Lysia Bernardes
Lysia Bernardes | |
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Nome completo | Lysia Maria Cavalcanti Bernardes |
Nascimento | 9 de setembro de 1924 Rio de Janeiro |
Morte | 8 de agosto de 1991 (66 anos) Araruama |
Residência | Brasil |
Nacionalidade | Brasileira |
Filho(a)(s) | Vera, Ângela e Marcelo[1] |
Alma mater | Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil |
Instituições | Instituto de Geociências, da UFRJ |
Lysia Maria Cavalcanti Bernardes (Rio de Janeiro 9 de setembro de 1924 - Araruama, 8 de agosto de 1991), foi uma geógrafa, professora e pesquisadora brasileira. Se destacou por seus estudos na área de Geografia Urbana, estudando principalmente o fenômeno das metrópoles e o seu impacto nas regiões de entorno; o Grande Rio foi seu principal objeto de estudo. Estes estudos foram usados para possibilitar a criação das "Regiões Metropolitanas" brasileiras e do "Novo Estado do Rio de Janeiro", resultado da fusão dos estado da Guanabara com o antigo estado do Rio de Janeiro, em 1975.[2][3][4]
Biografia[editar | editar código-fonte]
Filha de Nelson Marcos Cavalcanti e Maria Eugênia Cavalcanti. Em 1944, aos 20 anos de idade, Lysia Bernardes se formou no curso de Geografia e História pela então Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).[4]
No mesmo ano em que se formou, passou a integrar o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, onde ficaria até o ano de 1968. Depois disto passaria para o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do Ministério do Planejamento, ficando até 1974.[2][4]
Ao mesmo tempo em que exercia cargos técnicos em outras instituições, Lysia também trabalhou como acadêmica na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na condição de professora na graduação e pós-graduação desta universidade, entre 1959 e 1977.[2][4]
Lysia Bernardes, devido aos seus conhecimentos na área, atuou como consultora nas primeiras iniciativas do processo de criação das Regiões Metropolitanas brasileiras; elaborando diferentes documentos encomendados por órgãos públicos.[2][4]
Estando definidas as Regiões Metropolitanas, Lysia Bernardes passou a fazer parte Comissão Nacional de Regiões Metropolitanas e Política Urbana (CNPU), criada em 1974 pelo governo federal para organizá-las dando apoio técnico e financeiro; tal comissão também envolveu-se no processo de criação do "Novo Estado do Rio de Janeiro", resultado da fusão dos estado da Guanabara com o antigo estado do Rio de Janeiro, em 1975.[2][3]
Uma vez tendo sido criado o "Novo Estado do Rio de Janeiro", Lysia Bernardes é nomeada por Floriano Peixoto Faria Lima, que era o governador, para o cargo de superintendente para comandar a Superintendência de Planejamento do Estado do Rio de Janeiro SECPLAN. Uma vez no cargo, Lysia ajudou no planejamento urbano e regional do novo estado criado.[3][5][6] Também esteve vinculada a Fundação para o Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro (FIDERJ). Em 1977, juntamente com Marcello de Ipanema e outros, ela passou a integrar o Conselho Estadual de Tombamento, órgão ligado a preservação do patrimônio histórico do estado do Rio.[7]
Em razão de suas atividades e contribuições desenvolvidas por conta do cargo técnico que possuía no Governo, Lysia Bernardes algumas vezes foi incompreendida por alguns colegas de profissão, imputando-lhe sem argumentos contundentes a pecha de que ela seria uma simpatizante do Regime Militar implantado no país em 1964.[2]
Com a Redemocratização do Brasil, em 1985, Lysia retorna ao Governo Federal, assumindo a Superintendência da Secretaria Especial da Região Sudeste (SERSE), órgão do Ministério do Interior (MINTER).[2][3]
Lysia Bernardes ainda foi presidente eleita da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), em 1965; foi também membro-fundadora da Associação de Moradores de Laranjeiras, bairro onde ela e sua família residiram no Rio de Janeiro.[2][4]
Nos últimos anos de vida Lysia Bernardes dava consultoria aos Planos Diretores das cidades de Cabo Frio, Arraial do Cabo, Campos dos Goytacazes e Nova Iguaçu.[8]
Foi casada com o geógrafo Nilo Bernardes, que durante mais de 30 anos trabalhou no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desenvolvendo pesquisas sobre a geografia agrária.[2] O casal se conheceram ainda no Conselho Nacional de Geografia (CNG) e participaram, juntos ou em equipes separadas, das pioneiras excursões para levantamento de campo daquela instituição. Casaram-se em 1948.[9]
Lysia Bernardes faleceu em 1991, na véspera de um final de semana, vitima de um acidente de automóvel durante a noite no município de Araruama, na Rodovia Amaral Peixoto, quando ia pra sua casa de veraneio no município de Cabo Frio; no mesmo acidente também viria a falecer seu esposo Nilo Bernardes. Ambos foram sepultados no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.[2][8][4]
Homenagem[editar | editar código-fonte]
Em memória de Lysia, o Centro Integrado de Educação Pública, localizado no bairro Aquariús, em Tamoios, 2º distrito do município de Cabo Frio, passou a ser denominado como Ciep Brizolão 331 - Lysia Bernardes.[10][4]
Referências
- ↑ «AMissa de 7º Dia» 128 ed. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, disponível na Hemeroteca Digital Brasileira da Biblioteca Nacional. 14 de agosto de 1991. p. 18. Consultado em 13 de abril de 2024
- ↑ a b c d e f g h i j Machado, Mônica Sampaio(org.); Martin, André Roberto (org.); Nacif, Cristina Lontra (2014). Os anos de aprendizagem com Lysia Bernardes (in) Dicionário dos Geógrafos Brasileiros (PDF). 1. Rio de Janeiro: 7Letras (Viveiros de Castro Editora Ltda). p. 85-100. ISBN 978-85-421-0232-1. Consultado em 3 de março de 2024
- ↑ a b c d Ferreira, Luiza. A geografia urbana como instrumento da metropolização e da fusão dos estados do Rio e da Guanabara. A atuação de Lysia Bernardes. Acervo. Espaços urbanos e metropolização no Brasil (1940-1970). Revista do Arquivo Nacional do Brasil. 36. Rio de Janeiro: [s.n.] Consultado em 3 de março de 2024
- ↑ a b c d e f g h Dicionário dos Geógrafos Brasileiros. «Lysia Bernardes». Rio de Janeiro: Grupo de Estudos Geo Brasil. Consultado em 3 de março de 2024
- ↑ «Estado dará cursos sobre administração municipal em convênio com o Governo» 357 ed. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, disponível na Hemeroteca Digital Brasileira da Biblioteca Nacional. 5 de abril de 1977. p. 3. Consultado em 13 de abril de 2024
- ↑ «Estado do Rio auxilia projetos de 22 municípios» 113 ed. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, disponível na Hemeroteca Digital Brasileira da Biblioteca Nacional. 30 de julho de 1978. p. 22. Consultado em 13 de abril de 2024
- ↑ «Arquiteto afastado pela Prefeitura é nomeado para órgão correlato no Estado» 169 ed. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, disponível na Hemeroteca Digital Brasileira da Biblioteca Nacional. 24 de setembro de 1977. p. 14. Consultado em 13 de abril de 2024
- ↑ a b «Registro. Morreram Nilo Bernardes, 69 anos, e Lysia Cavalcanti Bernardes, 66 anos» 124 ed. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, disponível na Hemeroteca Digital Brasileira da Biblioteca Nacional. 10 de agosto de 1991. p. 8. Consultado em 13 de abril de 2024
- ↑ «IBGE lança livro de Nilo Bernardes com bases do pensamento geográfico no país». Rio de Janeiro: site do IBGE. 28 de maio de 2021. Consultado em 13 de abril de 2024
- ↑ «Ciep 331 Lysia Bernardes». QEdu - Meritt Informação Educacional. Consultado em 13 de abril de 2024