Atavismo: diferenças entre revisões
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== Atavismos em humanos == |
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Evolutivamente, traços que desapareceram fenotipicamente não necessariamente desapareceram a partir do [[Ácido desoxirribonucleico|DNA]] de um [[organismo]]. A sequência do gene permanece muitas vezes, mas está inativo. Tal gene pode permanecer não utilizado no [[genoma]], durante muitas gerações. Contanto que o gene permaneça intacto, uma falha no controle genético suprime o gene o que pode levar a que seja expresso de novo. Por vezes, a expressão de genes dormentes pode ser induzida por estimulação [[Artifício|artificial]]. |
Evolutivamente, traços que desapareceram fenotipicamente não necessariamente desapareceram a partir do [[Ácido desoxirribonucleico|DNA]] de um [[organismo]]. A sequência do gene permanece muitas vezes, mas está inativo. Tal gene pode permanecer não utilizado no [[genoma]], durante muitas gerações. Contanto que o gene permaneça intacto, uma falha no controle genético suprime o gene o que pode levar a que seja expresso de novo. Por vezes, a expressão de genes dormentes pode ser induzida por estimulação [[Artifício|artificial]]. |
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* [[Mamilo supranumerário|Mamilos supranumerários]] em [[Homo sapiens|humanos]]<ref name=":2" /><ref>{{Citar periódico|ultimo=Bertó|primeiro=Josep|coautores=M. Luisa|titulo=Polimastia y tejido mamario accesorio|jornal=Piel|volume=20|numero=10|paginas=483–484|doi=10.1016/s0213-9251(05)72333-9|url=http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0213925105723339}}</ref> |
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* Aparecimento de pele [[Nevo|nevus]] em humanos, como em [[Hominidae|humanos arcaicos]]<ref>{{Citar periódico|ultimo=Rampen|primeiro=F. H.|data=1988-09-01|titulo=Naevocytic naevi as an atavism; their relationship to melanoma risk|jornal=Medical Hypotheses|volume=27|numero=1|paginas=71–75|issn=0306-9877|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3060707}}</ref> |
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* [[Tubérculo de Darwin]] na região denominada hélix da [[Orelha|orelha humana]]<ref>{{Citar periódico|ultimo=Loh|primeiro=Tiffany Y.|coautores=Philip R.|data=2016-04-07|titulo=Darwin’s Tubercle: Review of a Unique Congenital Anomaly|jornal=Dermatology and Therapy|volume=6|numero=2|paginas=143–149|issn=2193-8210|doi=10.1007/s13555-016-0109-6|url=http://link.springer.com/article/10.1007/s13555-016-0109-6|língua=en}}</ref> |
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==== Hipertricose lanuginosa ==== |
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Até 2015, não se tinha uma prova clara da anormalidade molecular específica. A hipótese mais aceita para explicar o aspecto fenotípico da [[hipertricose]] na sua forma mais comum está relacionada com um excesso de estimulação dos [[Folículo piloso|folículos capilares]] por algum gene ancestral suprimido — uma vez que no curso da [[evolução humana]], os genes que causam o crescimento do [[cabelo]] foram silenciados. A possibilidade desta expressão ser um atavismo é o tema de uma discussão científica em andamento.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Pavone|primeiro=Piero|ultimo2=Praticò|primeiro2=Andrea D.|ultimo3=Falsaperla|primeiro3=Raffaele|ultimo4=Ruggieri|primeiro4=Martino|ultimo5=Zollino|primeiro5=Marcella|ultimo6=Corsello|primeiro6=Giovanni|ultimo7=Neri|primeiro7=Giovanni|data=2015-08-05|titulo=Congenital generalized hypertrichosis: the skin as a clue to complex malformation syndromes|jornal=Italian Journal of Pediatrics|volume=41|issn=1824-7288|pmid=26242548|doi=10.1186/s13052-015-0161-3|url=http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4526284/}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=DeStefano|primeiro=Gina M.|ultimo2=Fantauzzo|primeiro2=Katherine A.|ultimo3=Petukhova|primeiro3=Lynn|ultimo4=Kurban|primeiro4=Mazen|ultimo5=Tadin-Strapps|primeiro5=Marija|ultimo6=Levy|primeiro6=Brynn|ultimo7=Warburton|primeiro7=Dorothy|ultimo8=Cirulli|primeiro8=Elizabeth T.|ultimo9=Han|primeiro9=Yujun|data=2013-05-07|titulo=Position effect on FGF13 associated with X-linked congenital generalized hypertrichosis|jornal=Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America|volume=110|numero=19|paginas=7790–7795|issn=0027-8424|pmid=23603273|doi=10.1073/pnas.1216412110|url=http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3651487/}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Cantú|primeiro=J. M.|ultimo2=Ruiz|primeiro2=C.|data=1985-01-01|titulo=On atavisms and atavistic genes|jornal=Annales De Genetique|volume=28|numero=3|paginas=141–142|issn=0003-3995|pmid=3879145|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3879145}}</ref><ref>{{Citar periódico|ultimo=Hall|primeiro=B. K.|data=1984-02-01|titulo=Development mechanisms underlying the formation of atavisms|jornal=Biological Reviews of the Cambridge Philosophical Society|volume=59|numero=1|paginas=89–124|issn=1464-7931|pmid=6367843|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6367843}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://link.springer.com/10.1007/BF00046435 |título=Atavisms in homo sapiens: A bolkian heterodoxy revisited |data=1996-03 |acessodata=2024-04-05 |periódico=Acta Biotheoretica |número=1 |ultimo=Verhulst |primeiro=Jos |paginas=59–73 |lingua=en |doi=10.1007/BF00046435 |issn=0001-5342}}</ref> Em 2021, uma revisão bibliográfica combinou vários estudos e apontou que essa forma capilar em [[Humano anatomicamente moderno|humanos modernos]] está associada à, notavelmente, 121 [[Gene|condições genéticas]].<ref>{{Citar periódico |url=https://www.scielo.br/j/ramb/a/3f7pzvYtGx9ZX9JzSFZvQRD/?lang=en |título=A review of genetic syndromes associated with hypertrichosis |data=2021-11-26 |acessodata=2024-04-05 |periódico=Revista da Associação Médica Brasileira |ultimo=Carneiro |primeiro=Vinícius Figueiredo |ultimo2=Barbosa |primeiro2=Mauro Costa |paginas=1508–1514 |lingua=en |doi=10.1590/1806-9282.20210666 |issn=0104-4230 |ultimo3=Martelli |primeiro3=Daniella Reis B. |ultimo4=Bonan |primeiro4=Paulo Rogério |ultimo5=Aguiar |primeiro5=Marcos José Burle |ultimo6=Martelli Júnior |primeiro6=Hercílio}}</ref>[[File:Giant congenital melanocytic nevus.jpg|thumb|Nevo melanocítico congênito gigante.|249x249px]] |
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==== Nevo melanocítico congênito gigante ==== |
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[[Nevo melanocítico congênito]] (também "nevo peludo gigante") é termo para manchas na pele causadas pelo crescimento excessivo de [[Melanócito|melanócitos]]. As manchas geralmente têm diâmetro maior que 20 cm <ref>James, William D.; Berger, Timothy G.; et al. (2006). ''Andrews' Diseases of the Skin: clinical Dermatology''. Saunders Elsevier. ISBN <bdi>0-7216-2921-0</bdi>.</ref><ref>Rapini, Ronald P.; Bolognia, Jean L.; Jorizzo, Joseph L. (2007). Dermatology: 2-Volume Set. St. Louis: Mosby. pp. 1736–8. <nowiki>ISBN 978-1-4160-2999-1</nowiki>.</ref> e podem estar acompanhadas de excesso de pelos terminais (hipertricose lanuginosa).<ref>{{Citar periódico |url=https://www.imagejournals.org/articles/giant-congenital-melanocytic-naevus-with-nodularity-and-anetoderma-in-an-adolescent-85.html |título=Giant Congenital Melanocytic Naevus With Nodularity And Anetoderma In An Adolescent |data=2014 |acessodata=2024-04-05 |periódico=International Journal of Clinical & Medical Images |número=4 |ultimo=Imaging 2014 |primeiro=Int J. Clin Med |lingua=en |issn=2376-0249}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://www.researchgate.net/figure/Giant-congenital-melanocytic-nevus-in-bathing-trunk-submitted-to-partial-surgical_fig1_259960550 |título=Giant congenital melanocytic nevus |data=2013-12 |acessodata=2024-04-05 |periódico=Anais Brasileiros de Dermatologia |número=6 |ultimo=Viana |primeiro=Ana Carolina Leite |ultimo2=Gontijo |primeiro2=Bernardo |paginas=863–878 |doi=10.1590/abd1806-4841.20132233 |issn=0365-0596 |pmc= |pmid=24474093 |ultimo3=Bittencourt |primeiro3=Flávia Vasques}}</ref><ref>{{Citar web|ultimo=Chukwu|primeiro=Makuo|url=https://medizzy.com/feed/5187021|titulo=The congenital melanocytic nevus|data=2019|acessodata=2024-04-05|website=MEDizzy|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMicm1204915 |título=Congenital Melanocytic Nevus |data=2013-07-18 |acessodata=2024-04-05 |periódico=New England Journal of Medicine |número=3 |ultimo=Gangireddy |primeiro=Venu Gopala Reddy |ultimo2=Coleman |primeiro2=Teresa |paginas=264–264 |lingua=en |doi=10.1056/NEJMicm1204915 |issn=0028-4793}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://www.spandidos-publications.com/10.3892/etm.2019.8198 |título=A large‑scale collection of giant congenital melanocytic nevi: Clinical and histopathological characteristics |data=2020-01-01 |acessodata=2024-04-05 |periódico=Experimental and Therapeutic Medicine |número=1 |ultimo=Wu |primeiro=Min |ultimo2=Yu |primeiro2=Qingxiong |paginas=313–318 |doi=10.3892/etm.2019.8198 |issn=1792-0981 |pmc= |pmid=31853305 |ultimo3=Gao |primeiro3=Bowen |ultimo4=Sheng |primeiro4=Lingling |ultimo5=Li |primeiro5=Qingfeng |ultimo6=Xie |primeiro6=Feng}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://www.clinmedjournals.org/articles/cmil/cmil-4-110.php?jid=cmil |título=Giant Congenital Melanocytic Nevus: About a Case |data=2018-10-31 |acessodata=2024-04-05 |periódico=Clinical Medical Image Library |número=5 |ultimo=Salma |primeiro=Salim |ultimo2=El Meknassi |primeiro2=Ilham |doi=10.23937/2474-3682/1510110 |ultimo3=Sqalli |primeiro3=Asmae |ultimo4=Badredine |primeiro4=Hassam}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://www.odermatol.com/online-section/online96/ |título=Giant congenital melanocytic nevus associated with lipoma |data=2020-01-29 |acessodata=2024-04-05 |periódico=Our Dermatology Online |número=e |ultimo=Chaoui |primeiro=Rhizlane |ultimo2=El Kadiri |primeiro2=Selma |paginas=e7.1–e7.3 |doi=10.7241/ourd.2020e.7 |ultimo3=Achehboune |primeiro3=Kaoutar}}</ref> Nevos surgem quando, devido a uma [[mutação genética]] que ocorre após a formação do [[embrião]], há uma falha no processo de migração dos [[melanócitos]] da [[crista neural]] para a [[pele]]. Em muitos casos, as mutações são encontradas em genes que codificam proteínas NRAS e KRAS<ref>{{Citar periódico |url=https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/pcmr.12412 |título=Genetics of melanocytic nevi |data=2015-11 |acessodata=2024-04-05 |periódico=Pigment Cell & Melanoma Research |número=6 |ultimo=Roh |primeiro=Mi Ryung |ultimo2=Eliades |primeiro2=Philip |paginas=661–672 |lingua=en |doi=10.1111/pcmr.12412 |issn=1755-1471 |pmc= |pmid=26300491 |ultimo3=Gupta |primeiro3=Sameer |ultimo4=Tsao |primeiro4=Hensin}}</ref> e a possibilidade desta expressão ser um atavismo foi sugerida em 1988<ref>{{Citar periódico|ultimo=Rampen|primeiro=F. H.|data=1988-09-01|titulo=Naevocytic naevi as an atavism; their relationship to melanoma risk|jornal=Medical Hypotheses|volume=27|numero=1|paginas=71–75|issn=0306-9877|url=https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3060707}}</ref>, mas nenhum estudo deu sequência ao tema. |
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==== Outros exemplos relatados ==== |
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Várias formas de atavismo podem ser observadas em [[Homo sapiens|humanos]]. Principais atavismos observados se expressando na população de humanos modernos: |
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|+Casos de atavismos em humanos |
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|[[Cauda]] conectada à coluna que se apresenta como sendo truetail e pseudotail. |
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⚫ | |<ref>{{Citar periódico |url=https://muse.jhu.edu/article/448434 |titulo=Atavisms: Medical, Genetic, and Evolutionary Implications |data=2011-08-18 |jornal=Perspectives in Biology and Medicine |numero=3 |ultimo=Tomić |primeiro=Nenad |paginas=332–353 |doi=10.1353/pbm.2011.0034 |issn=1529-8795 |volume=54 |coautores=Victor Benno}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.1016/S0887-8994(98)00046-0 |titulo=The human tail |jornal=Pediatric Neurology |numero=3 |ultimo=Lu |primeiro=Frank L |paginas=230–233 |doi=10.1016/s0887-8994(98)00046-0 |volume=19 |coautores=Pen-Jung}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=https://muse.jhu.edu/article/448434 |titulo=Atavisms: Medical, Genetic, and Evolutionary Implications |data=2011-08-18 |jornal=Perspectives in Biology and Medicine |numero=3 |ultimo=Tomić |primeiro=Nenad |ultimo2=Meyer-Rochow |primeiro2=Victor Benno |paginas=332–353 |doi=10.1353/pbm.2011.0034 |issn=1529-8795 |volume=54}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.humanpathol.com/|titulo=Human Pathology|acessodata=2017-04-20|obra=www.humanpathol.com|lingua=en}}</ref> |
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|[[Mamilo supranumerário|Mamilos supranumerários]] se expressando tanto em machos quanto em fêmeas. |
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|<ref name=":2" /><ref>{{Citar periódico |url=http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0213925105723339 |titulo=Polimastia y tejido mamario accesorio |jornal=Piel |numero=10 |ultimo=Bertó |primeiro=Josep |paginas=483–484 |doi=10.1016/s0213-9251(05)72333-9 |volume=20 |coautores=M. Luisa}}</ref> |
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|[[Daltonismo]], também conhecido como discromatopsia ou discromopsia. |
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|[[Tubérculo de Darwin]] formando a ponta da [[orelha]] na região denominada hélix. |
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|<ref>{{Citar periódico |url=http://link.springer.com/article/10.1007/s13555-016-0109-6 |titulo=Darwin’s Tubercle: Review of a Unique Congenital Anomaly |data=2016-04-07 |jornal=Dermatology and Therapy |numero=2 |ultimo=Loh |primeiro=Tiffany Y. |paginas=143–149 |língua=en |doi=10.1007/s13555-016-0109-6 |issn=2193-8210 |volume=6 |coautores=Philip R.}}</ref> |
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|[[Coração]] com um formato que remonta ao órgão dos [[répteis]] (ancestrais dos mamíferos) |
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== Atavismos em plantas == |
== Atavismos em plantas == |
Revisão das 14h01min de 5 de abril de 2024
Parte de uma série sobre |
Evolução |
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![]() Diagrama da divergência dos grupos taxonómicos modernos em relação aos seus ancestrais comuns. |
Tópicos fundamentais |
Atavismo (do latim atavus, "ancestral") é o reaparecimento de uma certa característica no organismo depois de várias gerações de ausência. Em biologia, atavismo é uma reminiscência evolutiva, como reaparecimento de traços que estiveram ausentes em várias gerações. Pode ocorrer de várias maneiras. Uma maneira é quando genes para características previamente fenotípicas existentes são preservadas no DNA, e estes tornam-se expressar através de uma mutação que quer nocautear os genes primordiais para os novos traços ou fazer os traços antigos substituírem os atuais.
Atavismos nos animais
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/29/Darwin-s-tubercle.jpg/220px-Darwin-s-tubercle.jpg)
Embora as galinhas normalmente não tenham dentes, e as aves tenham "perdido" a dentição há cerca de 60 a 80 milhões de anos, os tecidos que normalmente desenvolvem dentes continuam a manter essa capacidade. Geoffrey Saint Hilaire foi o primeiro cientista a descrever a formação de dentes em embriões de galinhas em 1821. Atualmente, é conhecido que os genes responsáveis pela odontogénese estão ainda presentes em galinhas. [1]
Membros Inferiores | Dedos extras | Dentes (odontogênese) |
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Outros exemplos de atavismos incluem:
- Membranas entre os dedos de axolotes adultos.[9]
- Ressurgimentos de asas em bichos-pau[10] e em dermápteros.[11]
Atavismos em humanos
Evolutivamente, traços que desapareceram fenotipicamente não necessariamente desapareceram a partir do DNA de um organismo. A sequência do gene permanece muitas vezes, mas está inativo. Tal gene pode permanecer não utilizado no genoma, durante muitas gerações. Contanto que o gene permaneça intacto, uma falha no controle genético suprime o gene o que pode levar a que seja expresso de novo. Por vezes, a expressão de genes dormentes pode ser induzida por estimulação artificial.
Hipertricose lanuginosa
Até 2015, não se tinha uma prova clara da anormalidade molecular específica. A hipótese mais aceita para explicar o aspecto fenotípico da hipertricose na sua forma mais comum está relacionada com um excesso de estimulação dos folículos capilares por algum gene ancestral suprimido — uma vez que no curso da evolução humana, os genes que causam o crescimento do cabelo foram silenciados. A possibilidade desta expressão ser um atavismo é o tema de uma discussão científica em andamento.[12][13][14][15][16] Em 2021, uma revisão bibliográfica combinou vários estudos e apontou que essa forma capilar em humanos modernos está associada à, notavelmente, 121 condições genéticas.[17]
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/57/Giant_congenital_melanocytic_nevus.jpg/249px-Giant_congenital_melanocytic_nevus.jpg)
Nevo melanocítico congênito gigante
Nevo melanocítico congênito (também "nevo peludo gigante") é termo para manchas na pele causadas pelo crescimento excessivo de melanócitos. As manchas geralmente têm diâmetro maior que 20 cm [18][19] e podem estar acompanhadas de excesso de pelos terminais (hipertricose lanuginosa).[20][21][22][23][24][25][26] Nevos surgem quando, devido a uma mutação genética que ocorre após a formação do embrião, há uma falha no processo de migração dos melanócitos da crista neural para a pele. Em muitos casos, as mutações são encontradas em genes que codificam proteínas NRAS e KRAS[27] e a possibilidade desta expressão ser um atavismo foi sugerida em 1988[28], mas nenhum estudo deu sequência ao tema.
Outros exemplos relatados
Várias formas de atavismo podem ser observadas em humanos. Principais atavismos observados se expressando na população de humanos modernos:
Exemplo | Fontes |
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Cauda conectada à coluna que se apresenta como sendo truetail e pseudotail. | [29][30][31][32] |
Mamilos supranumerários se expressando tanto em machos quanto em fêmeas. | [4][33] |
Daltonismo, também conhecido como discromatopsia ou discromopsia. | [34] |
Tubérculo de Darwin formando a ponta da orelha na região denominada hélix. | [35] |
Coração com um formato que remonta ao órgão dos répteis (ancestrais dos mamíferos) | [36] |
Atavismos em plantas
O atavismo também pode ser observado em plantas. Em certos casos, as partes aladas do pecíolo são ampliadas, para produzir dois folhetos laterais tornando-o com folhas trifolioladas. A ocorrência desse fenômeno pode ser observada em Rosa, Hibiscus, Oxalis, Poppy e Citrus. Vários fatores podem influenciar na ocorrência do atavismo em plantas, De Vries (1906) fala sobre:
"A produção de variedades e de folhas atávicas depende em alto grau de condições externas. Ela adere com a regra geral que, as situações favoráveis reforçam as distinções das variedades, enquanto as condições desfavoráveis aumentam o número de peças com propriedade atávica. Estas influências, podem serem vistas como tendo seu efeito sobre os indivíduos isolados, bem como sobre as gerações de crescimento da sua descendência."[37]
Atavismo no gênero Citrus
Um exemplo de atavismo em vegetais pode ocorrer no gênero Citrus, onde o pecíolo da folha é ampliado. Nesses casos de atavismo, o pecíolo amplia-se para produzir os dois folhetos laterais, mostrando características ancestrais que as folhas dos Citrus tinham. As folhas dos Citrus eram trifolioladas, mas durante a evolução dois folhetos se degeneraram. A espécie cítrica Citrus trifoliata, preserva ainda dois folhetos laterais, uma característica de suas ancestrais.[38][39][40]
Atavismo no gênero Hibiscus
O atavismo também pode ser observado no gênero Hibiscus,[38] onde as partes aladas da folha são ampliadas. Nesses casos de atavismo, o lóbulo da folha é ampliado tentando formar dois recortes laterais, para produzir os dois lóbulos, mostrando características ancestrais que as folhas dos Hibiscus tinham e ainda têm. As folhas simples dos hibiscos que no passado possuíam o formato trilobado (3 lóbulos) tiveram seus lóbulos degenerados durante a evolução. Algumas espécies de hibiscos como a Hibiscus sabdariffa possuem ainda os seus dois lóbulos preservados.
Atavismo táxico
Atavismo táxico ou reversão evolutiva ocorre quando o ser vivo sofre uma reversão evolutiva (reversão filogenética de um caráter – uma homoplasia no jargão da Sistemática Filogenética) que atinge todo um táxon (todos indivíduos) e permanece fixo desde então[3]. Exemplos de Atavismo táxico:
- Reaparecimento da capacidade de reprodução sexuada da família de ácaros Crotoniidae [41]
- Re-emergência de flores de reprodução sexuada na planta Hieracium pilosella Após gerações inexistentes[42]
- Reaparecimento de asas em insetos de vara sem asas[43] e percevejos.[4]
Referências
- ↑ a b Adams, Jill U.; Kenna M. Shaw (2008). «Atavism: Embryology, Development and Evolution». Atavism: Embriology, Development and Evolution. Consultado em 14 de abril de 2011
- ↑ Mehrtens JM. 1987. Living Snakes of the World in Color. New York.
- ↑ a b c d Drehmer, C. J. 2006. Uma revisão dos atavismos em vertebrados. Neotropical Biology and Conservation. Sao Leopoldo. vol 1. p. 72-83.
- ↑ a b c d e Hall, Brian K. (1 de fevereiro de 1984). «Developmental Mechanisms Underlying the Formation of Atavisms». Biological Reviews (em inglês). 59 (1): 89–122. ISSN 1469-185X. doi:10.1111/j.1469-185X.1984.tb00402.x
- ↑ TalkOrigins Archive. «29+ Evidences for Macroevolution: Part 2». Consultado em 8 de novembro de 2006. Cópia arquivada em 29 de outubro de 2006
- ↑ Simpson, G. G. (1951), Horses: The story of the horse family in the modern world and through sixty million years of evolution, Oxford University Press
- ↑ Tyson, Reid; Graham, John P.; Colahan, Patrick T.; Berry, Clifford R. (1 de julho de 2004). «Skeletal Atavism in a Miniature Horse». Veterinary Radiology & Ultrasound (em inglês). 45 (4): 315–317. ISSN 1740-8261. doi:10.1111/j.1740-8261.2004.04060.x
- ↑ Ahmed, Ahmed F (5 de junho de 2014). «Surgical correction of bilateral polydactyly in a dromedary camel: A case report». 59 (3). ISSN 0375-8427
- ↑ Meyer-Rochow, Victor B. (1989). «A report of webbed feet in a mature female axolotl (Siredon mexicanum) and remarks on webbed feet in Urodela, generally». Amphibia-Reptilia (em inglês) (1): 89–93. ISSN 0173-5373. doi:10.1163/156853889X00340. Consultado em 8 de abril de 2021
- ↑ Whiting, Michael F.; Bradler, Sven; Maxwell, Taylor (janeiro de 2003). «Loss and recovery of wings in stick insects». Nature (em inglês) (6920): 264–267. ISSN 0028-0836. doi:10.1038/nature01313. Consultado em 8 de abril de 2021
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