Haroldo Saboia

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Haroldo Sabóia
Deputado federal pelo Maranhão
Período 1987-1999
Deputado estadual pelo Maranhão
Período 1979-1987
Vereador de São Luís
Período 2001-2005
Dados pessoais
Nascimento 16 de junho de 1950 (73 anos)
São Luís, MA
Alma mater Universidade de Paris

Universidade de Brasília

Cônjuge Josefa Batista Lopes (antes)
Fernanda Maria Nina Pires de Saboia (atual)
Filhos(as) José Pires de Saboia
Haroldo Freitas Pires de Saboia Filho
Joaquim Nina Pires de Saboia
Partido PCdoB (1967-1978)
MDB (1978-1979)
PMDB (1980-1990)
PDT (1990-1991)
PT (1991-2003)
PPS (2003-2007)
PDT (2007-2011)
PSOL (2011-presente)
Profissão jornalista, advogado, servidor público

Haroldo Freitas Pires de Saboia, ou apenas Haroldo Saboia, (São Luís, 16 de junho de 1950) é um jornalista, advogado, economista , servidor público e político brasileiro, atualmente filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e outrora deputado federal pelo Maranhão.[1][2][3][4]

Dados biográficos[editar | editar código-fonte]

Origem e formação[editar | editar código-fonte]

Filho de José Pires de Saboia Filho e Iracema Freitas Pires de Saboia. Aluno do ensino primário na capital maranhense, cursou o ensino médio em São João del-Rei e Brasília. Membro do movimento estudantil, ingressou no proscrito Partido Comunista do Brasil (PCdoB) em 1968 e foi repórter no jornal O Estado de S. Paulo, mas a outorga do Ato Institucional Número Cinco o fez abandonar o curso de jornalismo na Universidade de Brasília no ano seguinte e em 1971 deixou o país rumo a Paris para não ser preso. Formado em Economia pela Universidade de Paris com mestrado na mesma instituição, deixou a França em 1977, quando voltou ao Brasil trabalhando no corpo técnico da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF).[1]

Advogado formado pela Universidade de Brasília em 1997,[1] tem ainda o título de Master of Business Administration (MBA) em Políticas Públicas pela Fundação Getúlio Vargas em 2004.

Carreira política[editar | editar código-fonte]

Eleito deputado estadual pelo MDB do Maranhão em 1978, participou da fundação do Comitê Brasileiro pela Anistia naquele estado e da criação do Movimento de Oposição pra Valer junto a Jackson Lago, Maria Aragão e Nascimento de Morais. Atuando em prol das greves e manifestações estudantis em São Luís,[5][6] migrou para o PMDB com a restauração do pluripartidarismo em 1980, reelegendo-se com a maior votação do estado em 1982.[3][7] Adversário do Clã Sarney,[8][9] conviveu com o mesmo quando José Sarney chegou interinamente à Presidência da República em 15 de março de 1985 e depois efetivado com a morte de Tancredo Neves. Ainda em 1985, foi candidato a prefeito de São Luís,[10][nota 1] num pleito vencido por Gardênia Gonçalves.

Eleito deputado federal em 1986, integrou a Assembleia Nacional Constituinte responsável pela elaboração da Constituição de 1988.[11][12][13] Reeleito via PDT em 1990, votou a favor do impeachment de Fernando Collor em 1992.[14][15] Após migrar para o PT obteve outro mandato em 1994, mas foi efetivado somente em 1996.[nota 2] Nesse interregno o governador Cristóvão Buarque o nomeou diretor financeiro e depois presidente da Companhia Energética de Brasília.[3][2][1] Derrotado na eleição para senador em 1998, foi o único vereador petista eleito em São Luis no ano 2000, não disputando a reeleição. Mais uma vez derrotado ao candidatar-se a senador em 2002, migrou para o PPS no ano seguinte.

Coordenador da campanha vitoriosa de Jackson Lago em 2006,[16][17] retornou ao PDT no ano seguinte, mas perdeu a eleição para vereador na capital maranhense em 2008.[3][18] Em 16 de abril de 2009, a Justiça Eleitoral cassou Jackson Lago empossando Roseana Sarney em seguida,[19] mas Saboia manteve o apoio a Jackson Lago na disputa pelo Palácio dos Leões em 2010, ano da reeleição de Roseana Sarney.[20][21][22] Suas atividades eleitorais mais recentes foram realizadas sob a legenda do PSOL: em 2012 foi candidato a prefeito da capital maranhense e em 2014 perdeu sua terceira eleição para senador.[23][24][25]

Ascendentes políticos[editar | editar código-fonte]

O acervo do Tribunal Superior Eleitoral informa: seu pai, o também advogado e jornalista Pires de Saboia, foi eleito deputado federal pela ARENA do Maranhão em 1966 e 1970.[26]

Notas

  1. Derrotou Carlos Guterres na convenção do PMDB.
  2. Depois da recontagem, o Tribunal Superior Eleitoral o aponta como eleito, porém a Câmara dos Deputados aponta que José Carlos Saboia exerceu o mandato até a posse de Haroldo Saboia.

Referências

  1. a b c d «Biografia de Haroldo Saboia no CPDOC/FGV». Consultado em 1º de agosto de 2020 
  2. a b «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Haroldo Saboia». Consultado em 1º de agosto de 2020 
  3. a b c d «Banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral». Consultado em 1º de agosto de 2020 
  4. «Banco de dados do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão». Consultado em 22 de julho de 2013 
  5. Governador liberta estudantes (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 20/09/1979. Primeiro caderno, p. 15. Página visitada em 24 de abril de 2016.
  6. Estudantes maranhenses decidem acabar greve de repente (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 24/09/1979. Primeiro caderno, p. 07. Página visitada em 24 de abril de 2016.
  7. «Anuário estatístico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística: representação política, eleições de 1982». Consultado em 14 de abril de 2013 
  8. Planalto satisfez Nunes ao não escolher José Sarney para governar o Maranhão (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 28/04/1978. Primeiro caderno, p. 02. Página visitada em 24 de abril de 2016.
  9. Edson Sardinha (6 de novembro de 2012). «Os perfis dos melhores deputados». Congresso em Foco. Consultado em 3 de outubro de 2013 
  10. Afinal - Edição 65;Edição 86;Edição 92 - Página xxxv
  11. Fonte: Secretaria do Tribunal Superior Eleitoral - TSE. Anuário Estatístico do Brasil - 1986. Rio de Janeiro: IBGE, v. 47, 1987. p. 245.
  12. «Biblioteca do IBGE: Anuário Estatístico do Brasil». Consultado em 9 de outubro de 2013. Arquivado do original em 20 de junho de 2014 
  13. BRASIL. Presidência da República. «Constituição brasileira de 1988». Consultado em 1º de agosto de 2020 
  14. «Governistas tentaram evitar implosão (online). Folha de S.Paulo, São Paulo (SP), 30/09/1992. Brasil, p. 1-8.». Consultado em 1º de agosto de 2020 
  15. Collor fora (online). O Estado de S. Paulo, 30/09/1992. Página visitada em 17 de junho de 2014.
  16. Do “Maranhão Novo” ao “Novo Tempo”: a trajetória da oligarquia Sarney no Maranhão Wagner C. da Costa, p. 16
  17. No Maranhão, os efeitos do caciquismo (online). O Estado de S. Paulo, 02/11/1978. Página visitada em 21 de junho de 2014
  18. «Depois de cinco derrotas nas urnas, tucano João Castelo é eleito em São Luís». Consultado em 30 de abril de 2016 
  19. «TSE nega recursos e confirma cassação do governador do Maranhão (g1.com)». Consultado em 21 de junho de 2014 
  20. Garrone, Raimundo. No Maranhão, petistas contrários a aliança com Roseana Sarney apresentam chapa com PCdoB e PSB. O Globo, 24 de maio de 2010.
  21. "Militantes virtuais pedem “Fora Roseana Sarney”". Vermelho. 2 de setembro de 2010.
  22. Garrone, Raimundo. Jornal Pequeno - O Órgão das Multidões. (18 de setembro de 2010). «"Jackson diz que pesquisas isentas contrariam números do Ibope"». Cópia arquivada em 18 de setembro de 2015 
  23. «Apuração das Eleições 2012 em São Luís» 
  24. Terra.com (17 de julho de 2012). «Psol é o partido com mais candidatos a prefeito nas capitais». Consultado em 25 de agosto de 2012 [ligação inativa]
  25. «Divulgação de resultados das Eleições 2014». Tribunal Superior Eleitoral. 21 de outubro de 2014. Consultado em 26 de outubro de 2014. Arquivado do original em 26 de outubro de 2014 
  26. «Câmara dos Deputados do Brasil: deputado Pires de Saboia». Consultado em 1º de agosto de 2020