Henrique de Meneses

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 Nota: Para outros significados, veja Henrique de Meneses, 4.º Conde de Viana (do Alentejo). Para o capitão de Tânger, veja Henrique de Meneses, capitão de Tânger.
D. Henrique de Meneses
Henrique de Meneses
Henrique de Meneses, sétimo governador-geral da Índia Portuguesa.
Governador da Índia
Período 15241526
Antecessor(a) Vasco da Gama
Sucessor(a) Lopo Vaz de Sampaio
Dados pessoais
Nascimento c. 1496
Lisboa
Morte 2 de fevereiro de 1526 (30 anos)
Cananor
Progenitores Mãe: D. Constança Vaz de Mariz
Pai: D. Fernando de Menezes, 1º senhor do Louriçal

Henrique de Meneses, o segundo senhor do Louriçal, (Lisboa, c. 1496Cananor, 2 de fevereiro de 1526) foi um militar e administrador colonial português, sétimo governador da Índia Portuguesa.

Genealogia[editar | editar código-fonte]

D. Henrique era filho bastardo de D. Fernando de Meneses, o Ruivo, "e de uma mulher nobre da família dos Marizes",[1] chamada Constança Vaz de Mariz.

África (Marrocos)[editar | editar código-fonte]

Com doze anos, D. Henrique começou sua vida de guerreiro em Marrocos.

Como militar notabilizou-se na conquista de Azamor em 1513 e na derrota infligida a Almendarim (Cide Almandri II, alcaide de Tetuão).

Índia[editar | editar código-fonte]

Mais tarde foi para a Índia, e tornou-se capitão de Goa.

Em Dezembro de 1524, após a morte de Vasco da Gama, foi nomeado Governador da Índia. Nessa época o mar da Índia, principalmente as costas do Malabar, tinha-se "transformado em viveiro de piratas[1]". Contra isso Vasco da Gama preparava uma expedição punitiva, quando a morte o encontrou.

"Um dos magnates que mais comprometido se encontrava nesta manobra era o velho e astuto Melek-Iaz, senhor de Diu, que ao conhecer as intenções repressivas de D. Vasco, se apressara a enviar-lhe um embaixador[1]" prometendo larga indemnização. Mas quando chegou o embaixador, foi Henrique de Meneses que encontrou, e este recusou todas as oferendas.

Depois foi D. Henrique para Cochim onde Vasco da Gama tinha assentado o governo da Índia. Durante a viagem desbaratou 3 navios piratas, e em Cochim mandou recado ao capitão de Cananor, Heitor da Silveira para lançar fogo aos paraus de Calicute que se encontrassem em Maravia, e depois à povoação, que pertencia aos domínios do samorim.

Calicut[editar | editar código-fonte]

Em 18 de fevereiro de 1525, saíu de Cochim com uma frota de 50 velas. Atacou Panane, que incendiou, e depois foi para Calicute cujo samorim era poderoso inimigo dos portugueses, bombardeou os paraus e combinou com D. João de Lima, comandante da fortaleza local, por fogo à cidade. Grande parte dela ficou em ruínas.

Foi então para Coulete, "praça forte dos domínios do Samorim[1]". Contra à vontade dos seus capitães atacou simultaneamente a enorme frota de paraus que a defendia, e as fortificações na terra. Consegui vencer, e depois lançou fogo à cidade.

Regressou então a Cochim.

Nessa cidade houve um roubo de uma peça de artilharia. Acusaram injustamente alguns naires e D. Henrique quis castigá-los. O rajá de Cochim, amigo dos portugueses, reclamou esses homens para julgar e punir caso fossem culpados, o que ele recusou. Os naires eram dum príncipe que o rajá recebia, que ameaçou reavê-los pela força se necessário e o rajá disse-lhe que antes teria de passar sobre seu cadáver.

Sabendo a resposta do rajá, o orgulhoso D. Henrique não só entregou os naires mas foi pessoalmente apresentar desculpas. Dizia depois que "fora aquela a atitude que mais lhe custara tomar em toda a sua vida.[1]"

Ataque do Samorim[editar | editar código-fonte]

Em Calicute, o Samorim quis vingar-se e atacou a fortaleza portuguesa comandada por D. João de Lima. Este soube resistir até o verão, onde enfim D. Henrique pôde vir acudir com 25 navios, com reforços que já tinham chegado de Cochim, Cananor e Goa: eram cento e trinta navios.

O Samorim propôs as pazes às condições do Governador mas este pediu o impossível: a expulsão de todos os árabes residentes em Calicut. Deu-se a batalha contra os 40 000 Homens do Samorim, e os portugueses venceram. O Samorim submeteu-se, mas D. Henrique mandou que a fortaleza portuguesa fosse evacuada e minada. Mas partindo, os "mouros" foram visitar a fortaleza que explodiu nesse momento.

Morte de D. Henrique[editar | editar código-fonte]

Pouco depois, sofrendo havia já muito tempo duma chaga numa perna, recolheu-se a Cananor para tratamento. Mas já era muito tarde, e "pouco depois de desembarcar e antes de que pudesse iniciar a cura que desejava obter, falecia a 2 de Fevereiro de 1526, apenas com trinta anos de idade[1]".

Quando o rei D. João III aprendeu sua morte, "sendo-lhe notado o muyto sentimento, que mostrava por um seu privado, elle respondeu: «que quereis que faça hum homem a quem morreo D. Henrique».[2]

Referências

  1. a b c d e f Mário Domingues : D. João III o homem e a sua época. Edição Romano Torres, 1962 p. 76-85
  2. Pedro de Mariz : Diálogos de Vária História. Em Coimbra, Na Officina de António de Mariz. MDLXXXXVIII (1598), P. 337

Precedido por
Vasco da Gama
Governador da Índia Portuguesa
15241526
Sucedido por
Lopo Vaz de Sampaio
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