Liquigás

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Liquigás
Liquigás
Logotipo da Liquigás
Razão social Liquigás Distribuidora S/A
Atividade Distribuição de Gás GLP
Gênero Energia
Fundação 1954
Destino Incorporada
Encerramento 2022
Sede São Paulo, SP,  Brasil
Proprietário(s) Copa Energia
Presidente Antônio Carlos M. Turqueto (Caio)
Empregados 3.250
Produtos GLP Envasado, GLP Granel, Purogás
Faturamento Aumento R$ 3,3 bilhões (2015)[1]
Website oficial www.liquigas.com.br

Liquigás é uma marca brasileira de distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP) pertencente à Copa Energia. Além do gás para uso doméstico, a Liquigás está presente em produtos e serviços para diversos setores da indústria, comércio e agricultura, pecuária, aviários, condomínios, hotéis, entre outros (GLP granel).

Em 2022, a Liquigás Distribuidora S/A foi incorporada pela Copa Energia, que manteve o nome da empresa como marca.[2]

História[editar | editar código-fonte]

Em 1953, a empresa italiana Liquigas iniciou suas operações no Brasil, trazendo aproximadamente 187 mil botijões para o envase de GLP no país. Em 1954, é fundada a Liquigás do Brasil, com sede administrativa em São Paulo, e sócios brasileiros.[3][4]

A companhia realizava operações de envase e distribuição na Refinaria de Mataripe, na Bahia. Formou uma rede de concessionárias, expandindo negócios e atuando no mercado paulista a partir de 1955.[3][4]

A empresa criou subsidiárias (Liquigás do Paraná-Santa Catarina, Liquigás do Rio Grande do Sul e Liquigás de Minas Gerais-Espírito Santo). Em 1968, as subsidiárias foram unificadas, com a compra da participação societária dos sócios regionais.[3]

Na década de 1970, a Liquigás adquiriu a Heliogás do grupo Motecatini.[3]

Em 1981, a estatal petrolífera italiana Agip, do grupo ENI, comprou integralmente a Liquigás do Brasil, que foi transformada na Agip Liquigás.[3][4]

Em 1984, em sociedade com outra distribuidora de GLP, a Agip Liquigás constituiu a Companhia Nordestina de Gás (Novogás), passando a atuar no Nordeste do país. No início dos anos 1990, a Novogás adquiriu a Tropigás, que atuava na região Norte. Em 1997, a Agip Liquigás passou a ser a única acionistas das duas empresas.[3][4]

Em 1998, a empresa passa a atuar no setor de distribuição de combustíveis, ao comprar uma rede de postos em São Paulo. Em 2000, adquiriu uma parte da rede de postos da Shell e, em 2001, a rede Ipê Distribuidora de Petróleo.[3]

Em 1999, a Agip Liquigás passou a atuar de forma independente na produção e distribuição de lubrificantes automotivos e industriais, bem como na fabricação de registros de gás para uso doméstico.[3]

Em 2000, a Agip Liquigás passa a se chamar Agip do Brasil.[3]

Em agosto de 2004, a BR Distribuidora, subsidiária do grupo Petrobras, comprou a Agip do Brasil por US$ 450 milhões, tendo sido convertida em Liquigás Distribuidora. A BR Distribuidora absorveu os ativos de lubrificantes e combustíveis da Liquigás, que continuou no segmento de distribuição de GLP.[5]

Privatização[editar | editar código-fonte]

Em 18 de novembro de 2020, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade[6]) aprovou a compra da Liquigás pelo consórcio abrangendo três operações distintas envolvendo as empresas Copagaz, Itaúsa, Nacional Gás (do Grupo Edson Queiroz) e Fogás.[7]

No dia 23 de dezembro de 2020, o consórcio concluiu a compra da Liquigás em uma a transação de R$ 4 bilhões com a Petrobras.[8]

A Copagaz passou a ser a nova controladora da Liquigás, com 83,33% do capital social da companhia, enquanto que a Nacional Gás Butano ficou com 16,67%. A participação da Nacional Gás Butano e da Fogás no negócio teve como objetivo solucionar possíveis preocupações concorrenciais observadas em alguns estados brasileiros, segundo critérios estabelecidos pelo Cade, que determinou a transferência de ativos operacionais à Fogás.[9]

Com o fechamento da aquisição, a holding Itaúsa concluiu também a sua entrada no capital da Copagaz, passando a deter 49% das ações da companhia[10], que segue controlada pela família Zahran[11].

Em 2021, em reestruturação societária com o repasse de ativos à Nacional Gás Butano, a Copagaz tornou-se acionista única da Liquigás. No mesmo ano, o grupo foi renomeado para Copa Energia, e a Copagaz passou a ser usada como marca.[9]

Em 2022, a Liquigás Distribuidora foi incorpora pela Copa Energia, permanecendo como marca.[2]

A união de Copagaz e Liquigás criou um grupo que passa a ser o líder no mercado de distribuição de GLP, formado por duas marcas fortes e consolidadas, com operações em 24 estados brasileiros e Distrito Federal, com musculatura financeira e visão estratégica para iniciar um novo ciclo de crescimento no setor brasileiro de energia.

Estrutura[editar | editar código-fonte]

A Liquigás construiu uma das maiores redes de comercialização e distribuição de GLP no país, estando presente em 23 estados. A Companhia conta com aproximadamente:

  • 3.250 funcionários
  • 26 Unidades Industriais de Engarrafamento, sendo 21 próprias e 5 de terceiros
  • 19 Depósitos de Armazenamento
  • 5 escritórios comerciais além da Sede
  • mais de 21 milhões de botijões de 13 kg (P13) com as marcas da Liquigás

Mercado[editar | editar código-fonte]

Segundo a ANP, em 2010 a Liquigás teve participação de 22,3% no mercado de GLP;[12] a empresa é líder de venda de botijões de 13 kg, P-13.[13]

No ano de 2015 a empresa era a segunda maior do ramo de distribuição de GLP no Brasil e comercializou 1,65 milhão de toneladas de GLP; tinha 23 centros operativos, 19 depósitos de armazenamento e cerca de 4.800 revendedores autorizados.[1]

A Liquigás está entre as três maiores no mercado brasileiro de GLP. Sua saída do mercado atende a uma política de enxugamento promovida pela Petrobras. A líder do setor de GLP no Brasil é a empresa Ultragaz, do Grupo Ultra (postos Ipiranga), com cerca de 23,5% de participação no mercado e que, em 2016, tentou comprar a Liquigás. A tentativa foi barrada pelo Cade para evitar concentração ainda maior.

A empresa cearense Nacional Gás possui hoje 19,41% do mercado de distribuição de GLP no país. Já a Copagaz tem perto da metade disso (8,39% do mercado nacional). Portanto, a menor participação da Nacional Gás no consórcio ocorre para que permaneça abaixo dos 30% da fatia nacional.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Reuters e Estadão Conteúdo (17 de Novembro de 2016). «Conselho da Petrobras aprova venda da Liquigás para Ultragaz por R$2,8 bi». ÉPOCA Negócios. Consultado em 20 de Novembro de 2016 
  2. a b Copa Energia. «ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA REALIZADA EM 30 DE NOVEMBRO DE 2022» (PDF) 
  3. a b c d e f g h i Fernando Shigueo Omoto Bittar (2013). «Escolhas estratégicas na decisão sobre canais de distribuição em commodities: um estudo de caso no segmento de gás liquefeito de petróleo» (PDF). Consultado em 8 de fevereiro de 2024 
  4. a b c d Liquigás. «História». Consultado em 8 de fevereiro de 2024 
  5. «BR completa fusão com ativos da Agip Liquigás - TN». tnpetroleo.com.br. Consultado em 8 de fevereiro de 2024 
  6. Social, Assessoria de Comunicação. «Cade aprova venda da Liquigás com restrições — CADE». antigo.cade.gov.br. Consultado em 5 de fevereiro de 2021 
  7. «Compra da Liquigás por consórcio de Copagaz e Itaúsa deve ter restrições». CNN Brasil. Consultado em 8 de fevereiro de 2024 
  8. «Cade aprova compra da Liquigás por consórcio da cearense Nacional Gás». Focus.jor | O que importa primeiro. 18 de novembro de 2020. Consultado em 20 de novembro de 2020 
  9. a b Copagaz. «Relatório de Administração (2022)» (PDF) 
  10. Innova. «Itaúsa - Fatos Relevantes». Itaúsa - Relações com Investidores. Consultado em 5 de fevereiro de 2021 
  11. «Grupo Zahran». Consultado em 5 de fevereiro de 2021 
  12. http://www.anp.gov.br/
  13. http://www.liquigas.com.br/wps/portal/!ut/p/c1/04_SB8K8xLLM9MSSzPy8xBz9CP0os3hvPwMjIw93IwMDFzcjA6OgoADLQA8XQ2dTM6B8JE55fy9TPLq93czx6vZ2MyVgt59Hfm6qfkFuaES5o6IiANainPM!/dl2/d1/L2dJQSEvUUt3QS9ZQnB3LzZfS04wMjJIRzIwMERGMjAyUlJQOVFIRDFPSjc!/

Ligações externas[editar | editar código-fonte]