Os peixes-boi habita principalmente áreas costeiras rasas, incluindo rios e estuários. Podem resistir a grandes mudanças na salinidade e foram encontrados em águas altamente salgadas e salinas.<ref name=":23"/> A taxa metabólica extremamente baixa e a falta de uma espessa camada de gordura corporal isolante os limita a locais com águas quentes, incluindo regiões tropicais. Embora seja mais comumente encontrado ao longo da costa da [[Flórida]], foi avistado tão ao norte quanto [[Dennis (Massachusetts)|Denis]], em [[Massachussetes]], e ao oeste até o [[Texas]].<ref name=":02"/> Um peixe-boi foi avistado no [[rio Wolf (Tenessi)|rio Wolf]] (perto de onde entra no [[rio Mississipi]]) em [[Mênfis (Tenessi)|Mênfis]], [[Tenessi]] em 2006.<ref>{{citar jornal|url=http://www.nbcnews.com/id/16160935/ns/us_news-environment/t/manatee-found-dead-tenn-lake|título=Manatee found dead in Tenn. lake|data=11 de dezembro de 2006|acessodata=2 de agosto de 2021|urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160924124042/http://www.nbcnews.com/id/16160935/ns/us_news-environment/t/manatee-found-dead-tenn-lake/|arquivodata=24 de setembro de 2016|agência=Associated Press}}</ref> Uma análise dos padrões de [[DNA mitocondrial]] indica que existem realmente três grupos geográficos primários do peixe-boi: (i) Flórida e as [[Grandes Antilhas]]; (ii) [[México]], [[América Central]] e norte da [[América do Sul]]; e (iii) nordeste da América do Sul.<ref>{{citar periódico|último1 =Garcia-Rodriguez|primeiro1 =A. I.|último2 =Bowen|primeiro2 =B. W.|último3 =Domning|primeiro3 =D|último4 =Mignucci-Giannoni|primeiro4 =A|último5 =Marmontel|primeiro5 =M|último6 =Montoya-Ospina|primeiro6 =A|último7 =Morales-Vela|primeiro7 =B|último8 =Rudin|primeiro8 =M|último9 =Bonde|primeiro9 =R. K.|último10 =McGuire|primeiro10 =P. M.|ano=1998|título=Phylogeography of the West Indian manatee (''Trichechus manatus''): How many populations and how many taxa?|periódico=Molecular Ecology|volume=7|número=9|páginas=1137–1149|doi=10.1046/j.1365-294x.1998.00430.x|pmid=9734072|url=https://semanticscholar.org/paper/bad4cfa16d0c72c4c55d5d41aac24555b0c1f865}}</ref><ref>{{citar periódico|último1 =Vianna|primeiro1 =J. A.|último2 =Bonde|primeiro2 =R. K.|último3 =Caballero|primeiro3 =S|último4 =Giraldo|primeiro4 =J. P.|último5 =Lima|primeiro5 =R. P.|último6 =Clark|primeiro6 =A|último7 =Marmontel|primeiro7 =M|último8 =Morales-Vela|primeiro8 =B|último9 =De Souza|primeiro9 =M. J.|último10 =Parr|primeiro10 =L|último11 =Rodríguez-Lopez|primeiro11 =M. A.|ano=2006|título=Phylogeography, phylogeny and hybridization in trichechid sirenians: implications for manatee conservation|periódico=Molecular Ecology|volume=15|número=2|páginas=433–47|doi=10.1111/j.1365-294X.2005.02771.x|pmid=16448411|último12 =Mignucci-Giannoni|primeiro12 =A. A.|último13 =Powell|primeiro13 =J. A.|último14 =Santos|primeiro14 =F. R.}}</ref>
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=== Comportamento ===
=== Comportamento ===
O peixe-boi das [[Índias Ocidentais]] é surpreendentemente ágil na água, e indivíduos foram vistos fazendo rolinhos, dando cambalhotas e até mesmo nadando de cabeça para baixo. Os peixes-boi não são territoriais e não têm comportamento complexo de evitação de [[Predação|predadores]], já que evoluíram em áreas sem predadores [[Naturalismo|naturais]]. Os predadores comuns de [[Mamífero marinho|mamíferos marinhos]], como as [[orca]]s e os grandes [[Tubarão|tubarões]], raramente são encontrados em habitats habitados por esta [[espécie]].


Como os peixes-boi evoluíram em ''habitats'' sem predadores naturais, não têm comportamento de evitação de predadores. O grande tamanho e as [[Metabolismo basal|baixas taxas metabólicas]] dos peixes-boi contribuem para sua capacidade para mergulhos longos e profundos, bem como sua relativa falta de velocidade. São frequentemente criaturas solitárias, mas se agregam em ''habitats'' de água quente durante o inverno e durante a formação de rebanhos de reprodução.<ref name=":23"/>
==== Comunicação ====

Alguns cientistas (Rathbun, Reid, Bonde e Powell, 1995) observaram que os peixes-boi formam longos períodos de rebanhos de acasalamento quando machos se deparam com fêmeas no cio, o que indica a possibilidade de os machos sentirem o [[estrogênio]] ou outros indicadores químicos.<ref>{{Citar web|titulo=Sensory Processes of Florida Manatees: A Review|url=http://dx.doi.org/10.1037/e603982013-097|obra=PsycEXTRA Dataset|data=2007|acessodata=2 de agosto de 2021|primeiro=G. B.|ultimo=Bauer|primeiro2=D. E.|ultimo2=Colbert|primeiro3=J. C.|ultimo3=Gaspard|primeiro4=R.|ultimo4=Reep|primeiro5=D.|ultimo5=Mann}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Packard|primeiro=Jane M.|ultimo2=III|primeiro2=John E. Reynolds|ultimo3=Odell|primeiro3=Daniel K.|data=abril de 1993|titulo=Manatees and Dugongs|url=http://dx.doi.org/10.2307/3809444|jornal=The Journal of Wildlife Management|volume=57|numero=2|paginas=423|doi=10.2307/3809444|issn=0022-541X}}</ref> Outros [[cientista]]s (Sousa-Lima, Paglia e Fonseca, 2002) observaram que os peixes-boi podem comunicar informações entre si através de seus padrões de vocalização.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Sousa-Lima|primeiro=Renata S.|ultimo2=Paglia|primeiro2=Adriano P.|ultimo3=Da Fonseca|primeiro3=Gustavo A.B.|data=fevereiro de 2002|titulo=Signature information and individual recognition in the isolation calls of Amazonian manatees, Trichechus inunguis (Mammalia: Sirenia)|url=https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0003347201918731|jornal=Animal Behaviour|lingua=en|volume=63|numero=2|paginas=301–310|doi=10.1006/anbe.2001.1873}}</ref> Evidências sugerem que existem diferenças relacionadas ao [[sexo]] e à idade na estrutura de vocalização de gritos entre homens adultos, mulheres adultas e jovens. Isso pode ser uma indicação de individualidade vocal entre os [[Peixe-boi|peixes-boi]]. Um aumento na vocalização do peixe-boi depois de um estímulo de [[reprodução]] vocal mostra que eles podem reconhecer a voz individual de outro peixe-boi. Esse comportamento no peixe-boi é encontrado principalmente entre as interações mãe e filhote. No entanto, a vocalização ainda pode ser comumente encontrada em uma variedade de interações sociais dentro de grupos de peixes-boi, que é semelhante a outros [[Mamíferos|mamíferos aquáticos]]. Ao se comunicar em ambientes ruidosos, os peixes-boi que estão em grupos experimentam o mesmo efeito Lombard que os humanos; onde eles involuntariamente aumentam o esforço vocal quando se comunicam em ambientes barulhentos.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Miksis-Olds|primeiro=Jennifer L.|ultimo2=Tyack|primeiro2=Peter L.|data=março de 2009|titulo=Manatee (Trichechus manatus) vocalization usage in relation to environmental noise levels|url=http://dx.doi.org/10.1121/1.3068455|jornal=The Journal of the Acoustical Society of America|volume=125|numero=3|paginas=1806–1815|doi=10.1121/1.3068455|issn=0001-4966}}</ref> Com base em evidências [[acústica]]s e [[Anatomia de superfície|anatômicas]], presume-se que as pregas vocais de mamíferos sejam o mecanismo para a produção de sons no peixe-boi.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Landrau-giovannetti|primeiro=Nelmarie|ultimo2=Mignucci-giannoni|primeiro2=Antonio A.|ultimo3=Reidenberg|primeiro3=Joy S.|data=2014-07-16|titulo=Acoustical and Anatomical Determination of Sound Production and Transmission in West Indian (Trichechus manatus) and Amazonian (T. inunguis) Manatees|url=http://dx.doi.org/10.1002/ar.22993|jornal=The Anatomical Record|volume=297|numero=10|paginas=1896–1907|doi=10.1002/ar.22993|issn=1932-8486}}</ref> Os peixes-boi também comem as fezes de outros peixes-boi; presume-se que eles façam isso para coletar informações sobre o status reprodutivo ou a dominância, indicando o importante papel da quimiorrecepção no comportamento social e reprodutivo dos peixes-boi.<ref>{{Citar web|titulo=Sensory Processes of Florida Manatees: A Review|url=http://dx.doi.org/10.1037/e603982013-097|obra=PsycEXTRA Dataset|data=2007|acessodata=2 de agosto de 2021|primeiro=G. B.|ultimo=Bauer|primeiro2=D. E.|ultimo2=Colbert|primeiro3=J. C.|ultimo3=Gaspard|primeiro4=R.|ultimo4=Reep|primeiro5=D.|ultimo5=Mann}}</ref>
=== Comunicação ===

[[imagem:Manatees at Haulover Canal.jpg|thumb|esquerda|Exemplares no [[Refúgio da Vida Selvagem da Ilha Merritt]], no [[canal Haulover]], na [[Flórida]]]]

Foi demonstrado que os peixes-boi formam grandes rebanhos de acasalamento quando os machos encontram fêmeas em estro, indicando que os machos podem ser capazes de sentir [[estrogênio]] ou outros indicadores químicos.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Packard|primeiro=Jane M.|ultimo2=III|primeiro2=John E. Reynolds|ultimo3=Odell|primeiro3=Daniel K.|data=abril de 1993|titulo=Manatees and Dugongs|url=http://dx.doi.org/10.2307/3809444|jornal=The Journal of Wildlife Management|volume=57|numero=2|paginas=423|doi=10.2307/3809444|issn=0022-541X}}</ref>
<ref name="Learning 811-8252">{{citar periódico|último1 =Bauer|primeiro1 =G. B.|último2 =Colbert|primeiro2 =J. C. Gaspard III|ano=2010|título=Learning About Manatees: A Collaborative Program between New College of Florida and Mote Marine Laboratory to Conduct Laboratory Research for Manatee Conservation|url=https://www.researchgate.net/publication/228349068|urlmorta= não|periódico=International Journal of Comparative Psychology|volume=23|páginas=811–825|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180514001548/https://www.researchgate.net/publication/228349068_Learning_about_Manatees_A_Collaborative_Program_between_New_College_of_Florida_and_Mote_Marine_Laboratory_to_Conduct_Laboratory_Research_for_Manatee|arquivodata=2018-05-14}}</ref><ref>{{citar livro|título=Manatees and Dugongs|último1 =Reynolds|primeiro1 =J. E., III|último2 =Odell|primeiro2 =D. K.|publicado=Facts on File, Inc.|ano=1991|local=Nova Iorque}}</ref> Podem comunicar informações uns aos outros por meio de seus padrões de vocalização.<ref name="2001 12">{{citar periódico|último1 =Sousa-Lima|primeiro1 =Renata S.|último2 =Paglia|primeiro2 =Adriano P.|último3 =Fonseca|primeiro3 =Gustavo A. B.|ano=2002|título=Signature information and individual recognition in the isolation calls of Amazonian manatees, ''Trichechus inunguis'' (Mammalia: Sirenia)|url=https://www.researchgate.net/publication/222567194|periódico=Animal Behaviour|volume=63|número=2|páginas=301–310|doi=10.1006/anbe.2001.1873}}</ref> As diferenças relacionadas ao sexo e à idade são aparentes na estrutura das vocalizações comuns em machos adultos, fêmeas adultas e jovens.<ref name="renamed_from_2_on_201901060102502">{{citar periódico|último1 =Sousa-Lima|primeiro1 =Renata S.|último2 =Paglia|primeiro2 =Adriano P.|último3 =Fonseca|primeiro3 =Gustavo A. B.|data=2008|título=Gender, Age, and Identity in the Isolation Calls of Antillean Manatees (''Trichechus manatus manatus'')|url=https://www.researchgate.net/publication/250020556|periódico=Aquatic Mammals|volume=34|número=1|páginas=109–122|doi=10.1578/AM.34.1.2008.109}}</ref><ref>{{citar periódico|último =O'Shea|primeiro =Thomas J.|último2 =Lynn B. Poché|primeiro2 =Jr.|data=2006|título=Aspects of Underwater Sound Communication in Florida Manatees (Trichechus manatus latirostris)|url=https://www.jstor.org/stable/4126883|periódico=Journal of Mammalogy|volume=87|número=6|páginas=1061–1071|issn=0022-2372}}</ref> Isso pode ser uma indicação de individualidade vocal entre os peixes-boi. Um aumento na vocalização após um estímulo de reprodução vocal mostra que podem reconhecer a voz específica de outro peixe-boi.<ref name="renamed_from_3_on_201901060102502">{{citar periódico|último1 =Umeed|primeiro1 =Rebecca|último2 =Attademo|primeiro2 =Loffler N.|último3 =Bezerra|primeiro3 =Bruna|ano=2018|título=The influence of age and sex on the vocal repertoire of the Antillean manatee (''Trichechus manatus manatus'') and their response to call playback|periódico=Marine Mammal Science|volume=34|número=3|páginas=577–594|doi=10.1111/mms.12467}}</ref>

Esse comportamento em peixes-boi é encontrado principalmente entre as interações mãe e filhote. No entanto, a vocalização ainda pode ser comumente encontrada em uma variedade de interações sociais dentro de grupos de peixes-boi, que é semelhante a outros mamíferos aquáticos.<ref name="renamed_from_4_on_201901060102502">{{citar periódico|último1 =Reynolds|primeiro1 =John E. II|data=1981|título=Aspects of the social behavior and herd structure of a semi-isolated colony of West Indian manatees, ''Trichechus manatus''|url=https://www.deepdyve.com/lp/de-gruyter/aspects-of-the-social-behaviour-and-herd-structure-of-a-semi-isolated-4gg1AeNLJt|periódico=Mammalia|volume=45|número=4|páginas=431–451|doi=10.1515/mamm.1981.45.4.431}}</ref><ref name="renamed_from_5_on_201901060102502">{{citar periódico|último1 =Herzing|primeiro1 =Denise L.|data=1996|título=Vocalization and associated underwater behavior of free-ranging Atlantic spotted dolphins, Stenella frontalis and bottlenose dolphins, Tursiops truncates|url=https://www.researchgate.net/publication/237699471|periódico=Aquatic Mammals|volume=22|número=2|páginas=61–79|doi=10.12966/abc.02.02.2015}}</ref> Ao se comunicarem em ambientes ruidosos, os peixes-boi que estão em grupos experimentam o mesmo [[efeito Lombard]] que os humanos; onde irão aumentar involuntariamente seu esforço vocal ao se comunicarem.<ref>{{citar periódico|último1 =Mikisis-Olds|primeiro1 =Jennifer L.|último2 =Tyack|primeiro2 =Peter L.|ano=2008|título=Manatee (''Trichechus manatus'') vocalization usage in relation to environmental noise levels|url=https://darchive.mblwhoilibrary.org/bitstream/handle/1912/2740/JASA_Miksis%20-Tyack.pdf;sequence=1|periódico=The Journal of the Acoustical Society of America |publicado=Acoustical Society of America (ASA)|volume=125|número=3|páginas=1806–1815|doi=10.1121/1.3068455|pmid=19275337|hdl=1912/2740}}</ref> Com base em evidências [[acústica]]s e [[Anatomia de superfície|anatômicas]], presume-se que as pregas vocais de mamíferos sejam o mecanismo de produção de som em peixes-boi.<ref>{{citar periódico|último1 =Landrau‐giovannetti|primeiro1 =Nelmarie|último2 =Mignucci‐giannoni|primeiro2 =Antonio A.|último3 =Reidenberg|primeiro3 =Joy S.|data=2014|título=Acoustical and Anatomical Determination of Sound Production and Transmission in West Indian (''Trichechus manatus'') and Amazonian (''T. inunguis'') Manatees|periódico=The Anatomical Record |volume=297|número=10|páginas=1896–1907|doi=10.1002/ar.22993|pmid=25044536}}</ref> Peixes-boi também comem fezes de outros peixes-boi; presume-se que façam isso para reunir informações sobre o estado reprodutivo ou dominância, indicando o importante papel que a quimiorrecepção desempenha no comportamento social e reprodutivo dos peixes-boi.<ref name="Learning 811-8252" />


=== Dieta ===
=== Dieta ===

Os peixes-boi são herbívoros obrigatórios que se alimentam de mais de 60 espécies de plantas aquáticas, tanto na água doce quanto salgada. Além disso, quando a maré está alta o suficiente, eles também se alimentam de gramíneas e folhas.<ref>{{Citar periódico|ultimo=BEST|primeiro=ROBIN C.|data=março de 1981|titulo=Foods and feeding habits of wild and captive Sirenia|url=http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2907.1981.tb00243.x|jornal=Mammal Review|volume=11|numero=1|paginas=3–29|doi=10.1111/j.1365-2907.1981.tb00243.x|issn=0305-1838}}</ref> Eles também consomem alguns peixes e pequenos invertebrados.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Powell|primeiro=James A.|data=1978-05-30|titulo=Evidence of Carnivory in Manatees (Trichechus manatus)|url=https://academic.oup.com/jmammal/article/59/2/442/830790|jornal=Journal of Mammalogy|lingua=en|volume=59|numero=2|paginas=442–442|doi=10.2307/1379938|issn=0022-2372}}</ref> Enquanto muitos peixes-boi são conhecidos por comer uma grande quantidade ao longo do dia, a quantidade que eles comem depende do tamanho do corpo e do nível de atividade.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Rappucci|primeiro=Gina|data=2012-03-01|titulo=Tidal Cycle Effects on the Occurrence of the Florida Manatee (Trichechus manatus latirostris) at the Port Everglades Power Plant|url=http://dx.doi.org/10.1578/am.38.1.2012.31|jornal=Aquatic Mammals|volume=38|numero=1|paginas=31–42|doi=10.1578/am.38.1.2012.31|issn=0167-5427}}</ref> Os peixes-boi normalmente pastam por 5 ou mais horas por dia, consumindo entre 4% e 10% do seu peso corporal em vegetação úmida por dia. Como os peixes-boi se alimentam de plantas abrasivas, seus molares geralmente são desgastados e são substituídos muitas vezes ao longo de suas vidas, por isso são chamados de "molares em marcha". Os dentes molares são semelhantes em forma, mas de tamanhos variados. A substituição dos dentes molares é feita na direção para frente.<ref>{{Citar periódico|data=2001-06-27|editor-sobrenome=Dierauf|editor-nome=Leslie|editor-sobrenome2=Gulland|editor-nome2=Frances M.D.|titulo=CRC Handbook of Marine Mammal Medicine|url=http://dx.doi.org/10.1201/9781420041637|doi=10.1201/9781420041637}}</ref> Os peixes-boi não têm incisivos. De fato, os incisivos foram substituídos por placas gengivais com tesão. Os peixes-boi são não[[Ruminantes|-ruminantes]] com o intestino grosso aumentado. Ao contrário de outros fermentadores do intestino, como o cavalo, os peixes-boi extraem eficientemente nutrientes, particularmente celulose, das plantas aquáticas em sua dieta. Os peixes-boi têm um trato gastrointestinal grande, com conteúdo que mede cerca de 23% de sua massa corporal total. Além disso, a taxa de passagem dos alimentos é muito longa (cerca de 7 dias). Ter um aumento da taxa de digestão é benéfico, aumentando a digestibilidade da sua dieta. Sugere-se que a [[fermentação]] crônica também forneça calor adicional e esteja correlacionada com sua baixa taxa metabólica.<ref>{{Citar periódico|ultimo=BEST|primeiro=ROBIN C.|data=março de 1981|titulo=Foods and feeding habits of wild and captive Sirenia|url=http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2907.1981.tb00243.x|jornal=Mammal Review|volume=11|numero=1|paginas=3–29|doi=10.1111/j.1365-2907.1981.tb00243.x|issn=0305-1838}}</ref>
[[imagem:Hpim0279.jpg|thumb|Espécime se alimentando de folhas]]

Embora já se tenha evidenciado o consumo de alguns peixes e pequenos invertebrados,<ref>{{Citar periódico|ultimo=Powell|primeiro=James A.|data=1978-05-30|titulo=Evidence of Carnivory in Manatees (Trichechus manatus)|url=https://academic.oup.com/jmammal/article/59/2/442/830790|jornal=Journal of Mammalogy|lingua=en|volume=59|numero=2|paginas=442–442|doi=10.2307/1379938|issn=0022-2372}}</ref> os peixes-boi são essecialmente herbívoros que se alimentam de mais de 60 espécies de plantas aquáticas, tanto na água doce quanto salgada. As ervas marinhas são um alimento básico da dieta do peixe-boi, principalmente nas áreas costeiras.<ref>{{citar periódico|último1 =Lefebvre|primeiro1 =Lynn W.|último2 =Reid|primeiro2 =James P.|último3 =Kenworthy|primeiro3 =W. Judson|último4 =Powell|primeiro4 =James A.|data=1999|título=Characterizing Manatee habitat use and seagrass grazing in Florida and Puerto Rico: implications for conservation and management|periódico=Pacific Conservation Biology|língua=en|volume=5|número=4|páginas=289–298|doi=10.1071/pc000289|issn=2204-4604}}</ref><ref>{{citar periódico|último =Reich|primeiro =Kimberly J.|último2 =Worthy|primeiro2 =Graham A. J.|data=2006|título=An isotopic assessment of the feeding habits of free-ranging manatees|url=https://www.jstor.org/stable/24870879|periódico=Marine Ecology Progress Series|volume=322|páginas=303–309|issn=0171-8630}}</ref><ref>{{citar periódico|último =MacFadden|primeiro =Bruce J.|último2 =Higgins|primeiro2 =Pennilyn|último3 =Clementz|primeiro3 =Mark T.|último4 =Jones|primeiro4 =Douglas S.|data=2004|título=Diets, Habitat Preferences, and Niche Differentiation of Cenozoic Sirenians from Florida: Evidence from Stable Isotopes|url=https://www.jstor.org/stable/4096848|periódico=Paleobiology|volume=30|número=2|páginas=297–324|issn=0094-8373}}</ref> Além disso, quando a maré está alta o suficiente, também se alimentam de gramíneas e folhas.<ref name=":022">{{citar periódico|último =Best|primeiro =Robin C.|data=1981-03-01|título=Foods and feeding habits of wild and captive Sirenia|periódico=Mammal Review|língua=en|volume=11|número=1|páginas=3–29|doi=10.1111/j.1365-2907.1981.tb00243.x|issn=1365-2907}}</ref> Normalmente forrageiam por cinco ou mais horas por dia, consumindo de 4% a 10% de seu peso corporal na vegetação úmida por dia, embora a quantidade exata dependa de seu tamanho corporal e nível de atividade.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Rappucci|primeiro=Gina|data=2012-03-01|titulo=Tidal Cycle Effects on the Occurrence of the Florida Manatee (Trichechus manatus latirostris) at the Port Everglades Power Plant|url=http://dx.doi.org/10.1578/am.38.1.2012.31|jornal=Aquatic Mammals|volume=38|numero=1|paginas=31–42|doi=10.1578/am.38.1.2012.31|issn=0167-5427}}</ref><ref>{{citar periódico|autor =Allen, Aarin|ano=2015|título=Using the West Indian Manatee (''Trichechus manatus'') as a Mechanism for Invasive Aquatic Plant Management in Florida|url=http://nsuworks.nova.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1494&context=occ_facarticles|urlmorta= não|periódico=Journal of Aquatic Plant Management|volume=53|páginas=95–104|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170902051846/http://nsuworks.nova.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1494&context=occ_facarticles|arquivodata=2017-09-02}}</ref> Como os peixes-boi se alimentam de plantas abrasivas, seus molares costumam ficar desgastados e são substituídos muitas vezes ao longo de suas vidas, ganhando assim o apelido de "molares em marcha". Os molares são semelhantes em forma, mas de tamanhos variados; não têm [[incisivo]]s, que estes foram substituídos por placas gengivais córneas.<ref>{{citar livro|url=https://archive.org/details/crchandbookofmar00dier|título=CRC handbook of marine mammal medicine|data=2001|publicado=CRC Press|others=Dierauf, Leslie A., 1948-, Gulland, Frances M. D.|isbn=9780849308390|edição=2nd|local=Boca Raton, FL|oclc=45888920}}</ref>

Peixes-boi são não ruminantes com intestino grosso dilatado. Ao contrário de outros fermentadores do intestino grosso, como o cavalo, extraem com eficiência nutrientes, principalmente [[celulose]], das plantas aquáticas em sua dieta. Têm um grande trato gastrointestinal com conteúdo medindo cerca de 23% de sua massa corporal total. Além disso, a taxa de passagem dos alimentos é muito longa (cerca de sete dias).<ref>{{citar periódico|último1 =Reynolds|primeiro1 =John E.|último2 =Rommel|primeiro2 =Sentiel A.|data=1996-07-01|título=Structure and function of the gastrointestinal tract of the Florida manatee, ''Trichechus manatus latirostris''|url=http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/(SICI)1097-0185(199607)245:33.0.CO;2-Q/abstract|periódico=The Anatomical Record|língua=en|volume=245|número=3|páginas=539–558|doi=10.1002/(sici)1097-0185(199607)245:3<539::aid-ar11>3.0.co;2-q|pmid=8800413|issn=1097-0185}}</ref> Esse processo lento aumenta a digestibilidade de sua dieta. É sugerido que a fermentação crônica também pode fornecer calor adicional e está correlacionada com sua baixa taxa metabólica.<ref name=":022" />

=== Vibrissas ===

[[imagem:Sculpture of Manatee.JPG|thumb|Escultura de peixe-boi com suas vibrissas evidenciadas]]

Os peixes-boi têm pelos táteis sensíveis que cobrem seus corpos chamados [[vibrissa]]s. Cada fio de cabelo individual é um aparelho vibrissal denominado complexo folículo-seio. As vibrissas são cheios de sangue e estão delimitadas por uma cápsula de tecido conjuntivo densa com terminações nervosas sensíveis que fornecem resposta tátil ao peixe-boi.<ref name="Gaspard22"/>

Normalmente são encontradas nas regiões faciais de animais aquáticos terrestres e não sirênios e são chamadas de bigodes. Os peixes-boi, no entanto, têm por todo o corpo. As localizadas na região facial são cerca de 30 vezes mais densas do que as no resto do corpo. Sua boca consiste em lábios preênseis muito móveis que são usados ​​para agarrar alimentos e objetos. As vibrissas nesses lábios são voltadas para fora durante a preensão e são usadas para localizar a vegetação. Seus discos orais também contêm vibrissas que foram classificadas como pelos semelhantes a cerdas, usados ​​na investigação sem o agarrar de objetos e alimentos.<ref>Hartman DS. (1979). [[iarchive:ecologybehavioro00hart|Ecology and behavior of the manatee (''Trichechus manatus'') in Florida]]. ''American Society of Mammalogists Special Publication'' No. 5. 1–153.</ref><ref>{{citar periódico|último1 =Marshall|primeiro1 =CD|último2 =Huth|primeiro2 =GD|último3 =Edmonds|primeiro3 =VM|último4 =Halin|primeiro4 =DL|último5 =Reep|primeiro5 =RL|ano=1998|título=Prehensile use of perioral bristles during feeding and associated behaviors of the Florida manatee (''Trichechus manatus latirostris'')|periódico=Marine Mammal Science|volume=14|número=2|páginas=274–289|doi=10.1111/j.1748-7692.1998.tb00716.x}}</ref>

As vibrissas do peixe-boi são tão sensíveis que são capazes de realizar uma discriminação ativa de texturas por toque. Os peixes-boi também usam suas vibrissas para navegar nos turvos cursos d'água de seu ambiente. Pesquisas indicaram que são capazes de usá-las para detectar estímulos hidrodinâmicos da mesma forma que os peixes usam seu sistema de [[linha lateral]].<ref name="Gaspard22"/>

=== Reprodução ===

Os peixes-boi machos atingem a maturidade sexual aos 3–4 anos de idade, enquanto as fêmeas atingem a maturidade sexual aos 3–5 anos de idade.<ref>{{citar periódico|autor =Rommel, Sentiel A.|ano=2001|título=Functional morphology of venous structures associated with the male and female reproductive systems in Florida manatees (''Trichechus manatus latirostris'')|periódico=The Anatomical Record|volume=264|número=4|páginas=339–47|doi=10.1002/ar.10022|pmid=11745089}}</ref><ref name=":23"/> Os peixes-boi parecem capazes de procriar ao longo de toda a sua vida adulta, embora a maioria das fêmeas reproduza com sucesso pela primeira vez aos 7–9 anos. A reprodução ocorre em rebanhos de acasalamento efêmeros, nos quais vários machos se agregam em torno de uma fêmea em estro e competem pelo acesso a ela.<ref>{{citar livro|url=https://www.biodiversitylibrary.org/bibliography/39474|título=Ecology and behavior of the Manatee (''Trichechus manatus'') in Florida /|último1 =Hartman|primeiro1 =Daniel Stanwood|último2 =Mammalogists|primeiro2 =American Society of|data=1979|publicado=American Society of Mammalogists|local=[Pittsburgh, Pa.]|doi=10.5962/bhl.title.39474}}</ref> Observou-se que machos maiores, presumivelmente mais velhos, dominam os rebanhos de acasalamento e são provavelmente responsáveis ​​pela maioria dos eventos de cópula bem-sucedidos.<ref name=":5">{{citar periódico|título=Reproduction in free- ranging Florida manatees|periódico=National Biological Service Information and Technology Report 1}}</ref>

O período de gestação em peixes-boi dura de 12 a 14 meses, após os quais dão à luz um filhote por vez ou raramente gêmeos.<ref name=":5" /> Quando um filhote nasce, geralmente pesa 60–70 libras (27–32 quilos) e tem 4,0–4,5 pés (1,2–1,4 metro) de comprimento. Os peixes-boi não formam um par permanente e o macho não contribui com os cuidados parentais com o filhote, que permanece com a mãe por até dois anos antes do desmame. Uma única fêmea pode reproduzir uma vez a cada 2-3 anos.<ref name=":23"/> Os peixes-boi selvagens foram documentados produzindo descendentes em seus 30 anos de idade, e uma fêmea de peixe-boi em cativeiro deu à luz aos 40 anos.<ref name=iucn />


== Conservação do Peixe-Boi ==
== Conservação do Peixe-Boi ==
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Revisão das 17h36min de 2 de agosto de 2021

Como ler uma infocaixa de taxonomiaPeixe-boi-marinho

Estado de conservação
Espécie vulnerável
Vulnerável (IUCN 3.1) [2]
Classificação científica
Reino: Animal
Filo: Cordados
Classe: Mamíferos
Ordem: Sirênios
Família: Triquecídeos
Género: Trichechus
Espécie: T. manatus
Nome binomial
Trichechus manatus[1]
Lineu, 1758
Distribuição geográfica

O peixe-boi-marinho (Trichechus manatus), também conhecido como guarabá, guaraguá, manaí, manati, manatim,[3] manatim-das-caraíbas, vaca-marinha,[4] é o maior gênero da ordem dos mamíferos aquáticos sirênios (que também inclui o dugongo e o extinto Hydrodamalis gigas) e pertence à família dos triquecídeos.[5][6][7][8][9] É ainda dividido em duas subespécies, o peixe-boi-da-flórida (T. m. Latirostris) e o peixe-boi-das-antilhas (T. m. Manatus), com base em estudos genéticos e morfológicos.[10][11] A subespécie da Flórida é encontrada principalmente ao longo da costa, mas seu alcance se estende até o oeste do Texas e ao norte até Massachussetes.[12] A subespécie das Antilhas tem uma distribuição esparsa em todo o Caribe, indo ao norte até o México e ao sul até o Brasil.[13][14]

Os peixes-boi são herbívoros, desenvolveram habilidades de comunicação vocal e são cobertos por vibrissas altamente sensíveis que são usadas para alimentação e navegação.[15] Na época de reprodução, vários machos formam rebanhos de acasalamento em torno de uma única fêmea; em média, um filhote nasce de uma fêmea de peixe-boi a cada dois ou três anos.[16]

O peixe-boi-marinho foi listado como ameaçado de extinção pela Endangered Species Act dos Estados Unidos na década de 1970, quando havia apenas várias centenas restantes,[17] e as décadas desde então testemunharam esforços significativos por organizações federais, estaduais, privadas e sem fins lucrativos para proteger essas espécies de ameaças naturais e induzidas pelo homem, particularmente colisões com embarcações.[18] Em 30 de março de 2017, o Secretário do Interior dos Estados Unidos, Ryan Zinke, anunciou a reclassificação federal do peixe-boi de ameaçado para vulnerável, citando um aumento substancial na população total.[17][19]

Etimologia

Manati,[20] manatim[21] ou manaí (registrado manahy em 1817 e manahi em 1853)[22] se originou do termo caraíba mana'ti e foi difundido pelo espanhol manatí.[4] Guarabá tem provável origem tupi-guarani,[23] e guaraguá (historicamente registrado como goaragoá em 1587 e guaragua em 1631) pode derivar de ïgwara'gwa no sentido de "peixe-boi" ou guara-guara no sentido de "comilão".[24]

Descrição

O peixe-boi-marinho tem cerca de 2,7–3,5 metros (8,9–11,5 pés) de comprimento e pesa 200–600 quilos (440–1,320 libras), com as fêmeas sendo geralmente maiores que os machos.[25] O maior indivíduo registrado pesava 1 655 quilos (3 649 libras) e media 4,6 metros (15 pés) de comprimento.[26][27] Estima-se que os peixes-boi vivam 50 anos ou mais na natureza,[16] e um peixe-boi-da-flórida em cativeiro, Snooty, viveu por 69 anos (1948-2017).[28]

Como os peixes-boi são mamíferos, respiram ar, têm sangue quente e produzem leite. Como os outros sirênios, se adaptou totalmente à vida aquática, sem membros posteriores. Em vez de membros posteriores, têm uma pá parecida com uma espátula para propulsão na água. Evoluíram com corpos aerodinâmicos sem abas externas nas orelhas, diminuindo assim a resistência no ambiente aquático. A cobertura de pelagem é esparsamente distribuída pelo corpo, o que pode desempenhar um papel na redução do acúmulo de algas em sua pele espessa. A pele é cinza, mas pode variar na coloração devido às algas e outras biota, como cirrípedes, que oportunisticamente vivem dos peixes-boi. O tecido cicatricial é branco e persiste por décadas, permitindo fácil identificação. O peixe-boi-da-flórida tem de três a quatro unhas em cada nadadeira.[29]

O peixe-boi tem um focinho preênsil, como seu parente, o elefante, para agarrar a vegetação e trazê-la para a boca. Tem de seis a oito dentes moliformes em cada quadrante da mandíbula. Esses dentes são gerados na parte posterior da boca e migram lentamente em direção à parte frontal da boca, a uma taxa de 1–2 milímetros por mês, de onde então caem. Esta 'correia transportadora' de dentes fornece produção ilimitada de dentes, o que é benéfico para o peixe-boi, que se alimenta de vegetação quatro a oito horas por dia e consome 5-10% de seu peso corporal por dia. Tem pelos de 3 a 5 centímetros que cobrem todo o corpo e fornecem informações somatossensoriais. Os ossos são densos e sólidos, o que lhes permite atuar como lastro e promover flutuabilidade negativa. Isso ajuda a neutralizar a flutuabilidade positiva que vem de seu alto teor de gordura. Essas duas contrapartes de flutuabilidade, junto com o ar nos pulmões, ajudam os peixes-boi a atingirem flutuabilidade neutra na água. Isso torna mais fácil respirar, forragear e nadar. Os peixes-boi são únicos, em comparação com outros mamíferos, por terem um diafragma orientado longitudinalmente que é dividido ao meio para formar dois hemidiafragmas. Cada hemidiafragma é capaz de contrações musculares independentes.[29]

Distribuição e habitat

Peixe-boi em Crystal River

Os peixes-boi habita principalmente áreas costeiras rasas, incluindo rios e estuários. Podem resistir a grandes mudanças na salinidade e foram encontrados em águas altamente salgadas e salinas.[16] A taxa metabólica extremamente baixa e a falta de uma espessa camada de gordura corporal isolante os limita a locais com águas quentes, incluindo regiões tropicais. Embora seja mais comumente encontrado ao longo da costa da Flórida, foi avistado tão ao norte quanto Denis, em Massachussetes, e ao oeste até o Texas.[12] Um peixe-boi foi avistado no rio Wolf (perto de onde entra no rio Mississipi) em Mênfis, Tenessi em 2006.[30] Uma análise dos padrões de DNA mitocondrial indica que existem realmente três grupos geográficos primários do peixe-boi: (i) Flórida e as Grandes Antilhas; (ii) México, América Central e norte da América do Sul; e (iii) nordeste da América do Sul.[31][32]

A distribuição sazonal do peixe-boi varia com a temperatura da água. Temperaturas abaixo de aproximadamente 20 °C (68 °F) aumentam o risco de estresse induzido pelo frio ou mortalidade.[16][33] Consequentemente, os peixes-boi-da-flórida procuram refúgios de água quente durante o inverno, concentrados principalmente ao longo da península da Flórida.[34] Muitos desses refúgios são artificiais, criados pelo escoamento de usinas próximas.[2]

Os peixes-boi-da-flórida habitam o limite mais ao norte dos habitats sirênicos. Existem quatro subpopulações reconhecidas de peixes-boi-da-flórida, denominadas populações do Noroeste, Sudoeste, Costa Atlântica e rio São João.[35] Grandes concentrações estão localizadas nas regiões de Crystal River[36] e Blue Springs no centro e norte da Flórida. O peixe-boi-das-antilhas distribui-se esparsamente no Caribe e no noroeste do Oceano Atlântico, desde o México, ao leste até as Grandes Antilhas e ao sul até o Brasil. As populações também podem ser encontradas nas Baamas, Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Trindade, Venezuela, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, Guatemala, Belize, Cuba, Haiti, República Dominicana, Jamaica e Porto Rico.[19]

Comportamento e Dieta

Comportamento

Como os peixes-boi evoluíram em habitats sem predadores naturais, não têm comportamento de evitação de predadores. O grande tamanho e as baixas taxas metabólicas dos peixes-boi contribuem para sua capacidade para mergulhos longos e profundos, bem como sua relativa falta de velocidade. São frequentemente criaturas solitárias, mas se agregam em habitats de água quente durante o inverno e durante a formação de rebanhos de reprodução.[16]

Comunicação

Exemplares no Refúgio da Vida Selvagem da Ilha Merritt, no canal Haulover, na Flórida

Foi demonstrado que os peixes-boi formam grandes rebanhos de acasalamento quando os machos encontram fêmeas em estro, indicando que os machos podem ser capazes de sentir estrogênio ou outros indicadores químicos.[37] [38][39] Podem comunicar informações uns aos outros por meio de seus padrões de vocalização.[40] As diferenças relacionadas ao sexo e à idade são aparentes na estrutura das vocalizações comuns em machos adultos, fêmeas adultas e jovens.[41][42] Isso pode ser uma indicação de individualidade vocal entre os peixes-boi. Um aumento na vocalização após um estímulo de reprodução vocal mostra que podem reconhecer a voz específica de outro peixe-boi.[43]

Esse comportamento em peixes-boi é encontrado principalmente entre as interações mãe e filhote. No entanto, a vocalização ainda pode ser comumente encontrada em uma variedade de interações sociais dentro de grupos de peixes-boi, que é semelhante a outros mamíferos aquáticos.[44][45] Ao se comunicarem em ambientes ruidosos, os peixes-boi que estão em grupos experimentam o mesmo efeito Lombard que os humanos; onde irão aumentar involuntariamente seu esforço vocal ao se comunicarem.[46] Com base em evidências acústicas e anatômicas, presume-se que as pregas vocais de mamíferos sejam o mecanismo de produção de som em peixes-boi.[47] Peixes-boi também comem fezes de outros peixes-boi; presume-se que façam isso para reunir informações sobre o estado reprodutivo ou dominância, indicando o importante papel que a quimiorrecepção desempenha no comportamento social e reprodutivo dos peixes-boi.[38]

Dieta

Espécime se alimentando de folhas

Embora já se tenha evidenciado o consumo de alguns peixes e pequenos invertebrados,[48] os peixes-boi são essecialmente herbívoros que se alimentam de mais de 60 espécies de plantas aquáticas, tanto na água doce quanto salgada. As ervas marinhas são um alimento básico da dieta do peixe-boi, principalmente nas áreas costeiras.[49][50][51] Além disso, quando a maré está alta o suficiente, também se alimentam de gramíneas e folhas.[52] Normalmente forrageiam por cinco ou mais horas por dia, consumindo de 4% a 10% de seu peso corporal na vegetação úmida por dia, embora a quantidade exata dependa de seu tamanho corporal e nível de atividade.[53][54] Como os peixes-boi se alimentam de plantas abrasivas, seus molares costumam ficar desgastados e são substituídos muitas vezes ao longo de suas vidas, ganhando assim o apelido de "molares em marcha". Os molares são semelhantes em forma, mas de tamanhos variados; não têm incisivos, que estes foram substituídos por placas gengivais córneas.[55]

Peixes-boi são não ruminantes com intestino grosso dilatado. Ao contrário de outros fermentadores do intestino grosso, como o cavalo, extraem com eficiência nutrientes, principalmente celulose, das plantas aquáticas em sua dieta. Têm um grande trato gastrointestinal com conteúdo medindo cerca de 23% de sua massa corporal total. Além disso, a taxa de passagem dos alimentos é muito longa (cerca de sete dias).[56] Esse processo lento aumenta a digestibilidade de sua dieta. É sugerido que a fermentação crônica também pode fornecer calor adicional e está correlacionada com sua baixa taxa metabólica.[52]

Vibrissas

Escultura de peixe-boi com suas vibrissas evidenciadas

Os peixes-boi têm pelos táteis sensíveis que cobrem seus corpos chamados vibrissas. Cada fio de cabelo individual é um aparelho vibrissal denominado complexo folículo-seio. As vibrissas são cheios de sangue e estão delimitadas por uma cápsula de tecido conjuntivo densa com terminações nervosas sensíveis que fornecem resposta tátil ao peixe-boi.[15]

Normalmente são encontradas nas regiões faciais de animais aquáticos terrestres e não sirênios e são chamadas de bigodes. Os peixes-boi, no entanto, têm por todo o corpo. As localizadas na região facial são cerca de 30 vezes mais densas do que as no resto do corpo. Sua boca consiste em lábios preênseis muito móveis que são usados ​​para agarrar alimentos e objetos. As vibrissas nesses lábios são voltadas para fora durante a preensão e são usadas para localizar a vegetação. Seus discos orais também contêm vibrissas que foram classificadas como pelos semelhantes a cerdas, usados ​​na investigação sem o agarrar de objetos e alimentos.[57][58]

As vibrissas do peixe-boi são tão sensíveis que são capazes de realizar uma discriminação ativa de texturas por toque. Os peixes-boi também usam suas vibrissas para navegar nos turvos cursos d'água de seu ambiente. Pesquisas indicaram que são capazes de usá-las para detectar estímulos hidrodinâmicos da mesma forma que os peixes usam seu sistema de linha lateral.[15]

Reprodução

Os peixes-boi machos atingem a maturidade sexual aos 3–4 anos de idade, enquanto as fêmeas atingem a maturidade sexual aos 3–5 anos de idade.[59][16] Os peixes-boi parecem capazes de procriar ao longo de toda a sua vida adulta, embora a maioria das fêmeas reproduza com sucesso pela primeira vez aos 7–9 anos. A reprodução ocorre em rebanhos de acasalamento efêmeros, nos quais vários machos se agregam em torno de uma fêmea em estro e competem pelo acesso a ela.[60] Observou-se que machos maiores, presumivelmente mais velhos, dominam os rebanhos de acasalamento e são provavelmente responsáveis ​​pela maioria dos eventos de cópula bem-sucedidos.[61]

O período de gestação em peixes-boi dura de 12 a 14 meses, após os quais dão à luz um filhote por vez ou raramente gêmeos.[61] Quando um filhote nasce, geralmente pesa 60–70 libras (27–32 quilos) e tem 4,0–4,5 pés (1,2–1,4 metro) de comprimento. Os peixes-boi não formam um par permanente e o macho não contribui com os cuidados parentais com o filhote, que permanece com a mãe por até dois anos antes do desmame. Uma única fêmea pode reproduzir uma vez a cada 2-3 anos.[16] Os peixes-boi selvagens foram documentados produzindo descendentes em seus 30 anos de idade, e uma fêmea de peixe-boi em cativeiro deu à luz aos 40 anos.[2]

Conservação do Peixe-Boi

O peixe-boi das Índias Ocidentais tem sido caçado por centenas de anos por carne e couro, e continua sendo caçado nas Américas Central e do Sul. Com a caça ilegal, e as colisões com embarcações, são constantes as mortes dos peixes-bois. Além disso, os estresses ambientais, como a maré vermelha e as águas frias, causam vários problemas de saúde aos peixes-boi, como a imunossupressão, a doença e até a morte.[62]

A subespécie do peixe-boi-da-flórida (T. m. Latirostris) foi listada em outubro de 2007 como ameaçada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) com base em um tamanho populacional inferior a 2 500 indivíduos maduros e uma população estimada em declínio de pelo menos 20% nas próximas duas gerações (estimadas em cerca de 40 anos), devido às mudanças futuras previstas no habitat de águas quentes e às ameaças do aumento do tráfego de embarcações nas próximas décadas.[63]

De acordo com o US Fish & Wildlife Service (FWS) e a Comissão de Conservação de Peixes e Vida Selvagem da Flórida, a categoria "em perigo" da UICN é equivalente à categoria de "ameaçada" da Lei de Espécies Ameaçadas dos Estados Unidos (ESA). Em 2013, o peixe-boi estava listado na ESA como "ameaçado", o que equivale à categoria de "criticamente ameaçada" da UICN. Em abril de 2007, o US Fish and Wildlife Service recomendou que a espécie fosse reclassificada como ameaçada em vez de ameaçada. A Comissão de Conservação de Peixes e Animais Selvagens da Flórida não inclui mais o peixe-boi na sua lista de espécies ameaçadas do estado.[64]

Em 2007, o Painel de Revisão Biológica do Peixe-boi da Flórida apresentou sua avaliação do peixe-boi da Flórida para o ano de 2005-2006. Relataram que não havia "estimativas estatisticamente baseadas em variância de abundância para todo o peixe-boi da Flórida". população "e que a maior contagem obtida a partir de pesquisas realizadas desde 1991, foi" 3300 peixes-boi em janeiro de 2001.[65] A avaliação do Painel de Revisão Biológica de 2007 confirmou que a maior ameaça à população do peixe-boi da Flórida era a potencial perda futura de habitat de águas quentes. O peixe-boi das Índias Ocidentais tem uma alta taxa de baixas devido ao choque térmico causado por temperaturas baixas. Durante o tempo frio, muitos morrem devido ao seu trato digestivo desligar a temperaturas da água abaixo de 20 °C (68 °F). O peixe-boi da Flórida é uma espécie tropical incapaz de tolerar temperaturas da água abaixo de 20 ° C (68 ° F). Durante os meses de inverno, mais de 300 peixes-boi frequentemente se reúnem perto da saída de água quente das usinas ao longo da costa da Flórida, em vez de migrar para o sul como antes, fazendo com que alguns conservacionistas se preocupem com o fato de os peixes-boi ficarem dependentes demais dessas áreas artificialmente aquecidas. De acordo com a Comissão de Conservação de Peixes e Vida Selvagem da Flórida (2010), 237 peixes-bois registrados morreram naquele ano, sendo que 42% dessas fatalidades resultaram da síndrome do estresse pelo frio.[66] O Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA está tentando encontrar uma nova maneira de aquecer a água para os peixes-boi que dependem das plantas que fecharam. Segundo Alvarez-Aleman et al. (2010), o primeiro peixe-boi conhecido da Flórida foi registrado utilizando as águas quentes expelidas por um canal de usina em Cuba em julho de 2006 e no ano seguinte em janeiro, fevereiro e abril, um peixe-boi e seu filhote foram relatados na usina em Havana, Cuba.[67]

Referências

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