Posições políticas de Luiz Inácio Lula da Silva: diferenças entre revisões
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Lula defende a [[regulação da mídia]] e meios de comunicação no [[Brasil]], incluindo [[Rádio (telecomunicações)|rádios]], [[televisão]] e a [[internet]]. O político defende "colocar parâmetros" para o funcionamento da mídia, mas reconhece que não entende do assunto. Ele sempre defendeu um marco regulatório da comunicação e até tentou emplacar um projeto de lei à época do seu segundo mandato, mas a iniciativa não prosperou. Em outras oportunidades ao longo do ano, Lula reconheceu não entender sobre regulação dos meios de comunicação, mas ainda assim defendeu a proposta. "Não pergunte para mim, porque eu não sei como regular, não sou especialista nisso. Mas o Brasil deve ter muita gente nas universidades, na sociedade brasileira, que vai saber fazer uma regulação em que a gente não censure, mas não permita a libertinagem que tem hoje nos meios de comunicação".<ref>{{Citar web|url=http://noticias.r7.com/eleicoes-2022/em-campanha-lula-manteve-defesa-de-regulacao-da-midia-proposta-da-ala-radical-do-pt-14102022|titulo=Em campanha, Lula manteve defesa de regulação da mídia, proposta da ala radical do PT|data=2022-10-14|acessodata=2022-10-16|website=R7.com|lingua=pt-br}}</ref> |
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Lula foi o primeiro presidente do Brasil a abrir as portas do Planalto para dialogar com os movimentos sociais e criar programas voltados para o reconhecimento dos direitos [[LGBT]]. Em 2004, o governo Lula criou o programa "Brasil sem Homofobia" desenvolvido com o objetivo de promover a cidadania e os Direitos Humanos à população LGBT a partir de equiparação de direitos e do combate à violência e à discriminação.<ref>{{Citar web|url=https://pt.org.br/relembre-o-legado-dos-governos-de-lula-e-dilma-pelos-direitos-lgbt/|titulo=Relembre o legado dos governos de Lula e Dilma pelos direitos LGBT|acessodata=2022-10-16|website=Partido dos Trabalhadores|lingua=pt-BR}}</ref> |
Lula foi o primeiro presidente do Brasil a abrir as portas do Planalto para dialogar com os movimentos sociais e criar programas voltados para o reconhecimento dos direitos [[LGBT]]. Em 2004, o governo Lula criou o programa "Brasil sem Homofobia" desenvolvido com o objetivo de promover a cidadania e os Direitos Humanos à população LGBT a partir de equiparação de direitos e do combate à violência e à discriminação.<ref>{{Citar web|url=https://pt.org.br/relembre-o-legado-dos-governos-de-lula-e-dilma-pelos-direitos-lgbt/|titulo=Relembre o legado dos governos de Lula e Dilma pelos direitos LGBT|acessodata=2022-10-16|website=Partido dos Trabalhadores|lingua=pt-BR}}</ref> |
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Em um evento, Lula disse que o tema do [[aborto]] deveria ser tratado como "questão de saúde pública". "No Brasil, por exemplo, as mulheres pobres morrem tentando fazer o aborto, porque é ilegal. As mulheres pobres não fazem porque é proibido. Quando, na verdade, deveria ser transformado em uma questão de saúde pública. Todos deveriam ter o direito de fazer o aborto e não ter vergonha", afirmou Lula.<ref>{{Citar web|ultimo=Salgueiro|primeiro=Edilson|url=https://revistaoeste.com/politica/eleicoes-2022/ha-6-meses-lula-defendeu-a-legalizacao-do-aborto/|titulo=Há 6 meses, Lula defendeu a legalização do aborto|data=2022-10-15|acessodata=2022-10-16|website=Revista Oeste|lingua=pt-BR}}</ref> |
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Em um caso de contradição, Lula passou a dizer que é contra o aborto e a favor da |
Em um caso de contradição, Lula passou a dizer que é contra o aborto e a favor da vida. "Não só eu sou contra o aborto como as mulheres com quem eu casei são contra o aborto. Eu acho que quase todo mundo é contra o aborto. Não só porque nós somos defensores da vida, mas porque deve ser uma coisa muito desagradável e dolorida".<ref>{{Citar web|url=https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/eleicoes/2022/noticia/2022/10/07/lula-participa-de-caminhada-com-apoiadores-na-grande-sao-paulo.ghtml|titulo=Lula diz ser contra o aborto e que discussão sobre o tema é 'papel do Legislativo'|acessodata=2022-10-16|website=G1|lingua=pt-br}}</ref> |
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Revisão das 06h11min de 9 de fevereiro de 2023
Este artigo aborda as posições políticas de Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil entre 2003 e 2010 e de 2023 em diante.
Apesar de ter defendido o "socialismo do século XXI", o lulismo é considerado substancialmente semelhante ao liberalismo social.[1][2][3] Embora tenha mostrado uma tendência liberal moderada de centro-esquerda economicamente, destacou sua proximidade com a Venezuela chavista e avaliou negativamente Juan Guaidó durante a crise presidencial venezuelana.[4] Ele se diz contrário ao aborto, mas afirma que esse assunto deve ser tratado como uma questão de saúde pública.[5][6]
Resumo
Regulação da mídia | Direitos LGBT | Cotas raciais | Pena de morte | Redução da maioridade penal | Privatização | ? Descriminalização do aborto |
Principais posições políticas
Regulação da mídia
Lula defende a regulação da mídia e meios de comunicação no Brasil, incluindo rádios, televisão e a internet. O político defende "colocar parâmetros" para o funcionamento da mídia, mas reconhece que não entende do assunto. Ele sempre defendeu um marco regulatório da comunicação e até tentou emplacar um projeto de lei à época do seu segundo mandato, mas a iniciativa não prosperou. Em outras oportunidades ao longo do ano, Lula reconheceu não entender sobre regulação dos meios de comunicação, mas ainda assim defendeu a proposta. "Não pergunte para mim, porque eu não sei como regular, não sou especialista nisso. Mas o Brasil deve ter muita gente nas universidades, na sociedade brasileira, que vai saber fazer uma regulação em que a gente não censure, mas não permita a libertinagem que tem hoje nos meios de comunicação".[7]
Direitos LGBT
Lula foi o primeiro presidente do Brasil a abrir as portas do Planalto para dialogar com os movimentos sociais e criar programas voltados para o reconhecimento dos direitos LGBT. Em 2004, o governo Lula criou o programa "Brasil sem Homofobia" desenvolvido com o objetivo de promover a cidadania e os Direitos Humanos à população LGBT a partir de equiparação de direitos e do combate à violência e à discriminação.[8]
Em 1998, Lula disse ser contra o casamento gay.[9]
Descriminalização do aborto
Em um evento, Lula disse que o tema do aborto deveria ser tratado como "questão de saúde pública". "No Brasil, por exemplo, as mulheres pobres morrem tentando fazer o aborto, porque é ilegal. As mulheres pobres não fazem porque é proibido. Quando, na verdade, deveria ser transformado em uma questão de saúde pública. Todos deveriam ter o direito de fazer o aborto e não ter vergonha", afirmou Lula.[10]
Em um caso de contradição, Lula passou a dizer que é contra o aborto e a favor da vida. "Não só eu sou contra o aborto como as mulheres com quem eu casei são contra o aborto. Eu acho que quase todo mundo é contra o aborto. Não só porque nós somos defensores da vida, mas porque deve ser uma coisa muito desagradável e dolorida".[11]
Pena de morte e redução da maioridade penal
Em 2003, Lula condenou a pena de morte e a redução da maioridade penal como uma "luta inglória".
Em 2015, Lula criticou a iniciativa da Câmara dos Deputados de aprovar a redução da maioridade penal para crimes graves, como homicídio e estupro. Ele acredita que a medida joga "nas costas de meninos de 16 anos a responsabilidade do que os governos não fazem".[12]
Referências
- ↑ Jeffrey Sluyter-Beltrão, ed. (2010). Rise and Decline of Brazil's New Unionism: The Politics of the Central Única Dos Trabalhadores. [S.l.]: Peter Lang. p. 15. ISBN 9783034301145.
Essa face neoliberal do pequeno núcleo de dirigentes do PT (núcleo duro) em torno de Lula refletiu, em boa parte, a própria mudança do grupo de objetivos antissistêmicos e transformadores para o liberalismo social.
- ↑ Alejandro M. Peña, ed. (2016). Transnational Governance and South American Politics: The Political Economy of Norms. [S.l.]: Springer. p. 240. ISBN 9781137538635.
Dessa forma, enquanto o liberalismo social do lulismo favoreceu a agenda dos atores locais avançando em projetos de sustentabilidade e RSE no Brasil, e inclinou ainda mais o campo discursivo em favor da sustentabilidade transnacional...
- ↑ Mário Maestri, ed. (2018). Abdias Do Nascimento. [S.l.]: Clube de Autores. p. 7. ISBN 9788567542249.
... que teve as portas do poder escancaradas pela longa gestão social-liberal de Lula da Silva e Dilma Rousseff.
- ↑ «Juan Guaidó respondió las críticas de Lula da Silva: "Por nuestra Constitución soy Presidente Encargado, usted es un ladrón condenado"». Infobae (em espanhol). 24 de novembro de 2019. Consultado em 6 de novembro de 2022
- ↑ «Lula, sobre aborto: 'deveria ser transformado numa questão de saúde pública e todo mundo ter direito'». G1. Consultado em 6 de novembro de 2022
- ↑ Veleda, Raphael (6 de outubro de 2022). «PT lança vídeo com Lula dizendo ser contra o aborto: "A favor da vida"». Metrópoles. Consultado em 6 de novembro de 2022
- ↑ «Em campanha, Lula manteve defesa de regulação da mídia, proposta da ala radical do PT». R7.com. 14 de outubro de 2022. Consultado em 16 de outubro de 2022
- ↑ «Relembre o legado dos governos de Lula e Dilma pelos direitos LGBT». Partido dos Trabalhadores. Consultado em 16 de outubro de 2022
- ↑ «Folha de S.Paulo - Lula diz ser contra aborto e casamento homossexual - 26/06/98». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 16 de outubro de 2022
- ↑ Salgueiro, Edilson (15 de outubro de 2022). «Há 6 meses, Lula defendeu a legalização do aborto». Revista Oeste. Consultado em 16 de outubro de 2022
- ↑ «Lula diz ser contra o aborto e que discussão sobre o tema é 'papel do Legislativo'». G1. Consultado em 16 de outubro de 2022
- ↑ «Lula diz que violência não se resolve "colocando jovens na cadeia"». epoca.globo.com. Consultado em 16 de outubro de 2022