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Rã-arborícola-de-white: diferenças entre revisões

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== Classificação ==
== Classificação ==
[[Imagem:Blue frog old.jpg|thumb|esquerda|200px|Rela-verde-australiana, publicada em "''[[A Journal of a Voyage to New South Wales]]''" de John White. Artista: S. Stone]]A perereca verde australiana é um membro da família [[Hilídeos|Hylidae]] e é colocada na subfamília [[Pelodryadinae]], que é [[Endemismo|endêmica]] da Austrália e Nova Guiné e inclui mais de 100 espécies nos gêneros ''[[Ranoidea]]'' e ''[[Nyctimystes]]''.<ref>{{Citar web|url=http://amphibiaweb.org/cgi-bin/amphib_query?where-genus=Ambystoma&where-species=rosaceum|titulo=Hylidae|acessodata=5 de abril de 2015|website=AmphibiaWeb}}</ref> O nome comum da espécie, "rã arborícola de White", é uma homenagem à primeira descrição de [[John White (cirurgião)|John White]] em 1790.<ref name="e383">Egerton, p. 383.</ref><ref name="White1790">{{Citar livro|url=http://ebooks.adelaide.edu.au/w/white/john/journal/|título=Journal of a Voyage to New South Wales with sixty-five plates of non descript animals, birds, lizards, serpents, curious cones of trees and other natural productions|ultimo=White|primeiro=John|editora=J. Debrett|ano=1790|localização=[[Londres]]|autorlink=|acessodata=23 de novembro de 2013|arquivourl=https://web.archive.org/web/20190307092300/https://ebooks.adelaide.edu.au/w/white/john/journal/|arquivodata=7 de março de 2019}}</ref> A perereca verde foi a primeira rã australiana a ser [[Descrição de espécies|descrita cientificamente]] ; o espécime original encontrou seu caminho para a coleção de Sir [[Joseph Banks]], mas foi destruído quando o [[Faculdade Real de Cirurgiões da Inglaterra|Hunterian Museum no Royal College of Surgeons]] em Londres foi bombardeado na Segunda Guerra Mundial.<ref name="Tyler1993">{{Citar web|ultimo=Tyler|primeiro=Michael J|ultimo2=Davies, Margaret|url=http://www.environment.gov.au/system/files/pages/dc11235d-8b3b-43f7-b991-8429f477a1d4/files/08-fauna-2a-amphibia-hylidae.pdf|titulo=Family Hylidae|acessodata=4 de abril de 2015|website=Fauna of Australia|publicado=Department of the Environment, Water, Heritage and the Arts|ano=1993}}</ref>
[[Imagem:Blue frog old.jpg|thumb|esquerda|200px|Rela-verde-australiana, publicada em "''[[A Journal of a Voyage to New South Wales]]''" de John White. Artista: S. Stone]]
O nome comum da espécie, "rela-verde-de-White", foi dado em honra da primeira pessoa a descrever a espécie, [[John White (cirurgião)|John White]], em [[1790]]. A rela-verde foi a primeira rã australiana a ser [[taxonomia|classificada]] cientificamente.<ref>{{citar web |url=http://www.environment.gov.au/biodiversity/abrs/publications/fauna-of-australia/pubs/volume2a/ar8ind.pdf |título=Family Hylidae |acessodata=11-12-2007 |primeiro=Michael J |último=Tyler |coautor=Davies, Margaret |ano=1994 |obra=Fauna of Australia |publicado=Department of the Environment, Water, Heritage and the Arts, Australia {{en}} |formato=PDF |arquivourl=https://web.archive.org/web/20080411042910/http://www.environment.gov.au/biodiversity/abrs/publications/fauna-of-australia/pubs/volume2a/ar8ind.pdf |arquivodata=2008-04-11 |urlmorta=não }}</ref>


A espécie foi originalmente chamada "rã-azul" (''Rana caerulea''); apesar de a cor predominante da espécie ser verde, os espécimes originais enviados a White para [[Inglaterra]] estavam danificados devido ao material onde foram conservados e por isso pareciam azuis. A cor da [[pele]] desta espécie é formada por [[pigmento]]s azuis e verdes cobertos por uma camada amarela. O conservante destruiu a camada amarela exterior e deixou a rela com uma aparência azulada. O epíteto específico ''caerulea'', que é azul em [[latim]], permaneceu igual.<ref>{{citar web |url=http://www.thechildrensmuseumct.org/animal_pages/whites_tree_frog.htm |título=White’s Tree Frog (Litoria caerulea) |acessodata=11-12-2007 |publicado=The Children's Museum, [[Hartford]], CT |arquivourl=https://web.archive.org/web/20080408034659/http://www.thechildrensmuseumct.org/animal_pages/whites_tree_frog.htm |arquivodata=2008-04-08 |urlmorta=não }}</ref> A rela é também conhecida simplesmente com rela-verde. No entanto, este nome é frequentemente dado à rela verde mais comum de uma determinada região, como por exemplo, a [[Hyla cinerea|rela-verde-americana]] (''Hyla cinerea'').{{carece de fontes|data=maio de 2022}}
A espécie foi originalmente chamada de "rã azul" ( ''Rana caerulea'' ), apesar de sua cor verde. Os espécimes que White enviou para a Inglaterra foram danificados pelo conservante e pareciam azuis.<ref name="e383" /> A cor do sapo é causada por [[Pigmento|pigmentos]] azuis e verdes cobertos por uma camada amarela; o conservante destruiu a camada amarela e deixou o sapo com uma aparência azul. O epíteto específico, ''caerulea'', que em [[latim]] significa azul, permaneceu.<ref name="bruin2000">{{Citar web|ultimo=Bruin, T.|url=http://animaldiversity.org/site/accounts/information/Litoria_caerulea.html|titulo=''Litoria caerulea'': Information|acessodata=4 de abril de 2015|publicado=Animal Diversity Web (Museum of Zoology, [[University of Michigan]])|ano=2000}}</ref> Este sapo é por vezes referido como ''Pelodryas caerulea'' na literatura científica.<ref name="bruin2000" />

{{limpar}}
Um estudo de 2020 mostrou que ''Litoria caerulea'' é na verdade um [[Complexo específico|complexo de espécies]] que inclui espécies recentemente identificadas, como ''[[Litoria mira]]'', que é endêmica da [[Nova Guiné]].<ref name="OliverRittmeyer2020">{{Citar periódico |título=Multiple trans-Torres Strait colonisations by tree frogs in the ''Litoria caerulea'' group, with the description of a new species from New Guinea |periódico=Australian Journal of Zoology |número=1 |ultimo=Oliver |primeiro=Paul M. |ultimo2=Rittmeyer |primeiro2=Eric N. |ano=2020 |paginas=25 |doi=10.1071/ZO20071 |issn=0004-959X |ultimo3=Torkkola |primeiro3=Janne |ultimo4=Donnellan |primeiro4=Stephen C. |ultimo5=Dahl |primeiro5=Chris |ultimo6=Richards |primeiro6=Stephen J. |volume=68}}</ref>


== Descrição ==
== Descrição ==
[[Ficheiro:Young_male_green_tree_frog_speciman_on_green_leaf.jpg|miniaturadaimagem|Espécime masculino jovem sentado na folha]]
A rela-verde pode crescer até aos 10&nbsp;cm de comprimento. A sua cor é dependente da [[temperatura]] e cor do [[Meio ambiente|ambiente]], indo do castanho até ao verde; o seu ventre é branco.<ref name="vinc"/> Pode apresentar ocasionalmente pequenas manchas brancas de forma irregular nas costas, até cinco milímetros de diâmetro, que vão aumentando de número com a idade. A rela tem [[ventosa (biologia)|ventosas]] discais grandes na ponta de cada dedo, de cerca de 5&nbsp;mm de diâmetro na idade adulta. Estes ajudam as relas a trepar e permitem que possam subir verticalmente inclusivamente em janelas de vidro. Os olhos são dourados com a [[íris]] horizontal, típica do género ''Litoria''. Os dedos dos membros anteriores tem [[membrana interdigital]] até cerca de um terço do comprimento, enquanto que os dedos dos pés tem membrana até três quartos do comprimento. O tímpano é visível.{{carece de fontes|data=maio de 2022}}
A perereca verde é uma perereca gorda e bastante grande e pode crescer até 11,5 cm de comprimento, com as fêmeas totalmente crescidas sendo ligeiramente maiores que os machos. Uma crista gordurosa distinta é vista sobre o olho, e a [[Glândula parotoide|glândula parotóide]] é moderadamente grande. A [[íris]] é dourada e tem uma pupila cortada horizontalmente, e o [[Tímpano (anatomia)|tímpano]] (uma membrana da pele semelhante a um [[Membrana timpânica|tímpano]] ) é visível logo atrás do olho. Os membros são curtos e robustos, e grandes discos adesivos estão no final dos dedos que fornecem aderência durante a escalada. Os dedos são cerca de um terço palmados e os dedos dos pés quase três quartos palmados. A cor dorsal depende da temperatura e da natureza do ambiente, variando de marrom ou verde acinzentado a verde esmeralda brilhante. O sapo ocasionalmente tem pequenas manchas brancas de formato irregular nas costas. Os machos têm um saco vocal acinzentado e enrugado sob a garganta, enquanto a garganta das fêmeas é branca. A superfície ventral em ambos os sexos é branco-creme e de textura áspera.<ref name="e383" /><ref name="fact2">{{Citar web|url=http://nationalzoo.si.edu/Animals/ReptilesAmphibians/Facts/FactSheets/Whitestreefrog.cfm|titulo=Fact Sheet: White's Tree Frog|acessodata=4 de abril de 2015|website=Smithsonian National Zoological Park|publicado=Smithsonian Institution|arquivourl=https://web.archive.org/web/20051216192202/http://nationalzoo.si.edu/Animals/ReptilesAmphibians/Facts/FactSheets/Whitestreefrog.cfm|arquivodata=16 de dezembro de 2005|urlmorta=live}}</ref>


Esta rã é semelhante em aparência à [[Litoria splendida|magnífica perereca]] ( ''R.&nbsp;esplêndida'' ), que habita apenas o noroeste da Austrália. Os membros mais velhos dessa espécie têm glândulas parotóides muito grandes, que cobrem todo o topo de suas cabeças e se inclinam sobre seus tímpanos. A glândula parotóide da perereca verde é muito menor e também não possui manchas amarelas nas costas e marcas amarelas na mão, virilha e coxa.<ref name="Tyler1977">{{Citar periódico |url=https://www.biodiversitylibrary.org/page/41071410 |título=A new species of large green tree frog from northern western Australia |acessodata=23 de novembro de 2013 |periódico=Transactions of the Royal Society of South Australia |número=5 |ultimo=Tyler, M. J. |ultimo2=Davies, M. |ano=1977 |paginas=133–138 |ultimo3=Martin, A. A. |volume=101}}</ref> Pode ser distinguida da [[Litoria infrafrenata|perereca de lábios brancos]] (perereca gigante ''N.&nbsp;infrafrenatus'' ) pela distinta faixa branca que a espécie possui ao longo da borda da mandíbula inferior e se estendendo até o ombro, que não está presente na perereca verde.<ref name="Vanderduys2012">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=jlTWBiWKY5gC&pg=PA45|título=Field Guide to the Frogs of Queensland|ultimo=Vanderduys, Eric|editora=Csiro Publishing|ano=2012|páginas=45|isbn=978-0-643-10630-7}}</ref>
A rela-verde pode ser confundida com a espécie ''Litoria splendida'', que habita apenas o Noroeste da Austrália e que pode ser distinguida pela presença de [[Glândula parotóide|parotóides]] e de [[glândula rostral]] na cabeça. A espécie ''Litoria infrafrenata'' pode por vezes também ser confundida com a rela-verde. A principal diferença é uma faixa branca proeminente ao longo da [[mandíbula]] inferior da ''Litoria infrafrenata'', que não se encontra na rela-verde.{{carece de fontes|data=maio de 2022}}


Algumas [[Hilídeos|rãs hilídeos]] arborícolas, por exemplo, a perereca verde australiana ( ''Litoria caerulea'' ), se beneficiam de dois [[Higroscopia|processos de hidratação ativados higroscopicamente]]; absorção transcutânea de condensação na pele e redução da perda de água por evaporação. Seu comportamento de limpeza espalha secreções higroscópicas da [[Glândula parotoide|glândula parotóide]] em sua pele, facilitando ambos os métodos.<ref name="Comanns2">{{Citar periódico |título=Passive water collection with the integument: mechanisms and their biomimetic potential |data=Maio de 2018 |periódico=Journal of Experimental Biology |número=10 |ultimo=Comanns |primeiro=Philipp |doi=10.1242/jeb.153130 |pmid=29789349 |volume=221 |doi-access=free}}</ref>
[[Ficheiro:Pelodryas comparison.jpg|thumb|center|600px|A rã da esquerda é a ''[[Litoria infrafrenata]]'', onde se nota uma risca branca ao longo do maxilar. No centro está a rela-verde. À direita encontra-se a ''[[Litoria splendida]]'', onde se notam as glândulas parótidas acima do tímpano.]]
[[Ficheiro:Litoria_caerulea05.jpg|miniaturadaimagem|Girino]]
A aparência dos girinos muda ao longo do seu desenvolvimento. Quando recém-nascidos, eles são 8 mm de comprimento e quando totalmente desenvolvido, 44 mm. Eles são inicialmente manchados de marrom e aumentam a pigmentação (para verde ou marrom) durante o desenvolvimento. Suas partes inferiores são inicialmente escuras, mas depois se tornam mais claras. Os ovos são marrons e envoltos em uma gelatina transparente; são 1,1 a 1,4 de diâmetro.<ref name="bruin2000" />


A chamada é um ''{{Não é erro|brawk-brawk-brawk}}'' baixo e lento, repetido muitas vezes. Durante a maior parte do ano, as rãs vocalizam de posições altas, como árvores e sarjetas, mas durante a época de reprodução descem para perto de lagoas e poças, onde se reproduzem. Como muitos sapos, as pererecas verdes chamam não apenas para atrair um parceiro, mas também para anunciar sua localização fora da época de acasalamento. Eles são particularmente vocais depois da chuva, mas as razões para isso não são claras. Eles emitem uma chamada de estresse quando estão em perigo, como quando são atacados por um [[Predação|predador]] ou quando uma pessoa pisa no tronco em que está escondida.<ref name="fact2" />
Apesar de as rãs terem [[Pulmão|pulmões]], absorvem [[oxigénio]] através da pele. Para este processo ser eficaz, a pele deve estar húmida. A desvantagem de pele húmida é que [[agente patogénico|agentes patogénicos]] podem multiplicar-se mais facilmente, aumentando a possibilidade de uma infecção. Para contrariar isto, as rãs segregam [[Peptídeo|péptidos]] que destroem estes patogénicos. As [[secreção|secreções]] cutâneas da rela-verde contêm [[caerina]]s, um grupo de péptidos com propriedades antibacterianas e antivirais. Também contêm [[caerulina]]s, que têm o mesmo efeito fisiológico que a [[colecistocinina|CCK8]], uma hormona digestiva e repressora do apetite.<ref>{{citar periódico | ultimo = Salmon | primeiro = A.L. | titulo = Isolation, Structural Characterization, and Bio activity of a Novel Neuromedin U Analog from the Defensive Skin Secretion of the Australasian Tree Frog, ''Litoria caerulea'' | url = http://www.jbc.org/cgi/content/full/275/7/4549 | jornal = Journal of Biological Chemistry | volume = 275 | paginas = 4549–4554 | ano = 2000 | coautores = et al. | acessodata = 2007-10-29 | arquivourl = https://web.archive.org/web/20071114170124/http://www.jbc.org/cgi/content/full/275/7/4549 | arquivodata = 2007-11-14 | urlmorta = não }}</ref> Vários péptidos das secreções cutâneas de rela-verde são capazes de destruir o [[VIH]] sem danificar [[Linfócito T|células T]] saudáveis.<ref>{{citar web | titulo = Frog secretions block HIV | url = http://exploration.vanderbilt.edu/news/news_froghiv.htm | acessodata = 2005-12-12 | arquivourl = https://web.archive.org/web/20051127014409/http://exploration.vanderbilt.edu/news/news_froghiv.htm | arquivodata = 2005-11-27 | urlmorta = yes }}</ref>


== Distribuição e habitat ==
=== Girino ===
[[Ficheiro:Litoria_caerulea2.JPG|miniaturadaimagem|Espécime subindo em uma árvore]]
[[Ficheiro:Litoria caerulea05.jpg|thumb|150px|<center>Girino.</center> <center><small>Foto: Jean-Marc Hero.</center></small>]]
A perereca verde é nativa das regiões norte e leste da Austrália e das terras baixas da Nova Guiné. A distribuição é limitada principalmente a áreas com climas [[Trópico|tropicais]] quentes e úmidos. Seu alcance vai de [[Nova Guiné Ocidental|Irian Jaya]] a [[Porto Moresby|Port Moresby]], e é mais abundante na [[Ilha Daru|ilha de Daru]]. A [[União Internacional para a Conservação da Natureza|IUCN]] sugere "locais dispersos" na Nova Guiné e na Indonésia. Na Austrália, seu alcance se estende desde a região de Kimberley, na [[Austrália Ocidental]], passando pelo [[Território do Norte]] e [[Queensland]], até o norte e o centro de [[Nova Gales do Sul]] e o extremo nordeste da [[Austrália Meridional]]. Sua extensão total de ocupação do solo é de cerca de 4,078,600 quilômetros quadrados.<ref name="AmphibiaWeb">{{Citar web|url=http://amphibiaweb.org/cgi-bin/amphib_query?where-genus=Litoria&where-species=caerulea|titulo=''Litoria caerulea''|acessodata=4 de abril de 2015|website=AmphibiaWeb}}</ref>
A aparência dos [[girino]]s muda ao longo do seu desenvolvimento. O comprimento dos girinos desta espécie vão desde os 8,1&nbsp;mm (assim que [[eclosão|eclodem]]) até 44&nbsp;mm. Inicialmente são pintalgados de castanho, e aumentam de [[Pigmento|pigmentação]] (para verde ou castanho) durante o desenvolvimento. A lado inferior começa por ser escuro e vai clareando, eventualmente tornando-se branco nos adultos. Os [[ovo]]s são castanhos, dentro de uma [[gelatina]] translúcida e tem 1,1-1,4&nbsp;mm de diâmetro.<ref name="vinc"/>


A espécie foi introduzida nos Estados Unidos e na Nova Zelândia. Nos Estados Unidos, está restrito a duas regiões da [[Flórida]], onde possivelmente foi introduzido por meio do [[Tráfico de animais|comércio de animais de estimação]]. Apenas pequenas populações foram encontradas lá, e se eles causaram algum dano [[Ecologia|ecológico]] como uma [[espécie invasora]] é desconhecido.<ref>{{Citar web|url=https://nas.er.usgs.gov/queries/FactSheet.asp?speciesID=2276|titulo=''Litoria caerulea'' (White, 1790)|acessodata=4 de abril de 2015|website=Nonindigenous Aquatic Species|publicado=[[U.S. Geological Survey]]|ano=2002|arquivourl=https://web.archive.org/web/20071218070740/http://nas.er.usgs.gov/queries/FactSheet.asp?speciesID=2276|arquivodata=18 de dezembro de 2007|urlmorta=sim}}</ref> Na Nova Zelândia, vários indivíduos foram libertados em vários locais em 1897 e 1899, e uma nova introdução acidental foi feita na década de 1940. Nenhum avistamento foi relatado desta espécie desde a década de 1950.<ref>{{Citar web|url=http://www.nzfrogs.org/NZ+Frogs/Introduced+frogs.html|titulo=Introduced frogs|acessodata=4 de abril de 2015|publicado=New Zealand Frog Research Group|ano=2006|arquivourl=https://web.archive.org/web/20071224191143/http://www.nzfrogs.org/NZ%2BFrogs/Introduced%2Bfrogs.html|arquivodata=24 de dezembro de 2007|urlmorta=}}</ref>
== Distribuição ==
[[Ficheiro:Litoria caerulea distribution.png|thumb|right|200px|Distribuição de ''Litoria caerulea''.]]
A rela-verde é natural das regiões Norte e Este da Austrália e do Sul da Nova Guiné.<ref name="vinc">{{citar web|autor=Vincent, L.|titulo=Litoria caerulea|url=http://www.jcu.edu.au/school/tbiol/zoology/herp/Litoriacaerulea.PDF|acessodata=12 de Junho de 2005|arquivourl=https://web.archive.org/web/20040422212337/http://www.jcu.edu.au/school/tbiol/zoology/herp/Litoriacaerulea.PDF|arquivodata=22 de abril de 2004|urlmorta=não}}</ref> A distribuição está limitada principalmente a áreas com clima [[trópicos|tropical]] quente e húmido. Na Nova Guiné, a rela-verde está restrita a região do Sul, mais seca. Os seus limites vão desde [[Papua (província indonésia)|Irian Jaya]] até [[Port Moresby]], e o local onde são mais abundantes é na [[ilha Daru]]. Há registos isolados de ocorrência no norte da Nova Guiné, mas pensa-se que serão devidos a introdução por seres humanos.{{carece de fontes|data=maio de 2022}}


Dependendo de sua localização, as pererecas verdes ocupam vários habitats. Eles preferem florestas úmidas, mas não estão estritamente limitados a florestas tropicais.<ref name="fact2" /> Eles são freqüentemente encontrados na copa das árvores perto de corpos d'água, mas também ocupam habitats terrestres bem longe da água. Preferem povoamentos antigos de ''[[Eucalyptus|eucalipto]]'', onde as árvores têm cavidades nas quais a água se acumula. Eles são comuns ao longo de cursos de água interiores e podem sobreviver em pântanos (entre os [[Phragmites|juncos]]) ou em pastagens em climas mais frios.<ref name="Vanderduys2012" />
A espécie foi introduzida quer nos [[Estados Unidos da América|Estados Unidos]] quer na Nova Zelândia. Nos Estados Unidos, está restrita a duas áreas na [[Flórida]], onde foi introduzida possivelmente pelo comércio de animais de estimação. Foram encontradas apenas populações pequenas na Flórida, e não é certo que tenham provocado qualquer dano em termos [[ecologia|ecológicos]] como [[espécie invasora]]. Em tempos, na Nova Zelândia, esteve presente uma população, mas não é avistada desde a [[década de 1950]].{{carece de fontes|data=maio de 2022}}


As pererecas verdes são pouco incomodadas pela presença de humanos e muitas vezes vivem em estreita associação com eles. Às vezes, eles se perdem dentro das casas e são encontrados em locais como pias e banheiros. Eles também podem ser encontrados em parapeitos externos à noite, comendo insetos atraídos pela luz, e podem se reunir sob iluminação externa pelo mesmo motivo.<ref name="e383" /><ref name="Vanderduys2012" /> Às vezes ocupam tanques ([[Cisterna|cisternas]]), downpipes (calhas) e calhas, pois estes possuem alta umidade e costumam ser mais frios que o ambiente externo. Eles podem ser atraídos para os canos de descarga e tanques durante a época de acasalamento porque os acessórios amplificam suas chamadas.<ref name="fact2" /> As pererecas verdes parecem ter habilidades de homing, sendo capazes de retornar aos locais de onde foram capturadas a uma distância considerável após serem deslocadas.<ref name="Tyler1993" />
== Ecologia, comportamento e ciclo de vida ==
[[Ficheiro:Caerulea web.jpg|thumb|left|200px|Uma rela-verde apanhada numa teia de aranha após comer a aranha. A rela sobreviveu.]]
As relas-verdes são extremamente dóceis.<ref name="fact"/> São [[Animal nocturno|animais nocturnos]] e aparecem ao fim da tarde para fazer chamamentos (na Primavera e Verão) e caçam à noite. Durante o dia procuram sítios frescos, escuros e húmidos para dormir. Durante o Inverno, as relas-verdes não produzem chamamento e é raro serem avistadas.{{carece de fontes|data=maio de 2022}}


== Ecologia e comportamento ==
Dependendo da localização, as relas-verdes ocupam vários [[habitat]]s. Tipicamente, podemos encontrá-las no topo das árvores perto de águas paradas. Contudo, consegue sobreviver em pântanos (por entre [[Phragmites|juncos]]) ou em prados em climas mais temperados. Relas-verdes são bem conhecidas por habitarem fontes de água dentro de casas, como lavatórios ou retretes. Podem também ser encontradas em janelas enquanto comem insectos. Podem ocupar tanques ([[cisterna]]s) e calhas, devido a elevada humidade e à temperatura mais baixa que no exterior. Durante a época de reprodução as relas são atraídas para estes sítios, porque a estrutura amplifica os chamamentos.<ref name="vinc"/><ref name="fact"/>
[[Ficheiro:Caerulea_web.jpg|miniaturadaimagem|Uma perereca verde australiana em uma [[teia de aranha]] depois de comer a aranha]]
As pererecas verdes australianas são muito dóceis e não têm medo dos humanos.<ref name="fact2" /> Eles são [[nocturnalidade|noturnos]]<ref name="e383" /> e saem no início da noite para chamar (na primavera e no verão) e caçar comida. Durante o dia, eles encontram áreas frescas, escuras e úmidas, como buracos de árvores ou fendas nas rochas, para dormir. Eles não são uma espécie de floresta tropical, mas aproveitam a chuva que cai quase diariamente e se acumula nas folhas e nas fendas, para se manterem úmidos. Sua pele exala uma camada de cera que ajuda a prevenir a evaporação. Em períodos secos, eles evitam a dessecação escondendo-se em um local fresco, talvez escavando, e envolvendo-se em um casulo feito de pele e [[muco]].<ref name="fact2" />


A dieta da perereca verde consiste principalmente de [[insetos]] como [[Mariposa|mariposas]], [[Barata|baratas]] e [[acrididae|gafanhotos]] . Eles também comem [[Aranha|aranhas]] e podem incluir sapos menores e até pequenos [[mamíferos]] (incluindo [[Morcego|morcegos]]<ref>Mikula, P. 2015: Fish and amphibians as bat predators.</ref>) entre suas presas.<ref name="bruin2000" /><ref name="fact2" />
O chamamento da espécie é um lento e baixo ''bróque-bróque-bróque'', repetido várias vezes.<ref name="vinc"/> Durante a maior parte do ano, ele chamam a partir de posições elevadas, como árvores ou calhas. Quando chega à época de reprodução as relas descem, apesar de permanecerem ligeiramente elevadas, e fazem os chamamentos perto de águas paradas, temporárias ou permanentes. Assim com várias outras rãs, as relas-verdes chamam não para encontrar parceiro, mas também para anunciar a sua localização fora da época reprodutora, normalmente depois de chuva, por razões desconhecidas. Emitem um chamamento de alarme quando estão em perigo, como quando predadores por perto ou quando uma pessoa pisa um tronco onde se encontre uma rã.<ref name="fact"/>
[[Ficheiro:Green_Tree_Frog_on_pond_after_Rain_01014.jpg|miniaturadaimagem|As pererecas verdes costumam aparecer depois da chuva]]
Muitos sapos jogam suas línguas pegajosas para a presa e a vítima gruda na ponta e é puxada de volta para a boca e consumida. Uma perereca verde usa essa técnica para presas menores; para itens maiores, no entanto, ele ataca e empurra a presa para dentro da boca com as mãos.<ref name="Tyler1993" />


A rã possui alguns predadores nativos, entre eles [[Serpente|cobras]] e [[Aves|pássaros]]. Desde a [[Colonização da Austrália|colonização europeia da Austrália]], predadores não nativos foram introduzidos, principalmente cães e gatos.<ref>{{Citar web|url=http://www.perthzoo.wa.gov.au/animals-plants/australia/nocturnal-house/green-tree-frog/|titulo=Green tree frog|data=10 de maio de 2013|acessodata=4 de abril de 2015|publicado=Perth Zoo|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110701212846/http://www.perthzoo.wa.gov.au/animals-plants/australia/nocturnal-house/green-tree-frog/|arquivodata=1 de julho de 2011|urlmorta=sim}}</ref> A espécie tem uma expectativa média de vida em cativeiro de 16 anos, mas alguns vivem mais de 20 anos.<ref name="fact2" />
A dieta da espécie consiste principalmente de [[insecto]]s e [[aranha]]s,<ref name="fact"/> mas também pode incluir rãs mais pequenas e até pequenos [[mamíferos]]. Os [[dente]]s das rãs não são apropriados para cortar as presas, por isso a presa deve caber dentro da boca da rela. Muitas rãs atiram as suas [[Língua (anatomia)|línguas]] pegajosas para apanhar as presas. As presas aderem à língua, e são consumidas. A rela-verde usa esta técnica para presas pequenas; no entanto, para presas maiores, ela salta no ar e força a presa a entrar na sua boca com as mãos.{{carece de fontes|data=maio de 2022}}


=== Reprodução ===
A rã tem alguns predadores naturais, entre eles [[cobra]]s e algumas espécies de [[lagartos]] e [[aves]]. Desde a chegada de Europeus à Austrália, predadores não naturais foram introduzidos, principalmente cães e gatos. A esperança média de vida desta espécie é de dezasseis anos, em cativeiro, mas pode viver até mais de vinte anos,<ref name="fact">{{citar web | titulo = White's Tree Frog Fact Sheet - National Zoo | url = http://nationalzoo.si.edu/Animals/ReptilesAmphibians/Facts/FactSheets/Whitestreefrog.cfm | acessodata = 12 de Dezembro de 2005 | arquivourl = https://web.archive.org/web/20051216192202/http://nationalzoo.si.edu/Animals/ReptilesAmphibians/Facts/FactSheets/Whitestreefrog.cfm | arquivodata = 16 de dezembro de 2005 | urlmorta = não }}</ref> o que é bastante tempo para uma rã. Na Natureza, a esperança média de vida é mais baixa devido a predação.{{carece de fontes|data=maio de 2022}}
A reprodução ocorre entre novembro e fevereiro.<ref name="AmphibiaWeb" /> Durante a época de acasalamento, os machos chamam de posições ligeiramente elevadas perto das fontes de água parada em que escolhem se reproduzir.<ref name="fact2" />


== Importância para os humanos ==
== Como animais de estimação ==
A perereca verde é uma das rãs de estimação mais populares em todo o mundo. Sua natureza dócil e longa expectativa de vida o tornam uma escolha atraente para donos de [[Animal de estimação exótico|animais exóticos]]. É também uma das rãs mais fáceis de manter; sua dieta é ampla e tem uma forte resistência a doenças. Um problema comumente associado à manutenção dessa espécie como animal de estimação é a superalimentação; as pererecas verdes tendem a se tornar obesas se forem superalimentadas. Na natureza, o esforço de energia é necessário para um sapo capturar sua presa. No entanto, em cativeiro, eles geralmente recebem alimentação viva em um espaço confinado. Isso diminui a atividade necessária para a alimentação, resultando em ganho de peso. Um membro da espécie com excesso de peso deposita camadas de gordura no topo da cabeça e do corpo, dando-lhe uma aparência "atarracada", daí o nome "rã atarracada".<ref name="fact2" /><ref>{{Citar web|url=http://whitestreefrog.net/|titulo=White's Tree Frog|acessodata=4 de abril de 2015|publicado=Frog World|arquivourl=https://web.archive.org/web/20070508165206/http://whitestreefrog.net/|arquivodata=8 de maio de 2007|urlmorta=sim}}</ref>
=== Como animal de estimação ===

A rela-verde é uma das mais populares rãs de estimação do mundo. A sua natureza dócil, aparência de "desenho animado", e longa esperança média de vida fazem com que seja uma escolha atractiva para os donos de [[Espécie exótica|espécies exóticas]].<ref>{{citar web|título=All about frogs - Dumpy Tree Frog, Smiling Frog, Litoria caerulea|url=http://allaboutfrogs.org/info/species/whites.html|acessodata=2008-12-16|arquivourl=https://web.archive.org/web/20081211151540/http://allaboutfrogs.org/info/species/whites.html|arquivodata=2008-12-11|urlmorta=não}}</ref> É também umas das rãs mais fáceis de tratar. Têm uma dieta muito variada e são muito resistentes a [[doença]]s. Um problema normalmente associado à manutenção desta espécie em cativeiro é a sobre-alimentação; as relas-verdes têm a tendência de se tornarem obesas se alimentadas em demasia. Na natureza, as rãs têm de gastar energia para capturar presas. Contudo, em cativeiro são normalmente alimentadas em espaços pequenos. Isto acarreta a diminuição da actividade necessária para a alimentação, resultando num aumento de peso. Indivíduos com excesso de peso depositam camadas de [[gordura]] no topo da cabeça, dando à cabeça um aspecto arredondado.<ref name="fact"/>
Os vaga-lumes rover do gênero ''Photinus'' (incluindo o vaga-lume oriental comum da [[América do Norte]] ) são venenosos para esses sapos, e um incidente foi relatado no qual um vaga-lume foi alimentado com uma perereca verde, que posteriormente morreu.<ref name="Knight">{{Citar periódico |título=Firefly Toxicosis in Lizards |periódico=Journal of Chemical Ecology |número=9 |ultimo=Knight, Michael |ultimo2=Glor, Richard |ano=1999 |paginas=1981–1986 |doi=10.1023/A:1021072303515 |ultimo3=Smedley, Scott R. |ultimo4=González, Andrés |ultimo5=Adler, Kraig |ultimo6=Eisner, Thomas |volume=25}}</ref>


== Conservação ==
== Conservação ==
[[Ficheiro:Leopardenfrosch-01.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Espécime escuro no zoológico de Colônia]]
A rela-verde-australiana está protegida pela lei australiana - assim como toda a fauna local - pela lei federal ''Environment Protection and Biodiversity Conservation Act 1999''.<ref>{{citar web | titulo = Environment Protection and Biodiversity Conservation Act 1999 | url = http://scaleplus.law.gov.au/html/pasteact/3/3295/top.htm | acessodata = 12 de Dezembro de 2005 | arquivourl = https://web.archive.org/web/20051217081307/http://scaleplus.law.gov.au/html/pasteact/3/3295/top.htm | arquivodata = 2005-12-17 | urlmorta = yes }}</ref> A [[União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais|UICN]] lista esta espécie como uma espécie "[[pouco preocupante]]", dada a sua grande área de distribuição e população, habitat equilibrado e porque o seu declínio não é provavelmente tão acentuado que necessite um estatuto mais grave.<ref name="iucn">{{IUCN2006|assessores=Hero ''et al''|ano=2004|id=41082|título=Litoria caerulea|data=11 de Maio de 2006}} Inclui um mapa de distribuição e a justificação para a inclusão desta espécie na lista de espécies pouco preocupantes</ref>
A lei australiana dá status de proteção à perereca verde - junto com toda a [[Fauna da Austrália|fauna australiana]] - sob a [[Environment Protection and Biodiversity Conservation Act 1999|Lei Federal de Proteção Ambiental e Conservação da Biodiversidade de 1999]].<ref>{{Citar web|url=http://www.comlaw.gov.au/Details/C2004C03797|titulo=Environment Protection and Biodiversity Conservation Act 1999|acessodata=4 de abril de 2015|publicado=Australian Government}}</ref> A [[União Internacional para a Conservação da Natureza]] lista o estado de conservação da rã-arborícola-verde como sendo de "[[Espécie pouco preocupante|menos preocupação]]", dada a sua ampla distribuição, a sua grande população total e a sua tolerância a uma variedade de tipos de habitat. A tendência da população parece ser estável, e qualquer declínio nos números provavelmente não será rápido o suficiente para justificar listá-lo em uma categoria mais ameaçada.<ref name=":0">{{citar periódico |url=https://www.iucnredlist.org/species/41082/10385007 |título=Litoria caerulea |data=2004 |acessodata=17 de agosto de 2023 |publicado=The IUCN Red List of Threatened Species. |editor-sobrenome=Hero |editor-nome=Jean-Marc |doi=10.2305/IUCN.UK.2004.RLTS.T41082A10385007}}</ref>
Grande parte do habitat natural da rela-verde foi destruído. Além disso, encontraram-se algumas relas infectadas com um [[Fungos|fungo]]. Estes dois factores associados ao [[Declínio das populações de anfíbios|declínio geral das populações de anfíbios]] na Austrália ameaçam reduzir a população da rela-verde. No entanto, devido ao longo ciclo de vida desta espécie, qualquer efeito na redução da taxa de reprodução demorará mais tempo a ser detectado do que numa espécie com um [[ciclo de vida]] menor.{{carece de fontes|data=maio de 2022}}

Em áreas suburbanas, esse sapo é ameaçado pela poluição e pela predação de animais domésticos. Além disso, algumas das rãs foram infectadas com o fungo [[Chytridiomycota|quitrídio]], que causa a doença fatal dos anfíbios, a [[quitridiomicose]]. O status do sapo na Nova Guiné é pouco estudado, mas em 2002, cerca de 75.000 indivíduos foram exportados da Indonésia como parte do comércio de animais de estimação, e isso pode afetar as populações em alguns locais. O sapo está presente em várias áreas protegidas na Nova Guiné e foi criado com sucesso em alguns zoológicos australianos. No geral, a principal ameaça a esta espécie é o potencial para uma epidemia de doença generalizada.<ref name=":0" />

== Uso em pesquisa ==
Embora as rãs tenham pulmões, elas absorvem oxigênio pela pele; para que isso ocorra de forma eficiente, a pele deve estar úmida. Uma desvantagem da pele úmida é que [[Agente patogénico|patógenos]] como fungos e bactérias podem prosperar nela, aumentando a chance de infecção. Para neutralizar isso, os sapos secretam [[Peptídeo|peptídeos]] que destroem esses patógenos. A [[secreção]] da glândula paratóide da perereca verde contém 25 caerinas, um grupo de [[Peptídeo|peptídeos]] com propriedades [[Antibiótico|antibacterianas]] e [[proteína antiviral|antivirais]]. Os caerins produzidos por rãs desta espécie de diferentes localidades geográficas apresentam diferenças sutis, mas reprodutíveis.<ref name="White1790" /> As secreções também contêm [[Ceruletida|ceruleínas]], que têm os mesmos efeitos fisiológicos do [[Colecistocinina|CCK-8]], um hormônio digestivo e supressor da fome.<ref>{{Citar periódico |url=http://www.jbc.org/content/275/7/4549.full |título=Isolation, structural characterization, and bio-activity of a novel neuromedin U analog from the defensive skin secretion of the Australasian tree frog, ''Litoria caerulea'' |periódico=Journal of Biological Chemistry |número=7 |ultimo=Salmon, Amanda L. |ultimo2=Johnsen, Anders H. |ano=2000 |paginas=4549–4554 |doi=10.1074/jbc.275.7.4549 |pmid=10671478 |ultimo3=Bienert, Michael |ultimo4=McMurray, Gordon |ultimo5=Nandha, Kiran A. |ultimo6=Bloom, Steve R. |ultimo7=Shaw, Chris |volume=275 |doi-access=free}}</ref> Essas ceruleínas agora têm várias aplicações clínicas.<ref name="Tyler1993" /> Descobriu-se que vários peptídeos das secreções da pele da perereca verde destroem o [[Vírus da imunodeficiência humana|HIV]] sem prejudicar as [[Linfócito T|células T]] saudáveis.<ref>{{Citar web|url=http://exploration.vanderbilt.edu/news/news_froghiv.htm|titulo=Frog secretions block HIV|acessodata=4 de abril de 2015|publicado=Vanderbilt University|arquivourl=https://web.archive.org/web/20051127014409/http://exploration.vanderbilt.edu/news/news_froghiv.htm|arquivodata=27 de novembro de 2005|urlmorta=dead}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Vanderbilt University Medical Center|url=https://www.sciencedaily.com/releases/2005/09/050930080923.htm|titulo=Frog Peptides Block HIV In Lab Study|data=30 de setembro de 2005|publicado=ScienceDaily}}</ref><ref>{{Citar periódico |url= |título=Antimicrobial Peptides from Amphibian Skin Potently Inhibit Human Immunodeficiency Virus Infection and Transfer of Virus from Dendritic Cells to T Cells |data=Setembro de 2005 |periódico=Journal of Virology |número=18 |ultimo=VanCompernolle, Scott E. |ultimo2=Taylor, R. Jeffery |paginas=11598–11606 |doi=10.1128/JVI.79.18.11598-11606.2005 |pmc=1212620 |pmid=16140737 |ultimo3=Oswald-Richter, Kyra |ultimo4=Jiang, Jiyang |ultimo5=Youree, Bryan E. |ultimo6=Bowie, John H. |ultimo7=Tyler, Michael J. |ultimo8=Conlon, J. Michael |ultimo9=Wade, David |volume=79}}</ref>

O fungo ''[[Batrachochytrium dendrobatidis]]'', o agente causal da quitridiomicose, está causando declínio em muitas espécies de anfíbios, mas as secreções produzidas pela perereca verde e algumas outras espécies australianas de rã (''[[Litoria chloris]]'' e ''Litoria genimaculata'') são protetoras contra esse fungo. Os peptídeos inibem o crescimento do fungo ''[[in vitro]]'' e acredita-se que essas espécies de sapos não estejam em declínio.<ref>{{Citar periódico |título=Population trends associated with skin peptide defenses against chytridiomycosis in Australian frogs |periódico=Oecologia |número=4 |ultimo=Woodhams, Douglas C. |ultimo2=Rollins-Smith, Louise A. |ano=2006 |paginas=531–540 |bibcode=2006Oecol.146..531W |doi=10.1007/s00442-005-0228-8 |pmid=16205955 |ultimo3=Carey, Cynthia |ultimo4=Reinert, Laura |ultimo5=Tyler, Michael J. |ultimo6=Alford, Ross A. |volume=146}}</ref>


Às vezes, as pererecas verdes são usadas como animais modelo em pesquisas.<ref>{{Citar periódico |título=Effect of intracoelomic propofol in White's tree frogs, ''Pelodryas caerulea'' |periódico=Bulletin of the Association of Reptilian and Amphibian Veterinarians |número=7–8 |ultimo=Von Esse, F. V. |ultimo2=Wright, K. M. |ano=1974 |volume=9}}</ref> A estrutura de suas patas foi usada para investigar a microestrutura e as propriedades do [[epitélio]] que permite aos animais aderirem a superfícies molhadas.<ref>{{Citar periódico |url=http://jeb.biologists.org/content/212/2/155.full |título=Ultrastructure and physical properties of an adhesive surface, the toe pad epithelium of the tree frog, ''Litoria caerulea'' White |periódico=Journal of Experimental Biology |número=2 |ultimo=Scholz, Ingo |ultimo2=Barnes, W. Jon P. |ano=2009 |paginas=155–162 |doi=10.1242/jeb.019232 |pmc=2720997 |pmid=19112133 |ultimo3=Smith, Joanna M. |ultimo4=Baumgartner, Werner |volume=212}}</ref>{{Referências|Notas e referências}}
{{Referências|Notas e referências}}


== Bibliografia ==
== Bibliografia ==

Revisão das 16h33min de 17 de agosto de 2023

Como ler uma infocaixa de taxonomiaRã-arborícola-de-white

Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Anura
Família: Pelodryadidae‎
Género: Litoria
Espécie: L. caerulea
Nome binomial
Litoria caerulea
(White, 1790)
Distribuição geográfica

Sinónimos
Rana caerulea (White 1790)

Rana austrasiae (Schneider 1799)
Hyla cyanea (Daudin 1803)
Rana coerulea (Daudin 1803)
Hyla cyanea (Peron 1807)
Hyla irrorata (De Vis 1884)

A rã-arborícola-de-white,[1] também conhecida como rela-verde-australiana ou simplesmente rela-verde (Litoria caerulea) é uma espécie de rela natural da Austrália e Nova Guiné, com populações introduzidas na Nova Zelândia e Estados Unidos. A espécie pertence ao género Litoria. Fisiologicamente, é muito semelhante a outras espécies do género, especialmente à Litoria splendida e à Litoria infrafrenata.

A rela-verde é uma espécie grande comparada com a maioria das rãs australianas, chegando aos 10 cm de comprimento. A esperança média de vida desta rã em cativeiro, de cerca de dezasseis anos, é longa comparada com a da maioria das rãs. São animais dóceis e bem adaptados para viver perto de áreas ocupadas pelo homem. É comum encontrá-las empoleiradas em janelas ou dentro das casas, comendo insectos que foram atraídos pela luz.

Devido às suas características físicas e comportamentais, a rela-verde tornou-se uma das espécies mais emblemáticas da região, e é popular como animal de estimação exótico no mundo inteiro. As secreções cutâneas desta espécie tem propriedades antibacteriana e antiviral, o que pode ser útil em preparações farmacêuticas.

Classificação

Rela-verde-australiana, publicada em "A Journal of a Voyage to New South Wales" de John White. Artista: S. Stone

A perereca verde australiana é um membro da família Hylidae e é colocada na subfamília Pelodryadinae, que é endêmica da Austrália e Nova Guiné e inclui mais de 100 espécies nos gêneros Ranoidea e Nyctimystes.[2] O nome comum da espécie, "rã arborícola de White", é uma homenagem à primeira descrição de John White em 1790.[3][4] A perereca verde foi a primeira rã australiana a ser descrita cientificamente ; o espécime original encontrou seu caminho para a coleção de Sir Joseph Banks, mas foi destruído quando o Hunterian Museum no Royal College of Surgeons em Londres foi bombardeado na Segunda Guerra Mundial.[5]

A espécie foi originalmente chamada de "rã azul" ( Rana caerulea ), apesar de sua cor verde. Os espécimes que White enviou para a Inglaterra foram danificados pelo conservante e pareciam azuis.[3] A cor do sapo é causada por pigmentos azuis e verdes cobertos por uma camada amarela; o conservante destruiu a camada amarela e deixou o sapo com uma aparência azul. O epíteto específico, caerulea, que em latim significa azul, permaneceu.[6] Este sapo é por vezes referido como Pelodryas caerulea na literatura científica.[6]

Um estudo de 2020 mostrou que Litoria caerulea é na verdade um complexo de espécies que inclui espécies recentemente identificadas, como Litoria mira, que é endêmica da Nova Guiné.[7]

Descrição

Espécime masculino jovem sentado na folha

A perereca verde é uma perereca gorda e bastante grande e pode crescer até 11,5 cm de comprimento, com as fêmeas totalmente crescidas sendo ligeiramente maiores que os machos. Uma crista gordurosa distinta é vista sobre o olho, e a glândula parotóide é moderadamente grande. A íris é dourada e tem uma pupila cortada horizontalmente, e o tímpano (uma membrana da pele semelhante a um tímpano ) é visível logo atrás do olho. Os membros são curtos e robustos, e grandes discos adesivos estão no final dos dedos que fornecem aderência durante a escalada. Os dedos são cerca de um terço palmados e os dedos dos pés quase três quartos palmados. A cor dorsal depende da temperatura e da natureza do ambiente, variando de marrom ou verde acinzentado a verde esmeralda brilhante. O sapo ocasionalmente tem pequenas manchas brancas de formato irregular nas costas. Os machos têm um saco vocal acinzentado e enrugado sob a garganta, enquanto a garganta das fêmeas é branca. A superfície ventral em ambos os sexos é branco-creme e de textura áspera.[3][8]

Esta rã é semelhante em aparência à magnífica perereca ( R. esplêndida ), que habita apenas o noroeste da Austrália. Os membros mais velhos dessa espécie têm glândulas parotóides muito grandes, que cobrem todo o topo de suas cabeças e se inclinam sobre seus tímpanos. A glândula parotóide da perereca verde é muito menor e também não possui manchas amarelas nas costas e marcas amarelas na mão, virilha e coxa.[9] Pode ser distinguida da perereca de lábios brancos (perereca gigante N. infrafrenatus ) pela distinta faixa branca que a espécie possui ao longo da borda da mandíbula inferior e se estendendo até o ombro, que não está presente na perereca verde.[10]

Algumas rãs hilídeos arborícolas, por exemplo, a perereca verde australiana ( Litoria caerulea ), se beneficiam de dois processos de hidratação ativados higroscopicamente; absorção transcutânea de condensação na pele e redução da perda de água por evaporação. Seu comportamento de limpeza espalha secreções higroscópicas da glândula parotóide em sua pele, facilitando ambos os métodos.[11]

Girino

A aparência dos girinos muda ao longo do seu desenvolvimento. Quando recém-nascidos, eles são 8 mm de comprimento e quando totalmente desenvolvido, 44 mm. Eles são inicialmente manchados de marrom e aumentam a pigmentação (para verde ou marrom) durante o desenvolvimento. Suas partes inferiores são inicialmente escuras, mas depois se tornam mais claras. Os ovos são marrons e envoltos em uma gelatina transparente; são 1,1 a 1,4 de diâmetro.[6]

A chamada é um brawk-brawk-brawk baixo e lento, repetido muitas vezes. Durante a maior parte do ano, as rãs vocalizam de posições altas, como árvores e sarjetas, mas durante a época de reprodução descem para perto de lagoas e poças, onde se reproduzem. Como muitos sapos, as pererecas verdes chamam não apenas para atrair um parceiro, mas também para anunciar sua localização fora da época de acasalamento. Eles são particularmente vocais depois da chuva, mas as razões para isso não são claras. Eles emitem uma chamada de estresse quando estão em perigo, como quando são atacados por um predador ou quando uma pessoa pisa no tronco em que está escondida.[8]

Distribuição e habitat

Espécime subindo em uma árvore

A perereca verde é nativa das regiões norte e leste da Austrália e das terras baixas da Nova Guiné. A distribuição é limitada principalmente a áreas com climas tropicais quentes e úmidos. Seu alcance vai de Irian Jaya a Port Moresby, e é mais abundante na ilha de Daru. A IUCN sugere "locais dispersos" na Nova Guiné e na Indonésia. Na Austrália, seu alcance se estende desde a região de Kimberley, na Austrália Ocidental, passando pelo Território do Norte e Queensland, até o norte e o centro de Nova Gales do Sul e o extremo nordeste da Austrália Meridional. Sua extensão total de ocupação do solo é de cerca de 4,078,600 quilômetros quadrados.[12]

A espécie foi introduzida nos Estados Unidos e na Nova Zelândia. Nos Estados Unidos, está restrito a duas regiões da Flórida, onde possivelmente foi introduzido por meio do comércio de animais de estimação. Apenas pequenas populações foram encontradas lá, e se eles causaram algum dano ecológico como uma espécie invasora é desconhecido.[13] Na Nova Zelândia, vários indivíduos foram libertados em vários locais em 1897 e 1899, e uma nova introdução acidental foi feita na década de 1940. Nenhum avistamento foi relatado desta espécie desde a década de 1950.[14]

Dependendo de sua localização, as pererecas verdes ocupam vários habitats. Eles preferem florestas úmidas, mas não estão estritamente limitados a florestas tropicais.[8] Eles são freqüentemente encontrados na copa das árvores perto de corpos d'água, mas também ocupam habitats terrestres bem longe da água. Preferem povoamentos antigos de eucalipto, onde as árvores têm cavidades nas quais a água se acumula. Eles são comuns ao longo de cursos de água interiores e podem sobreviver em pântanos (entre os juncos) ou em pastagens em climas mais frios.[10]

As pererecas verdes são pouco incomodadas pela presença de humanos e muitas vezes vivem em estreita associação com eles. Às vezes, eles se perdem dentro das casas e são encontrados em locais como pias e banheiros. Eles também podem ser encontrados em parapeitos externos à noite, comendo insetos atraídos pela luz, e podem se reunir sob iluminação externa pelo mesmo motivo.[3][10] Às vezes ocupam tanques (cisternas), downpipes (calhas) e calhas, pois estes possuem alta umidade e costumam ser mais frios que o ambiente externo. Eles podem ser atraídos para os canos de descarga e tanques durante a época de acasalamento porque os acessórios amplificam suas chamadas.[8] As pererecas verdes parecem ter habilidades de homing, sendo capazes de retornar aos locais de onde foram capturadas a uma distância considerável após serem deslocadas.[5]

Ecologia e comportamento

Uma perereca verde australiana em uma teia de aranha depois de comer a aranha

As pererecas verdes australianas são muito dóceis e não têm medo dos humanos.[8] Eles são noturnos[3] e saem no início da noite para chamar (na primavera e no verão) e caçar comida. Durante o dia, eles encontram áreas frescas, escuras e úmidas, como buracos de árvores ou fendas nas rochas, para dormir. Eles não são uma espécie de floresta tropical, mas aproveitam a chuva que cai quase diariamente e se acumula nas folhas e nas fendas, para se manterem úmidos. Sua pele exala uma camada de cera que ajuda a prevenir a evaporação. Em períodos secos, eles evitam a dessecação escondendo-se em um local fresco, talvez escavando, e envolvendo-se em um casulo feito de pele e muco.[8]

A dieta da perereca verde consiste principalmente de insetos como mariposas, baratas e gafanhotos . Eles também comem aranhas e podem incluir sapos menores e até pequenos mamíferos (incluindo morcegos[15]) entre suas presas.[6][8]

As pererecas verdes costumam aparecer depois da chuva

Muitos sapos jogam suas línguas pegajosas para a presa e a vítima gruda na ponta e é puxada de volta para a boca e consumida. Uma perereca verde usa essa técnica para presas menores; para itens maiores, no entanto, ele ataca e empurra a presa para dentro da boca com as mãos.[5]

A rã possui alguns predadores nativos, entre eles cobras e pássaros. Desde a colonização europeia da Austrália, predadores não nativos foram introduzidos, principalmente cães e gatos.[16] A espécie tem uma expectativa média de vida em cativeiro de 16 anos, mas alguns vivem mais de 20 anos.[8]

Reprodução

A reprodução ocorre entre novembro e fevereiro.[12] Durante a época de acasalamento, os machos chamam de posições ligeiramente elevadas perto das fontes de água parada em que escolhem se reproduzir.[8]

Como animais de estimação

A perereca verde é uma das rãs de estimação mais populares em todo o mundo. Sua natureza dócil e longa expectativa de vida o tornam uma escolha atraente para donos de animais exóticos. É também uma das rãs mais fáceis de manter; sua dieta é ampla e tem uma forte resistência a doenças. Um problema comumente associado à manutenção dessa espécie como animal de estimação é a superalimentação; as pererecas verdes tendem a se tornar obesas se forem superalimentadas. Na natureza, o esforço de energia é necessário para um sapo capturar sua presa. No entanto, em cativeiro, eles geralmente recebem alimentação viva em um espaço confinado. Isso diminui a atividade necessária para a alimentação, resultando em ganho de peso. Um membro da espécie com excesso de peso deposita camadas de gordura no topo da cabeça e do corpo, dando-lhe uma aparência "atarracada", daí o nome "rã atarracada".[8][17]

Os vaga-lumes rover do gênero Photinus (incluindo o vaga-lume oriental comum da América do Norte ) são venenosos para esses sapos, e um incidente foi relatado no qual um vaga-lume foi alimentado com uma perereca verde, que posteriormente morreu.[18]

Conservação

Espécime escuro no zoológico de Colônia

A lei australiana dá status de proteção à perereca verde - junto com toda a fauna australiana - sob a Lei Federal de Proteção Ambiental e Conservação da Biodiversidade de 1999.[19] A União Internacional para a Conservação da Natureza lista o estado de conservação da rã-arborícola-verde como sendo de "menos preocupação", dada a sua ampla distribuição, a sua grande população total e a sua tolerância a uma variedade de tipos de habitat. A tendência da população parece ser estável, e qualquer declínio nos números provavelmente não será rápido o suficiente para justificar listá-lo em uma categoria mais ameaçada.[20]

Em áreas suburbanas, esse sapo é ameaçado pela poluição e pela predação de animais domésticos. Além disso, algumas das rãs foram infectadas com o fungo quitrídio, que causa a doença fatal dos anfíbios, a quitridiomicose. O status do sapo na Nova Guiné é pouco estudado, mas em 2002, cerca de 75.000 indivíduos foram exportados da Indonésia como parte do comércio de animais de estimação, e isso pode afetar as populações em alguns locais. O sapo está presente em várias áreas protegidas na Nova Guiné e foi criado com sucesso em alguns zoológicos australianos. No geral, a principal ameaça a esta espécie é o potencial para uma epidemia de doença generalizada.[20]

Uso em pesquisa

Embora as rãs tenham pulmões, elas absorvem oxigênio pela pele; para que isso ocorra de forma eficiente, a pele deve estar úmida. Uma desvantagem da pele úmida é que patógenos como fungos e bactérias podem prosperar nela, aumentando a chance de infecção. Para neutralizar isso, os sapos secretam peptídeos que destroem esses patógenos. A secreção da glândula paratóide da perereca verde contém 25 caerinas, um grupo de peptídeos com propriedades antibacterianas e antivirais. Os caerins produzidos por rãs desta espécie de diferentes localidades geográficas apresentam diferenças sutis, mas reprodutíveis.[4] As secreções também contêm ceruleínas, que têm os mesmos efeitos fisiológicos do CCK-8, um hormônio digestivo e supressor da fome.[21] Essas ceruleínas agora têm várias aplicações clínicas.[5] Descobriu-se que vários peptídeos das secreções da pele da perereca verde destroem o HIV sem prejudicar as células T saudáveis.[22][23][24]

O fungo Batrachochytrium dendrobatidis, o agente causal da quitridiomicose, está causando declínio em muitas espécies de anfíbios, mas as secreções produzidas pela perereca verde e algumas outras espécies australianas de rã (Litoria chloris e Litoria genimaculata) são protetoras contra esse fungo. Os peptídeos inibem o crescimento do fungo in vitro e acredita-se que essas espécies de sapos não estejam em declínio.[25]

Às vezes, as pererecas verdes são usadas como animais modelo em pesquisas.[26] A estrutura de suas patas foi usada para investigar a microestrutura e as propriedades do epitélio que permite aos animais aderirem a superfícies molhadas.[27]

Notas e referências

  1. José Santos. «Rã Arborícola de White». Aquamania. Consultado em 17 de julho de 2008 [ligação inativa]
  2. «Hylidae». AmphibiaWeb. Consultado em 5 de abril de 2015 
  3. a b c d e Egerton, p. 383.
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  5. a b c d Tyler, Michael J; Davies, Margaret (1993). «Family Hylidae» (PDF). Fauna of Australia. Department of the Environment, Water, Heritage and the Arts. Consultado em 4 de abril de 2015 
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