Linfócito

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Uma imagem de um linfócito feita a partir de um microscópio eletrônico.
Hematopoiese em humanos.

Linfócito é um tipo de leucócito (glóbulo branco) presente no sangue. São produzidos pela medula óssea vermelha, através das células-tronco linfoides que se diferenciam em células pre-búrsicas e pre-timócitos. Os pre-timócitos dão origem aos Linfócitos T que por sua vez vão amadurecer nos tecidos linfoides; já as células pre-búrsicas dão origem aos Linfócitos B. Há ainda uma terceira classe. Por sua aparência ao microscópio, há duas categorias de linfócitos: os grandes e pequenos. A maioria mas não todos os linfócitos granulares com tamanhos maiores, são os chamados linfócitos Natural Killer (células exaladoras naturais). Os linfócitos pequenos podem ser linfócitos T ou linfócitos B. Os linfócitos têm um papel importante na defesa do corpo. Os linfócitos T são os principais responsáveis pela chamada imunidade celular, agindo ora de forma a estimular ou atenuar a produção de anticorpos pelos linfócitos B, ora diretamente sobre os antígenos ou células corporais infectados por esses, destruindo-os. Os linfócitos B dão origem aos plasmócitos e células B de memória que geram os anticorpos. São os principais responsáveis pela chamada imunidade humoral, que dá-se via produção e diluição de anticorpos nos fluidos teciduais ou corporais [1] .

Distribuição no sangue

Os linfócitos são encontrados no sangue contribuindo para 20-30% dos leucócitos. Esta porcentagem varia muito de acordo com a saúde do paciente. Se ele está deprimido, estressado, esta porcentagem cai muito, ou no caso de uma infecção viral, esta porcentagem cresce bastante. Numa rejeição de transplante, observamos grande aumento de linfócitos. Uma baixa quantidade de linfócitos no sangue atesta que o corpo não possui defesas contra doenças perigosas como o cancro (câncer).

Morfologia

Linfócito normal (coloração de May-Grünwald Giemsa)

Para observar os linfócitos em microscópio é necessário fazer colorações específicas, assim será possível fazer um estudo da morfologia dos linfócitos. Geralmente os linfócitos entre os leucócitos do sangue são as menores células.

Análise microscópica do sangue periférico mostra que um linfócito pequeno normal tem entre 10-12 micrômetros de diâmetro, um núcleo redondo com cromatina condensada e citoplasma escasso pouco basofílico. Normalmente o linfócito pequeno tem o tamanho aproximado de uma hemácia (aproximadamente 7 micrômetros de diâmetro).[2]

Tipos

São três os tipos de linfócitos: Natural Killers (ou células NK), linfócitos T e linfócitos B.

Células NK

Ver artigo principal: Células NK

São parte da imunidade celular mediada. Eles podem atacar a célula hospedeira. Células NK tem parte importante no sistema imune inato e papel principal defendendo-se de hospedeiros tanto em tumores como em infecções virais. Células NK cells distingue células infectadas e tumorosas de células normais não infectadas por reconhecimento de alterações nos níveis da molécula de superfície chamada de MHC - classe I (Complexo principal de histocompatibilidade). As células NK são ativadas por citocinas chamadas interferons. Ativadas, as células NK liberam grânulos citotóxicos que destroem as células hostis.[3]

Linfócitos T

Ver artigo principal: Linfócito T

São assim chamados pois sofrem maturação no timo sendo também conhecidos pelo nome de timócitos. São responsáveis pela imunidade celular. Organismos estranhos ou células infectadas são destruídas pelas células T em um complexo mecanismo. Há vários tipos de linfócitos T:

  • Linfócitos CD8+, T8, Tc ou Citotóxicos (célula killer): Destroem as células infectadas através de mecanismo de apoptose, que é a morte celular programada.
  • Linfócitos CD4+, T4, Th ou Auxiliares (T helper): São os intermediários da resposta imunitária que proliferam após o contato com o antígeno para ativar outros tipos de células que agirão de maneira mais directa. Existem 2 subtipos conhecidos de linfócitos T auxiliares: Th1 e Th2.
  • Linfócitos T Supressores: Produzem mensageiros químicos que inibem a actividade das células B e T quando a infecção se encontra debelada.
  • Linfócitos T Reguladores: São células T que evitam as doenças autoimunes.
  • Linfócitos T Memória: Células que ficam inativas, mas com a capacidade de resposta a nova exposição ao mesmo antígeno.</ref>

Linfócitos B

Ver artigo principal: Linfócito B

São assim chamados por terem sido inicialmente estudados na bursa de Fabricius, um órgão das aves. São responsáveis pela imunidade humoral. Produzem imunoglobulinas, chamadas de anticorpos, contra antígenos estranhos. Fazem reconhecimento direto de antígenos, através de proteínas de superfície, marcadores fenotípicos. Os linfócitos B ativados se transformam em plasmócitos [e em células memória (com maior longevidade que os plasmócitos). Os plasmócitos possuem um retículo endoplasmático rugoso bem desenvolvido com a capacidade de produzir anticorpos em massa. As células memória possuem a capacidade de reconhecerem um determinado antigénio caso o encontrem de novo na corrente sanguínea. Após este reconhecimento, os linfócitos B memória clonar-se-ão em outras células B memória e plasmócitos.] ( p.t)

Referências

  1. Sasson, Sezar; Silva Junior, Cesar da - Biologia 1 Citologia Histologia - 5ª Edição - Atual Editora, São Paulo, 1989 - ISBN 85-7056-045-1
  2. O linfócito grande tem entre 12-16 micrômetros, núcleo redondo, cromatina nuclear menos condensada, citoplasma mais abundantes e com contorno celular irregular. Os grandes e granulares apresentam grânulos azurófilos que contém enzimas lisossômicas. É impossível distinguir as células T e B no esfregaço de sangue periférico.
  3. Janeway, Charles; Paul Travers, Mark Walport, and Mark Shlomchik (2001). Immunobiology; Fifth Edition. New York and London: Garland Science. ISBN 0-8153-4101-6  .

Ligações externas

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