Dislipidemia

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Dislipidemia
Dislipidemia
Especialidade endocrinologia
Classificação e recursos externos
CID-10 E78
CID-9 272
CID-11 1191191920
DiseasesDB 33452
MeSH D050171
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Dislipidemia, (geralmente por hiperlipidemia ou hiperlipoproteinemia) é um distúrbio nos níveis de lipídios e/ou lipoproteínas no sangue. Os lipídios (moléculas gordurosas) são transportados numa cápsula de proteína, e a densidade dos lipídios e o tipo de proteína determinam o destino da partícula e sua influência no metabolismo.

As anormalidades nos lipídios e lipoproteínas são extremamente comuns na população geral, e são consideradas um factor de risco altamente modificável para doenças cardiovasculares, devido à influência do colesterol, uma das substâncias lipídicas clinicamente mais relevantes, na aterosclerose. Algumas formas de dislipidemia podem também predispor à pancreatite aguda, podendo ate mesmo ser um fator agravante nos casos de embolia pulmonar.

Classificação[editar | editar código-fonte]

Pode ser dividida em três subtipos[1]:

Causas[editar | editar código-fonte]

As causas primárias são mutações genéticas únicas ou múltiplas, que resultam em uma superprodução ou depuração defeituosa dos triglicerídeos ou de colesterol LDL ou distúrbios no metabolismo de HDL. Estima-se que vulnerabilidade genéticas a obesidade atingem pelo menos 5%.[1] Fatores epigenéticos, como mãe obesa durante a gravidez, também influencia a tendência a obesidade dos filhos. Obesidade na família próxima são um fator de risco, mas é difícil dizer quanto é por genética e quanto é por aprendizagem e influências ambientais comuns.

Os problemas genéticos mais comuns incluem[1]:

Dentre as causas secundárias que contribuem para a doença estão[1]:

Fatores de risco[editar | editar código-fonte]

Os principais fatores de risco incluem maior idade, sexo feminino, colesterol HDL baixo, pressão arterial elevada, tabagismo, doenças endócrinas, história familiar de doenças cardiovasculares, obesidade, resistência a insulina, distresse e vida sedentária. Dislipidemia é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares.[2]

Diagnóstico[editar | editar código-fonte]

Primeiro se faz análise de medidas corporais e massa corporal por altura (IMC), depois para confirmar o diagnóstico são medidos laboratorialmente os níveis plasmáticos de Colesterol total, LDL, HDL e Triglicerídeos. LDL maior que 70 mg/dl e/ou triglicéridos maior 150 mg/dL.[3]

Epidemiologia[editar | editar código-fonte]

Cerca de 40% da população adulta brasileira em 2002 tinham colesterol elevado, dentre as cidades estudas a com mais casos foi Santos (cerca de 57%) e a com menos foi Brasília (cerca de 30%). E cerca de 40% também tinham histórico de doenças do coração na família.[4] Em outro estudo brasileiro, feito em 2005 em Salvador, a prevalência de níveis muito altos de triglicerídeos em adultos (240mmol/L ou mais) foi de 27% dos homens e 30% das mulheres. Colesterol elevado foi encontrado em cerca de 30% da população (na pesquisa anterior foi de 37%). [5] Nos EUA e México a prevalência de dislipidemia atinge cerca de 60% dos adultos.

Tratamento[editar | editar código-fonte]

Farmacológicos[editar | editar código-fonte]

A modificação na dieta é a abordagem inicial, contudo muitos pacientes necessitam de tratamento com estatinas (inibidores da HMG-CoA redutase) para reduzir o riscos cardiovascular. Se o nível de triglicerídios estiver muito elevado, os fibratos podem ser preferíveis, devido a seus efeitos benéficos nesse tipo de distúrbio. A combinação de estatinas com fibratos é altamente potente e efectiva, mas causa um risco bastante aumentado de dores musculares e rabdomiólise, sendo portanto prescrita em casos selecionados e sob supervisão rigorosa. Outros agentes comumente usados em conjunto com as estatinas são a ezetimiba, o ácido nicotínico e os sequestradores de sais biliares. Há algumas evidências a respeito do benefício de produtos naturais contendo esteróis e ácidos graxos ômega-3[6].

Não Farmacológicas[editar | editar código-fonte]

As alterações na dieta incluem a diminuição da ingestão de gorduras saturadas e de colesterol, aumentando a ingestão de lípidos mono-insaturados, de fibras e de carboidratos complexos. A consulta de um nutricionista costuma revelar-se útil, nao só para jovens, como também para pessoas idosas[7].

Deve-se evitar comidas de origem animal (como bife, ovos, bacon, leites) ou que contem leite e ovos como massas, salgados, bolos e doces. A preferência deve ser a frutas, legumes e grãos. O peixe também possui colesterol, mas a presença de gorduras polinsaturadas como os Omega 3 fazem com que seja menos prejudicial já que também aumentam o HDL[8].

O exercício físico causa a redução directa dos valores de LDL em alguns indivíduos, além disso é essencial para controlar o peso corporal e o índice de massa corporal. Como exemplos de exercícios recomendados temos a natação, corrida, longas caminhadas e bicicleta no mínimo três vezes por semana e por mais de meia hora.[9]

Referências

Ver também[editar | editar código-fonte]