Bacia Araguaia-Tocantins

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 Nota: Se procura outros significados de Araguaia, veja Araguaia. Se procura outros significados de Tocantins, veja Tocantins (desambiguação).
Localização da Bacia do Araguaia-Tocantins.

A bacia hidrográfica Araguaia-Tocantins é uma das doze regiões hidrográficas do Brasil, quase inteiramente localizada entre os paralelos 2ºS e 18ºS e os meridianos 46ºW e 56ºW. Os principais rios da bacia são o Tocantins e o Araguaia. A bacia se estende pelos estados de Tocantins e Goiás (58%), Mato Grosso (24%), Pará (13%), Maranhão (4%), além do Distrito Federal (1%). É a maior bacia hidrográfica totalmente brasileira.

Sua extensão é de aproximadamente 2.500 km, desde a sua origem, na confluência do rio Maranhão com o rio das Almas (Goiás), até a foz, na baía de Marajó (Pará). Tem uma configuração alongada no sentido longitudinal, que segue os dois eixos fluviais – o Tocantins e o Araguaia – que se unem no extremo norte da bacia hidrográfica. O Tocantins desemboca no rio Pará, que corre ao sul da ilha de Marajó e pertence ao estuário do rio Amazonas. Considera-se o rio Pará como um paraná, isto é, um braço do rio Amazonas que recebe as águas do Tocantins (ou um canal de ligação entre os dois rios).

O relevo é considerado monótopo, com altitudes variando entre 3500m e 5000m, exceto nas nascentes, onde chega a mais de 10.000m. Na região de Tucuruí, as altitudes são inferiores a 10m.[1]

A bacia do Tocantins-Araguaia é a segunda em produção de energia do Brasil. A descarga média da bacia hidrográfica, em Tucuruí, é estimada em 12.000 m³/s, sendo a contribuição dos rios Araguaia e Tocantins similares, e a do rio Itacaiúnas, bastante inferior (600m³/s).[2]

A bacia drena uma área de aproximadamente 767.000km² (cerca de 7,5% do território nacional)[3] distribuída, principalmente entre os rios Araguaia (382.000 km²), Tocantins (343.000 km²) e Itacaiúnas (42.000 km²), o maior contribuinte do curso inferior do Tocantins.[4]

Seus limites são:

Os principais biomas da região são a Amazônia ao norte e o Cerrado ao sul. Apesar de ser uma região de pequena densidade populacional, alguns fatores contribuíram para a devastação destes biomas, como a construção da rodovia Belém-Brasília, a Usina hidrelétrica de Tucuruí e a expansão das atividades agropecuárias e de mineração. O maior aglomerado urbano da bacia é formado pela Região Metropolitana de Belém, no Pará.

Sub-bacia Tocantins

Foz do Tocantins, na baía de Marajó.

A nascente do rio Tocantins localiza-se na nascente no estado de Goiás, ao norte de Brasília. Os formadores do Tocantins são os rios Paranã e Maranhão.

O Tocantins compõe a paisagem do Planalto Central do Brasil. A vegetação de cerrado recobre 76% da sub-bacia. A área correspondente ao curso inferior do Tocantins, assim como a bacia do Itacaiunas, é coberta pela floresta amazônica. O rio Tocantins nasce no Escudo Brasileiro e flui na direção norte por cerca de 2.500 km até desaguar junto ao Delta do Amazonas, na baía de Marajó, nas proximidades de Belém.

Sub-Bacia Araguaia

A sub-bacia do rio Araguaia, com área de 86.109 km², está situada a noroeste de Goiás e abrange 49 municípios do Estado, entre eles, São Miguel do Araguaia, Crixás e Goiás Velho.

O rio Araguaia nasce na serra do Caiapó no paralelo 18º, na divisa de Goiás com Mato Grosso, a uma altitude de 850 m e percorre uma extensão de 2.115 km, até juntar-se ao Tocantins, na localidade de São João do Araguaia, logo antes de Marabá. Deságua junto à foz do Amazonas. Sua bacia de captação e drenagem totaliza 382.000 km², e seus principais afluentes dentro do territó­rio goiano são: rio Água Limpa, rio Babilônia, rio Caiapó, rio Claro, rio Crixás Açu, rio Crixás Mirim, rio do Peixe I, rio do Peixe II, rio Pintado, rio Matrixã, rio Vermelho.

No extremo nordeste do estado de Mato Grosso, o rio Araguaia e o rio Javaés formam a ilha de Bananal, a maior ilha fluvial do mundo.

O Araguaia é navegável por cerca de 1.160 km, entre São João do Araguaia e Beleza, porém não há centro urbano importante, nesse trecho.

O clima é de natureza continental tropical, devido à sua posição continental, não sofrendo o efeito direto da confluência intertropical. Apresenta-se semiúmido com tendência a úmido caracterizando-se, segundo Köppen, no tipo Aw, de savanas tropicais, com quatro a cinco meses secos.

As características climatológicas predominantes da região são:

  • Precipitação média anual se situa em cerca de 1.600 mm;
  • Período chuvoso é de outubro a abril, com maio sendo o mês de transição para o período seco que vai de ju­nho a setembro.

As temperaturas médias anuais na região diminuem à medida que aumenta a latitude, situando-se, para as ba­cias dos rios Javaés e Formoso, entre os valores de 24 e 25 °C. As baixas amplitudes térmicas verificadas são devido às características topográficas da região, tipicamente de planície.

Os municípios incluídos na Bacia do rio Araguaia são: Alto Horizonte, Amaralina, Amorinópolis, Aragarças, Araguapaz, Arenópolis, Aruanã, Aurilândia, Baliza, Bom Jardim de Goiás, Bonópolis, Britânia, Buriti de Goiás, Cachoeira de Goiás, Caiapônia, Campos Verdes de Goiás, Córrego do Ouro, Crixás, Diorama, Doverlândia, Faina, Fazenda Nova, Goiás, Guaraíta, Guarinos, Iporá, Israelândia, Itapirapuã, Ivolândia, Jaupaci, Jussara, Matrinchã, Moiporá, Montes Claros de Goiás, Mossâmedes, Mozarlândia,Mineiros, Mundo Novo, Nova Crixás, Nova Iguaçu de Goiás, Novo Brasil, Novo Planalto, Palestina de Goiás, Piranhas, Sanclerlândia, Santa Fé de Goiás, Santa Rita do Araguaia, Santa Terezinha de Goiás, São João Del Rei,Uirapuru e Xambioá.

Ver também

Referências

  1. RIBEIRO, M. C. L. B.; PETRERE-JÚNIOR, M.; JURAS A. A. "Ecological integrity and fisheries ecology of the Araguaia-Tocantins river basin, Brazil". Regulated Rivers and Management, v. 11, p. 325-350, 1995; apud CINTRA et al., 2008.
  2. CINTRA, I. H. A.; PINHEIRO, J. C. da R.; JURAS, A. A.; SOUZA, R. F. C.; OGAWA, M. Biologia do mapará, Hypophthalmus marginatus (Valenciennes, 1840), no reservatório da Usina Hidrelétrica de Tucuruí (Pará-Brasil). Boletim Técnico Científico CEPNOR, Belém, v. 8, n. 1, p. 83-95, 2008.
  3. CARVALHO, Joaquim Francisco de. O Declínio da era do petróleo e a transição da matriz energética brasileira para um modelo sustentável. USP, 2009.
  4. INPA – Instituto Nacional de Preservação Ambiental. Projeto Centro de Preservação Pesquisa e Educação Ambiental (CEPPEA)

Ligações externas

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