Centro Espacial de Alcântara

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Centro de Lançamento de Alcântara
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País  Brasil
Corporação Força Aérea Brasileira
Subordinação Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial
Missão Base de lançamentos de foguetes
Sigla CLA
Criação 1983
Aniversários 1 de março
Lema Janela Brasileira para o Espaço
Comando
Diretor Coronel Engenheiro Cesar Demétrio Santos
Sede
Sede Alcântara -  Maranhão
Página oficial www.cla.aer.mil.br

Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) é a denominação da segunda base de lançamento de foguetes da Força Aérea Brasileira. Sedia os testes do Veículo Lançador de Satélites (VLS) e destina-se, futuramente, a realizar missões de lançamento de satélites.

Localização

O CLA está situado na latitude 2°18’ sul, e tinha originalmente uma área de 620 km², no município de Alcântara, a 32 km de São Luís, capital do estado brasileiro do Maranhão.

Histórico

1° de março de 1983 é considerada a data oficial de inauguração do CLA – quando foi ativado o Núcleo do Centro de Lançamento de Alcântara (NUCLA), com a finalidade de proporcionar apoio logístico e de infraestrutura local, assim como garantir segurança à realização dos trabalhos a serem desenvolvidos na área do futuro centro espacial no Brasil.

Nessa época, as famílias que residiam no local começaram a ser retiradas e transferidas para sete agrovilas, localizadas a 14 km de Alcântara. Apenas em Novembro de 1989 o CLA se tornou efetivamente operacional, quando, na "Operação Pioneira", os primeiros foguetes do tipo SBAT foram lançados.

O CLA foi criado como alternativa ao Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), localizado no estado do Rio Grande do Norte, pois o crescimento urbano em seus arredores não permitia ampliações da base.

Características

Devido à proximidade com a linha do equador, o consumo de combustível para o lançamento de satélites é menor em comparação com bases em latitudes maiores. No âmbito do mercado das missões espaciais internacionais, o CLA se tornará provavelmente o único concorrente do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa. Ao contrário deste, entretanto, o centro brasileiro não opera lançamentos constantes (nem lançou ainda nenhum satélite) em razão de atrasos logísticos e tecnológicos.

  • A proximidade da base com a linha do equador (2 graus e 18 minutos de latitude sul): a velocidade de rotação da Terra na altura do Equador, auxilia o impulso dos lançadores e assim favorece a economia do propelente utilizado nos foguetes sendo estimada uma economia em até 30 % de combustível.
  • A disposição da península de Alcântara: permite lançamentos em todos os tipos de órbita, desde as equatoriais (em faixas horizontais) às polares (em faixas verticais), e a segurança das áreas de impacto do mar que foguetes de vários estágios necessitam ter.
  • A área do Centro: a baixa densidade demográfica possibilita a existência de diversos sítios para foguetes diferentes.
  • As condições climáticas: o clima estável, o regime de chuvas bem definido e os ventos em limites aceitáveis tornam possível o lançamento de foguetes em praticamente todos os meses do ano.
  • A base é considerada uma das melhores do mundo pela sua localização geográfica, por estar a dois graus da linha do Equador.

Instalações

  • Prédio de preparação de propulsores (motores)
  • Prédio de preparação da carga útil (experimentos científicos/tecnológicos ou satélites)
  • Prédio de carregamento de propelente líquido
  • Prédios de apoio (onde o foguete pode ser guardado)
  • Plataformas de Lançamento (onde o foguete é lançado)
  • Centro de Controle Avançado (casamata).
  • Base aérea com pista de pouso pavimentada e sinalizada, e pátio de aeronaves.

Lista das Plataformas de Lançamento

A Torre Móvel de Integração é usada pra lançar o VLS-1

As Plataformas de Alcântara incluem:

  • MRL Pad (Plataforma de sonoridade geral de foguetes)
  • Pad "Universal" (Plataforma para foguetes de até 10 toneladas)
  • ACS Pad (Plataforma para o Cyclone-4, em construção)

Lista de lançamentos

Data Veiculo Missão Resultado
21 de fevereiro de 1990 Sonda 2 XV-53 Alcântara Ionosfera 101 km
26 de novembro de 1990 Sonda 2 XV-54 Manival Ionosfera 91 km
9 de dezembro de 1991 Sonda 2 XV-55 Águas Belas Ionosfera 88 km
1 de junho de 1992 Sonda 3 XV-24 Aeronomy 282 km
31 de outubro de 1992 Sonda 2 XV-56 Ponta de Areia Ionosfera 32 km
22 de março de 1993 Sonda 2 XV-57 Maruda Ionosfera 102 km
2 de abril de 1993 VS-40 PT-01 Teste do VS-40 950 km
19 de agosto de 1994 Nike Orion MALTED/CADRE Ionosfera 140 km
20 de agosto de 1994 Nike Orion MALTED/CADRE Ionosfera 140 km
24 de agosto de 1994 Nike Orion MALTED/CADRE Ionosfera 140 km
25 de agosto de 1994 Nike Orion MALTED/CADRE Ionosfera 140 km
9 de setembro de 1994 Black Brant Ionosfera 250 km
21 de setembro de 1994 Black Brant Ionosfera 250 km
23 de setembro de 1994 Nike Tomahawk Ionosfera 270 km
23 de setembro de 1994 Nike Tomahawk Ionosfera 270 km
24 de setembro de 1994 Nike Tomahawk Ionosfera 270 km
24 de setembro de 1994 Nike Tomahawk Ionosfera 270 km
6 de outubro de 1994 Black Brant Ionosfera Falha (250 km)
14 de outubro de 1994 Black Brant Guará H.Alt Spread F Ionosfera 956 km
15 de outubro de 1994 Black Brant Ionosfera 250 km
28 de abril de 1997 VS-30 XV-01 Teste do VS-30 128 km
2 de novembro de 1997 VLS-1 V01 VLS-1 Destruido durante o lançamento
21 de março de 1998 VS-40 Teste do VS-40 900 km
15 de março de 1999 VS-30 XV-04 Operação San Marcos 128 km
11 de dezembro 1999 VLS-1 V02 SACI-2 Destruído por segurança (10 km)
6 de fevereiro de 2000 VS-30 XV-05 Lençóis Maranhenses 148 km
21 de agosto de 2000 VS-30/Orion XV-01 Baronesa 315 km
23 de novembro de 2002 VS-30/Orion XV-02 Piraperna Ionosfera 434 km
1 de dezembro de 2002 VS-30 XV-06 Cumã Falha (145 km)
22 de agosto de 2003 VLS-1 XV-03 SATEC Falha (Acidente de Alcântara)
23 de outubro de 2004 VSB-30 XV-01 Cajuana 100 km
23 de outubro de 2004 VSB-30 V01 Vôo de teste do VSB-30 259 km
19 de julho de 2007 VSB-30 V04 Cumã II 242 km
29 de maio de 2009[1] Orion Maracati 1 93 km
10 de agosto de 2009 Foguete de Treinamento Básico FogTrein I [2]
12 de dezembro de 2010[3] VSB-30 V07 Maracati 2 242 km (sucesso; carga recuperada)
08 de dezembro de 2012 VS-30/Orion V10 Iguaiba [4]
23 de maio de 2013 Foguete de Treinamento Básico Operação Falcão 1 [5]
9 de maio de 2014 Foguete de Treinamento Intermédio Operação Águia 1 [6]
Source: Astronautix[7]

Lançamentos previstos

Trata-se de um projeto binacional, entre Brasil e Ucrânia, voltado inicialmente para o desenvolvimento da quarta versão do foguete ucraniano lançador de satélites, da série CYCLONE, e a implantação de infra-estrutura de solo necessária para o lançamento desse foguete a partir de Alcântara, no Estado do Maranhão. O voo inaugural será em 2015.[8]

Está previsto o desenvolvimento de um veículo denominado VLS-2, destinado à colocação de satélites de médio porte em órbita baixa (LEO), que poderá atender às necessidades de projetos nacionais ou estrangeiros.

Está previsto para 2011 a construção da nova plataforma de lançamento de foguetes, que conterá novas tecnologias de segurança e funcionamento, visando o lançamento de um novo e moderno foguete lançador de satélites,em parceria a vários países, entre eles Estados Unidos e Ucrânia.

Acidente

No dia 22 de agosto de 2003, o VLS-1 V03 (Veículo Lançador de Satélites) brasileiro explodiu por volta das 13 h 30 min (hora local) na base de Alcântara, três dias antes do lançamento, matando 21 técnicos, engenheiros e cientistas. Decorrido cerca de um ano, investigações apontaram uma descarga elétrica, de origem indeterminada, como causa da explosão.

2010

Um foguete de pequeno porte foi lançado do CLA no dia 12 de dezembro de 2010. A operação foi considerada um sucesso. O VSB-30 realizou experimentos científicos no ambiente de microgravidade e trouxe de volta a sua carga com segurança para a base de Alcântara.[9][10]

Ver também

Referências

Ligações externas